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Fotografia de Retrato, Book e Newborn Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Mário Gustavo Coelho Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos • Retratos em Externa com Luz Natural; • Book Fotográfico; • Direção de Retratos; • Book Fotográfico Na Prática. • Desenvolver a capacidade de análise e planejamento em locações externas; • Praticar a produção de retratos com uso de luz natural; • Desenvolver a capacidade de produção de books fotográfi cos; • Aprimorar a direção de pessoas para retrato. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Book Fotográfi co e Luz Natural para Retratos Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos Retratos em Externa com Luz Natural “Externa” é a expressão utilizada na fotografia profissional para se referir a ses- sões fotográficas realizadas em ambientes fora do estúdio. Muitas vezes, para essa sessão, o fotógrafo pode utilizar somente a luz natural disponível ou ainda mesclar com a iluminação artificial de flashes ou refletores a bateria. Para isso, antes de entender de iluminação artificial, é de suma importância o fotógrafo possuir profundo conhecimento do comportamento da luz natural que, para nós, provém do Sol. Além disso, deve entender os recursos que estão disponíveis para manipular ou transformar a luz do sol, como rebatedores, difusores e bloqueadores, que podem, se usados com eficiência, dispensar até mesmo qualquer utilização de flashes para complementar a iluminação. Trabalhar com a luz ambiente em externas é o caminho mais básico que todo fotógrafo retratista percorre em sua carreira, afinal, não requer altos investimentos para utilizar a luz do Sol, mas requer um fator determinante: planejamento. Planejamento para realizar uma sessão externa é mais que fundamental; é obrigatório. Como um fotógrafo poderá escolher a locação para suas fotos sem ter ideia qual é a direção em que o Sol nasce ou se põe? Qual é a previsão do tempo para ter efetividade em sua proposta de iluminação? Além disso, a luz solar produz diferen- tes qualidades de luz, mesmo em um dia completamente limpo, e por isso, muitas vezes fotógrafos subestimam produções externas pensando ser mais fácil e, muitas vezes, caindo numa grande armadilha. Qualidade da Luz Natural Durante um dia de luz solar direta, a mesma fonte de luz – o Sol – pode nos fornecer qualidades específicas, assim como cores de luzes características de cada período do dia. Normalmente, o fotógrafo sempre tenta trabalhar com uma luz mais suave, pois como já é de conhecimento na fotografia, quanto maior a quantidade de tons pre- sente em uma imagem, maior a sensação de volume, e luzes duras provocam som- bras pesadas que aumentam os contrastes e diminuem os volumes. Pensando assim, podemos dizer que quando o sol está em uma posição menor do que 45 graus em relação ao horizonte, temos uma luz suave, lateral, que produz volume no retratado. 8 9 Essa situação ocorre duas vezes por dia: no nascer do sol, ao início do dia e no pôr do sol, ao final do dia. LUZ DURA LUZ SUAVE LUZ SUAVE Linha do horizonte Terra Figura 1 Quando esse ângulo começa a ser menor do que 45 graus, começamos a entrar em uma qualidade de luz dura. Para acertar esse ângulo, existe uma técnica muito simples para se analisar, baseando-se nas sombras projetadas. Uma pessoa que está sendo iluminada pela luz direta do Sol gera uma sombra. Por essa sombra, é possível o fotógrafo observar sua projeção e se essa sombra for maior que o retratado, significa que a qualidade da luz é boa, se utilizada a luz direta. Igual ou maior que o assunto = luz suave Menor que o assunto = luz dura X Figura 2 A partir do momento em que essa sombra se torna igual ou menor que o retra- tado, estamos entrando na qualidade de luz dura, e isso significa que utilizar a luz direta do sol, terminou. 9 UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos Além da qualidade da luz, é importante observar que também existe uma grande variação de cor da luz (dada em Kelvin), conforme a escala a seguir: Figura 3 Fonte: Acervo do Conteudista Baseado nessa escala, podemos analisar da seguinte maneira: • Quando a luz está baixa, no primeiro terço do céu, desde o nascer até este ponto, temos uma luz bastante lateral, suave, e com predominância de tons quentes (amarelos). Isso porque a luz que atinge a atmosfera é menor, pois grande parte dos raios solares não alcança diretamente a Terra e se espalha pelo céu, convertendo-se em uma luz ampla e difusa; • Quando a luz sobe acima deste terço, passando dos 45 graus, a dispersão pela atmosfera é menor, com uma quantidade maior de raios luminosos atingindo a Terra diretamente. Essa menor dispersão dos raios provoca uma cor mais equi- librada, com menos tons quentes e de maior intensidade, gerando uma luz me- nos suave, ou ainda, como costumeiramente chamamos, dura (ou condensada). Vale lembrar que ambas as análises acima realizadas levam em consideração um dia de céu limpo, sem nuvens ou névoa. Num dia de céu nublado, as nuvens agem como difusores (como os modificado- res de luzes de flash, como hazy light que, em tradução livre, significa luz nublada) 10 11 fazendo com que a luz que passe por ela se esparrame em diversas direções, geran- do uma luz muito suave e sem sombras. A cor da luz predominante em um dia de céu nublado tende muito ao azul (apro- ximadamente 7000 a 8000 Kelvin) e o fotógrafo deve ter consciência disso para evitar distorção nas cores da cena, assim como em um nascer ou pôr do sol, onde a predominância é amarela. Uma prática importante para o fotógrafo é observar essas zonas de sombras formadas em um dia claro, mas nublado. Praticamente, se observar a seguir de si, não verá quase formação de sombras devido à luz solar tomar diversas direções ao passar pela nuvem. Figura 4 Fonte: Acervo do Conteudista Sessões fotográficas ligadas a retrato, a book e à moda são realizadas, em geral, em horários de luz suave, ou seja, nos extremos do dia. Isso pois, na prática, no nos- so Hemisfério, essa variação de horário se dá entre 6h30 a 9h30 e das 16h às 18h. Pensandonesse pequeno intervalo, o fotógrafo deve ter um planejamento incrí- vel para obter grande desempenho da luz natural. Uma sessão de fotos de retratos para quaisquer fins significa que a equipe de foto, modelo (ou retratado), maquiagem e produção já devem estar de prontidão para a sessão, bem antes do Sol nascer, ou seja, 6h da manhã. Se pensarmos nesse encontro se dar às 8h, significaria pelo menos 1 hora entre maquiar, ajustar equipamentos, produzir o retratado, o que praticamente repre- senta a perda do horário de luz suave que seria até as 9h30, tendo que trabalhar a sessão dentro do período de luz dura. Além disso, é importante o fotógrafo ter a capacidade de lidar com situações adversas como ter tudo agendado para uma data, planejando uma luz direta do Sol 11 UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos e, nesse dia, ter uma condição climática predominantemente nublada, ou na pior das hipóteses, chuvosa. Ao profissional planejado, teria duas situações prováveis: • Estar de acordo com toda a equipe de trabalho para a possibilidade de reagen- damento da sessão (o que muitas vezes é difícil, devido ao multiplanejamento de agendas de vários profissionais envolvidos); • Literalmente um plano B, com situações diversificadas para um ensaio sob essas condições, como aconteceu na videoaula desta Unidade, conforme vere- mos mais à frente. Ainda assim, há algumas situações que exigirão somente o plano A, como, por exemplo, uma sessão de fotos na praia de uma marca de roupas de banho, pois se- ria esteticamente inaceitável uma sessão para vender produtos ligados ao Sol com dias nublados ou chuva. Sim! É possível trabalhar, também, ensaios com a luz dura, acima dos 45 graus desejados. Normalmente, os fotógrafos que utilizam essa característica de luz têm predominância em tratar suas fotos em preto e branco, pois as grandes sombras duras formadas podem ser evidenciadas na foto P&B com melhor estética que na cor. Além disso também é possível utilizar acessórios – como difusores – para suavizar a luz, como será visto mais a seguir. Figura 5 Fonte: Getty Images Ex pl or Retrato na Sombra Uma outra opção de utilizar a luz direta do sol fora do horário de luz suave é apro- veitar a incidência de luz em zonas de sombra. Nessa situação, o retratado fica ilumi- nado somente pela reflexão da luz solar na zona de sombra, gerando uma luz bastante homogênea, mas, que ao mesmo tempo, pode não gerar tanto volume na imagem. 12 13 Figura 6 – Iluminação por meio de luz solar na sombra Fonte: Getty Images A maior característica dessa imagem é que, se o fundo também estiver na mes- ma exposição de sombra, não haverá muito contraste entre o retratado e o fundo, como na imagem acima. Retrato no Contraluz O contraluz pode ser uma ótima situação para retratos, mas de grande dificulda- de para realizar a correta medição para obter uma foto bem exposta. Isso porque, no contraluz, o rosto da pessoa tem quantidade muito menor de luz do que a cena, obrigando o fotógrafo a fazer uma escolha de estética na imagem. Caso ele opte por realizar a leitura de luz no rosto do retratado, por haver enor- me diferença de luz entre essa área e o fundo, será obtida uma superexposição no segundo plano, podendo gerar perda de contraste na imagem ou até mesmo surgi- mento de aberrações cromáticas, como o flare. Figura 7 Fonte: Getty Images 13 UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos De qualquer forma, nessa situação, ele obterá as informações necessárias para expor a quantidade correta, revelando o rosto do retratado. Mas por outro lado, a cor presente no céu será completamente superexposta, tornando-se um céu branco. Isso pode ser usado de artifício para que o fundo, que poderia atrapalhar a atenção do retrato, seja eliminado pela superexposição. Costuma-se chamar essa imagem de silhueta de brilho, devido aos brilhos que se formam no entorno do rosto do retratado. Figura 8 Fonte: Getty Images Outra solução seria realizar a leitura de exposição da luz do ambiente, o que fará com que o fundo fique com a exposição correta e o retratado subexposto, ou seja, uma silhueta preta, dando somente o contorno do rosto dele. Figura 9 Fonte: Adaptado de Getty Images Uma forma de corrigir tal diferença de exposição pode ser realizada por dois meios: uso de rebatedores para reduzir o contraste entre sujeito e fundo ou uso de luz artificial de flash para equilibrar a exposição entre sujeito e fundo. O uso de rebatedores pode ser um grande auxílio para o fotógrafo iniciante em retratos, pois não requer grandes investimentos. Nos dias de hoje, os rebatedores mais comuns são os 5x1. Isso porque tem uma capa com quatro lados de cores di- ferentes: prata, dourado, branco e preto, além da tela difusora, que pode ser usada 14 15 para outros fins, como veremos a seguir, possibilitando múltiplas soluções de resul- tados para um retrato. Pesquise na Internet a palavra chave “rebatedor de luz 5x1” e as dimensões possíveis desse acessório e os formatos diversos. É um acessório de baixo custo e que vale muito a pena o fotógrafo possuir dentro de sua gama de equipamentos. Ex pl or Normalmente, o lado dourado é usado para gerar um aquecimento na imagem, para haver um contraste de bronzeado na pele do retratado, enquanto o prateado gera tons metálicos; o branco, um tom natural, e o preto para, ao contrário de rebater, bloquear a luz que o retratista pode não querer incidindo em alguma parte do rosto. Foi utilizado o rebatedor dourado na foto a seguir, com o intuito de tornar uma imagem mais quente, já que o retrato se encontra em um ambiente de praia, pro- curando, assim, aumentar a sensação de aquecimento. Figura 10 Fonte: Getty Images A tela difusora do rebatedor também pode servir para que o fotógrafo a utilize sobre o retratado, em um horário de luz dura. Ele provocará uma difusão da luz dura do sol (assim como uma nuvem), reduzindo os contrastes e promovendo uma luz suave. Essa técnica também é chamada de rebaixamento de luz, já que a exposi- ção de luz no retratado será mais baixa que a do ambiente, promovendo um fundo com mais luz que o retratado, ressaltando-o na imagem. A outra possibilidade é que o fotógrafo pode utilizar luz mista, ou seja, a luz do ambiente, provinda do Sol e mesclar com a luz do flash. Para isso, é imprescindível que o fotógrafo possua um fotômetro de mão, pois será necessário medir e equilibrar a potência do flash a uma exposição próxima à luz do Sol, para que não fique destoando a qualidade e a quantidade de luz entre as diferentes fontes. 15 UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos Figura 11 Fonte: Getty Images Além disso, pode ser necessário que o fotógrafo utilize, também, filtros de cor para aplicar no flash, para que não haja diferença entre as cores de luz. Imagine uma situação de nascer do Sol, na qual a cor da luz é extremamente ama- relada. Se o fotógrafo não utilizar um filtro de cor âmbar em seu flash, acabará pro- duzindo uma luz de cor branca, entrando em conflito com a cor da luz do ambiente. Book Fotográfico O book fotográfico é essencial no universo da moda. Todo(a) modelo que deseja ingressar nesse meio necessita de um book e um composite, que nada mais é que uma apresentação resumida do(a) modelo. Esse composite contém fotos, medidas e contato do(a) modelo e, na maioria das vezes, é impresso, em uma página simples, contendo 3 ou mais fotos, resumindo o perfil profissional ao qual a modelo se encaixa. Ainda assim, com o avanço das Tecnologias, todos os modelos também o pos- suem digital, para facilitar envios e comunicação com os clientes e agilidade dos processos nos Meios de Comunicação contemporâneos. A qualidade deste material deve ser muito boa, pois, afinal, é por meio dele que o(a) modelo consegue vender sua imagem. Uma das Agências mais famosas de modelos brasileiros é a Ford Models. Acesso o site a se- guir e analise como os fotógrafos que registraram taismodelos exploram diversos ângulos, procurando sempre evidenciar o que de melhor o modelo oferece. Além disso, veja que to- dos os dados do modelo e suas características físicas são informadas no intuito de facilitar a escolha da modelo de acordo com as necessidades que são requeridas para o trabalho: https://bit.ly/33WrgWc Ex pl or 16 17 Para o fotógrafo que deseja trabalhar incluir trabalhos de books para modelos, é crucial que tenha conhecimento sobre o Mercado da moda e de modelos, tendo estrutura adequada para atender as diferentes demandas do mercado. Se para o(a) modelo um bom book é essencial para que consiga trabalhos, o fotógrafo deve ter amplo conhecimento do Mercado para entender o perfil da modelo e direcionar as fotos, ângulos e situações das imagens, agregando valor às características principais da pessoa a ser retratada. Um primeiro passo para o profissional que deseja atender tais Mercados, é pesqui- sar informações em sites de Agências, ter contatos com bookers (profissionais respon- sáveis que cuidam das imagens e da negociação dos trabalhos das modelos) e analisar portfólios de profissionais renomados, especialistas da área para obter referências. Cabe ao fotógrafo analisar o perfil d(a) modelo, verificando o Mercado principal que deseja ser atingido. No primeiro composite, a modelo não se importa em trabalhar com imagens do corpo inteiro, procurando um Mercado de moda sensual, roupa íntima. No segundo composite, o modelo procura trabalhar com retratos mais fechados. Figura 12 Fonte: Adaptado de Getty Images Além da fotografia, existem outros profissionais de extrema importância para a execução de um book: maquiador profissional e produtor de moda. A maquiagem profissional é de suma importância, seja em uma sessão de fotos masculina, seja feminina. A maquiadora profissional Isabela Heringer, especialista em maquiagem para moda e com especialização em maquiagem à prova d’água para fotos subaquáticas indica que “normalmente, o book tem início com uma maquiagem mais leve, cha- mada também de corretiva, para valorizar a beleza natural da modelo. 17 UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos É muito mais rápido “adicionar maquiagem que remover”, promovendo eficácia à sessão fotográfica, sem longos períodos inertes devido à necessidade de longos trabalhos pela maquiadora. Normalmente, são evitados excessos como cílios postiços, lápis escuros e blush nas bochechas, para depois ser reforçada gradativamente do meio para o fim da sessão. Conheça mais do trabalho de maquiagem da profissional Isabela Heringer no link: https://bit.ly/33WrgWcE xp lo r A mesma questão se dá na produção dos cabelos, nos quais, no início, são priorizados o movimento natural para, posteriormente, avançar para penteados mais elaborados. Já o produtor de moda não é uma necessidade absoluta, como o maquiador, mas é sempre bem-vindo em qualquer sessão, pois esse profissional é responsável pela escolha de peças de vestuário e acessórios para compor o look da sessão, de acordo com o perfil do(a) modelo. Normalmente, os produtores de moda têm acordo com Lojas e Marcas de roupa e conseguem pegar por empréstimo tais vestuários, acrescentando muito valor ao book fotográfico. Durante a sessão também são responsáveis por ajustar o vestuá- rio no(a) modelo durante a sessão fotográfica, mas, muitas vezes, modelos preferem levar sua própria produção por serem peças que já lhe caem bem e tem a ver com a sua personalidade para as fotos. Vale lembrar, também, que o conceito de book fotográfico, nos dias de hoje, está bastante difundido em outras Áreas, levando em consideração somente o termo semiológico da palavra, ou seja, fotógrafos que finalizam um ensaio de qualquer outra área (como gestantes, newborn, pessoas comuns não ligadas à moda, mas que querem ter um material para uso pessoal, memória ou autoestima) em formato de livro fotográfico, também costumam chamar esse ensaio de book fotográfico. Mas vale lembrar que o conceito originário de book fotográfico está intrinsecamen- te ligado à moda e à publicidade, trabalhando com pessoas que desejam ingressar no mundo da moda ou para perfis para publicidade, sejam adultos, sejam crianças. Mercado de Books Books fotográficos podem ser segmentados para diferentes áreas, como, por exemplo, o publicitário ou fashion. Muitas vezes, essa indicação vem dada pelo booker, que está enviando a mode- lo. Mas, hoje em dia, muitas pessoas procuram o fotógrafo no intuito de criar seu próprio material e levá-lo até as agências das áreas em que desejam atuar. 18 19 Os books comerciais ou publicitários, geralmente, são realizados para pessoas que procuram trabalhos em Revistas, Catálogos, Comerciais de TV, atores de Tea- tro ou figurações em Filmes e Propagandas. Normalmente, as pessoas que procuram esse book não necessariamente estão dentro do mundo da moda, mas podem ser de qualquer idade, lembrando-se de que o mercado acima descrito aceita muitos tipos de perfil dependendo mais das necessidades que da beleza física do retratado. Como no exemplo a seguir, books comerciais têm um alcance enorme, pois as Agências de Publicidade, muitas vezes, solicitam pessoas das mais diversas idades, como crianças, idosos e pessoas de meia idade, sem padrões estéticos muito limi- tados, como no mundo da moda. Figura 13 Fonte: Adaptado de Getty Images Books da área Fashion são para modelos que pretendem trabalhar em Desfiles, Ensaios e Editoriais de Moda. Normalmente, para ingressar nessa área, é desejável experiência em retratos, pois, apesar de modelos profissionais terem experiência em serem dirigidos, as exigências são maiores. Mesmo assim, o fotógrafo iniciante pode procurar bookers para realizar books de “new faces”, que nada mais é que uma sessão de retratos para pessoas que estão ingressando no Mercado e ainda não possuem nenhum material, seja no mundo da moda, seja em comerciais/eventos. 19 UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos Figura 14 Fonte: Adaptado de Getty Images Books para Eventos normalmente têm pessoas que querem se promover para atuar em ações institucionais e eventos. Direção de Retratos Sem sombra de dúvidas, a direção de retratos é a grande chave de sucesso para uma ótima sessão de retratos, independente do Mercado que está sendo atendido. É na direção de fotografia de pessoas que mora a capacidade de o fotógrafo se consagrar e obter retratos que dialogam com a personalidade e fins de uso que o retratado busca nessa imagem. É também na direção que está o maior desafio para os fotógrafos iniciantes. Seja no retrato de pessoas comuns, seja com modelos, habituados ao ambiente do estúdio e a linguagem de poses que o fotógrafo pode utilizar, a direção é o grande diferencial que um fotógrafo com experiência no assunto pode possuir. Fotógrafos com experiência, normalmente, preferem entrevistar, quando possí- vel, a pessoa a ser retratada, principalmente, se não a conhecem. 20 21 Rostos humanos são assimétricos e, normalmente, existe um lado mais fotogê- nico em que o(a) modelo prefere ser fotografada. Conhecendo-o antes da sessão, essa conversa ajuda a estudar não só o comportamento, mas as expressões e o estilo da pessoa, ajudando a construir em sua mente e por meio de referências, a personalidade da pessoa. A revista Fotografe Melhor, na edição 272, trouxe uma matéria dialogando sobre retratos em que é possível analisar, a partir dos depoimentos de diferentes fotógrafos brasileiros contemporâneos, que a grande diferença nos retratos são direção e referências. Dentre esses fotógrafos, destacam-se: Nana Moraes, Priscila Prade e Walda Marques. Nana Moraes, fotógrafa carioca que atende Mercado Editorial, Publicitário e Cultural, diz: Minha concepção de direção vem da crença de que o bom retrato é aquele que expressa o outro. Meu processo de trabalho é sempre vertical. Costumo estudar, pesquisar ou me atualizar sempre com a preocupaçãode propor caminhos para revelar a personalidade de quem será foto- grafado. A direção começa nesse momento. (REVISTA FOTOGRAFE MELHOR, edição 272, p. 32) Além disso, comenta também a importância da formação cultural do profissio- nal, que deve ir além das referências visuais. Acesse o site de Nana Moraes e conheça mais o trabalho de retratos dela: https://bit.ly/2zdVAxEE xp lo r A fotógrafa Priscila Prade nasceu em Florianópolis e, aos 18 anos, morou na França, onde fez da fotografia sua profissão. Ela considera a direção uma etapa crucial, pois, por meio dela, consegue atingir os objetivos desejados, desenhando a estética completa da imagem. Ela cita que “Não adianta só ter a luz, o cenário, o modelo, sem ter o conceito, sem direcionar a execução ao resultado que quero atingir” (REVISTA FOTOGRAFE MELHOR, edição 272, p. 36). Com grandes referências na dramaturgia, esse contato com o mundo do Teatro e do Cinema trouxe elementos à sua estética, dominando a cenografia e a direção. Seu processo de trabalho se concentra na pré-produção e no clique, deixando o mínimo para corrigir na pós-produção. Com grandes atores e modelos no seu portfólio, como Dan Stulbach, Cauã Reymond e Thalytha Pugliese, seu trabalho pode ser acessado no site: https://bit.ly/2MyiKHH Ex pl or 21 UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos Walda Marques, fotógrafa paraense, trabalhou como maquiadora no estúdio do renomado fotógrafo Luiz Braga. Depois dessa experiência, imergiu na fotografia com parceria com o fotógrafo Octávio Cardoso, fundando o estúdio WO Fotografia. Luiz Braga é um fotógrafo diferenciado devido à sua produção visual contemporânea, unin- do trabalhos de retrato e paisagem de sua terra natal, Belém e proximidades. Confira mais do seu trabalho em: https://bit.ly/2NspaI7 Ex pl or Para ela, captar a maior quantidade possível de informações e referências da pessoa que vai ser retratada é fundamental para dirigi-la. Ela cita: Procuro deixar o cliente bem à vontade. Como faço no estúdio, maquia- gem e figurino, a relação fica mais próxima. Mas é fundamental e tento, de todas as maneiras, não me auto fotografar nos retratados. Costumo mostrar que o corpo pode ser seguido pela emoção que a luz transmite naquele instante. (REVISTA FOTOGRAFE MELHOR, edição 272, p. 40) Walda trabalha com muitos retratos autorais, atua de forma completamente par- ticipativa e assume todas as etapas do processo criativo. Analisando a estrutura da direção de fotografia, fica explícito que dirigir pessoas para foto é um trabalho totalmente ligado psicologia. Se analisarmos situação de uma sessão de retratos do ponto de vista do retrata- do, você seria levado a um local para fotos ou para um estúdio fotográfico. Uma equipe inteira está olhando para você e esperando que você faça a pose ou dê o sorriso certo. Para alguém que nunca foi fotografado, é uma situação de muita pressão e desconforto. É nesse momento que o fotógrafo deve tomar a atitude de trazer o conforto e a segurança para o retratado. Para os iniciantes, muitos truques para adquirir a segu- rança e desenvolver sua metodologia psicológica são possíveis. Alguns deles são: • Realize muitas práticas com colegas e pessoas conhecidas. Por ter essa proxi- midade, você pode desenvolver sua linguagem de direção. Expanda o convite para retratar os amigos de amigos, sobre os quais você tem menos informa- ções, e repita o convite a eles, até fotografar pessoas desconhecidas; • Pratique as poses consigo mesmo em frente de espelhos: olhar para si mesmo por meio de um grande espelho e se imaginar na pose que você gostaria que o retratado ficasse é de grande valia, pois é possível que você replique a pose que deseja durante uma sessão de fotos. Isso ajuda muito, pois ativar o sentido da visão do retratado pela linguagem corporal, faz perceber melhor a atitude que você deseja do que dialogando (principalmente, para pessoas sem costume de serem retratadas); 22 23 Figura 15 Fonte: Getty Images • Mostre referências visuais (impressas ou digitais) das poses que você pensa em retratar: uma imagem vale por mil palavras; • Observe seu retratado enquanto ele é maquiado/preparado para uma sessão em frente de um espelho: normalmente, enquanto a pessoa está à vontade, ela terá tendência a se observar pelo espelho, revelando o lado do rosto/ponto de vista que prefere; • Tenha um espelho para que a possas possa se olhar durante a sessão de retra- tos enquanto fotografa; • Analise fotos que a pessoa já tem e pergunte quais são as que mais gosta e as que não gosta. O retratado sempre saberá mais sobre si mesmo e poderá fornecer informações ou fazer com que você fique atento(a) a detalhes que não tenha percebido, os quais para ele são problemas que para você não seriam; • Caso uma pose solicitada não esteja funcionando, não desista logo de cara: peça para o retratado mudar completamente de posição, caminhar um pouco, voltar ao ponto da foto, e tentar novamente; • Converse com a pessoa sobre assuntos comuns, de interesse do retratado. Um diálogo com o retratado, como já visto nos depoimentos de todos os mais famosos retratistas, é fundamental para deixar a pessoa mais à vontade duran- te a sessão; • Peça para ser fotografado por colegas constantemente: estar na frente da câ- mera e não atrás dela fará você sempre relembrar muitos desses truques; 23 UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos • Evite ficar mostrando fotos ao retratado a cada clique feito. Isso faz quebrar o fluxo do ensaio. Mas mostre de períodos em períodos, que podem ser, inclusi- ve, de pausa para o retratado; • Evite tentar as melhores produções ou poses nas primeiras fotos. Normal- mente, depois de algum tempo fotografando, o(a) modelo costuma apresentar melhor resultado nas fotos; • Planeje! Para evitar longas sessões, que podem ser cansativas e desanimadoras para quem está posando, seja planejado. Faça todos os testes antes do clique. Use um substituto para realizar testes de luz, poses e afins. Resolver problemas durante uma sessão por falta de planejamento é muito penoso para a reputa- ção do fotógrafo. Muitos truques ainda poderiam ser citados, mas o que vale é fazer o uso das suas principais qualidades comunicativas, para estabelecer sempre boa comunicação e diálogo com o retratado. Outras possibilidades de diálogo para direção são bastante ligadas a problemas estéticos comuns, como: • Fotografe acima da altura da cabeça do retratado de forma que o force a olhar para cima. Isso fará com que os olhos ganhem profundidade e reduz “papos” de pessoas de meia idade e mais velhas; Figura 16 Fonte: Getty Images 24 25 • Evite fotografar pessoas calvas na posição acima citada. Dê preferência à câ- mera mais baixa e evite o uso de iluminação na cabeça; • Utilize banquetas e cubos perante os fundos infinitos: muitas pessoas se sen- tem desconfortáveis ao serem fotografadas pela primeira vez perante um fun- do infinito. Tenha lugares para elas se apoiarem ou sentarem nas primeiras fotos, para ganhar mais intimidade, e retire após já ter uma sessão encami- nhada, mas... Figura 17 Fonte: Adaptado de Getty Images • Tenha cuidado para evitar que a pessoa relaxe demais ao se sentar e arqueie as costas. Prefira bancos altos, pois obrigam a pessoa e se manter mais ereta, para se equilibrar. Mesmo com tantas dicas, somente a prática fará cada fotógrafo entender sua psicologia ao dirigir. Não significa que o fotógrafo deva, obrigatoriamente, ser ultracomunicativo para ser bem-sucedido (ainda que, ao analisar os maiores retratistas, seja possível perceber um traço marcante de capacidade de comunicação), mas o mais importante é você aprender a usar as características de sua personalidade com eficiência ao seu favor. Book Fotográfico na Prática Para esta Unidade, a videoaula foi uma realização de um book fotográfico, com toda as funções descritas: maquiagem, produção, análise de referências e, princi- palmente, capacidadede improvisação. Isso porque toda a sessão fotográfica foi planejada para uma data específica para realizarmos uma sessão fotográfica com uso da luz solar, conforme previa esta Unidade. Pela impossibilidade de se realizar em outra data, acabamos tendo um dia chu- voso no dia previsto para as fotos, sem possibilidade de reagendar, devido à gran- de quantidade de pessoas envolvidas e já organizadas para a data em questão. A solução foi ter criatividade em escolher um ambiente coberto e que utilizasse a luz ambiente disponível, com uso de rebatedores para preencher a modelo de luz, ou realizar a leitura da exposição de luz na modelo, fazendo o fundo superexpor. 25 UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos Essa capacidade de improvisação, mesmo que sob grande planejamento prévio, é uma característica de suma importância para os profissionais que estão começan- do e, que muitas vezes, podem não ter uma segunda oportunidade de reagendar um ensaio de alguém que se colocou à disposição em uma data específica. Lembrem-se de que planejamento é fundamental para qualquer área da fotogra- fia, e capacidade em lidar com situações adversas mais ainda. A seguir, algumas imagens da sessão fotográfica realizada na videoaula. Figura 18 – Sem uso de rebatedor Fonte: Acervo do Conteudista Figura 19 – Com uso de rebatedor Fonte: Acervo do Conteudista 26 27 Figura 20 Fonte: Acervo do Conteudista 27 UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Fotografia de Book e Retrato: Ensaios com Modelo, Dicas de Luz e Produção BRANCO, Sérgio. Fotografia de book e retrato: ensaios com modelo, dicas de luz e produção, guia de referências. São Paulo: Europa, 2017. Iluminação: Teoria e Prática RUSSO, Danilo. Iluminação: teoria e prática. Santa Catarina: iPhoto, 2016. Vídeos Como Dirigir suas Modelos https://youtu.be/SXSOMbttdN8 Leitura Retratos FOTOGRAFE MELHOR, ed. 272, maio 2019 – Artigo sobre retratos, p. 29-48. https://bit.ly/33NommG 28 29 Referências KUBOTA, K. Diários de iluminação. Camboriú: Photos, 2013. PEGRAM, B. Book: direção de modelos para fotógrafos. 4.ed. Balneário Camboriú: Photos, 2014. RUSSO, Danilo. Iluminação: teoria e prática. Santa Catarina: iPhoto, 2016. VALENZUELA, R. Poses Perfeitas. Camboriú: iPhoto, 2015. 29
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