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Fotografia de Retrato, 
Book e Newborn 
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
 Prof. Me. Mário Gustavo Coelho
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos
• Retratos em Externa com Luz Natural;
• Book Fotográfico;
• Direção de Retratos;
• Book Fotográfico Na Prática.
• Desenvolver a capacidade de análise e planejamento em locações externas;
• Praticar a produção de retratos com uso de luz natural;
• Desenvolver a capacidade de produção de books fotográfi cos;
• Aprimorar a direção de pessoas para retrato.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Book Fotográfi co e Luz
Natural para Retratos
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos
Retratos em Externa com Luz Natural
“Externa” é a expressão utilizada na fotografia profissional para se referir a ses-
sões fotográficas realizadas em ambientes fora do estúdio. Muitas vezes, para essa 
sessão, o fotógrafo pode utilizar somente a luz natural disponível ou ainda mesclar 
com a iluminação artificial de flashes ou refletores a bateria. 
Para isso, antes de entender de iluminação artificial, é de suma importância o 
fotógrafo possuir profundo conhecimento do comportamento da luz natural que, 
para nós, provém do Sol. 
Além disso, deve entender os recursos que estão disponíveis para manipular ou 
transformar a luz do sol, como rebatedores, difusores e bloqueadores, que podem, 
se usados com eficiência, dispensar até mesmo qualquer utilização de flashes para 
complementar a iluminação.
Trabalhar com a luz ambiente em externas é o caminho mais básico que todo 
fotógrafo retratista percorre em sua carreira, afinal, não requer altos investimentos 
para utilizar a luz do Sol, mas requer um fator determinante: planejamento.
Planejamento para realizar uma sessão externa é mais que fundamental; é obrigatório. 
Como um fotógrafo poderá escolher a locação para suas fotos sem ter ideia qual 
é a direção em que o Sol nasce ou se põe? Qual é a previsão do tempo para ter 
efetividade em sua proposta de iluminação? Além disso, a luz solar produz diferen-
tes qualidades de luz, mesmo em um dia completamente limpo, e por isso, muitas 
vezes fotógrafos subestimam produções externas pensando ser mais fácil e, muitas 
vezes, caindo numa grande armadilha.
Qualidade da Luz Natural
Durante um dia de luz solar direta, a mesma fonte de luz – o Sol – pode nos 
fornecer qualidades específicas, assim como cores de luzes características de cada 
período do dia.
Normalmente, o fotógrafo sempre tenta trabalhar com uma luz mais suave, pois 
como já é de conhecimento na fotografia, quanto maior a quantidade de tons pre-
sente em uma imagem, maior a sensação de volume, e luzes duras provocam som-
bras pesadas que aumentam os contrastes e diminuem os volumes. 
Pensando assim, podemos dizer que quando o sol está em uma posição menor 
do que 45 graus em relação ao horizonte, temos uma luz suave, lateral, que produz 
volume no retratado. 
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Essa situação ocorre duas vezes por dia: no nascer do sol, ao início do dia e no 
pôr do sol, ao final do dia. 
LUZ DURA
LUZ SUAVE LUZ SUAVE
Linha do horizonte
Terra
Figura 1
Quando esse ângulo começa a ser menor do que 45 graus, começamos a entrar 
em uma qualidade de luz dura. Para acertar esse ângulo, existe uma técnica muito 
simples para se analisar, baseando-se nas sombras projetadas. 
Uma pessoa que está sendo iluminada pela luz direta do Sol gera uma sombra. 
Por essa sombra, é possível o fotógrafo observar sua projeção e se essa sombra for 
maior que o retratado, significa que a qualidade da luz é boa, se utilizada a luz direta. 
Igual ou maior
que o assunto
= luz suave
Menor que o assunto
= luz dura
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Figura 2
A partir do momento em que essa sombra se torna igual ou menor que o retra-
tado, estamos entrando na qualidade de luz dura, e isso significa que utilizar a luz 
direta do sol, terminou.
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UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos
Além da qualidade da luz, é importante observar que também existe uma grande 
variação de cor da luz (dada em Kelvin), conforme a escala a seguir:
Figura 3
Fonte: Acervo do Conteudista
Baseado nessa escala, podemos analisar da seguinte maneira:
• Quando a luz está baixa, no primeiro terço do céu, desde o nascer até este 
ponto, temos uma luz bastante lateral, suave, e com predominância de tons 
quentes (amarelos). Isso porque a luz que atinge a atmosfera é menor, pois 
grande parte dos raios solares não alcança diretamente a Terra e se espalha 
pelo céu, convertendo-se em uma luz ampla e difusa;
• Quando a luz sobe acima deste terço, passando dos 45 graus, a dispersão pela 
atmosfera é menor, com uma quantidade maior de raios luminosos atingindo a 
Terra diretamente. Essa menor dispersão dos raios provoca uma cor mais equi-
librada, com menos tons quentes e de maior intensidade, gerando uma luz me-
nos suave, ou ainda, como costumeiramente chamamos, dura (ou condensada). 
Vale lembrar que ambas as análises acima realizadas levam em consideração um 
dia de céu limpo, sem nuvens ou névoa. 
Num dia de céu nublado, as nuvens agem como difusores (como os modificado-
res de luzes de flash, como hazy light que, em tradução livre, significa luz nublada) 
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fazendo com que a luz que passe por ela se esparrame em diversas direções, geran-
do uma luz muito suave e sem sombras. 
A cor da luz predominante em um dia de céu nublado tende muito ao azul (apro-
ximadamente 7000 a 8000 Kelvin) e o fotógrafo deve ter consciência disso para 
evitar distorção nas cores da cena, assim como em um nascer ou pôr do sol, onde 
a predominância é amarela.
Uma prática importante para o fotógrafo é observar essas zonas de sombras 
formadas em um dia claro, mas nublado. Praticamente, se observar a seguir de si, 
não verá quase formação de sombras devido à luz solar tomar diversas direções ao 
passar pela nuvem.
Figura 4
Fonte: Acervo do Conteudista
Sessões fotográficas ligadas a retrato, a book e à moda são realizadas, em geral, 
em horários de luz suave, ou seja, nos extremos do dia. Isso pois, na prática, no nos-
so Hemisfério, essa variação de horário se dá entre 6h30 a 9h30 e das 16h às 18h. 
Pensandonesse pequeno intervalo, o fotógrafo deve ter um planejamento incrí-
vel para obter grande desempenho da luz natural. 
Uma sessão de fotos de retratos para quaisquer fins significa que a equipe de 
foto, modelo (ou retratado), maquiagem e produção já devem estar de prontidão 
para a sessão, bem antes do Sol nascer, ou seja, 6h da manhã. 
Se pensarmos nesse encontro se dar às 8h, significaria pelo menos 1 hora entre 
maquiar, ajustar equipamentos, produzir o retratado, o que praticamente repre-
senta a perda do horário de luz suave que seria até as 9h30, tendo que trabalhar a 
sessão dentro do período de luz dura. 
Além disso, é importante o fotógrafo ter a capacidade de lidar com situações 
adversas como ter tudo agendado para uma data, planejando uma luz direta do Sol 
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UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos
e, nesse dia, ter uma condição climática predominantemente nublada, ou na pior 
das hipóteses, chuvosa. 
Ao profissional planejado, teria duas situações prováveis:
• Estar de acordo com toda a equipe de trabalho para a possibilidade de reagen-
damento da sessão (o que muitas vezes é difícil, devido ao multiplanejamento 
de agendas de vários profissionais envolvidos);
• Literalmente um plano B, com situações diversificadas para um ensaio sob 
essas condições, como aconteceu na videoaula desta Unidade, conforme vere-
mos mais à frente.
Ainda assim, há algumas situações que exigirão somente o plano A, como, por 
exemplo, uma sessão de fotos na praia de uma marca de roupas de banho, pois se-
ria esteticamente inaceitável uma sessão para vender produtos ligados ao Sol com 
dias nublados ou chuva. 
Sim! É possível trabalhar, também, ensaios com a luz dura, acima dos 45 graus desejados. 
Normalmente, os fotógrafos que utilizam essa característica de luz têm predominância em 
tratar suas fotos em preto e branco, pois as grandes sombras duras formadas podem ser 
evidenciadas na foto P&B com melhor estética que na cor. 
Além disso também é possível utilizar acessórios – como difusores – para suavizar a luz, 
como será visto mais a seguir.
Figura 5
Fonte: Getty Images
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Retrato na Sombra
Uma outra opção de utilizar a luz direta do sol fora do horário de luz suave é apro-
veitar a incidência de luz em zonas de sombra. Nessa situação, o retratado fica ilumi-
nado somente pela reflexão da luz solar na zona de sombra, gerando uma luz bastante 
homogênea, mas, que ao mesmo tempo, pode não gerar tanto volume na imagem. 
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Figura 6 – Iluminação por meio de luz solar na sombra
Fonte: Getty Images
A maior característica dessa imagem é que, se o fundo também estiver na mes-
ma exposição de sombra, não haverá muito contraste entre o retratado e o fundo, 
como na imagem acima.
Retrato no Contraluz
O contraluz pode ser uma ótima situação para retratos, mas de grande dificulda-
de para realizar a correta medição para obter uma foto bem exposta. Isso porque, 
no contraluz, o rosto da pessoa tem quantidade muito menor de luz do que a cena, 
obrigando o fotógrafo a fazer uma escolha de estética na imagem.
Caso ele opte por realizar a leitura de luz no rosto do retratado, por haver enor-
me diferença de luz entre essa área e o fundo, será obtida uma superexposição no 
segundo plano, podendo gerar perda de contraste na imagem ou até mesmo surgi-
mento de aberrações cromáticas, como o flare.
Figura 7
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos
De qualquer forma, nessa situação, ele obterá as informações necessárias para 
expor a quantidade correta, revelando o rosto do retratado. Mas por outro lado, a 
cor presente no céu será completamente superexposta, tornando-se um céu branco. 
Isso pode ser usado de artifício para que o fundo, que poderia atrapalhar a 
atenção do retrato, seja eliminado pela superexposição. Costuma-se chamar essa 
imagem de silhueta de brilho, devido aos brilhos que se formam no entorno do 
rosto do retratado.
Figura 8
Fonte: Getty Images
Outra solução seria realizar a leitura de exposição da luz do ambiente, o que fará 
com que o fundo fique com a exposição correta e o retratado subexposto, ou seja, 
uma silhueta preta, dando somente o contorno do rosto dele.
Figura 9
Fonte: Adaptado de Getty Images
Uma forma de corrigir tal diferença de exposição pode ser realizada por dois 
meios: uso de rebatedores para reduzir o contraste entre sujeito e fundo ou uso de 
luz artificial de flash para equilibrar a exposição entre sujeito e fundo.
O uso de rebatedores pode ser um grande auxílio para o fotógrafo iniciante em 
retratos, pois não requer grandes investimentos. Nos dias de hoje, os rebatedores 
mais comuns são os 5x1. Isso porque tem uma capa com quatro lados de cores di-
ferentes: prata, dourado, branco e preto, além da tela difusora, que pode ser usada 
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para outros fins, como veremos a seguir, possibilitando múltiplas soluções de resul-
tados para um retrato.
Pesquise na Internet a palavra chave “rebatedor de luz 5x1” e as dimensões possíveis desse 
acessório e os formatos diversos. É um acessório de baixo custo e que vale muito a pena o 
fotógrafo possuir dentro de sua gama de equipamentos.
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Normalmente, o lado dourado é usado para gerar um aquecimento na imagem, 
para haver um contraste de bronzeado na pele do retratado, enquanto o prateado 
gera tons metálicos; o branco, um tom natural, e o preto para, ao contrário de 
rebater, bloquear a luz que o retratista pode não querer incidindo em alguma parte 
do rosto. 
Foi utilizado o rebatedor dourado na foto a seguir, com o intuito de tornar uma 
imagem mais quente, já que o retrato se encontra em um ambiente de praia, pro-
curando, assim, aumentar a sensação de aquecimento.
Figura 10
Fonte: Getty Images
A tela difusora do rebatedor também pode servir para que o fotógrafo a utilize 
sobre o retratado, em um horário de luz dura. Ele provocará uma difusão da luz 
dura do sol (assim como uma nuvem), reduzindo os contrastes e promovendo uma 
luz suave. Essa técnica também é chamada de rebaixamento de luz, já que a exposi-
ção de luz no retratado será mais baixa que a do ambiente, promovendo um fundo 
com mais luz que o retratado, ressaltando-o na imagem.
A outra possibilidade é que o fotógrafo pode utilizar luz mista, ou seja, a luz do 
ambiente, provinda do Sol e mesclar com a luz do flash. 
Para isso, é imprescindível que o fotógrafo possua um fotômetro de mão, pois 
será necessário medir e equilibrar a potência do flash a uma exposição próxima à 
luz do Sol, para que não fique destoando a qualidade e a quantidade de luz entre 
as diferentes fontes. 
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UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos
Figura 11
Fonte: Getty Images
Além disso, pode ser necessário que o fotógrafo utilize, também, filtros de cor 
para aplicar no flash, para que não haja diferença entre as cores de luz. 
Imagine uma situação de nascer do Sol, na qual a cor da luz é extremamente ama-
relada. Se o fotógrafo não utilizar um filtro de cor âmbar em seu flash, acabará pro-
duzindo uma luz de cor branca, entrando em conflito com a cor da luz do ambiente.
Book Fotográfico 
O book fotográfico é essencial no universo da moda. Todo(a) modelo que deseja 
ingressar nesse meio necessita de um book e um composite, que nada mais é que 
uma apresentação resumida do(a) modelo. 
Esse composite contém fotos, medidas e contato do(a) modelo e, na maioria das 
vezes, é impresso, em uma página simples, contendo 3 ou mais fotos, resumindo o 
perfil profissional ao qual a modelo se encaixa. 
Ainda assim, com o avanço das Tecnologias, todos os modelos também o pos-
suem digital, para facilitar envios e comunicação com os clientes e agilidade dos 
processos nos Meios de Comunicação contemporâneos. 
A qualidade deste material deve ser muito boa, pois, afinal, é por meio dele que 
o(a) modelo consegue vender sua imagem.
Uma das Agências mais famosas de modelos brasileiros é a Ford Models. Acesso o site a se-
guir e analise como os fotógrafos que registraram taismodelos exploram diversos ângulos, 
procurando sempre evidenciar o que de melhor o modelo oferece. Além disso, veja que to-
dos os dados do modelo e suas características físicas são informadas no intuito de facilitar 
a escolha da modelo de acordo com as necessidades que são requeridas para o trabalho: 
https://bit.ly/33WrgWc
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Para o fotógrafo que deseja trabalhar incluir trabalhos de books para modelos, 
é crucial que tenha conhecimento sobre o Mercado da moda e de modelos, tendo 
estrutura adequada para atender as diferentes demandas do mercado.
Se para o(a) modelo um bom book é essencial para que consiga trabalhos, 
o fotógrafo deve ter amplo conhecimento do Mercado para entender o perfil da 
modelo e direcionar as fotos, ângulos e situações das imagens, agregando valor às 
características principais da pessoa a ser retratada. 
Um primeiro passo para o profissional que deseja atender tais Mercados, é pesqui-
sar informações em sites de Agências, ter contatos com bookers (profissionais respon-
sáveis que cuidam das imagens e da negociação dos trabalhos das modelos) e analisar 
portfólios de profissionais renomados, especialistas da área para obter referências.
Cabe ao fotógrafo analisar o perfil d(a) modelo, verificando o Mercado principal 
que deseja ser atingido. 
No primeiro composite, a modelo não se importa em trabalhar com imagens do 
corpo inteiro, procurando um Mercado de moda sensual, roupa íntima. 
No segundo composite, o modelo procura trabalhar com retratos mais fechados.
Figura 12
Fonte: Adaptado de Getty Images
Além da fotografia, existem outros profissionais de extrema importância para a 
execução de um book: maquiador profissional e produtor de moda.
A maquiagem profissional é de suma importância, seja em uma sessão de fotos 
masculina, seja feminina. 
A maquiadora profissional Isabela Heringer, especialista em maquiagem para 
moda e com especialização em maquiagem à prova d’água para fotos subaquáticas 
indica que “normalmente, o book tem início com uma maquiagem mais leve, cha-
mada também de corretiva, para valorizar a beleza natural da modelo.
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UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos
É muito mais rápido “adicionar maquiagem que remover”, promovendo eficácia 
à sessão fotográfica, sem longos períodos inertes devido à necessidade de longos 
trabalhos pela maquiadora. 
Normalmente, são evitados excessos como cílios postiços, lápis escuros e blush nas 
bochechas, para depois ser reforçada gradativamente do meio para o fim da sessão. 
Conheça mais do trabalho de maquiagem da profissional Isabela Heringer no link:
https://bit.ly/33WrgWcE
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A mesma questão se dá na produção dos cabelos, nos quais, no início, são 
priorizados o movimento natural para, posteriormente, avançar para penteados 
mais elaborados.
Já o produtor de moda não é uma necessidade absoluta, como o maquiador, 
mas é sempre bem-vindo em qualquer sessão, pois esse profissional é responsável 
pela escolha de peças de vestuário e acessórios para compor o look da sessão, de 
acordo com o perfil do(a) modelo.
Normalmente, os produtores de moda têm acordo com Lojas e Marcas de roupa 
e conseguem pegar por empréstimo tais vestuários, acrescentando muito valor ao 
book fotográfico. Durante a sessão também são responsáveis por ajustar o vestuá-
rio no(a) modelo durante a sessão fotográfica, mas, muitas vezes, modelos preferem 
levar sua própria produção por serem peças que já lhe caem bem e tem a ver com 
a sua personalidade para as fotos. 
Vale lembrar, também, que o conceito de book fotográfico, nos dias de hoje, está 
bastante difundido em outras Áreas, levando em consideração somente o termo 
semiológico da palavra, ou seja, fotógrafos que finalizam um ensaio de qualquer 
outra área (como gestantes, newborn, pessoas comuns não ligadas à moda, mas 
que querem ter um material para uso pessoal, memória ou autoestima) em formato 
de livro fotográfico, também costumam chamar esse ensaio de book fotográfico. 
Mas vale lembrar que o conceito originário de book fotográfico está intrinsecamen-
te ligado à moda e à publicidade, trabalhando com pessoas que desejam ingressar 
no mundo da moda ou para perfis para publicidade, sejam adultos, sejam crianças.
Mercado de Books
Books fotográficos podem ser segmentados para diferentes áreas, como, por 
exemplo, o publicitário ou fashion. 
Muitas vezes, essa indicação vem dada pelo booker, que está enviando a mode-
lo. Mas, hoje em dia, muitas pessoas procuram o fotógrafo no intuito de criar seu 
próprio material e levá-lo até as agências das áreas em que desejam atuar. 
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Os books comerciais ou publicitários, geralmente, são realizados para pessoas 
que procuram trabalhos em Revistas, Catálogos, Comerciais de TV, atores de Tea-
tro ou figurações em Filmes e Propagandas. 
Normalmente, as pessoas que procuram esse book não necessariamente estão 
dentro do mundo da moda, mas podem ser de qualquer idade, lembrando-se de 
que o mercado acima descrito aceita muitos tipos de perfil dependendo mais das 
necessidades que da beleza física do retratado. 
Como no exemplo a seguir, books comerciais têm um alcance enorme, pois as 
Agências de Publicidade, muitas vezes, solicitam pessoas das mais diversas idades, 
como crianças, idosos e pessoas de meia idade, sem padrões estéticos muito limi-
tados, como no mundo da moda.
Figura 13
Fonte: Adaptado de Getty Images
Books da área Fashion são para modelos que pretendem trabalhar em Desfiles, 
Ensaios e Editoriais de Moda. Normalmente, para ingressar nessa área, é desejável 
experiência em retratos, pois, apesar de modelos profissionais terem experiência 
em serem dirigidos, as exigências são maiores. 
Mesmo assim, o fotógrafo iniciante pode procurar bookers para realizar books 
de “new faces”, que nada mais é que uma sessão de retratos para pessoas que estão 
ingressando no Mercado e ainda não possuem nenhum material, seja no mundo da 
moda, seja em comerciais/eventos. 
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UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos
Figura 14
Fonte: Adaptado de Getty Images
Books para Eventos normalmente têm pessoas que querem se promover para 
atuar em ações institucionais e eventos. 
Direção de Retratos
Sem sombra de dúvidas, a direção de retratos é a grande chave de sucesso para 
uma ótima sessão de retratos, independente do Mercado que está sendo atendido. 
É na direção de fotografia de pessoas que mora a capacidade de o fotógrafo se 
consagrar e obter retratos que dialogam com a personalidade e fins de uso que o 
retratado busca nessa imagem. 
É também na direção que está o maior desafio para os fotógrafos iniciantes. 
Seja no retrato de pessoas comuns, seja com modelos, habituados ao ambiente do 
estúdio e a linguagem de poses que o fotógrafo pode utilizar, a direção é o grande 
diferencial que um fotógrafo com experiência no assunto pode possuir.
Fotógrafos com experiência, normalmente, preferem entrevistar, quando possí-
vel, a pessoa a ser retratada, principalmente, se não a conhecem. 
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Rostos humanos são assimétricos e, normalmente, existe um lado mais fotogê-
nico em que o(a) modelo prefere ser fotografada. Conhecendo-o antes da sessão, 
essa conversa ajuda a estudar não só o comportamento, mas as expressões e o 
estilo da pessoa, ajudando a construir em sua mente e por meio de referências, a 
personalidade da pessoa.
A revista Fotografe Melhor, na edição 272, trouxe uma matéria dialogando 
sobre retratos em que é possível analisar, a partir dos depoimentos de diferentes 
fotógrafos brasileiros contemporâneos, que a grande diferença nos retratos são 
direção e referências. Dentre esses fotógrafos, destacam-se: Nana Moraes, Priscila 
Prade e Walda Marques. 
Nana Moraes, fotógrafa carioca que atende Mercado Editorial, Publicitário e 
Cultural, diz:
Minha concepção de direção vem da crença de que o bom retrato é 
aquele que expressa o outro. Meu processo de trabalho é sempre vertical. 
Costumo estudar, pesquisar ou me atualizar sempre com a preocupaçãode propor caminhos para revelar a personalidade de quem será foto-
grafado. A direção começa nesse momento. (REVISTA FOTOGRAFE 
MELHOR, edição 272, p. 32)
Além disso, comenta também a importância da formação cultural do profissio-
nal, que deve ir além das referências visuais.
Acesse o site de Nana Moraes e conheça mais o trabalho de retratos dela:
https://bit.ly/2zdVAxEE
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A fotógrafa Priscila Prade nasceu em Florianópolis e, aos 18 anos, morou na 
França, onde fez da fotografia sua profissão. Ela considera a direção uma etapa 
crucial, pois, por meio dela, consegue atingir os objetivos desejados, desenhando 
a estética completa da imagem. Ela cita que “Não adianta só ter a luz, o cenário, 
o modelo, sem ter o conceito, sem direcionar a execução ao resultado que quero 
atingir” (REVISTA FOTOGRAFE MELHOR, edição 272, p. 36).
Com grandes referências na dramaturgia, esse contato com o mundo do Teatro 
e do Cinema trouxe elementos à sua estética, dominando a cenografia e a direção. 
Seu processo de trabalho se concentra na pré-produção e no clique, deixando o 
mínimo para corrigir na pós-produção.
Com grandes atores e modelos no seu portfólio, como Dan Stulbach, Cauã Reymond e 
Thalytha Pugliese, seu trabalho pode ser acessado no site: 
https://bit.ly/2MyiKHH
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UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos
Walda Marques, fotógrafa paraense, trabalhou como maquiadora no estúdio do 
renomado fotógrafo Luiz Braga. Depois dessa experiência, imergiu na fotografia 
com parceria com o fotógrafo Octávio Cardoso, fundando o estúdio WO Fotografia. 
Luiz Braga é um fotógrafo diferenciado devido à sua produção visual contemporânea, unin-
do trabalhos de retrato e paisagem de sua terra natal, Belém e proximidades. Confira mais 
do seu trabalho em: https://bit.ly/2NspaI7
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Para ela, captar a maior quantidade possível de informações e referências da 
pessoa que vai ser retratada é fundamental para dirigi-la. 
Ela cita: 
Procuro deixar o cliente bem à vontade. Como faço no estúdio, maquia-
gem e figurino, a relação fica mais próxima. Mas é fundamental e tento, 
de todas as maneiras, não me auto fotografar nos retratados. Costumo 
mostrar que o corpo pode ser seguido pela emoção que a luz transmite 
naquele instante. (REVISTA FOTOGRAFE MELHOR, edição 272, p. 40)
Walda trabalha com muitos retratos autorais, atua de forma completamente par-
ticipativa e assume todas as etapas do processo criativo.
Analisando a estrutura da direção de fotografia, fica explícito que dirigir pessoas 
para foto é um trabalho totalmente ligado psicologia. 
Se analisarmos situação de uma sessão de retratos do ponto de vista do retrata-
do, você seria levado a um local para fotos ou para um estúdio fotográfico. 
Uma equipe inteira está olhando para você e esperando que você faça a pose 
ou dê o sorriso certo. Para alguém que nunca foi fotografado, é uma situação de 
muita pressão e desconforto.
É nesse momento que o fotógrafo deve tomar a atitude de trazer o conforto e a 
segurança para o retratado. Para os iniciantes, muitos truques para adquirir a segu-
rança e desenvolver sua metodologia psicológica são possíveis.
Alguns deles são:
• Realize muitas práticas com colegas e pessoas conhecidas. Por ter essa proxi-
midade, você pode desenvolver sua linguagem de direção. Expanda o convite 
para retratar os amigos de amigos, sobre os quais você tem menos informa-
ções, e repita o convite a eles, até fotografar pessoas desconhecidas;
• Pratique as poses consigo mesmo em frente de espelhos: olhar para si mesmo 
por meio de um grande espelho e se imaginar na pose que você gostaria que o 
retratado ficasse é de grande valia, pois é possível que você replique a pose que 
deseja durante uma sessão de fotos. Isso ajuda muito, pois ativar o sentido da 
visão do retratado pela linguagem corporal, faz perceber melhor a atitude que 
você deseja do que dialogando (principalmente, para pessoas sem costume de 
serem retratadas);
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Figura 15
Fonte: Getty Images
• Mostre referências visuais (impressas ou digitais) das poses que você pensa em 
retratar: uma imagem vale por mil palavras;
• Observe seu retratado enquanto ele é maquiado/preparado para uma sessão 
em frente de um espelho: normalmente, enquanto a pessoa está à vontade, ela 
terá tendência a se observar pelo espelho, revelando o lado do rosto/ponto de 
vista que prefere;
• Tenha um espelho para que a possas possa se olhar durante a sessão de retra-
tos enquanto fotografa;
• Analise fotos que a pessoa já tem e pergunte quais são as que mais gosta e 
as que não gosta. O retratado sempre saberá mais sobre si mesmo e poderá 
fornecer informações ou fazer com que você fique atento(a) a detalhes que não 
tenha percebido, os quais para ele são problemas que para você não seriam;
• Caso uma pose solicitada não esteja funcionando, não desista logo de cara: 
peça para o retratado mudar completamente de posição, caminhar um pouco, 
voltar ao ponto da foto, e tentar novamente;
• Converse com a pessoa sobre assuntos comuns, de interesse do retratado.
Um diálogo com o retratado, como já visto nos depoimentos de todos os mais 
famosos retratistas, é fundamental para deixar a pessoa mais à vontade duran-
te a sessão;
• Peça para ser fotografado por colegas constantemente: estar na frente da câ-
mera e não atrás dela fará você sempre relembrar muitos desses truques;
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UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos
• Evite ficar mostrando fotos ao retratado a cada clique feito. Isso faz quebrar o 
fluxo do ensaio. Mas mostre de períodos em períodos, que podem ser, inclusi-
ve, de pausa para o retratado;
• Evite tentar as melhores produções ou poses nas primeiras fotos. Normal-
mente, depois de algum tempo fotografando, o(a) modelo costuma apresentar 
melhor resultado nas fotos;
• Planeje! Para evitar longas sessões, que podem ser cansativas e desanimadoras 
para quem está posando, seja planejado. Faça todos os testes antes do clique. 
Use um substituto para realizar testes de luz, poses e afins. Resolver problemas 
durante uma sessão por falta de planejamento é muito penoso para a reputa-
ção do fotógrafo.
Muitos truques ainda poderiam ser citados, mas o que vale é fazer o uso das suas 
principais qualidades comunicativas, para estabelecer sempre boa comunicação e 
diálogo com o retratado.
Outras possibilidades de diálogo para direção são bastante ligadas a problemas 
estéticos comuns, como:
• Fotografe acima da altura da cabeça do retratado de forma que o force a olhar 
para cima. Isso fará com que os olhos ganhem profundidade e reduz “papos” 
de pessoas de meia idade e mais velhas;
Figura 16
Fonte: Getty Images
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• Evite fotografar pessoas calvas na posição acima citada. Dê preferência à câ-
mera mais baixa e evite o uso de iluminação na cabeça;
• Utilize banquetas e cubos perante os fundos infinitos: muitas pessoas se sen-
tem desconfortáveis ao serem fotografadas pela primeira vez perante um fun-
do infinito. Tenha lugares para elas se apoiarem ou sentarem nas primeiras 
fotos, para ganhar mais intimidade, e retire após já ter uma sessão encami-
nhada, mas... 
Figura 17
Fonte: Adaptado de Getty Images
• Tenha cuidado para evitar que a pessoa relaxe demais ao se sentar e arqueie 
as costas. Prefira bancos altos, pois obrigam a pessoa e se manter mais ereta, 
para se equilibrar.
Mesmo com tantas dicas, somente a prática fará cada fotógrafo entender sua 
psicologia ao dirigir. 
Não significa que o fotógrafo deva, obrigatoriamente, ser ultracomunicativo para 
ser bem-sucedido (ainda que, ao analisar os maiores retratistas, seja possível perceber 
um traço marcante de capacidade de comunicação), mas o mais importante é você 
aprender a usar as características de sua personalidade com eficiência ao seu favor. 
Book Fotográfico na Prática
Para esta Unidade, a videoaula foi uma realização de um book fotográfico, com 
toda as funções descritas: maquiagem, produção, análise de referências e, princi-
palmente, capacidadede improvisação. Isso porque toda a sessão fotográfica foi 
planejada para uma data específica para realizarmos uma sessão fotográfica com 
uso da luz solar, conforme previa esta Unidade.
Pela impossibilidade de se realizar em outra data, acabamos tendo um dia chu-
voso no dia previsto para as fotos, sem possibilidade de reagendar, devido à gran-
de quantidade de pessoas envolvidas e já organizadas para a data em questão.
A solução foi ter criatividade em escolher um ambiente coberto e que utilizasse a 
luz ambiente disponível, com uso de rebatedores para preencher a modelo de luz, 
ou realizar a leitura da exposição de luz na modelo, fazendo o fundo superexpor. 
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UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos
Essa capacidade de improvisação, mesmo que sob grande planejamento prévio, 
é uma característica de suma importância para os profissionais que estão começan-
do e, que muitas vezes, podem não ter uma segunda oportunidade de reagendar 
um ensaio de alguém que se colocou à disposição em uma data específica. 
Lembrem-se de que planejamento é fundamental para qualquer área da fotogra-
fia, e capacidade em lidar com situações adversas mais ainda. 
A seguir, algumas imagens da sessão fotográfica realizada na videoaula.
Figura 18 – Sem uso de rebatedor
Fonte: Acervo do Conteudista
Figura 19 – Com uso de rebatedor
Fonte: Acervo do Conteudista
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Figura 20
Fonte: Acervo do Conteudista
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UNIDADE Book Fotográfico e Luz Natural para Retratos
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Fotografia de Book e Retrato: Ensaios com Modelo, Dicas de Luz e Produção
BRANCO, Sérgio. Fotografia de book e retrato: ensaios com modelo, dicas de luz e 
produção, guia de referências. São Paulo: Europa, 2017.
Iluminação: Teoria e Prática
RUSSO, Danilo. Iluminação: teoria e prática. Santa Catarina: iPhoto, 2016.
 Vídeos
Como Dirigir suas Modelos
https://youtu.be/SXSOMbttdN8
 Leitura
Retratos
FOTOGRAFE MELHOR, ed. 272, maio 2019 – Artigo sobre retratos, p. 29-48.
https://bit.ly/33NommG
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Referências
KUBOTA, K. Diários de iluminação. Camboriú: Photos, 2013. 
PEGRAM, B. Book: direção de modelos para fotógrafos. 4.ed. Balneário Camboriú: 
Photos, 2014.
RUSSO, Danilo. Iluminação: teoria e prática. Santa Catarina: iPhoto, 2016.
VALENZUELA, R. Poses Perfeitas. Camboriú: iPhoto, 2015.
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