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I Introdução a Drenagem Urbana - Microdrenagem II Sumário 1. Sistemas de drenagem de águas pluviais urbanas ............................. 01 1.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 01 1.2 PLANEJAMENTO DOS SISTEMAS DE DRENAGEM .......................................... 01 1.3 PARTES CONSTITUTIVAS DOS SISTEMAS DE DRENAGEM ........................... 02 1.3.1 Sarjetas ......................................................................................................... 02 1.3.2 Bocas-de-lobo ............................................................................................... 02 1.3.3 Poços de visita .............................................................................................. 02 1.3.4 Redes coletoras ............................................................................................ 03 1.3.5 Dissipadores de energia ............................................................................... 03 1.3.6 Galerias Pluviais ........................................................................................... 03 2. METODOLOGIA DE CÁLCULO .............................................................. 04 2.1 MÉTODO RACIONAL ............................................................................................ 04 2.1.1 Vazões .......................................................................................................... 04 2.1.2 Chuvas Intensas – Determinação de I .......................................................... 06 2.1.3 Áreas de Contribuição ................................................................................... 08 2.2 DIMENSIONAMENTO DOS COMPONENTES DO SISTEMA ............................... 08 2.2.1 Sarjetas ......................................................................................................... 08 2.2.2 Bocas-de-lobo ............................................................................................... 10 2.2.3 Poços de visita .............................................................................................. 12 2.2.4 Redes coletoras ............................................................................................ 12 2.2.5 Dissipadores de energia ............................................................................... 13 2.3 PLANILHAS DE DIMENSIONAMENTO ................................................................ 13 3. BIBLIOGRAFIA........................................................................................ 15 4. ANEXOS .................................................................................................. 16 2 1. Sistemas de Drenagem de Água pluviais urbanas Os sistemas de drenagem pluvial estão inseridos no conjunto de ações denominadas de saneamento básico. Esses sistemas compreendem a captação, afastamento e disposição final das águas provenientes das chuvas incidentes sobre uma determinada área de estudo. Um sistema de drenagem pluvial adequadamente projetado deverá captar as águas pluviais incidentes sobre a área a ser drenada, afastar e dispor essas águas após dissipação de energia, de forma a não erodir o solo nos pontos de lançamento. 1.1. Introdução A implantação dos sistemas de drenagem produz, como conseqüências diretas e imediatas, a melhoria das condições de conforto da população beneficiada, principalmente de pedestres; melhoria das condições de tráfego de veículos durante as chuvas; redução dos custos de implantação e conservação dos pavimentos das vias públicas; propicia a solução viária, o rebaixamento do lençol freático e o saneamento de fundos de vale, e cria condições, nos fundos de vale, para a implantação de sistemas de intercepção dos esgotos sanitários produzidos nas áreas de montante urbanizadas. 1.2. Planejamento dos sistemas de drenagem Os sistemas de drenagem pluvial se inserem no rol de responsabilidades constitucionais das prefeituras municipais, a quem compete implantar e operar esses sistemas. Em novos parcelamentos urbanos, usualmente os sistemas são implantados pelos empreendedores e os projetos e obras devem atender a normas estabelecidas pelas próprias prefeituras. É bastante freqüente as prefeituras das cidades de menor porte não disporem de normatização específica para os sistemas de drenagem pluvial. Nestes casos, os projetistas deverão adotar a metodologia que considerarem mas adequada para cada situação e justificar os parâmetros de cálculo adotados. Os custos de implantação dos sistemas de drenagem pluvial são bastante elevados. Assim sendo, compete aos projetistas reduzir os comprimentos de redes e demais componentes dos sistemas ao mínimo tecnicamente compatível com cada situação específica, como forma de minimizar os custos desses sistemas. Nas cidades de maior porte, as prefeituras estão melhor equipadas tecnicamente para tratar das questões urbanas sob sua responsabilidade. Muitas dessas prefeituras dispõem de Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano, documento de planejamento definido na Constituição de 1988 como obrigatório para cidades com mais de 20.000 habitantes. Compete ao projetista se informar sobre a existência de Plano Diretor e 3 outras normas específicas da Prefeitura da cidade onde o parcelamento ou área de projeto está inserido e elaborar o projeto em conformidade com esses dispositivos normativos. Tem sido cada vez mais adotada pelos projetistas a postura de considerar os fundos de vale como áreas de preservação ou non aedificandi. Este conceito é relevante e adequado, na medida em que a preservação e proteção de fundos de vale ainda não ocupados reduz significativamente os elevados custos de implantação de canais pluviais de maior porte, além de assegurar a existência de parques e áreas de lazer para a população beneficiada. 1.3. Partes constituintes dos sistemas 1.3.1 Sarjetas As águas incidentes sobre os lotes escoam para os pontos mais baixos dos respectivos terrenos, devendo ser então tubuladas até os meio-fios mais próximos, desaguando nas sarjetas. As águas que caem sobre os passeios e as vias públicas escoam diretamente para as mesmas sarjetas. 1.3.2 Bocas-de-lobo As águas escoadas pelas sarjetas, são captadas por bocas-de-lobo. As bocas-de- lobo são constituídas de um sistema de captação da água composto por uma grelha e uma cantoneira (ou guia). A grelha é assentada sobre uma caixa, que receberá as águas captadas pela grelha. A caixa receberá ainda as águas captadas pela cantoneira. O fundo da caixa é dotado de um tubulação 300 ou 400mm de diâmetro e 2% de declividade, que conduzirá as águas captadas aos poços de visita. No Item 5 são apresentadas as principais características geométricas das bocas-de-lobo. 1.3.3 Poços de Visita Os poços de visita são, portanto, caixas destinadas a receber as águas pluviais captadas pelas bocas-de-lobo. Deverão ser construídos poços de visita sempre que houver uma ou mais bocas-de- lobo posicionadas no meio-fio, e em pontos notáveis tais como mudança de direção, encontro de duas ou mais redes, mudança de diâmetro, mudança de declividade, ou o comprimento do trecho for maior que 90m (ou o comprimento estabelecido pela Prefeitura). 4 Em situações especiais, ficando caracterizado que o trecho não estará sujeito a trabalhos freqüentes de manutenção, o poço de visita poderá ser substituído por uma caixa de passagem, que é, em síntese, um poço de visita sem tampão de acesso. Os padrões estabelecidos para esses dispositivos são apresentados no item 5.1.3.4 Redes Coletoras As águas recebidas pelos poços de visita são afastadas tubuladas através das redes coletoras até os pontos finais de lançamento. As tubulações são em concreto, tipo macho e fêmea ou ponta e bolsa (melhor), e possuem diâmetros oscilando de 500 a 1.500mm, conforme padrões apresentados no item 5. 1.3.5 Dissipadores de Energia Nas extremidades de jusante das redes coletoras, as águas pluviais são finalmente dispostas, usualmente em um curso d’água ou em um talvegue seco. Nesses pontos de lançamento, são implantados descidas d’água e dissipadores de energia. As descidas d’água visam dissipar parte da energia hidráulica do fluxo pluvial e propiciar um lançamento final com o menor impacto hidráulico possível. Os dissipadores de energia, como o nome indica, visam reduzir a energia hidráulica do fluxo pluvial para posterior lançamento, evitando erosões nesses pontos de lançamento, que poderiam comprometer a integridade das tubulações e outros dispositivos do sistema localizados próximos aos pontos de lançamento. Algumas possíveis soluções adotadas são mostradas nos desenhos anexos. 1.3.6 Galerias Pluviais Quando as áreas a ser atendidas pelos sistemas de drenagem pluvial são muito grandes e tubulações de 1.500mm não comportam as vazões escoadas, devem ser projetados canais de concreto para o afastamento das águas pluviais. Estes canais, quando são definidos em avenidas, são fechados. Os custos elevados desses canais têm levado à proposição de soluções alternativas, como canais mistos de concreto e taludes laterais inclinados gramados ou concreto e gabião, sempre que for possível a implantação dessas estruturas sem seu fechamento. Esta solução quase sempre é possível em avenidas sanitárias. 5 2. Metodologia de cálculo Na bibliografia disponível sobre os sistemas de drenagem urbana, podem ser observadas metodologias as mais diversas para o dimensionamento dos sistemas de drenagem pluvial. A diversidade de metodologias pode ser observada no dimensionamento de praticamente todas as unidades que compõem os sistemas. Apesar disto, observa-se que, qualquer que seja a metodologia adotada, os resultados do dimensionamento são muito próximos e, o que é mais relevante, os sistemas operam adequadamente. Esses bons resultados se devem aos coeficientes de segurança implícitos nas metodologias, que são necessários dado o grau de incerteza das variáveis envolvidas no dimensionamento, compreendendo desde os valores de precipitações intensas até a rugosidade dos pavimentos, tubulações e dos dispositivos de captação das águas pluviais. Finalmente, deve ser ressaltado que o desempenho dos sistemas de drenagem pluvial é particularmente afetado por manutenções insatisfatórias. A falta de um esquema eficiente de manutenção preventiva, permite o entupimento total ou parcial das bocas-de-lobo e tubulações. Como conseqüência, o sistema passa a não comportar as vazões afluentes e as águas passam a escoar desordenadamente pelos pavimentos das vias, com sérios transtornos e desconforto para a população e o comprometimento das estruturas e pavimentos das vias. Face ao exposto, a metodologia apresentada a seguir deve ser entendida como uma das metodologias que podem ser adotadas no dimensionamento dos sistemas de drenagem pluvial. 2.1. Método Racional 2.1.1 Vazões As vazões a serem captadas pelos dispositivos projetados são determinadas através da fórmula: Q = C . I . A Onde: Q = vazão a ser captada, em l/s I = intensidade pluviométrica, em l/s.mm A = área de contribuição, em há (Hectares) C = coeficiente de escoamento superficial (admensional) 6 Na literatura existente, sugere-se os valores de C2 apresentados no QUADRO 2.1. QUADRO 2.1 COEFICIENTE VOLUMÉTRICO DE ESCOAMENTO - C2 - TAXA DE OCUPAÇÃO C2 0,40 0,67 0,50 0,77 0,60 0,82 1,00 1,00 zona rural, com controle 0,40 Fonte: INTERNET O valor do Coeficiente de Escoamento Superficial (C) pode ainda ser determinado de forma expedita em função do tipo de uso a ser dado para a área parcelada, podendo ser adotados os valores apresentados no QUADRO 2.2. QUADRO 2.2 VALORES USUAIS PARA O COEFICIENTE DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL - C - C CARACTERÍSTICAS DA ÁREA mín máx Pátios e estacionamentos 0,90 0,95 Áreas cobertas 0,75 0,95 Vias concretadas 0,80 0,95 Vias asfaltadas 0,70 0,95 Vias em calçada poliédrica 0,70 0,85 Passeios 0,75 0,85 Centros industriais pesados 0,60 0,90 Centros industriais leves 0,50 0,80 Áreas urbanas centrais 0,70 0,95 QUADRO 2.2 (CONT...) C CARACTERÍSTICAS DA ÁREA mín Máx Áreas urbanas periféricas 0,50 0,70 Conjuntos habitacionais densos 0,60 0,75 Conjuntos prediais 0,50 0,70 Conjuntos residenciais 0,40 0,60 Residências unifamiliares 0,35 0,50 Lotes urbanos grandes 0,30 0,45 Play grounds 0,20 0,35 Áreas periféricas não urbanizadas 0,10 0,30 Parques e cemitérios 0,10 0,25 Terreno rochoso montanhoso 0,50 0,85 Terreno rochoso plano ou ondulado 0,35 0,65 7 Relvado argiloso ondulado e montanhoso 0,25 0,35 Relvado argiloso suavemente ondulado 0,18 0,22 Relvado argiloso plano 0,13 0,17 Relvado arenoso ondulado e montanhoso 0,15 0,20 Relvado arenoso suavemente ondulado 0,10 0,15 Relvado arenoso plano 0,05 0,10 Florestas e matas caducifólias 0,30 0,60 Florestas e matas coníferas 0,25 0,50 Campos, prados e cerrados 0,35 0,65 Pomares e chácaras 0,15 0,40 Encostas com culturas permanentes 0,15 0,40 Vales com culturas permanentes 0,10 0,30 Fonte: Deflúvios Superficiais no Estado de Minas Gerais – COPASA /HIDROSISTEMAS - 1993 2.1.2 Chuvas Intensas – Determinação de I O DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) disponibiliza o manual “Precipitações Intensas no Estado de São Paulo”, elaborado pela equipe técnica do CTH (Centro Tecnológico de Hidráulica), sob coordenação do Engenheiro Francisco Martinez Júnior, com o objetivo de apresentar as equações de precipitações intensas a serem utilizadas para o dimensionamento de obras hidráulicas em geral, tais como: galerias de águas pluviais, canalizações de córregos, calhas de escoamento, bueiros, canais de irrigação e drenagem, vertedores de barragens. Apresentaremos a seguir a equação de chuvas para o município de São José do Rio Preto, do referido manual. 8 Fonte: Martinez Jr. F., Magni, N. L. G. Equações de Chuvas Intensas do Estado de São Paulo. Convênio Departamento de Águas e Energia Elétrica e Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - Junho de 1999 – Edição Revisada em Maio de 2.018. Disponível em: http://www.daee.sp.gov.br. Acessado em 13/03/20. Determinação do tempo de concentração É o tempo que a partícula de chuva que cai no ponto mais distante da bacia demora para chegar até a seção de interesse. O desnível e a distância entre esses dois pontos são expressos por (∆h) e (L). Para determinar o tempo de concentração (tc) há vários métodos.3 O DAEE recomenda a utilização da fórmula do “California Culverts Practice” (TUCCI, 1993): onde: tc = tempo de concentração (min) L = comprimento do talvegue do curso d’água (km) ∆h= desnível do talvegue entre a seção e o ponto mais distante da bacia (m A duração da chuva corresponde ao tempo de concentração das águas da chuva intensa sobre a bacia. O tempo de concentração pode ser determinado através da fórmula: tc = ti + tp Onde: tc = tempo de concentração, em minutos. tp = tempo de permanência em minutos, calcula através da fórmula: tp = L (extensão) (m) Velocidade (trecho) (m/s) 9 ti = tempo inicial mínimo de = 10 minutos. A velocidade do trecho é calculada através da fómula de Izzard: V = 0,75 * hhh2 22///333 *** III1 11///222n Onde: V = velocidade da água na sarjeta, em m/s h = enchimento máximo da água na sarjeta (m) n = coeficiente de rugosidade do concreto (0,016) I = declividade longitudinal da via, em m/m 2.1.3 Áreas de Contribuição Na fórmula Q = C . I . A, o valor de A corresponde à área de contribuição a cada dispositivo de captação da água pluvial. A delimitação das áreas de contribuição aos dispositivos de captação deve ser feita em função da topografia local, considerando o sentido de escoamento do fluxo pluvial. Existem diversos critérios para a delimitação destas áreas. Elas devem ser determinadas com a maior precisão possível, de forma a permitir o cálculo das vazões que efetivamente afluirão aos dispositivos de captação das águas. Deve ser considerado que, quando o terreno estiver em cota inferior ao greide da rua, as águas serão conduzidas à rua ou equipamento de tráfego localizado imediatamente abaixo. Este critério é mais preciso do que simplesmente dividir as quadras em áreas triangulares, como se fossem caimento de telhado de 4 águas. 2.2. Dimensionamento dos sistemas 2.2.1 Sarjetas Conforme exposto no item 1.3.1, as águas provenientes dos lotes, passeios e vias públicas escoam pelas sarjetas, até o primeiro dispositivo de captação, usualmente boca-de-lobo. Desta forma, as sarjetas se constituem no primeiro dispositivo de condução das águas pluviais. A capacidade de escoamento das sarjetas pode ser determinada em função da forma da sarjeta e das declividades transversal e longitudinal da via, pela fórmula de Izzard. 10 QUADRO 2.5 COMPRIMENTO MÁXIMO DE UTILIZAÇÃO DAS SARJETAS, em m (sarjetas simples, em concreto, com declividade transversal das ruas igual a 3%) I V Q LARGURA DA VIA (m/m) (m/s) (l/s) 10 12 15 20 25 40 50 0,005 0,48 20,11 20 19 17 12 11 9 8 0,010 0,58 28,44 18 26 25 17 16 13 12 0,015 0,83 34,84 34 32 30 21 20 15 14 0,020 0,96 40,23 39 37 35 24 23 19 16 0,025 1,07 44,97 44 42 39 27 23 21 18 0,030 1,17 49,27 48 46 43 30 28 23 20 0,035 1,27 53,21 52 49 46 32 30 24 22 0,040 1,35 56,89 58 53 49 34 32 26 23 0,050 1,51 63,60 62 59 55 38 36 29 26 0,060 1,66 69,67 68 65 61 42 39 32 29 0,070 1,79 75,28 74 70 65 45 42 35 31 0,080 1,92 80,45 79 75 70 48 43 37 33 0,090 2,03 85,33 84 79 74 51 48 39 35 0,100 2,14 89,95 88 84 78 54 50 41 37 0,110 2,25 94,34 92 88 82 57 53 43 39 0,120 2,35 98,53 97 92 86 59 55 45 40 0,130 2,44 102,58 101 95 89 62 57 47 42 0,140 2,53 106,43 104 99 93 64 60 49 44 11 0,150 2,62 110,18 108 102 96 66 62 51 45 0,160 2,71 113,78 112 106 99 68 64 52 47 0,170 2,79 117,28 115 109 102 70 68 54 46 0,180 2,87 120,68 118 112 105 72 68 56 49 2.2.2 Bocas-de-lobo As primeiras bocas-de-lobo dos sistemas de drenagem pluvial são locadas nos pontos das sarjetas onde a capacidade de escoamento pelas sarjetas é alcançada. A partir daí, as bocas de lobo são posicionadas sempre que a capacidade de escoamento pela sarjeta é alcançada, antes das esquinas e em pontos notáveis, onde a água deve ser captada para não causar transtornos aos veículos e pedestres. A capacidade de engulimento das bocas-de-lobo pode ser obtida a partir da formula: Q = 1,71 * L * H 3/2 Onde: Q = vazão, em m3/s L = comprimento da abertura, em metros H = altura da lâmina de água sobre a abertura (m), considerando-se 0,13m no caso de padrão de sarjetas. Bocas de lobo sem cantoneira Para grelhas de ferro fundido de 100,0x41,5cm, tem-se: ► Boca-de-lobo simples Q = 2,342 x Yo1,5 ► Boca-de-lobo dupla Q = 3,997 x Yo1,5 Para grelhas de concreto armado de 99,0x45,0cm, tem-se: ► Boca-de-lobo simples Q = 2,383 x Yo1,5 ► Boca-de-lobo dupla Q = 4,022 x Yo1,5 A capacidade máxima de engulimento das bocas-de-lobo simples e duplas, considerando um enchimento de 12cm (altura da lâmina d’água no meio-fio) é de: ► Boca-de-lobo simples BLS: Q = 97 l/s (ferro fundido) 12 Q = 99 l/s (concreto) ► Boca-de-lobo dupla BLD: Q = 166 l/s (ferro fundido) Q = 167 l/s (concreto) Bocas de lobo com cantoneira A vazão absorvida pela cantoneira no meio-fio é dada pela equação Q = 1,1 x 103 x L.d1,5 Onde: Q = vazão absorvida pela abertura, em l/s L = comprimento da abertura, em m D = altura da lâmina d’água, em m Para um comprimento L = 0,90m para as cantoneiras de ferro fundido e concreto armado, tem-se: Q = 990 x d1,5 para cantoneira simples e Q = 1.980 x d1,5 para cantoneira dupla O QUADRO 2.6 sintetiza as capacidades das bocas-de-lobo com cantoneiras, para diferentes alturas da lâmina d’água. QUADRO 2.6 CAPACIDADE DE ENGULIMENTO DAS BOCAS-DE-LOBO COM CANTONEIRAS Q em l/s ALTURA DA LÂMINA D’ÁGUA FERRO FUNDIDO CONCRETO (cm) Simples Dupla Simples Dupla 3 17 31 17 31 4 27 49 27 49 5 37 67 38 67 6 49 88 50 88 7 61 111 62 111 8 75 135 76 136 9 90 161 91 162 10 105 187 106 188 11 121 218 123 219 12 138 248 140 249 2.2.3 Poços de visita Os poços de visita são caixas destinadas a receber as águas pluviais captadas pelas bocas-de-lobo e, ao longo das redes, direcionar o fluxo pluvial até o ponto de lançamento. Desta forma, os poços de visita são construídos quando houver mudança de direção, encontro de duas ou mais redes, mudança de diâmetro, mudança de declividade, ou o comprimento do trecho for maior que 90m. 13 A interligação das bocas-de-lobo com os poços de visita é feito através de tubulações de 400mm de diâmetro. As dimensões internas dos poços de visita são função dos diâmetros das tubulações afluentes e efluentes. Quando necessário, as tubulações de entrada dos poços de visita podem estar em cotas diferentes da tubulação de saída. Neste caso, os fundos dos poços de visita são inclinados, evitando o impacto das águas pluviais com o fundo dos mesmos, evitando sua erosão. As principais características dimensionais e detalhes construtivos dos poços de visita são apresentados no item 4. 2.2.4 Redes coletoras As redes coletoras são projetadas e dimensionadas para escoar as águas pluviais que afluíram aos poços de visita. Os diâmetros dessas redes oscilam entre 500 e 1.500mm, dependendo das vazões a serem escoadas. As redes coletoras são em concreto, tipo ponta-e-bolsa (melhor) ou macho-e-fêmea, assentadas sobre berço de concreto. O comprimento de rede entre dois poços de visita usualmente não ultrapassa os 90m, visando facilitar trabalhos de desobstrução. O recobrimento mínimo recomendado (medido a partir da geratriz superior do tubo) é de 1,00m. O dimensionamento hidráulico das redes coletoras pode ser feito através da Fórmula de Manning: Q = A x RH 2/3 x I1/2 = A.V n Onde: A = área da seção molhada em m3/s RH = raio hidráulico em m I = declividade da rede em m/m n = coeficiente de rugosidade = 0,016 V = velocidade de escoamento em m/s A lâmina d’água máxima permissível usualmente adotada é de 80%, a velocidade máxima de escoamento deve ser menor que 4,0m/s e a velocidade mínima deve ser maior que 0,60 a 0,75m/s. De acordo com o manual de Azevedo neto, o diâmetro das galerias de águas pluviais podem ser calculados com atreves da formula de Manning, com expressões conforme abaixo apresentadas, válidas tanto para alturas de lâmina liquida de 0,90*D, quanto para seção plena. 14 D= 1,511 (n*Q* (I ^ -¹/²)) ^³/8 = lâmina liquida de 0,90*D; D= 1,548 ((n*Q* (I ^ -¹/²)) ^³/8 = para seção plena (I = declividade da galeria). 2.2.5 Dissipadores de energia Os dissipadores de energia são posicionados nas extremidades de jusante das redes coletoras, antecedendo sua disposição no curso de água receptor. Obviamente, quando o lançamento das águas pluviais é feito em galerias pluviais de concreto, não há necessidade de construçãode dissipadores de energia. Como a finalidade dos dissipadores de energia, como o nome indica, é reduzir a energia hidráulica do fluxo pluvial para posterior lançamento, evitando erosões e o comprometimento da integridade das tubulações e outros dispositivos do sistema localizados próximos aos referidos pontos de lançamento, seu projeto é sempre constituído de dispositivos que reduzem a energia hidráulica das águas, tais como escadas, rampas dotadas de chicanas ou blocos de concreto, dentre outros. Algumas dessas soluções, são mostradas nos desenhos anexos (item 4). 2.3 Planilhas de dimensionamento hidráulico As planilhas de dimensionamento hidráulico são usualmente anexadas ao memorial descritivo dos projetos de drenagem pluvial, por serem um instrumento simples de visualização e conferência das características geométricas das redes coletoras, poços de visita e outros dispositivos do sistema, além de permitirem aferir a adequabilidade do dimensionamento das redes coletoras. Um dos possíveis modelos de planilha é apresentado a seguir. 14 15 16 3. Bibliografia 1. Azevedo Neto, J.M. Manual de Hidráulica. São Paulo, 8ª Ed. 1998, 12ª Reimp. 2013.669p. 2. CETESB - DRENAGEM URBANA – Manual de Projeto – 3. Ed. – São Paulo, 1986 - 464p 3. COPASA MG/ HIDROSISTEMAS – Deflúvios Superficiais no Estado de Minas Gerais – Belo Horizonte, 1993 – 264p. 4. Martinez Jr. F., Magni, N. L. G. Equações de Chuvas Intensas do Estado de São Paulo. Convênio Departamento de Águas e Energia Elétrica e Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - Junho de 1999 – Edição Revisada em Outubro de 1999. Disponível em: http://www.darrbauru.org/EquaChuvasIntensas.doc. Acessado em 13/05/15. 5. SUDECAP - Superintendência de Desenvolvimento da Capital. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Caderno de encargos de Obras. Capítulo 19. Drenagem Pluvial – Belo Horizonte – 2019. 6. TUCCI, C.E.M. (Org.) Hidrologia – Ciência e aplicação. Porto Alegre, Ed. Da Universidade, ABRH, EDUSP, 1993, 943p. 7. WILKEN, P.S.- Engenharia de Drenagem Superficial – CETESB – São Paulo, 1978 - 477p http://www.darrbauru.org/EquaChuvasIntensas.doc.%20Acessado%20em%2013/05/15 http://www.darrbauru.org/EquaChuvasIntensas.doc.%20Acessado%20em%2013/05/15
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