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PLANO DE AULA 08

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ – CURITIBA
PRATICA V
CASO CONCRETO 08 
Você, na qualidade de advogado, do Partido Político PXY, com representação no Congresso
Nacional, foi procurado pelo Presidente do Partido, informando que a Lei complementar 135, de
junho de 2010 versa sobre a questão de inelegibilidades infraconstitucionais, na forma do disposto
no art. 14, § 9º da CRFB/88, sendo prevista sua aplicação até mesmo quando se estiver diante de
fatos ocorridos antes do advento do referido diploma legal, sem que isso cause qualquer prejuízo ao
principio da irretroatividade das leis e da segurança jurídica. Informa, ainda, a existência de
controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da citada lei, apresentando-se divergência nos
Tribuanis Eleitorais sobre a aplicação dos dispositivos trazidos pela Lei Complementar 135/2010 a
fatos que tenham ocorrido antes do advento do novel diploma de inelegibilidades. Lei
Complementar nº 135, de 04 de junho de 2010. Altera a Lei Complementar nº 064, de 18 de maio
de 1990, que estabelece, de acordo com o § 9º do artigo 014 da Constituição Federal, casos de
inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências, para incluir hipóteses de
inelegibilidade que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do
mandato. Esclarece-se que o TRE de Sergipe, adotou entendimento segundo o qual a lei consitui
ofensa aos principios da irretroatividade da lei mais gravosa e da segurança jurídica (conforme
julgados), já o TRE de Minas Gerais optou por adotar o entendimento do TSE, segundo o qual a Lei
Complementar se aplica às condenações anteriores. Como há controvérsia sobre a possibilidade de
aplicação das hipoteses de inelegibilidade instituidas pela Lei Complementar 135/2010, a atos
jurídicos que tenham ocorrido antes do advento do diploma legal, o partido PPXY, temeroso de que
surjam questionamentos dos candidatos que vierem a ser impugnados nas eleições de 20xx, sobre a
consittucionalidade da aplicação da referida lei, já que a indefenição da questão pode causar grave
insegurança jurídica nas eleições vindouras, pretende propor ação para que haja pronunciamento
sobre o tema, e para tanto pretende demonstrar que a aplicação dos dispositivos da lei a situações
ocorridas antes da existência desta não ofende o dispositivo nos incisos XXXVI e XL, do artigo 5º,
da CRFB. 
Na qualidade de advogado, redija a peça cabível visando ver declarada a consitucionalidade da Lei
Complementar 135/2010, no que tange a aplicação das inelegibilidades à atos ocorridos
anteriormente a existência da citada lei, atentando, necessariamente, para os seguintes aspectos: 
a) competência do órgão julgador; 
b) legitimidade; 
c) argumentos a favor da constitucionalidade da referida lei;
d) tutela de urgência.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL
10 LINHAS
PARTIDO POLÍTICO, com representação no Congresso Nacional por seu
Presidente (XXX), CNPJ nº (XXX), com sede na (XXX), bairro (XXX), cidade (XXX), por seu
advogado infra-assinado, com endereço profissional na (XXX), bairro (XXX), cidade (XXX),
endereço que indica para fins do artigo 106, do CPC/2015, devidamente constituído, conforme
procuração com poderes especiais em anexo (Lei nº 9.868/99), vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência , com fulcro nos artigos 102, I, a; 103, VIII; da CRFB/99, propor
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO CAUTELAR
pelo rito especial da Lei nº 9.868/99, em defesa da LEI COMPLEMENTAR 135/2010, conforme
especificará ao longo desta petição, nos termos e motivos que passa a expor, espera por seja
recebida e seguindo as formalidades de estilo do Regimento Interno do STF, seja distribuída, e ao
final declarada e constitucionalidade da referida lei.
DA LEGITIMIDADE
A legitimidade ativa do partido político para a propositura da presente encontra assento no
artigo 103, VII, da CRFB/88, e conforme pacificado por este corte, segundo o Ministro Celso de
Mello, independe de pertinência temática “… os partidos políticos tem legitimidade para
ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade, independentemente da matéria versada na
norma atacada” “O reconhecimento da legitimidade ativa das agremiações partidárias para
instauração de controle normativo abstrato. Sem as restrições decorrentes do vinculo de pertinência,
constitui natural derivação da própria natureza e dos fins institucionais, que justificam a existência
em nosso sistema normativo, dos partidos políticos”. (STF – ADI 1396). Portanto, o Requerente
por ser considerado Autor Neutro e Universar encontra-se dispensado de demostrar Pertinência
Temática.
DA COMPETÊNCIA
Na forma do artigo 102, I, “a”, CRFB/88 é da competência originária do STF o
procedimento e julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade de lei ou ato normativo
federal.
DO CABIMENTO
Cabe demonstrar a controvérsia judicial sobre a aplicação da norma, uma vez que a ação
declaratória de constitucionalidade visa resguardar a ordem jurídica constitucional, de modo a
afastar o estado de incerteza ou insegurança jurídica sobre a constitucionalidade de lei ou ato
normativo federal, nos termo do artigo 14, III, da Lei nº 9.868/95 e artigo 102, I “a” da CRFB/88.
Assim, cumpre salientar que alguns tribunais têm afastado a aplicação da Lei complementar
135/2010 à atos ocorridos anteriormente a existência da citada lei, por reputá-la inconstitucional,
supostamente em virtude de afronta ao principio da segurança jurídica e da irretroatividade da lei
mais gravosa.
DOS FATOS E FUNDAMENTOS
Inicialmente cabe salientar a existência da Lei complementar 135, de Junho de 2010 que
versa sobre a questão de inelegibilidades infraconstitucionais, na forma do disposto no art.14 ?9º da
CRFB/88, sendo prevista sua aplicação até mesmo quando se estiver diante de fatos ocorridos antes
do advento do referido diploma legal, sem que isso cause qualquer prejuízo ao principio da
irretroatividade das leis e da segurança jurídica.
Permita-nos trazer à baila informações sobre a citada lei complementar:
Lei Complementar nº 135, de 04 de Junho de 2010. Altera a
Lei Complementar nº064, de 18 de maio de 1990, que
estabelece, de acordo com o §9º do artigo 014 da Constituição
Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessão e
determina outras providências, para incluir hipóteses de
inelegibilidade que visam a proteger a probidade
administrativa e a moralidade no exercício do mandato.
Diante da Vigente da lei, tornou-se possível se afirma a existência de controvérsia judicial
relevante sobre a aplicação da citada lei, apresentando-se divergência nos Tribunais Eleitorais sobre
a aplicação dos dispositivos trazidos pela Lei complementar 135/2010 a fatos que tenham ocorrido
antes do advento do novel diploma de inelegibilidade.
Cabe, esclarecer que o TRE de Sergipe, adotou entendimento segundo o qual a lei constitui
ofensa aos princípios da irretroatividade da lei mais gravosa e da segurança jurídica (julgado na
integra em anexo), já o TRE de Minas Gerais optou por adotar o entendimento do TSE, segundo o
qual a Lei Complementar se aplica às condenações anteriores (julgado na integra em anexo).
Portando, havendo controvérsia sobre a possibilidade de aplicação das hipoteses de
inelegibilidade instituidas pela Lei Complementar 135/2010, a atos jurídicos que tenham ocorrido
antes do advento do diploma legal, o partido político, nasceu o temor de que surjam
questionamentos dos candidatos que vieram a ser impugnados nas eleições da questão pode causar
grave insegurança jurídica nas eleições vindouras, e assim, o que se pretende com a presente ação e
que haja pronunciamento do Excelso Tribunal sobre o tema, e para tanto pretende demonstrar que
aplicação dos dispositivos da lei a situações ocorridasantes da existência desta não ofende o
dispositivo nos incisos XXXVI e XL, do artigo 5º, da CRFB.
De início, no mérito, cabe ponderar a razoabilidade da expectativa de um indivíduo de
concorrer a cargo público eletivo,à luz da exigência constitucional de moralidade para o exercicio
do mandato (art. 14, §9º CF), resta afastada em face da condenação prolatada em segunda instância
ou por um colegiado no exercício da cargo público ou do impedimento do exercício de profissão
por violação de dever ético-profissional.
Assim, não é plausível a tese de ofensa ao princípio da segurança jurídica, posto que
nenhum cidadão tem direito inato e inalienável a se candidatar. Todo e qualquer pedido de registro
de candidatura deve passar pelo crivo da Justiça, sendo que aquele momento em que é formalizado
o pedido de registro é marco temporal para a aferição da capacidade eleitoral passiva,
Ademais, quando a presunção de inocência consagrada no art.5º, LVII, da Constituição
Federal, esta deve ser reconhecida como um regra e interpretada com o recursos da metodologia
análoga a uma redução teleológia, que reaproxime o enunciado normativo da sua próprios da
condenação criminal, sob pena de frustrar o propósito moralizante do art.14 §9º da CF.
Acrescente-se aos argumentos que o direito político passivo (ius honorum) é possível de ser
restringido pela lei, nas hipóteses que, in casu, não podem ser consideradas arbitrárias, porquanto se
adequam à exigência constitucional da razoabilidade. No caso em tela, o princípio da
proporcionalidade resta prestigiado pela Lei complementar nº 135/2010, na medida em que: (i)
atende aos fins moralizadores a que se destina; (ii) estabelece requisitos qualificados de
inelegibilidade (iii) impõe sacrifico à liberdade individual de candidata-se cargo pública eletivo que
não supera os benefícios socialmente desejados em termos de moralidade e probidade para o
exercício de referido munus publico.
Assim, o exercício do ius honorum (direito de concorrer a cargos eletivos), em um juízo de
ponderação no caso das inelegibilidade previstas em Lei Complementar nº 135/10, opõe-se à
própria democracia, que pressupõe a fidelidade política da atuação dos representares populares.
Portando, a Lei Complementar nº 135/10 também não fere o núcleo essencial dos direitos
políticos, na medida em que estabelece restrições temporárias aos direitos políticos passivos.
Neste sentido segue a jurisprudência:
ADC nº29: Ações declaratórias de constitucionalidade
cujos pedidos se julgam procedentes, mediante a
declaração de constitucionalidade das hióteses de
inelegibilidade instituídas pelas alíneas “c”, “d”, “f”, “g”,
“h”, “j”, “m”, “n”, “o”, “p” e “q” do art.1º, inciso I, da Lei
Complementar nº 64/90, introduzidas pela Lei
Complementar nº 135/10, vencido o relator em parte
mínima, naqulo em que, em interpretação conforme a
Constituição, admitia a subtração, do prazo de 8 (oito)
anos de inelegibilidade posteriores ao cumprimento da
pena, do prazo de inelegibilidade decorrido entre a
condenação e o seu trânsito em julgado. Inaplicabilidade
das hipóteses de inelegibilidade às eleições de 2010 e
anteriores, bem como para os mandatos em curso, à luz do
disposto no art. 16 da Constituição. Precedente: RE
6333.703. Rel. Min. GILMAR MENDES (repercussão
geral). PREVENÇÃO – ADI 4578
Por fim, cabe salientar que a inelegibilidade tem as suas causas previstas nos §§ 4º a 9º do
artigo 14 da Carta Magna de 1988, que se traduzem em condições objetivas cuja verificação impede
o indivíduo de concorrer a cargos eletivos ou, acaso eleito, de os exercer, e não se confunde com a
suspensão ou perda dos direitos políticos, cujas hipóteses são previstas no artigo 15 da Constituição
da República, e ue importa restrição não apenas ao direito de concorrer a cargo eletivos.
Diante das considerações acima, Lei Complementar nº 135/2010 é constitucional, uma vez
que adota medidas necessárias, adequadas e proporcionais, atendendo aos fins moralizadores a que
se destina.
DA CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR
Torna-se imprescindível, in casu, a concessão de medida cautelar inaudita altera pars ( com
fulcro no artigo 21, da Lei Federal nº 9.868/99), para que seja declarada a aplicabilidade das
hipóteses de inelegibilidade previstas na lei objeto da presente ação. O fumus boni iuris reside nas
razões expendidas, que demonstram a discussão acerca da Lei Complementar. O periculum in mora
surge em perfunctória análise. Trata-se de aplicação de norma que diz respeito a cidadania, sendo
que sua aplicação exige segurança e certeza deforma e evitar divergências e descredito a Lei
Complementar 135/2010
DO PEDIDO
Diante do exposto, requerer à Vossa Excelência:
1) a CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR para, liminarmente, suspender os efeitos de
quaisquer decisões que, direta ou indiretamente, neguem vigência à Lei Complementar 135/2010
por considerá-la inconstitucional, até o julgamento em definitivo da presente ação;
2) a oitiva do Procurador-Geral da República;
3) que sejam solicitadas informações as autoridades competentes;
4) a procedência do pedido com a declaração de constitucionalidade da Lei Complementar
135/2010, no que tange a sua aplicação à fatos ocorridos anteriores a sua existência, com efeitos ex
tunc, erga omnes e vinculante.
DAS PROVAS
Requerer a produção das provas admitidas em direito na forma do artigo 14º, parágrafo
único, da Lei 9.868/99, em especial documental (em anexo copia das decisões judiciais)
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ (XXX) art.291 do CPC
Nestes termos, pede deferimento
Local (XXX), Data (XXX)
Advogado (XXX)
OAB/UF (XXX)

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