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ADC - CASO 8

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
O PARTIDO POLÍTICO PPXY, com representação no congresso nacional, inscrito no CNPJ..., com sede na..., nº..., bairro, cidade/UF, CEP:...,na pessoa de seu Presidente do Diretório Nacional, por sua advogada que esta subscreve, com endereço profissional na..., nº..., bairro, município/UF, endereço eletrônico..., para fins do artigo 77, V do CPC, com fundamento nos artigos 102, I, a e 103, VIII da CRFB, vem ajuizar:
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
(Com pedido de cautelar)
Pelo rito especial da lei 9868/99, em defesa da LEI COMPLEMENTAR 135/2010, pelos motivos de fato e de direito que passo a expor.
I – DOS FATOS
	A Lei complementar 135, de junho de 2010 versa sobre a questão de inelegibilidades infraconstitucionais, na forma do disposto no art. 14, § 9º da CRFB/88, sendo prevista sua aplicação até mesmo quando se estiver diante de fatos ocorridos antes do advento do referido diploma legal, sem que isso cause qualquer prejuízo ao princípio da irretroatividade das leis e da segurança jurídica. 
Contudo, existe controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da citada lei, apresentando-se divergência nos Tribunais Eleitorais sobre a aplicação dos dispositivos desta normativa a fatos que tenham ocorrido antes do advento do novo diploma de inelegibilidades.
Vejamos a ementa da Lei Complementar:
Lei Complementar nº 135, de 04 de junho de 2010. Altera a Lei Complementar nº 064, de 18 de maio de 1990, que estabelece, de acordo com o § 9º do artigo 014 da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências, para incluir hipóteses de inelegibilidade que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato.
Esclarece-se que o TRE de Sergipe, adotou entendimento segundo o qual a lei constitui ofensa aos princípios da irretroatividade da lei mais gravosa e da segurança jurídica (conforme julgados anexos), já o TRE de Minas Gerais optou por adotar o entendimento do TSE, segundo o qual a Lei Complementar se aplica às condenações anteriores.
Como há controvérsia sobre a possibilidade de aplicação das hipóteses de inelegibilidade instituídas pela Lei Complementar 135/2010, a atos jurídicos que tenham ocorrido antes do advento do diploma legal, temendo o surgimento de questionamentos dos candidatos que vierem a ser impugnados nas eleições de 20xx, sobre a constitucionalidade da aplicação da referida lei, já que a indefinição da questão pode causar grave insegurança jurídica nas eleições vindouras, não restou outra alternativa se não a propositura da presente ação para demonstrar que a aplicação dos dispositivos da lei a situações ocorridas antes da existência desta não ofende o dispositivo nos incisos XXXVI e XL, do artigo 5º, da CRFB.
II – DA LEGITIMIDADE ATIVA E DA PERTINENCIA TEMÁTICA DA MATÉRIA.
	Como se observa no Art. 103, VIII, da CRFB/88 é legitimo para a propositura de Ação Declaratória de Constitucionalidade, partido político com representação no Congresso Nacional. Como legitimado universal, se presume de forma absoluta a pertinência temática para tal legitimado.
 	Tendo em vista o partido PPXY possuir representação no congresso nacional é, por tanto, conforme entendimento já consolidado pela jurisprudência, legitimado universal para propor ação declaratória de constitucionalidade independentemente de pertinência temática.
III – DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STF.
	Na forma do artigo 102, I, a de nossa CRFB/88, é de competência originária do STF o processamento e julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade de lei ou ato normativo federal. Tendo em vista que se pretende impugnar neste ato Lei Complementar, é competente o STF para seu julgamento.
IV– DO CABIMENTO DA PRESENTE AÇÃO	
Cabe demonstrar que há controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da Lei Complementar 135/2010. Visa-se aqui resguardar a segurança jurídica, afastando qualquer estado de incerteza sobre a constitucionalidade da norma o que evidencia o preenchimento do requisito descrito no artigo 14, III da Lei 9868/99, já que pelo menos dois tribunais: de Minas Gerais e Sergipe, têm adotado decisões diversas sobre a aplicabilidade da referida norma. Por isso, é perfeitamente cabível o ajuizamento desta ADC. 	
V – DOS FUNDAMENTOS
	É no mínimo razoável a expectativa de moralidade e probidade de indivíduos que irão concorrer a cargo público eletivo. O artigo 14, §9º da CRFB/88 é claro em informar que a Lei Complementar, que estabeleceria outros casos de inelegibilidade, e os prazos de sua cessação, teria como finalidade proteger a probidade administrativa e a moralidade para exercício de mandato, considerando a vida pregressa do candidato. Nesta toada, diante de condenação, ainda que anterior a lei complementar, resta claro o afastamento desses princípios básicos. O que se busca de fato é a segurança jurídica, já que os pedidos de candidatura devem passar pelo crivo da justiça. 
	No mais, não há ofensa ao princípio da irretroatividade de lei mais gravosa, e muito menos ao direito adquirido, o ato jurídico perfeito ou a coisa julgada, já que o momento a ser considerado para aplicação da Lei Complementar 135/10, é o momento do pedido de registro da candidatura, marco temporal para aferição da capacidade eleitoral passiva, e tempo contemporâneo de aplicação da norma. 
	 As decisões prolatadas pelo TRE de Minas Gerais e pelo TSE tem se pautado, sem dúvida, no claro entendimento de que a Lei Complementar 135/10 atende aos fins moralizadores determinados pelo próprio texto constitucional, estabelecendo requisitos qualificativos de inelegibilidade que garantem a soberania do interesse público em detrimento meros interesses individuais. Vejamos uma recente decisão:
ELEIÇÕES 2016. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. REGISTRO DE CANDIDATURA. VEREADOR. INDEFERIMENTO. LC Nº 135/2010. CONSTITUCIONALIDADE. RETROATIVIDADE. INELEGIBILIDADE. ART. 1º, I, E, 1, DA LC Nº 64/90. INCIDÊNCIA.
DESPROVIMENTO.
1. Nas Eleições 2016, este Tribunal Superior decidiu pela aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa a fatos anteriores à sua vigência, segundo o que decidido pelo STF no julgamento das ADCs nos 29 e 30 e da ADI nº 4.578 (REspe nº
75-86/SC, minha relatoria, redator designado Min. Rosa Weber, PSESS em 19.12.2016). 
2. No caso concreto, o candidato foi condenado "às penas de 4 (quatro) anos de reclusão e 1 (um) ano de detenção, como incurso no art. 299, caput, e art. 311, caput, ambos do Código Penal, com trânsito em julgado em 22/01/2009 (fl.
45) e extinção das penas em 28/09/2015", o que leva à conclusão da inelegibilidade do agravante, nos moldes da Súmula nº 61/TSE.
3. Agravo regimental desprovido.
(Recurso Especial Eleitoral nº 28418, Acórdão, Relator(a) Min. Luciana Lóssio, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 61, Data 28/03/2017, Página 57)
	
A indefinição jurisprudencial pode, por outro lado, pode causar grave insegurança jurídica nas eleições vindouras, devendo-se por tanto declarar a constitucionalidade da Lei Complementar 135/2010, tendo em vista esta não ofender os incisos XXXVI e XL do artigo 5º de nossa CRFB/88.
VI – DA LIMINAR
	A luz do artigo 102, I, p, da CRFB, aplicado de forma analógica, cumulado com o artigo 21 e seu Parágrafo único da lei 9868/99 é perfeitamente admissível medida cautelar para declarar a aplicabilidade das hipóteses de inelegibilidade previstas na lei objeto da presente ação, tendo em vista estarmos diante do fumus boni iuris, já que a Lei Complementar 135/10 cumpre as determinações do artigo 14, § 9º da CRFB/88. No mais resta nítido periculum in mora, na manutenção da insegurança e incerteza jurídicas que podem atingir as eleições futuras.
VII – DOS PEDIDOS
Diante de todo exposto requer-se:
a) Que seja deferida medida cautelar para suspender os efeitos de quaisquer decisões que, direta ou indiretamente, neguem vigência a Lei Complementar 135/2010, por considerá-la inconstitucional, até o julgamento em definitivo da presenteação.
b) A notificação das autoridades competentes, para que prestem informações na forma do artigo 6º e §U da lei 9868/99. 
c) Que seja notificado do Advogado Geral da União e do Procurador Geral da República para manifestação de acordo com o art. 8º da Lei 9868/99 e artigo 103, §3º da CRFB/88.
d) A procedência do pedido com a consequente declaração da constitucionalidade da Lei Complementar 135/10, no que tange a sua aplicação à fatos ocorridos anteriores a sua promulgação, com efeitos ex tunc, erga omnes e vinculante.
VII – DAS PROVAS
	Para provar o alegado instrui-se a demanda com cópia do dispositivo objeto desta demanda e os documentos necessários para comprovar a pretensão, na forma do artigo 14º, parágrafo único da lei 9868/99, (anexas decisões judiciais).
VIII – DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa, para efeitos meramente procedimentais, o valor de R$1045,00
Termos em que pede deferimento.
Local/Data
Nome do Advogado
OAB/UF

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