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PRATICA SIMULADA V_PLANO DE AULA 05_

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EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
ADVOGADO XXXXXXXXXXXXXXXXXXX, brasileiro, inscrito na Ordem dos
Advogados do Brasil, Seccional XXXsob nº XXXX, portador do RG nº XXXXXXXXX,
inscrito no CPF sob nºXXXXXXXXXXX, residente e domiciliado na
XXXXXXXXX, Bairro XXXXXXX, Município de XXXXXX, UF XX, vem respeitosamente
perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 5º, inciso XV, LIV e LXVIII bem como
art. 93, IX, da CRFB/88, além do artigo 648, I, do CPP, e artigo 528, § 2º do CPC, vem impetrar
em favor da PACIENTE, Sra.MATILDE XXXXX, portador do RG nº XXXXXXXX, inscrito
no CPF sob nº XXXXXXXX, residente e domiciliado na XXX, Bairro XXXXXX, Município
de XXXXXXXX, UF XX, o presente
HABEAS CORPUS ________________ (Preventivo ou Suspensivo), com pedido de
LIMINAR, em face da autoridade coatora
MD. JUIZ DE DIREITO DA 10ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DO RIO
DE JANEIRO, situada nas dependências do fórum cível da capital, pelas razões de fato e de
direito que se passa a aduzir:
I. FATOS
A paciente é mãe de Jane e Gilson Pires, menores impúberes, com treze e seis
anos respectivamente, representados por seu pai, Gildo na Execução Extrajudicial de Alimentos
(art. 911 CPC), que movem contra a paciente, perante o juízo da 10ª Vara de Família da Capital.
Os exequentes apresentaram à execução a dívida alimentar de R$ 5.000,00
(cinco mil reais), correspondente ao período de 5 (cinco) meses de não pagamento da obrigação
de Matilde.
Frente à real impossibilidade da executada em adimplir a sua dívida, o juiz da
10ª Vara de Família, ora autoridade coatora, decretou a prisão da mesma, pelo prazo de sessenta
dias.
Ocorre que, na situação da paciente, a medida de prisão civil por dívida
alimentar não pode ser aplicada, pois a mesma tem justificativas razoáveis que evidenciam seu
forçado inadimplemento desnecessário, o que impõe desde logo a necessidade de conceder a
ordem ora buscada, para evitar o cumprimento da ordem de prisão e garantir o direito de
locomoção, em face de ato ilegal/abusivo praticado pela autoridade.
II. RAZÕES DE DIREITO
Como narrado, a decretação da ordem de prisão está fundamentada na existência
de dívida alimentar de R$ 5.000,00, Reais inadimplida por Matilda. Todavia, há que se observar
que a paciente lamentavelmente, e contra sua vontade, encontra-se desempregada, logo, não há
negligência de sua parte frente à obrigação, e sim uma grande e absoluta impossibilidade. Estas
circunstâncias evidenciam a ilegalidade do ato da autoridade coatora, desafiando o competente
remédio constitucional de HABEAS CORPUS.
O presente habeas corpus é o remédio constitucional que tem em vista à
proteção de notáveis e relevantes garantias fundamentais previstas na Constituição da República
Federativa do Brasil:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer
ou dele sair com seus bens;
(...)
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou
se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Não obstante, prevê o Código de Processo Penal a impetração do habeas corpus,
diante de prisão ilegal como consequência de coação imotivada, sem justa causa, o que se
invoca ainda que por analogia:
Art. 647 CPP. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou
se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua
liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.
Art. 648 CPP. A coação considerar-se-á ilegal:
I - quando não houver justa causa;
O caso em confrontação revela a plena possibilidade de impetração do remédio,
pois se esbarra a impetrante sob grave ameaça em seu direito constitucional, líquido e certo, de
ir e vir, isso em virtude de decisão judicial decretada pela autoridade coatora.
Mesmo que tenha sido evidenciada a real incapacidade da executada em
executar a sua dívida, a autoridade coatora ainda assim decretou sua prisão, isto é,
descaracterizou a finalidade desta modalidade de prisão, que é coagir ao pagamento, ou seja,
não pode ser aplicada com caráter punitivo.
Esquadrinhando a decisão da decretação da prisão, nota-se que ela é ilegal,
porque não está vigilante às causas relatadas pela paciente e ignoradas que, genuinamente,
impedem a paciente de efetuar as obrigações alimentares. Neste entendimento, a decisão
igualmente dilacera o que dispõe o art. 93, IX, da CRFB/88, por falta de fundamentação:
Art. 93 CRFB/88. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal
Federal, disporá sobre o Estatuto daMagistratura, observados os
seguintes princípios:
(...)
IX todos os julgamentos dos órgãos do PoderJudiciário
serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade (...).
Dado que a execução de alimentos foi apresentada na forma prevista no artigo
911 do CPC, que prevê que o juiz deve mandar citar o executado para quitar as parcelas
anteriores ao início da ação de execução e das que vierem a vencer no decorrer do processo (art.
528 CPC), ou também apresentar uma justificativa caso não tenha condições de quitar o débito
alimentar.
É conhecido que a prisão civil só poderá ser decretada caso o executado não
cumpra com o pagamento do débito ou apresente uma justificativa, a qual deverá ser apreciada
pelo juiz, observa-se o que garante o artigo 528, § 2º do CPC:
Art. 528 CPC. No cumprimento de sentença que
condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão
interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente,
mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias,
pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de
efetuá-lo.
(...)
§ 2º Somente a comprovação de fato que gere a
impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento.
A prisão civil por dívida alimentar constitui uma medida enérgica, estapafúrdia,
adequada somente quando há voluntário e indesculpável descumprimento da inadiplencia, o que
não é a situação vivida pela paciente.
Está suficientemente demonstrado que, no presente caso, o inadimplemento da
paciente é forçado e igualmente é dispensável, pois a mesma está:
1º) desempregada há 1 ano, fruto da grave situação econômica em que passa o
país, com isso não está conseguindo se inserir novamente no mercado de trabalho e nem possui
condições financeiras para quitar a dívida alimentar
2º) tratando de uma depressão profunda, ou seja, atacada de uma severa doença
que inclusive é incapacitante para o trabalho e para as relações de convívio social.
Devido à visível comprovação de absoluta impossibilidade real por parte da
PACIENTE, de cumprir seu dever alimentar, constata-se que a prisão no seu caso específico,
não poderia ser decretada, e do aspecto como o fora, revela unicamente seu caráter punitivo, e
não coercitivo. A doutrina orienta para este risco, tal como assegura Porto, Sérgio Gilberto.
Doutrina e Prática dos alimentos. 4 ed. São Paulo: Editora revista dos Tribunais, 2011,1
Ao tratarmos do pedido de prisão do devedor de alimentos, é
necessário sabermos, desde logo, que este deve ser dirigido apenas
contra o devedor relapso, recalcitrante, avesso ao cumprimento de
suas obrigações. Certamente é esta a mens legis estabelecida nos arts.
733 do CPC e 19 da Lei de Alimentos. Com isto estamos a afirmar
que o pedido de prisão do devedor visa atingir aquele que podendo
implementar sua obrigação não
o faz, revelando-se ladino. Esta posição leva por suporte o fato de
que a prisão do devedor de alimentos, não é pena, mas meio
coercitivo de execução; visa compelir o devedor ao pagamentoda
dívida alimentar e não simplesmente puni-lo, tanto que pagando o
devedor a prisão será levantada. (PORTO, 2011, p. 115-116)
É Importante indenizar e pensar que na atual circunstância, a própria filha da
devedora procurou sua avó para fazer-lhe saber do iminente perigo, preocupada com suas
consequências, o que revela a prejudicialidade da medida igual para os filhos.
Justificada está o impedimento insuperável do pagamento da dívida. Nestas
circunstâncias, há precedentes que acatam a alegação de inépcia financeira, exposta pelo
devedor, afastando a prisão, especialmente quando for prejudicial à credora e seus filhos:
Habeas Corpus. Execução de alimentos. Decreto prisional. Proposta
de parcelamento. Comprovada incapacidade financeira. Inteligência
da Súmula 309 do C. Superior Tribunal de Justiça. Encarceramento
prejudicial à credora e aos outros filhos do paciente. Inexistência
de supedâneo para manutenção do decreto prisional. Ordem concedida.
(TJ-SP - HC: 20021404620188260000 SP 2002140-
46.2018.8.26.0000, Relator: Rodolfo Pellizari, Data de
Julgamento: 21/03/2018, 6ª Câmara de Direito Privado, Data de
Publicação: 21/03/2018)
Logo, resta plenamente demonstrado que o requisito fundamental para justificar
o decreto de prisão, que é o INADIMPLEMENTO VOLUNTÁRIO É INDESCUPÁVEL da
obrigação alimentícia, não está atendido na presente situação, portanto, o direito constitucional
do paciente está declaradamente afrontado.
II.2. PEDIDO LIMINAR
Os requisitos para a concessão de liminar, a saber, o fumus boni iuris, e o
periculum in mora, estão plenamente configurados no presente caso, e a paciente faz jus à
concessão da liminar, para evitar que a paciente seja cerceada injustamente em sua liberdade,
constitucionalmente garantida.
Quanto ao fumus boni iuris, ficou plenamente demonstrado que a paciente goza
da proteção legal do habeas corpus, pois se encontra ameaçada de sofrer violência ou coação em
sua liberdade de locomoção, por força de um ato coator do Juiz de Direito da Vara de Família
que decretou sua prisão, ato este demonstrado ilegalidade, seja porque não há justa causa à sua
manutenção, seja porque o ato é carecedor de fundamentação da sua decisões (e por isso nula),
diante do fato de a paciente ter feito comprovação de fato que justifica a sua impossibilidade
absoluta de pagar.
Quanto ao periculum in mora, basta constatar que a paciente está na eminência
de ter decretada sua ilegal prisão civil, a tanto bastando a expedição do mandado de prisão e o
deslocamento de oficial de justiça ao seu encontro, logo, há evidente perigo na demora da
apreciação do presente remédio constitucional, cuja finalidade é de PREVINIR o cumprimento
da ordem da autoridade coatora.
Requer-se, apreciação pelo E. Tribunal de Justiça do pedido de urgente
concessão de LIMINAR ao presente remédio constitucional para evitar a coação que se
apresenta, questão de extrema relevância apresentada, impedindo que seja tolhido o Direito
Constitucional de livre locomoção, pela coação de seu indevido decreto de prisão.
III. PEDIDOS
Diante do exposto e, do que mais dos autos constar e suprir a elevada
consciência jurídica desse d. Juízo, REQUER-SE, recebida e autuada a presente petição:
a) seja notificada a autoridade coatora, o Exmo. Dr. Juiz da 10ª Vara de Família
da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, para que tome ciência dos fatos narrados e
preste as informações que julgue necessárias;
b) seja ordenada a intimação do Ministério Público, na forma do Art. 178, II,
CPC, por envolver a presente medida, ainda que indiretamente, interesse de incapaz;
c) seja deferida a liminar para determinar ao Juízo o recolhimento,
independentemente, de cumprimento, do mandado de prisão já expedido, ou, alternativamente,
caso já cumprido o mandado, seja determinada a imediata colocação em liberdade da paciente.
d) A concessão da ordem de Habeas Corpus Preventivo, com a consequente
expedição de Salvo Conduto para a paciente, obstando a grave ameaça em sua liberdade.
Nestes termos, pede deferimento.
Cidade XXXXXX, data XX, mês XX, ano XXXX.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Advogado
Número de Registro na OAB XXXX/UF.XX

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