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APS Estrutura e função animal

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COMPORTAMENTO ANIMAL
GISELLE TOLEDO
APS ESTRUTURA E FUNÇÃO ANIMAL
 O comportamento é a relação entre organismos e o ambiente, e entre o sistema nervoso e o ecossistema. É determinado tanto por fatores genéticos como ambientais. Ao estudar como os animais se comportam é possível identificar lideranças, acasalamentos, comunicação entre os animais, suas adaptações e correlacionar animais de mesmas espécies e espécies diferentes. Essa análise é um procedimento muito antigo, já que os primeiros seres humanos observavam os animais para se protegerem deles, conseguirem comida, e posteriormente para domesticá-los e criá-los para subsistência.
 A etologia é a parte da ciência que estuda o comportamento animal. Por mais que seja considerada uma disciplina recente, já que seus métodos e objetivos foram formalizados na metade do século XX, ela vem sendo praticada desde antigamente. Como por exemplo pelos Sumérios em 5 mil a.C, que deixaram gravado em argila escritos sobre o comportamento de peixes e aves. Há também Aristóteles que recolheu observações e interpretações de viajantes que visitaram longes lugares e escreveu dois volumes para classificar diferentes comportamentos do reino animal. Um dos principais influenciadores dessa ciência foi Charles Darwin com o Evolucionismo. Este influenciou estudos de Konrad Lorenz, Karl Von Frisch e Nikolaas Tinbergen que oficializaram a etologia. Anos depois chegaram até a ganhar um Nobel pelo pioneirismo. 
As causas do comportamentos dos animais podem acontecer por várias maneiras, como os mecanismos genéticos/ontogenéticos do comportamento, que são os efeitos da hereditariedade e interações genético-ambientais durante o desenvolvimento sobre o comportamento, e os mecanismos sensórios-motores, que tem relação com a ação do sistema nervoso, sistemas hormonais e sistema músculo-esquelético, todos esses são considerados causas imediatas. Há também as chamadas causas últimas, que são resultados da seleção natural e adaptação ao ambiente, como comportamentos adquiridos com o tempo.
 Com isso, é possível descrever os dois tipos de comportamentos existentes. O Ganso-bravo apresenta um padrão fixo de ação. Se um ovo da fêmea sai para fora do seu ninho, ela tende a empurrá-lo, com o bico, de volta para dentro do ninho. Esses movimentos são previsíveis, estereotipados. Portanto, é possível dizer que essa é uma característica herdada, pré-programada. Esse comportamento é chamado de inato. Comportamentos inatos são aqueles que são geneticamente programados, ou seja, um organismo não precisa de experiência prévia ou aprendizagem, costumam ser bastante previsíveis e similar pelos membros da espécie.
 O outro tipo é o comportamento aprendido, que é resultado da experiência, ela permite que um animal se adapte as mudanças do ambiente, por isso é tão importante para a sua sobrevivência. Um exemplo que caracteriza esse comportamento é a adestração de um cachorro, onde ele aprende a sentar, a não ser agressivo, a responder a comandos e entre outros ensinamentos. Outro exemplo pode ser quando os animais deixam se seguir um comportamento inato, como por exemplo um pato que começa a seguir algo diferente que sua mãe.
 A maneira como os animais se comportam pode ajudar a identificar indícios de degradação ambiental. Mudanças em comportamentos de migração, sexuais e outros podem ocorrer em casos de distúrbios ambientais e podem ter como consequência alteração no padrão reprodutivo e modo de vida das populações. A agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos interpreta as alterações no deslocamento de pequenos peixes de água doce como um possível indicador de poluição por pesticidas em suas áreas nativas. Esses estudos de comportamento no meio ambiente são essenciais para o monitoramento ambiental. É essencial que seja feito um acompanhamento no estudo desses casos, para que não chegue a casos extremos, como extinção de animais por exemplo, e seja tarde demais para tratar o problema.
 Quase todos os animais possuem algum tipo de comportamento social. Ele consegue explicar como os animais lidam com as relações sociais, com os membros de sua própria espécie e de outras também, como competição. Segundo Behavioristas as funções da comunicação podem ser divididas em três pontos: 1) transferência de informação; 2) manipulação de outros indivíduos; e 3) controle e avaliação. 
 Um exemplo de troca de informação é uma ave macho que canta e comunica sua espécie, sexo e nível de agressão aos outros machos e informa para as fêmeas seu interesse em acasalar-se. De acordo com este modelo, cada um no grupo se beneficia da vida em grupo social pela troca de informação honesta. Agora, se um pássaro quer atrair fêmeas para o acasalamento ele vai se aparentar melhor, maior, mais seguro e afrontoso e esconderá suas fraquezas. Com isso, ele usa sinais para manipular suas parceiras para que tenham uma visão menos realista dele (Dawkins & Krebs 1978). No terceiro modelo, os animais se beneficiam por avaliarem continuamente o estado dos que estão à volta e podem fazer isso de várias maneiras, emitindo aproximações agressivas ou sexuais, mas nem sempre se engajando em brigas diretas ou acasalamentos, de modo a controlar o comportamento dos demais.
 Tendo em vista tudo o que foi apresentado, é perceptível o quão o estudo do comportamento animal é essencial para a biologia, ele pode ajudar a entender não somente as relações entre os animais, mas sim um pouco de seu passado, de seu corpo e, em especial, o ambiente.
Referências
Maria Emília Yamamoto & Gilson Luiz Volpato. COMPORTAMENTO ANIMAL

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