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Direito Penal III

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Direito Penal III – Gabarito das Web Aulas
Web Aula 1
Questão 1.  A) No que concerne à aplicação simultânea da majorante repouso noturno ao furto qualificado, o melhor entendimento é no sentido de sua inaplicaplicabilidade. Sobre o tema já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, in verbis: PENAL. RECURSO ESPECIAL. FURTO QUALIFICADO. CAUSA ESPECIAL DE AUMENTO. REPOUSO NOTURNO. ESTABELECIMENTO COMERCIAL. IMPOSSIBILIDADE.
I - Incide a majorante prevista no art. 155, § 1º, do Código Penal se o delito é praticado durante o repouso noturno, período de maior vulnerabilidade inclusive para estabelecimentos comerciais, como ocorreu in casu (Precedentes).
II - Entretanto, a causa especial de aumento de pena do repouso noturno é aplicável somente às hipóteses de furto simples, sendo incabível no caso do delito qualificado (Precedente).
Recurso desprovido (STJ, Resp n. 940245, Quinta Turma; Rel. Min Felix Fischer, julgado em 13/12/2007)
B) No caso concreto, não há que se cogitar da concessão da ordem face ao juízo de reprovabilidade da conduta dos agentes o que afasta o reconhecimento da atipicidade material da conduta, independentemente do valor da res furtiva. Sobre o tema já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, in verbis:
CRIMINAL. HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO AÇÃO PENAL. QUESTÃO DISCUTIDA PELO TRIBUNAL A QUO. POSSIBILIDADE DO PLEITO NA PRESENTE VIA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO. FURTO DE LENÇOL, EDREDON E OUTROS BENS NÃO LOCALIZADOS. QUADRILHA OU BANDO. CRIME PRATICADO EM PERÍODO NOTURNO. ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO. ORDEM DENEGADA.
I. O trancamento da ação penal, por meio de habeas corpus, é medida excepcional, sendo somente admissível quando patente nos autos, de forma inequívoca, a inocência do acusado, a atipicidade da conduta ou a extinção da punibilidade. II. Esta Corte, por várias vezes, tem determinado o trancamento de ação penal em sede de habeas corpus nas hipóteses em que resta configurada a atipicidade da conduta ante a incidência do princípio da insignificância, não havendo que se falar que a questão demanda análise do mérito a ser apreciada no curso do processo. III. A aplicação do princípio da insignificância requer o exame das circunstâncias do fato e daquelas concernentes à pessoa do agente, sob pena de restar estimulada a prática reiterada de furtos de pequeno valor.
IV. A verificação da lesividade mínima da conduta apta a torná-la atípica, deve levar em consideração a importância do objeto material subtraído, a condição econômica do sujeito passivo, assim como as circunstâncias e o resultado do crime, a fim de se determinar, subjetivamente, se houve ou não relevante lesão ao bem jurídico tutelado. V. Hipótese em que, embora a denúncia mencione expressamente as roupas de cama como res furtivas, é descabida a conclusão da defesa de que os bens furtados a elas se limitaram, quanto mais pela expressa ressalva de que havia "outros objetos não recuperados". VI. Verifica-se o alto grau de reprovabilidade da conduta, uma que os delitos foram praticados, supostamente, mediante formação de quadrilha ou bando, durante o repouso noturno e mediante rompimento de obstáculos - porta e cadeado, circunstâncias que qualificam a conduta e demonstram maior audácia dos agentes que a praticam. VII - Ordem denegada, nos termos do voto do Relator. (STJ, HC n. 179572/SP; Quinta Turma; Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em 15/03/2012)
Questão 2 - Letra C.
Questão 3. - Letra B.
Web Aula 2
Questão 1. A questão versa sobre dois temas relevantes em relação ao delito de roubo, a saber:
a) No que concerne à possibilidade do concurso material de crimes entre o delito de roubo majorado pelo concurso de pessoas e o delito de bando ou quadrilha, bem como à aplicação concomitante da majorante do roubo pelo emprego de arma de fogo em concurso de crimes com o delito de quadrilha armado. O melhor entendimento sobre o tema é no sentido da possibilidade e, portanto, não configuração de bis in idem (dupla valoração pelo mesmo fato), haja vista a distinção entre a objetividade jurídica entre os delitos e, consequentemente, bem jurídico tutelado em cada um deles. Neste sentido leciona Fernando Capez (op. cit. p 474), bem como já proferiu decisão acerca do tema o Supremo Tribunal Federal ao asseverar que não há que alegar ?bis in idem, dada a autonomia do crime de quadrilha ou bando?. (STF, RHC 102984/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em: 08/02/2011). b) Em relação ao reconhecimento da continuidade delitiva entre os delitos e não concurso material, o pedido também não deve prosperar, pois consoante entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal não basta que haja similitude entre as condições objetivas (tempo, lugar, modo de execução e outras similares), para a caracterização da continuidade delitiva. É necessário que entre essas condições haja uma ligação, um liame, de tal modo a evidenciar-se, de plano, terem sido os crimes subsequentes continuação do primeiro, o que não se configurou no caso em exame. STF, CC 113413/SP, Segunda Turma, Min. Ricardo Lewandowski, Julgamento: 16/10/2012).
QUESTÃO 2. Assertiva correta: letra B.
QUESTÃO 3. Assertiva correta: letra D. Sobre o tema, vide verbete de Súmula n.610, do Supremo Tribunal Federal.
 
Web Aula 3
Questão 1. a) No caso em exame, não há que se falar em delito de extorsão mediante sequestro, pois não houve a privação de liberdade com pedido de resgate, mas verdadeiro
constrangimento mediante o emprego de grave ameaça com o fim de obter indevida vantagem econômica,resta caracterizado o delito de extorsão, previsto no art.158, do Código
Penal.
b) O delito de extorsão consuma -se com o emprego da violência ou grave ameaça, prevalecendo, portanto, o entendimento de que o delito configura -se como delito formal,
caracterizando-se a obtenção da vantagem econômica indevida como mero exaurimento do delito. Significa dizer que a consumação independe da obtenção da vantagem indevida,
restando configurada com o emprego da violência ou grave ameaça.
Acerca do tema, vide Verbete de Súmula n.96, do Superior Tribunal de Justiça: ?O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida?.
Ainda, sobre o tema, vide ementa de decisão proferida, em sede de Conflito de Competência, pelo Superior Tribunal de Justiça:
EMENTA. A quaestio juris consistiu em saber se a competência para apurar suposto crime de extorsão na modalidade de comunicação por telefone de falso sequestro com exigência
de resgate por meio de depósito bancário seria o juízo do local onde a vítima teria sofrido a ameaça por telefone e depositado a quantia exigida ou aquele onde está situada a
agência bancária da conta beneficiária do valor extorquido. Para a Min. Relatora, como a extorsão é delito formal, consuma -se no momento e no local em que ocorre o
constrangimento para que se faça ou se deixe de fazer alguma coisa (Súm. n. 96 -STJ). Assim, o local em que a vítima foi coagida a efetuar o depósito mediante ameaça por telefone
é onde se consumou o delito. Por isso, aquele é o local em que será processado e julgado o feito independentemente da obtenção da vantagem indevida, ou seja, da efetivação do
depósito ou do lugar onde se situa a agência da conta bancária beneficiada. Com esse entendimento, a Seção declarou competente o juízo suscitado. Precedentes citados: REsp
1.173.239-SP, DJe 22/11/2010; AgRg no Ag 1.079.292-RJ, DJe 8/2/2010, e CC 40.569-SP, DJ 5/4/2004. CC 115.006-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
14/3/2011. (STJ, Terceira Seção. Informativo de Jurisprudência n. 466)
Questão 2. Assertiva correta: letra C.
Na questão em exame, a discussão versa sobre a possibilidade do reconhecimento da tentativa ao delito de extorsão, previsto no art.158, do Código Penal, haja vista tratar-se de
delito formal.
A partir da premissa de que o iter criminis é fracionável, bem como o fato de que, para sua consumação é indispensável que a vítima sinta -se ameaçada e submeta -se à vontade do
agente, o que não ocorreu n o caso concreto exposto, razão pela qual éperfeitamente possível a caracterização da modalidade tentada.
Neste sentido, vide ementa de decisão proferida em sede de Recurso Especial, pelo Superior Tribunal de Justiça:
Trata-se de recurso interposto pelo MP estadual contra acórdão que manteve sentença condenatória, porém reformou -a parcialmente para reconhecer a forma tentada do delito de
extorsão praticado pelo ora recorrido. O órgão ministerial sustenta que o acórdão violou o art. 158 do CP, pois o legislador não subordina a consumação do delito à efetiva
consecução do proveito econômico, bastando que o agente tenha obrado com tal intuito. Na espécie, o recorrido constrangeu a vítima, mediante grave ameaça, consistente no
prenúncio de que a mataria, exigindo -lhe a quantia de 300 reais, a retirada dos boletins de ocorrência contra ele registrados e a entrega dos filhos nos finais de semana. Diante da
reiteração das ameaças, a vítima acionou a polícia, que surpreendeu o recorrido, procedendo a sua prisão. Sob tal contexto, a Turma entendeu que, in casu, feita a exigência pelo
recorrido, a vítima não se submeteu à sua vontade, deixando de realizar a conduta que ele procurava lhe impor. Assim, a hipótese é de tentativa como decidido pelo tribunal a quo, e
não, como pretende o recorrente, de crime consumado. Precedente citado: HC 95389 -SP, DJe 23/11/2009. REsp 1.094.888-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
21/8/2012. (STJ, Sexta Turma, Informativo de Jurisprudência n. 502).
Questão 3. Assertiva correta: letra E.
Web Aula 4
Questão 1.  A questão versa sobre a descaracterização do cheque como ordem de pagamento à vista no caso de sua emissão na modalidade pós-datada e, consequente caracterização
como promessa de pagamento, ou seja, garantia de dívida. Neste caso, há julgados do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que a ?apresentação de cheques na modalidade
de pagamento pré-datado não caracteriza estelionato? (STJ, RHC .733/BA).
Ainda, sobre o tema, cabe transcrever verbete de Súmula n.246, do Supremo Tribunal Federal:
Comprovado não ter havido fraude, não se configura o crime de emissão de cheque sem fundos.
Por fim, à guisa de exemplo, vide ementa de decisão proferida em sede de apelação criminal pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:
Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL. ESTELIONATO PRATICADO COM CHEQUE. PLEITO ABSOLUTÓRIO POR ATIPICIDADE DA CONDUTA. ACOLHIMENTO.
DOLO NÃO EVIDENCIADO. DESCARACTERIZAÇÃO DO CRIME DE ESTELIONATO. A prova carreada aos autos autoriza a conclusão de que os cheques
não foram emitidos para pagamento à vista, descaracterizando o crime de estelionato por ausência de dolo. Apelo provido. (Apelação Crime N º
70050811942, Sexta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Antônio Daltoe Cezar, Julgado em 25/10/2012)
Questão 2: Assertiva correta: letra A.
A questão versa sobre a possibilidade da incidência do princípio da insignificância ao delito de estelionato para fins de caracterização de atipicidade da conduta. Entretanto,
no caso em exame, face ao juízo de reprovabilidade da conduta do agente, policial rodoviário federal na reserva remunerada, independentemente da vantagem patrimonial, não há
que se falar na incidência do referido princípio.
Sobre o tema, vide ementa de decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça:
ESTELIONATO. PRINCÍPIO. INSIGNIFICÂNCIA. Policial rodoviário da reserva remunerada (ora paciente) utilizou -se de documento falso (passe conferido
aos policiais da ativa) para comprar passagem de ônibus intermunicipal no valor de R$ 48,00. Por esse motivo, foi denunciado pela suposta prática do
crime de estelionato previsto no art. 171 do CP. Sucede que a sentença o absolveu sumariamente em razão do princípio da insignificância, mas o MP
estadual interpôs apelação e o TJ determinou o prosseguimento da ação penal. Agora, no habeas corpus, busca a impetração seja restabelecida a
decisão de primeiro grau devido à aplicação do referido princípio. Para o Min. Relator, a conduta do paciente não preenche os requisitos necessários para
a concessão da benesse pretendida. Explica que, embora o valor da vantagem patrimonial seja de apenas R$ 48,00 (valor da passagem), as
circunstâncias que levam à denegação da ordem consistem em ser o paciente policial da reserva, profissão da qual se espera outro tipo de
comportamento; ter falsificado documento para parecer que ainda estava na ativa; além de, ao ser surpreendido pelos agentes, portar a quantia de R$
600,00 no bolso, a demonstrar que teria plena condição de adquirir a passagem. Assim, tais condutas do paciente não se afiguram como um irrelevante
penal, nem podem ensejar constrangimento ilegal. Por fim, assevera que não caberia também, na via estreita do habeas corpus, o exame da alegação da
defesa quanto a eventuais dificuldades financeiras do paciente. Esclarece ainda que, de acordo com a jurisprudência do STF, para a incidência do
princípio da insignificância, são necessários a mínima ofensividade da conduta do agente, nenhuma periculosidade social da ação, o reduzidíssimo grau
de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada. Diante dessas considerações, a Turma denegou a ordem e
cassou a liminar deferida para sobrestar a ação penal até o julgamento do habeas corpus. Precedentes citados do STF: HC 84.412-SP, DJ 19/11/2004; do
STJ: HC 146.656-SC, DJe 1º/2/2010, e HC 83.027- PE, DJe 1º/12/2008. HC 156.384-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 26/4/2011. (STJ, Sexta
Turma, Informativo de Jurisprudência n.470)
Questão 3. Assertiva correta: letra C.
A questão em exame versa sobre a entrada em vigor da Lei n. 12550 de 2011, que acrescentou ao Código Penal o art.311 -A, segundo o qual quem utilizar ou divulgar,
indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de concurso público, avaliação ou exame
públicos; processo seletivo para ingresso no ensino superior ou exame ou processo seletivo previstos em lei incorre nas penas de reclusão de 1 a 4 anos, e multa.
Neste caso, face aos princípios da legalidade e irretroatividade da lei penal, não há que se cogitar da tipificação da conduta das agentes como incursa na figura típica do art.311-
A, CP. Tampouco, há que se falar em tipificação do delito de estelionato por ausência de caracterização de prejuízo de ordem patrimonial.
Sobre o tema, vide ementa de decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça:
DIREITO PENAL. COLA ELETRÔNICA. ATIPICIDADE DA CONDUTA. A "cola eletrônica", antes do advento da Lei n. 12.550/2011, era uma conduta atípica,
não configurando o crime de estelionato. Fraudar concurso público ou vestibular através de cola eletrônica não se enquadra na conduta do art. 171 do CP
(crime de estelionato), pois não há como definir se esta conduta seria apta a significar algum prejuízo de ordem patrimonial, nem reconhecer quem teria
suportado o revés. Assim, caso ocorresse uma aprovação mediante a fraude, os únicos prejudicados seriam os demais candidatos ao cargo, já que a
remuneração é devida pelo efetivo exercício da função, ou seja, trata-se de uma contraprestação pela mão de obra empregada, não se podendo falar em
prejuízo patrimonial para a administração pública ou para a organizadora do certame. Ademais, não é permitido o emprego da analogia para ampliar o
âmbito de incidência da norma incriminadora; pois, conforme o princípio da legalidade estrita, previsto no art. 5º, XXXIX, da CF e art. 1º do CP, a tutela penal
se limita apenas àquelas condutas previamente definidas em lei. Por fim, ressalta-se que a Lei n. 12.550/2011 acrescentou ao CP uma nova figura típica
com o fim de punir quem utiliza ou divulga informação sigilosa para lograr aprovação em concurso público. Precedentes citados do STF: Inq 1.145-PB, DJe
4/4/2008; do STJ: HC 39.592-PI, DJe 14/12/2009, e RHC 22.898-RS, DJe 4/8/2008. HC 245.039-CE, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 9/10/2012.
(STJ, Quinta Turma, Informativo de Jurisprudência n. 506).
Web Aula 5:
Questão 1. primeiro questionamentoversa sobre os elementos caracterizadores do delito de receptação dolosa prevista no art. 180, do Código Penal, pois, no caso em exame, Beto não
concorreu para a prática do delito de furto, mas praticou uma conduta dolosa posterior à consumação do referido delito, ou seja, possui como pressuposto a existência de um crime
anterior sendo autônomo em relação ao delito anterior. Desta forma, a correta tipificação da conduta de Beto seria como incursa na figura típica da receptação dolosa.
Em relação ao segundo questionamento, não obstante o delito de receptação seja um delito acessório em relação ao delito anterior, no caso, o delito de furto praticado por Arlindo, a
receptação será punida ainda que haja a extinção de punibilidade em relação aquele face à sua autonomia. Tal entendimento encontra -se previsto expressamente no art.108, do
Código Penal.
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a
extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.
QUESTÃO 2.
Assertiva correta: Letra C.
QUESTÃO 3. Assertiva correta: Letra A. Somente está correta a assertiva V.
Considerações Adicions
Web Aula 6
Questão 1. A questão tem por objetivo fomentar o raciocínio jurídico no discente, bem como a criação de uma rede de sentidos à medida que o docente poderá, ao debater o caso concreto
em sala, desenvolver os temas sobre crimes contra o patrimônio, crimes contra a dignidade sexual e os requisitos para a caracterização do concurso de pessoas.
Desta forma, caberá ao discente concluir pela seguinte tipificação das condutas:
- Em relação a João: será responsabilizado pelos delitos de furto qualificado pela escalada e pelo concurso de pessoas em concurso material com o delito de estupro na forma do
concurso material de crimes (art.155, II e IV c.c art.213 n.f art.69, todos do Código Penal). Não há que se falar em responsabilização pelo delito de homicídio, pois não concorreu para
a sua prática, bem como tentou evitá -la. - No que concerne a Marcos, sua conduta restará incursa na figura típica de furto qualificado pela escalada e pelo concurso de pessoas em concurso material com o delito de
homicídio qualifiado na forma do concurso material de crimes (art.155, II e IV c.c art.121, §2 º, V n.f art.69, todos do Código Penal). Não há que se falar em responsabilização pelo
delito de estupro face ao instituto da cooperação dolosamente distinta previsto no §2º, do art.29, do Código Penal.
Questão n.2
Assertiva Correta: Letra B
Questão n.3
Assertiva Correta: Letra C
Web Aula 7
Questão n.1 Com o advento da Lei n.12015/2009, houve a revogação do art.224, do Código Penal, que versava sobre a presunção de violência, no caso, de menor de 14 anos e,
consequentemente, a controvérsia acerca da revogação parcial da causa de aumento prevista no art. 9º, da Lei n.8072/1990, ou seja, o que concernia à presunção de violência, haja
vista a tipificação do estupro de vulnerável, previsto no art.217-A, do Código Penal. A doutrina e jurisprudência têm se manifestado no sentido de deferir o reexame de pena com fulcro
no disposto no art. 2°, parágrafo único, do Código Penal.
Desta forma, deverá o discente analisar alguns pontos específicos da questão, mormente, no que concerne aos conflitos de Direito Intertemporal. Seguem, abaixo, algumas
sugestões de tópicos a serem abordados:
a) Com relação à presunção de inocência deverá o discente identificar a revogação do art.224, do Código Penal e o novo tratamento jurídico-penal: a caracterização da vulnerabilidade
e, conseqüente, descrição típica autônoma (art.217 - A, do Código Penal).
b)Com relação à Lei n. 8072/90 e a causa de aumento, prevista em seu art.9º: Discussão acerca da abolito criminis, face à revogação do art.224, do Código Penal.
Ainda, sobre o tema, vide decisão proferida, em sede de hábeas corpus, pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:
EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL. ESTUPRO, ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR E ESTUPRO DE VULNERÁVEL. PRISÃO PREVENTIVA.
MANUTENÇÃO. Colhem-se dos autos relevantes provas da materialidade e indícios da autoria em desfavor do paciente, dando conta das inúmeras práticas sexuais a que fora
submetida a vítima, menor com idade entre 05 e 13 anos ao tempo dos eventos. A libertação do paciente neste momento representaria risco concreto não só à ordem pública como à
própria ofendida, considerando que as violações se repetiram ao longo dos anos, sempre sob constante ameaça. Ademais, a experiência revela que, em casos de abuso praticado
no âmbito familiar, é comum a existência de coação da vítima e das testemunhas, o que deve ser evitado, principalmente para resguardar o bem -estar da menor. ORDEM
DENEGADA. (Habeas Corpus nº 70033386301, Sétima Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Relator: Naele Ochoa Piazzeta, Julgado em 03/12/2009).
Questão n.2
Assertiva Correta: Letra B
Questão n.3
Assertiva Correta: Letra C
Web Aula 8: 
Questão 1. A questão versa sobre a caracterização dos delitos de casa de prostituição e rufianismo. Cabe salientar que a prostituição é conduta atípica tendo, portanto, relevância penal a
conduta de quem explora a prostituição alheia.
Para Luiz Regis Prado o rufianismo “pode ser descrito como a atividade do agente que explora economicamente uma ou mais pessoas que praticam a prostituição, tirando proveito
total ou parcial de tal atividade” (op. cit. pp.654) e caracteriza-se como delito permanente e habitual.
Com relação ao delito de casa de prostituição, por tratar -se de delito habitual, consuma -se com a efetiva manutenção do estabelecimento para fins de exploração sexual,
independentemente da ocorrência efetiva de ato libidinoso, bem como do agente auferir lucro, entretanto, doutrina e jurisprudência têm admitido que a prostituição na própria
residência não caracteriza o crime de casa de prostituição.
Desta forma, caberá ao discente, analisar no caso concreto a possibilidade da incidência dos princípios da intervenção mínima, fragmentariedade e adequação social para fins de
exclusão da responsabilidade penal.
Para tanto, consta da indicação bibliográfica a referência à decisão proferida pela Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, da qual segue ementa:
EMENTA PENAL TIPICIDADE MATERIAL RUFIANISMO conceito de tipicidade não se satisfaz com a mera adequação da conduta ao tipo legal. Não basta a
tipicidade formal. Exige-se a chamada tipicidade material, sendo indispensável que a conduta imputada tenha causado um resultado jurídico (ofensa ao
bem jurídico) relevante (principio da insignificância) e intolerável (princípio da adequação social), além de outros requisitos (imputação objetiva, elemento
subjetivo). A conduta clandestina de manter apartamento próprio para encontro sexual afeta o bem jurídico protegido de forma intolerável, não sendo
aceita pela sociedade como adequada, pouco importando a tolerância policial. Penso que o exame da tipicidade desta infração depende do caso
concreto, mormente o local em que a conduta habitual vem sendo praticada. Tratando-se de prédio situado em área residencial, o constante ingresso de
garotas de programa e clientes ávidos para satisfazer o apetite sexual mediante o pagamento de preço acordado, inquestionavelmente, agride a moral
pública protegida pelo tipo respectivo. Fato típico. De outro giro, sendo o imóvel ocupado por várias garotas de programa que praticam com clientes sexo
no próprio local, o pagamento de um percentual recebido pelo serviço prestado para mantença do imóvel, ainda que a administração caiba a uma ou
algumas delas, não tipifica o delito do artigo 230 do Código Penal, mormente quando residem no local e se prostituem pessoas maiores de idade, todas
agindo livremente naquela atividade respectiva. No caso concreto, porém, inobstante a tipicidade reconhecida, não há nos autos elemento de prova a
indicar o envolvimento do apelante naqueledelito, certo que outros denunciados já foram condenados, apenas não havendo prova no sentido de que o
apelante de alguma forma contribuía para os delitos lá praticados, sendo irrelevante a prova indiciária de que ele seria locatário do imóvel, circunstância
não cabalmente demonstrada, até porque a Câmara, em procedimento similar, absolveu o proprietário do imóvel, devendo a mesma regra ser adotada
para o eventual locatário que sublocou indevidamente a outras pessoas que passaram a utilizar o imóvel para fim ilícito (TJRJ. 0161039 -
28.2005.8.19.0001- APELAÇÃO. DES. MARCUS BASILIO - Julgamento: 13/09/2011 - PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL, disponível em: http://www. tjrj.jus.br)
Questão 2:
Assertiva correta: Letra A
Questão 3:
Assertiva correta: Letra D.
 Web Aula 9
Questão 1. A questão diz respeito ao termo inicial da contagem do prazo prescricional nos crimes de falsificação de registro civil, regulado pelo art. 111, inciso IV, do CP. A
pretensão defensiva não deve prosperar, pois no delito de parto suposto, a prescrição somente começa a fluir do dia em que o fato se torna conhecido por autoridade
que possa promover a persecução penal. Dessa forma, o incidiamento de Lúcia foi correto, devendo ser mantido.
Cabe salientar que o Superior Tribunal de Justiça já se manifestou acerca da denominada “adoção à brasileira ” no sentido de reconhecer a paternidade socioafetiva.Sobre a referida
decisão, vide informativo n.400, do STJ.
Questão 2:
Assertiva correta: Letra C.
Questão 3:
Assertiva correta: Letra D.
Web Aula 10
Questão 1. A questão versa sobre a possibilidade da aplicação do concurso de crimes entre o crime de incêndio, em sua forma simples e o de estelionato, na modalidade prevista no art.
171, §2°, inciso V, do Código Penal e consequente descaracterização da qualificadora do delito de incêndio.
Sobre o tema, assim se manifestou Guilherme de Souza Nucci (NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. 1.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009.): "parecenos
perfeitamente admissível a possibilidade de haver concurso entre o delito do art. 250 [...] com o crime do art. 171, §2°, V[...]. Não são incompatíveis as duas ocorrências, nem
há bis in idem. É certo que, se o ânimo de lucro já foi utilizado para tipificar o crime do art. 171, §2°, V, cremos que o incêndio deve ser punido na modalidade simples."
Questão 2:
Assertiva correta: Letra B.
Questão 3:
Assertiva correta: Letra B. A expressão ?expondo a perigo", prevista como elementar do tipo, caracteriza a exigência de perigo concreto.
Considerações Adicionais
Web Aula 11
Questão 1. A questão é controvertida, sendo majoritário o entendimento de que o crime de curandeirismo não se configura quando a conduta é praticada no regular exercício da liberdade de
culto religioso. Porém, devem ser analisados os bens jurídicos em confronto e, havendo lesão grave ou morte decorrentes da conduta praticada, a liberdade de culto religioso não
poderá ser invocada para afastar a responsabilidade penal, posto que o bem jurídico objeto da lesão, nesses casos, é indisponível. Sobre o tema, ver:
NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. 1.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009. p.284.
Questão 2:
Assertiva correta: Letra C.
Questão 3:
Assertiva correta: Letra B.
Considerações Adicionais
Web Aula 12
Questão 1: A questão versa sobre dois temas de suma importância no que concerne ao delito de bando ou quadrilha, a saber: a possibilidade da inclusão de inimputável como sujeito ativo
do delito e, sua classificação doutrinária para fins de caracterização do momento consumativo do delito.
No que concerne à primeira indagação, a possibilidade da inclusão de inimputável como sujeito ativo do delito, é pacífico o entendimento no sentido de que o inimputável também é
considerado sujeito ativo do delito de bando ou quadrilha.
No que tange à classificação doutrinária e, consequente, momento consumativo do delito de bando ou quadrilha, é pacífico o entendimento no Supremo Tribunal Federal no
sentido de prescindir da prática das condutas delitivas. Neste sentido:
Em conclusão de julgamento, a Turma, por maioria, indeferiu habeas corpus impetrado contra ato do STJ que denegara igual medida, em que se
pretendia o trancamento de ação penal instaurada contra denunciados pela suposta prática de crimes contra a ordem tributária (Lei 8.137/90, art. 1º, c/c o
art. 12), em concurso formal impróprio e de forma continuada, bem como por infringência do art. 288, do CP ( “Associarem-se mais de três pessoas, em
quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes:...”) — v. Informativos 355, 358 e 476. Asseverou-se que, nessa fase de simples recebimento da
denúncia, poder -se-ia extrair dessa inicial fartura de detalhes caracterizadores do fumus comissi delicti, autorizador da persecução penal em relação ao
delito de quadrilha. Salientou-se que a jurisprudência do STF admite excepcionalmente o trancamento da ação penal por habeas corpus quando ausente
qualquer situação de iliquidez ou de dúvida objetiva quanto aos fatos subjacentes à acusação penal, inocorrentes na espécie. Considerou-se
improcedente a assertiva de que inexistiria o elemento subjetivo do tipo do art. 288, do CP, tendo em conta que o fato de os pacientes estarem na gerência
da empresa não impediria que, nessa condição, viessem a se associar para o fim de cometer crimes. Por fim, com base no entendimento da Corte no
sentido de que o crime de quadrilha ou bando, por ser delito autônomo e formal, se consuma no momento em que se concretiza a convergência de
vontades e independe da realização ulterior do fim visado(grifo nosso) concluiu-se que a suspensão da ação penal pelo crime de sonegação fiscal,
decorrente da adesão a programa de recuperação fiscal, não implicaria falta de justa causa para acusação pelo crime de quadrilha . Vencido o Min. Cezar
Peluso que deferia parcialmente a ordem para determinar o trancamento da ação penal quanto à acusação de formação de quadrilha ou bando. O Min.
Eros Grau retomou os fundamentos do seu voto originário. (STF, HC n 84223/RS, Rel. Min. Eros Grau, julgado em 03/06/2008).
No mesmo sentido, já proferiu decisão o Superior Tribunal de Justiça:
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. CRIME DE SONEGAÇÃO FISCAL E FORMAÇÃO DE QUADRILHA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENA
1. O trancamento da ação penal é medida de todo excepcional, não se admitindo que substitua a ação de rito ordinário, consen
2. Não obstante a anulação do lançamento tributário, em razão da adesão da fundação ao SIMPLES, acarretar a suspensão da pre
3.O crime de quadrilha ou bando é autônomo ou formal, ou seja, sua consumação se dá com a convergência de vontades e indepen
4. As informações trazidas na denúncia e consignadas no acórdão recorrido são suficientes, no caso em tela, para autorizar u
5. A peça acusatória trouxe a descrição clara dos fatos com todas suas circunstâncias e elementos, de forma a viabilizar, de
6. Ordem denegada, em conformidade com o parecer ministerial. (STJ, HC 49194 / SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Quin
Questão 2:
Assertiva correta: Letra D.
Questão 3:
Assertiva correta: Letra D
Web Aula 13
Questão 1. A questão versa sobre a caracterização das condutas perpetradas por Luiz, guardar e introduzir em circulação moeda falsa, como crime único, pois a conduta de petrechos para
falsificação, a falsificação e colocação em circulação da moeda falsa, quando o sujeito ativo é a mesma pessoa caracteriza verdadeiro conflito aparente de normas a ser solucionado
pelo princípio da consunção, no qual o delito de moeda falsa absorve os demais.
No que concerne à competência para julgamento do crime, por tratar -se de delito contra a fé pública, prevalece o disposto no art.109, da CRFB/1988, ou seja, a competência para processo e julgamento será da Justiça Federal.
Entretanto, não podemos esquecer que, no caso de falsificação grosseira e consequente caracterização do delito de estelionato, a competência para processo e julgamento
será da Justiça Estadual – Verbete de Súmula n. 73, do Superior Tribunalde Justiça.
Questão 2:
Assertiva correta: Letra. E
Questão 3:
Assertiva correta: Letra A
Considerações Adicionais
Web Aula 14
Questão 1. A questão versa sobre a caracterização de falsificação grosseira de documento, o que torna a conduta de falso atípica face à caracterização do crime impossível; todavia,
nada impede que a falsidade, ainda que grosseira, seja apta à caracterização de outra figura típica, tal como o delito de apropriação indébita ou estelionato (art.168 e 171, do
Código Penal).
Neste caso, não há que se cogitar da incidência do delito de falsidade de documento público, haja vista a falsificação ser grosseira. Todavia, podemos questionar o dolo de
Karolynne Dias para fins de caracterização do delito de apropriação indébita ou estelionato. Se entendermos que o dolo foi posterior à posse do cheque emitido por sua cliente,
adotaremos a tese da caracterização do delito de apropriação indébita; se, por outro lado, o dolo for anterior à posse do cheque, estelionato.
Questão 2:
Assertiva correta: Letra C.
Questão 3:
Assertiva correta: Letra A.
Web Aula 15
Questão 1. A questão versa sobre o confronto entre a falsificação e uso de documento público falso pelo falsário, sendo o melhor entendimento no sentido de que o delito previsto
no art.304, do Código Penal será absorvido pelo art.297, do Código Penal, haja vista configurar mero exaurimento (pós fato impunível).
Neste caso, não há que se falar em uso de documento falso por dois motivos: caracterizado o uso de documento falso, este caracteriza -se como mero exaurimento da
falsificação realizada por Alysson Silva; ainda, poderíamos discutir a inexistência do delito de uso de documento falso, pois Alysson Silva não fez uso dele, ao contrário, o
mesmo foi retirado de sua carteira durante a revista policial.
Questão 2:
Assertiva correta: Letra E.
Questão 3:
Assertiva correta: Letra D.

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