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RESUMÃO PENAL

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RESUMO PENAL 
CONCURSO DE PESSOAS
A prática delituosa se caracteriza por ato de pessoa, a qual, por meio de conduta positiva ou negativa, amolda-se no tipo especificado na lei, sendo-lhe cominada a respectiva penalidade concernente à infração cometida. Sabemos que as relações humanas são complexas e muitas vezes mais de um indivíduo está envolvido na conduta típica realizada. Assim, preceitua o Código Penal em seu artigo 29, caput: “Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.” [2].
Desta forma, dizem Zaffaroni e Pierangeli que, “quando, num delito, intervêm vários autores, ou autores e outros que participam de delito sem serem autores, fala-se de ‘concurso de pessoas no delito’” [3].
Existem algumas prerrogativas básicas, as quais são essenciais para existência do concurso de agentes. Dividem-se em quatro pontos: pluralidade de agentes culpáveis; relevância causal de cada uma das condutas; vínculo subjetivo entre os agentes; identidade de infrações penais para todos os agentes.
Faltando qualquer um destes pressupostos, descaracteriza-se o concurso de pessoas. Sendo assim, partimos para uma sucinta análise de cada um deles.
a) Pluralidade de agentes culpáveis: É requisito próprio e inseparável do concurso, pois é dele que emana a característica do concursus delinquentium. Assim, uma conduta exercida ou sob influência de mais de um agente pode recair sobre o concurso de pessoas, sendo devidamente observadas as peculiaridades de cada caso, pois como bem preceitua Barros, “não se pode falar em concurso de agentes quando, de dois participantes, um é inimputável ou atua sem culpabilidade” [4].
Ressalta-se que nesse caso, quando o executor for instrumentalizado por outrem, por exemplo, de forma pela qual este não tem possibilidade de oferecer resistência, poderemos ter a figura da autoria mediata.
b) Relevância causal das condutas: Deve ser observado no concurso de agentes qual foi a influência das condutas com relação ao resultado obtido. As modificações inócuas, que nada contribuem para a eclosão do resultado, são desprezadas pelo Direito Penal. Conforme o artigo 29 do Código Penal é necessário concorrer para o crime de forma a dar causa a sua realização, sendo que sem tal conduta, o crime não teria ocorrido da forma como se sucedeu.
c) Vínculo subjetivo entre os agentes: Na figura do concurso de agentes deve existir um liame subjetivo entre os envolvidos, o qual os una em uma mesma esfera de vontades. O crime deverá ser fruto de um vínculo psicológico cooperativo e recíproco, em uma unidade de desígnios previamente dirigida para tal fim, sob pena de ocorrer uma autoria colateral, na qual irão observar-se duas condutas, separadamente, individuais e autônomas.
Cumpre ressaltar ainda, que é dispensável o prévio acordo entre os agentes, pois, ainda que um autor desconheça um eventual favorecimento, conscientemente executado por outrem, haverá de se falar em concurso de agentes bastando apenas que uma vontade adira à outra.
d) Identidade de infrações penais para todos os agentes: Neste ponto observa-se a convergência dos agentes ao cometimento de uma mesma infração penal. Dito de outra forma, verificar-se-á quanto a unicidade da infração penal cometida por aqueles agentes envolvidos pelo liame subjetivo de vontade.
REQUISITOS 
Pluralidade de condutas: para ter concurso de pessoas, exig em-se duas 
condutas, duas principais p elos autores/coautoria ou uma principal e uma 
acessória, sendo por autor e partícipe. 
Relevância causal de todas elas: se a conduta não contribuiu em nada para 
a eclosão do resultado, não pode ser considerada como integrante do concurso 
de pessoas. 
Liame subjetivo ou concurso de vontades: a vontade de todos de 
contribuir para a produção de resultados, sendo o crime produto de uma 
cooperação desejada e recíproca. 
Identidade de infração para todos: teoria unitária, todos devem responder 
por um único crime. 
FORMAS DE PARTICIPAÇÃO
Moral: instigação (reforço da ideia) e induzimento (dar a ideia). 
Material: auxílio, cumplicidade (participação secundária). 
Tipos de autoria e participação 
Autoria colateral: mais de um agente realiza a conduta, sem que um 
conheça o outro. Assim, cada um vai responder pelo crime que cometeu. 
Nesse tipo não se aplica a teoria unitária. 
Autoria incerta: na mesma situação da autoria colateral, porém sem saber 
quem foi o causador do resultado. Uma autoria incerta. 
Autoria desconhecida: não se sabe nem quem praticou a conduta. Por isso 
neste caso terá como consequência o arquivamento do inquérito policial. 
Participação de participação: quando ocorre uma conduta acessória d e 
outra conduta acessória. É o auxílio do auxílio. 
Participação sucessiva: ocorre numa relação direta entre partícipe e autor, 
quando o partícipe concorre para a conduta principal mais de uma forma. 
Conivência: ocorre quando o sujeito omite -se durante a execução do crime, 
quando tinha condições de evitar. Sem dever jurídico. 
Participação por omissão: ocorre quando o sujeito omite-se durante a 
execução do crime, quando tinha condições de evitar. Com dever jurídico. 
Participação em crime omisso: consiste em uma atitude ativa do agente, 
que auxilia, induz ou instiga outrem a omitir a conduta devida. 
Coautoria parcial: os atos executórios do caminho do crime são distribuídos 
entre os diversos autores, cada um é responsável por uma parte para a que 
haja a consumação. 
Multidão delinquente: os agentes responderão pelo crime em concurso, 
tendo direito à atenuante genérica prevista no art. 65, III, e, do CP. 
Participação impunível: ocorre quando o fa to principal não chega a fase de 
execução, assim não pode ser punido. 
 
COMUNICABILIDADE DE ELEMENTARES E CIRCUNSTANCIAS 
 CIRCUNSTÂNCIAS E ELEMENTARES
CIRCUNSTÂNCIAS: São elementos considerados apenas como acessórios, sua não ocorrência não influenciará na existência do crime e sim na aplicação da pena podendo agravá-la ou atenua-la. Exemplos: 
Art 21, § 1º do Código Penal diz: " ( ...) Se o homicídio é cometido sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida da injusta provocação do ofendido, a pena será reduzida de 1/6 a 1/3 ( Circunstância). O parágrafo transcrito trata-se de uma circunstância, ou seja, fala aqui do homicídio privilegiado ao qual causa a redução da pena. Se não existisse esta circunstância o homicídio não deixaria de existir e sim mudaria a sua classificação podendo ser qualificado ou simples. 
Circunstâncias, por sua vez, são os fatores que se agregam ao tipo fundamental, para o fim de aumentar ou diminuir a pena. Exemplificativamente, no homicídio, que tem como elementares “matar” e “alguém”, são circunstâncias o “relevante valor moral” (§ 1ª), o “motivo torpe” (§ 2º, I) e o “motivo fútil (§ 2ª II), dentre outras
CLASSIFICAÇÃO
A) SUBJETIVAS: Diz respeito ao agente, seriam no caso os seus antecedentes criminais, personalidade, maioridade, menoridade etc. 
B) OBJETIVAS: Diz respeito ao fato, tempo do crime, modo de execução, condições da vítima etc. 
ELEMENTARES: É o essencial para a ocorrência do crime. Sem elas o crime não existiria, seria crime impossível. Por exemplo: O crime de Aborto, para que ocorra é necessário a existência de vida intrauterina, não existe aborto de feto já sem vida. O crime de peculato, é necessário para a sua ocorrência a figura do Funcionário Público como sujeito ativo, caso não houvesse a figura do Funcionário Público não configuraria o crime de peculato. 
“Elementares são os dados fundamentais de uma conduta criminosa. São os fatores que integram a definição básica de uma infração penal. No homicídio simples (CP, art. 121, caput), por exemplo, as elementares são “matar” e “alguém”.
CONCLUSÃO: 
As circunstâncias classificadas como subjetivas não se comunicam como por exemplo: Emum concurso de pessoas onde uma delas é primária, a pena para ela será diferenciada em virtude de sua condição. Já as circunstâncias consideradas como Objetivas elas se comunicam quando há conhecimento dos demais. Exemplo: No crime de Homicídio Qualificado por traição ou emboscada ( art 121, § 2º, IV CP). Se todos tiverem conhecimento dessas circunstâncias, todos responderão pelo homicídio qualificado. Vamos supor que um dos envolvidos não tenha conhecimento dessa circunstância, este então não responderá pela qualificadora e sim pelo homicídio simples
 CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS
O conflito aparente de normas penais ocorre quando há duas ou mais normas incriminadoras descrevendo o mesmo fato. Sendo assim, existe o conflito, pois mais de uma norma pretende regular o fato, mas é aparente, porque, apenas uma norma é aplicada à hipótese.
ELEMENTOS 
a) unidade do fato, há somente uma infração penal;
b) pluralidade de normas, duas ou mais normas, aparentemente, identificam o mesmo fato;
c) aparente aplicação de todas as normas à espécie, a incidência de todas as normas é apenas aparente;
d)efetiva aplicação de apenas uma delas, somente uma norma é aplicável, por isso o conflito é aparente.
PRINCÍPIOS QUE SOLUCIONAM O CONFLITO APARENTE DE NORMAS
Através da aplicação dos “princípios que solucionam o conflito aparente de normas”, é possível obter a solução ao caso concreto, uma vez que, tais princípios afastam as normas incidentes e indica as normas penais que verdadeiramente é aplicável à situação, afastando as demais, e, com isso evitando o chamando bis in idem.
Princípio da Especialidade (Lex specialis derogat generali)
O Princípio da Especialidade, majoritariamente, para os doutrinadores é o mais importante dos princípios utilizados para sanar o conflito aparente de normas penais. Nesse sentido, para Bittencourt (LAURIA, p. 11) os demais princípios “somente devem ser lembrados quando o primeiro não resolver satisfatoriamente os conflitos”.
Para tanto, a norma especial possui todos os elementos da norma geral e mais alguns, classificados como ‘especializantes’, representando mais ou menos severidade. Entre uma norma e outra, o fato é enquadrado na norma que tem algo a mais. Com isso, o tipo penal visto como especial derroga a lei geral.
Basta comparar de forma abstrata as condições dos tipos penais, para distinguir a norma geral da especial. Nesse sentindo, leciona Damásio que,
“...o princípio da especialidade possui uma característica que o distingue dos demais: a prevalência da norma especial sobre a geral se estabelece in abstracto, pela comparação das definições abstratas contidas nas normas, enquanto os outros exigem um confronto em concreto das leis que descrevem o mesmo fato.” (apud, CAPEZ, 2010, p. 90)
A norma especial pode descrever tanto um crime mais leve quanto um mais grave, e não é, necessariamente, mais abrangente que a geral. Exemplo: o art. 123 do Código Penal, que trata do infanticídio prevalece sobre o art. 121 do Código Penal, o qual cuida do homicídio, pois, o primeiro, além dos elementos genéricos, possui os especializantes: próprio filho; durante o parto ou logo após; e, sob a influência do estado puerperal. O infanticídio não é mais completo nem mais grave, ao contrário, é mais brando, no entanto, é especial.
Portanto, a norma especial prevalece sobre a geral. Para Greco (LAURIA, p. 11), “a norma especial afasta a aplicação da norma geral”.
Princípio da Subsidiariedade (Lex primaria derogat subsidiariae)
A norma subsidiária descreve um grau menor de violação de um mesmo bem jurídico, ou seja, um fato menos amplo e menos grave, que definido como delito autônomo é também compreendido como parte da fase normal de execução de crimes mais grave.
Assim, sendo cometido o fato mais amplo, duas normas incidirão, a que define o fato e a que descreve apenas parte dele. A norma primária, que descreve o ‘todo’, absorverá a menos ampla (a subsidiária), tendo em vista que, esta ‘cabe’ dentro da primeira.
A norma primária não é especial, é mais ampla.
Nélson Hungria elucida as diferenças entre este princípio e o da especialidade:
“...a diferença que existe entre especialidade e subsidiariedade é que nesta, ao contrário do que naquela, os fatos previstos em uma e outra norma não estão em relação de espécie e gênero, e se a pena do tipo principal (sempre mais grave que a do tipo subsidiário) é excluída por qualquer causa, a pena do tipo subsidiário pode apresentar-se como soldado de reserva, e aplicar-se pelo residuum.” (apud, LAURIA, 2010, p. 12)
Diante disso, só há que se falar em princípio da subsidiariedade quando a norma principal for mais grave que a subsidiária. Exemplo: o crime de ameaça (art. 147, CP) cabe no de constrangimento ilegal mediante ameaça (art. 146, CP), o qual, por sua vez, cabe dentro da extorsão (art. 158, CP).
Vale salientar que, há casos em que tanto se pode aplicar o princípio da especialidade quanto o da subsidiariedade, exemplo, o roubo e o estupro são especiais em relação ao constrangimento ilegal, mas são mais amplos, já que este último cabe tanto num quanto no outro.
Para saber qual norma incidirá, é necessário verificar qual crime foi praticado e qual foi à intenção do agente, portanto, para aplicação do princípio da subsidiariedade, é imprescindível a análise do caso concreto, sendo insuficiente a comparação abstrata dos tipos penais.
ESPÉCIES 
Expressa ou explícita: a própria norma reconhece expressamente seu caráter subsidiário, admitindo incidir somente se não ficar caracterizado fato de maior gravidade. Exemplo: ao definir a lesão corporal seguida de morte, o art. 129, § 3º do Estatuto Repressivo, afirma incidir se “...as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo”
Tácita ou implícita: a norma nada diz, mas, diante do caso concreto, verifica-se sua subsidiariedade. Exemplo: mediante uso de violência, a vítima é constrangida a entregar a sua carteira ao autor. Incide aparentemente o tipo definidor do roubo (norma primária), art. 157 do CP, e o do constrangimento ilegal (norma subsidiária), art. 146 do CP, e, assim, sem que a lei nada diga, prevalece o primeiro.
Princípio da Consunção (Lex consumens derogat consumptae)
Princípio segundo o qual o fato mais amplo e mais grave absorve outros menos amplos e graves, que funcionam como fase normal de preparação ou execução ou mero exaurimento.
Na consunção, há uma seqüência de situações diferentes no tempo e no espaço, sem recorrer às normas, comparam-se os fatos, verificando-se que o mais grave absorve os demais. Esta comparação se dá entre os fatos e não entre as normas, de maneira que, o mais completo, o ‘todo’, prevalece sobre a parte, ou seja, o fato principal absorve o acessório, sobrando apenas a norma que o regula.
Destarte, não é a norma que absorve a outra, mas o fato que consome os demais, fazendo com que só reste uma norma. Exemplo: um sujeito dirige perigosamente (direção perigosa) até provocar, dentro do mesmo contexto fático, um acidente fatal (homicídio culposo no trânsito). Neste caso, a direção perigosa é absorvida pelo homicídio culposo, restando este último crime e, conseqüentemente, a norma que o define. Com isso, evita-se o bis in idem, pois o fato menor estaria sendo punido duas vezes.
É possível verificar a consunção, mediante três hipóteses:
Crime progressivo: ocorre quando o agente, objetivando, desde o inicio, produzir o resultado mais grave, pratica, por meio de atos sucessivos, crescentes violações ao bem jurídico. O último ato, causador do resultado pretendido, absorve todos os anteriores, que acarretaram violações em menor grau. Dessa forma, o agente responde pelo resultado mais grave.
Nesta hipótese, podem ser observados os seguintes elementos:
Unidade de elemento subjetivo: desde o início, há uma única vontade;
Unidade de fato: há um só crime, comandado por uma única vontade;
Pluralidade de atos: se houvesse um único ato, não haveria que se falar em absorção;
Progressividade na lesão ao bem jurídico: os atos violam de formacada vez mais intensa o bem jurídico, sendo os anteriores absorvidos pelo mais grave.
Crime complexo: resulta da fusão de dois ou mais delitos autônomos, que passam a funcionar como elementares ou circunstanciais no tipo complexo, em que o fato complexo absorve os fatos autônomos. Exemplo: latrocínio (roubo+homicídio), o autor responde pelo latrocínio, ficando o roubo e o homicídio absorvidos.
Progressão criminosa:
a) Progressão criminosa em sentido estrito: o agente inicialmente deseja produzir um resultado, após atingi-lo, decide prosseguir e reiniciar sua agressão produzindo uma lesão mais grave. A distinção do crime progressivo é que, enquanto neste, há unidade de desígnios, na progressão criminosa há pluralidade de elemento subjetivo ou vontade.
Elementos observados:
Pluralidade de desígnios: inicialmente, o agente deseja praticar um crime, após cometê-lo, resolve praticar outro de maior gravidade, demonstrando duas ou mais vontades.
Pluralidade de fatos: existe mais de um crime, correspondente a mais de uma vontade. Embora haja condutas distintas, o agente só responde pelo fato final, mais grave, ficando os demais absorvidos.
Progressividade na lesão ao bem jurídico: a primeira seqüência voluntária de atos, provoca uma lesão menos grave do que a última e, por isso, acaba por ele absorvida.
b) Fato anterior (ante factum) não punível: o fato anterior menos grave, quando for praticado como meio necessário para a realização de outro mais grave, será por este absorvido.
STJ Súmula nº 17 – 20/11/1990. Estelionato. Potencialidade Lesiva. Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.
Exemplo: o agente falsifica uma carteira de identidade e com ela comete um estelionato. Responde pelos crimes de falso (art. 297 do CP) e estelionato (art. 171 do CP), uma vez que, o documento falsificado poderá ser utilizado em diversas fraudes. Se, falsificasse a assinatura de um fólio de cheque e passasse a um comerciante, responderia apenas pelo estelionato, pois não poderia utilizar mais a folha de cheque em outra fraude.
c) Fato posterior (post factum) não punível: quando após a conduta, o agente pratica novo ataque contra o mesmo bem jurídico, apenas para tirar proveito da prática anterior, exemplo, após o furto, o agente destrói ou vende o que furtou.
Há que se considerar como regra que, na aplicação do princípio de conjunção, quando os crimes são cometidos em um mesmo contexto fático, têm-se a absorção do menos grave pelo de maior gravidade.
Princípio da Alternatividade
Princípio aplicado quando a norma descreve várias formas de realização da figura típica, onde a ação de uma ou de todas configura crime. São os chamados tipos alternativos, que descrevem crimes de ação múltipla.
“Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar.” (Lei 11.343/2006, Lei de Drogas, art. 33, caput)
Este princípio tem aplicabilidade minoritária entre os doutrinadores, uma vez que, não há conflito entre normas, mas conflito interno na própria norma. Exemplo, se o agente importa heroína, transporta maconha e vende ópio, cometeu três crimes e responderá por eles em concurso material[2], pois um não tem relação com o outro. Não há necessidade de se discutir alternatividade, pois não há nexo de causalidade entre as condutas. Do contrário, se houver causalidade entre as condutas, haverá um único crime, por aplicação do principio da consunção e não da alternatividade.
Assim sendo, a alternatividade é a consunção resolvendo conflitos entre condutas previstas na mesma norma e não um conflito entre normas.

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