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ESTÁGIO 03 - CASO 05

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) DESEMBARAGADOR (A) PRESIDENTE (A) DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO
AMADEU BELLOMUSTO, (nacionalidade), (profissão), (estado civil), portador da carteira de identidade sob o nº __, expedida pela __, e do CPF/MF sob o nº __, residente e domiciliado em (endereço), com endereço eletrônico __, que subscreve por seus procuradores infra firmado, vem mui respeitosamente perante a Vossa Excelência, diante das fls. Conforme art. 213 do CP, interpor REVISÃO CRIMINAL com fulcro no art. 621, III do CPP, pelas razões e fatos a seguir:
1. DOS FATOS
AMADEU BELLOMUSTO e CLÁUDIO INÁCIO, foram acusados pela prática dos crimes descritos nos artigos 325, caput (violação de sigilo funcional), e 347, parágrafo único (fraude processual), ambos do Código Penal, em concurso material de crimes (artigo 69 do CP). Contra Amadeu foi acrescido o delito de violação de sigilo funcional em sua forma qualificada (§ 2º do artigo 325), em continuidade delitiva (artigo 71 do CP). 
Tais crimes constaram na denúncia ofertada pelo Ministério Público Federal (MPF), segundo a qual, o Amadeu, na condição de Delegado de Polícia Federal e coordenador da chamada “Operação Satiagraha”, desencadeada no ano de 2018, teria revelado a jornalistas da Rede Globo de Televisão 
(i) dados sobre determinada reunião que ocorreria no restaurante El Tranvia, na capital paulista, na qual investigados poderiam ser filmados no momento de oferecimento de vantagem indevida (corrupção ativa) a funcionário público, em detrimento da investigação, e 
(ii) (ii) avisado a jornalistas da mesma emissora a data e local em que seriam realizadas buscas e prisões de pessoas públicas de renome como o ex-prefeito de Maceió e outro famoso empresário do estado. 
Essas revelações propiciariam o posicionamento antecipado de equipes de filmagem no local, a tomada de imagens das prisões e a consequente exposição dos fatos em noticiários de TV e outros veículos de comunicação. Em primeiro grau fora proferida sentença condenatória, abaixo reproduzida no que concerne a AMADEU, assim lavrada: 
(...) Condenar AMADEU pela prática dos crimes de violação de sigilo funcional e fraude processual, artigos 325, § 2º, e 347, c.c. artigos 69 e 71, todos do Código Penal, à pena privativa de liberdade de 03 (três) anos e 11 (onze) meses, sendo, 02 (dois) anos e 11 (onze) meses de reclusão, mais 01 (um) ano de detenção, a ser cumprida em regime prisional aberto, ficando substituída pelas restritivas de direitos e de prestação de serviços à comunidade e proibição de exercício de mandato eletivo, cargo, função ou atividade pública, conforme assinalado acima, e pena pecuniária de 52 (cinquenta e dois) dias-multa no valor unitário de um salário mínimo, corrigida monetariamente a partir do trânsito em julgado da sentença. 
Na mesma decisão foi decretada a perda do cargo público [Delegado de Polícia Federal] no Departamento de Polícia Federal, nos termos do artigo 92, inciso I, do Código Penal. Não se conformando, Amadeu interpôs recurso de Apelação, que manteve sua condenação de forma parcial. No Supremo Tribunal Federal, o recurso de Apelação teve como Relator o Eminente Ministro TEORI ZAVASCKI, e como Revisor o Eminente Ministro CELSO DE MELLO.
 Na análise do recurso de Apelação, a Colenda 2ª Turma desconsiderou os crimes de violação de sigilo funcional simplificada, pela prescrição da pretensão punitiva, e o de fraude processual, por sua inaplicabilidade ao tipo penal específico, mantendo-se a condenação pelo crime de violação de sigilo funcional, em sua forma qualificada, decaindo, contudo, a figura da continuidade delitiva (artigo 71 do Código Penal).
 O decisum promanado pela Corte Suprema, deste modo, manteve a condenação originária de primeiro grau pelo crime do artigo 325 do Código Penal, em sua forma qualificada, com a respectiva apenação e multa, e inalterada a sentença no que pertine à perda do cargo de Delegado de Polícia Federal, até então ocupado por Amadeu. Atente-se para o fato de que Amadeu foi condenado por decisão exarada pela 7ª Vara Criminal Federal da Capital. 
Que foi parcialmente reformada pela Douta 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, através de recurso de Apelação, julgado por esta Corte Suprema, em vista do deslocamento de competência por prerrogativa de foro, pois na ocasião Amadeu foi eleito e diplomado Deputado Federal. Porém, a condenação foi mantida, por violação do sigilo funcional qualificada (artigo 325, parágrafo 2º), já a violação do sigilo na forma simplificada e fraude processual fora absolvido. Opôs Embargos de Declaração, que foram rejeitados, tendo ocorrido o trânsito em julgado desta decisão. 
Após ter a condenação passado em julgado, a execução da pena imposta recaiu sobre a 1ª Vara Criminal Federal da Capital – TRF processo nº 0000000001 para cumprimento da reprimenda, que diante de tentativas frustradas para intimar Amadeu para audiência admonitória, culminou com revogação da pena restritiva de direitos, convertendo-a em pena privativa de liberdade, dando aso ao pedido de prisão decretado em 13/11/2019, bem como, comunicação a Difusão Vermelha da Interpol, tudo amplamente noticiado na mídia. 
Tal decisão foi combatida por meio de Habeas Corpus impetrado perante o TRF da ª Região, processo nº 000000000000002 que tramitou perante a 5ª Turma, da qual, por unanimidade concederam a ordem impetrada, anulando a ação executória a partir da intimação para audiência admonitória, decretando-se a revogação do mandado de prisão, expedindo-se contramandado e determinando a comunicação de cancelamento da nova decisão perante a Difusão Vermelha da Interpol.
Eis os fatos.
2. DO DIREITO
	Excelência, a apelação precisa ser revista, proferida pelo então órgão ad quem, que manteve a violação do sigilo na forma simplificada. Ora, diante do então art. 325, § 2º, e 347, c/c. artigos 69 e 71, todos do Código Penal.
	Contudo, o embargante não preenche o que preceitua o então do rol do artigo suscitado, que frisa: “a) permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; b) se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem, a pena será de reclusão, de dois a seis anos, e multa. Ver artigo 325 do Código Penal”.
EXECUÇÃO PENAL. AGRAVO. AUSÊNCIA EM AUDIÊNCIA ADMONITÓRIA SEM APRESENTAÇÃO DE JUSTIFICATIVA. REVERSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS EM PRIVATIVA DE LIBERDADE. REGRESSÃO DO REGIME ABERTO PARA O SEMIABERTO. OITIVA DO REEDUCANDO EM JUÍZO. IMPRESCINDIBILIDADE. ARTIGO 118, PARÁGRAFO 2º, DA LEP. RECURSO PROVIDO.
1. Trata-se de agravo em execução penal que pretende a reforma da r. decisão de primeiro grau que, após a ausência injustificada do paciente à audiência admonitória para a qual foi regularmente intimado, determinou a reversão das penas restritivas de direito em privativa de liberdade e, no mesmo ato, a regressão de regime de cumprimento da pena do aberto para o semiaberto, sem a prévia oitiva do condenado, o que viola a previsão legal disposta no artigo 118, parágrafo 2º, da Lei de Execução Penal.
2. A parte impetrante alega que o paciente não foi advertido, quando intimado pessoalmente para o comparecimento em audiência admonitória, que na hipótese de ausência à audiência poderia ocorrer a regressão de regime de cumprimento da pena privativa de liberdade.
3. Analisando os autos é possível constatar que o mandado de intimação para comparecimento à referida audiência admonitória contém uma omissão que obsta a efetiva implementação da r. decisão judicial. Não constou do mandado judicial a advertência de que a ausência do condenado poderia ensejar a regressão do regime.
4. Consoante disposto no parágrafo 2° do artigo 118 da Lei n° 7.210/1984 (Lei de Execução Penal), para que ocorra a regressão do regime o condenado deve ser ouvido previamente.
5. É cediço que a conversão da pena restritiva dedireitos em privativa de liberdade decorrente do descumprimento injustificado da restrição imposta ao apenado encontra fundamento no artigo 44, parágrafo 4°, do Código Penal. Porém, não obstante a autorização prevista no artigo 44 do Código Penal, a formalidade mostra-se essencial para que se atenda à determinação legal prevista na Lei de Execução Penal. Precedente do e. STJ.
6. Se, após devidamente advertido pelo oficial de justiça quando do cumprimento do mandado, mesmo assim o condenado não comparecer em juízo, aí sim estará justificada a decisão de regressão do regime, posto que a oitiva prevista no parágrafo 2º do artigo 118 não se realizará por ato de vontade do próprio reeducando, que estará formalmente ciente das conseqüências de sua ausência ao ato.
7. Agravo à execução penal provido.
(AGRAVO DE EXECUÇÃO PENAL Nº 0010013-66.2013.4.03.6181/SP. Juiz Convocado FERNÃO POMPÊO. 07.01.2014)grifei
	Outrora, o embargante foi exposto a um dos poderes mais influentes socialmente: o da mídia. O expondo de diversas maneiras e o exonerando do cargo, sem nem ao menos ter o direito da ampla defesa e do princípio do estado de inocência, já respaldados em lei.
ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. DEMISSÃO. QUEBRA DE SIGILO FUNCIONAL. PROVA ILÍCITA. INVALIDADE.
- O direito constitucional-penal inscrito na Carta Política de 1988 e concebido num período de reconquista das franquias democráticas consagra os princípios do amplo direito de defesa, do devido processo legal, do contraditório e da inadmissibilidade da prova ilícita (CF, art. 5º, LIV, LV e LVI).
- O processo administrativo disciplinar que impôs a Delegado de Polícia Civil a pena de demissão com fundamento em informações obtidas com quebra de sigilo funcional, sem a prévia autorização judicial, é desprovido de vitalidade jurídica, porquanto baseado em prova ilícita.
- Sendo a prova ilícita realizada sem a autorização da autoridade judiciária competente, é desprovida de qualquer eficácia, eivada de nulidade absoluta e insusceptível de ser sanada por força da preclusão.
(RMS 8327/MG, Rel. Ministro VICENTE LEAL, j. em 24.06.1999).
 	Ademais, a conduta típica vem expressa pelo verbo "revelar", que significa tornar claro, descobrir, contar, e pelo verbo "facilitar", que significa tornar fácil, auxiliar. No primeiro caso ocorre a "revelação direta", pois o funcionário comunica o fato a terceiro. Na segunda hipótese (facilitar a revelação), ocorre a "revelação indireta", permitindo ao terceiro tomar conhecimento do fato sigiloso. Contudo, não houve essa então comunicação entre um terceiro, sendo então descoberto por veículo de comunicação que nem ao menos apresentou provas sucintas para o fato em questão, causando erro de tipo. 
	Ademais, foi anulada a ação executória a partir da intimação para audiência admonitória, decretando-se a revogação do mandado de prisão, expedindo-se contramandado e determinando a comunicação de cancelamento da nova decisão perante a Difusão Vermelha da Interpol. Provando mais uma vez que o revisionado é inocente da conduta em que foi acusado.
3. DOS REQUERIMENTOS
Diante o exposto, requer que seja julgada procedente a presente ação revisional para a absolvição do revisionado, com base nos arts. 386, I e 626 do CPP. Ademais requer a expedição do alvará de soltura em seu favor, bem como o reconhecimento ao seu direito de indenização, conforme o art. 630, parágrafo primeiro do CPP.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento,
(Município/UF), __ de __ de 20__.
NOME DO ADVOGADO
OAB/__ nº __

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