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temática 1 seção 2-contestação com reconvenção

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE LONDRINA/PR 
Processo nº … 
JULIÃO (nome completo), brasileiro, casado, (profissão), inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXX, RG nº XXXXXX, residente e domiciliado na XXXXXXXXX, nº XXXX, Bairro XXXXXXX, (cidade), (estado) e RUTH (nome completo), brasileira, casada, (profissão), inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXXX, RG nº XXXXXXX, residente e domiciliada na XXXXXX, nº XXXX, (cidade), (estado), vem perante Vossa Excelência, por meio de seu procurador.., nacionalidade, estado civil, advogado inscrito na OAB/.., CPF.., com endereço profissional na Rua.., n°…, Bairro.., na cidade de.../..., email:.., apresentar: 
CONTESTAÇÃO C/C RECONVENÇÃO
ao pedido inicial contra eles ajuizado por João e seu companheiro Marcos, também qualificados nestes autos, com fundamento nos artigos 335 e 343, do Código de Processo Civil, nos seguintes termos:
 I- DA TEMPESTIVIDADE 
O réu foi citado pelo oficial de justiça em 01/07/2019, tendo sido o mandado cumprido juntado aos autos em 04/07/2019. Deste modo, a presente contestação é tempestiva, haja vista que o prazo para sua apresentação, de 15 (quinze) dias contados da juntada aos autos do mandado de citação cumprido, foi devidamente observado nos moldes dos artigos 231, II e 335, III CPC. 
Conforme expressa-se no artigo 219 do CPC, o prazo sendo computado pelos seus dias úteis, o prazo para esta contestação se finda em 25/07/2109, sendo esta tempestiva.
II- DAS ALEGAÇÕES DO AUTOR 
Argumentam os autores, em síntese, que, desde o ano de 2011, mantêm a posse mansa, pacífica e ininterrupta de um imóvel de propriedade dos réus, localizado à Rua das Bromélias, nº 100, bairro XXXX, Londrina, Paraná (matrícula n.º XXXXXX), no qual, alegam, construíram uma casa e vêm explorando a terra com plantio de hortaliças por seu trabalho e de sua família. Aduzem, ainda, que têm pago regularmente os impostos incidentes sobre a referida propriedade.
Pelo que foi exposto, pretende o autor, também, o julgamento procedente da ação de usucapião, para que lhes seja declarado o domínio sobre o imóvel usucapiendo, condenando os réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios no importe de 20% sobre a causa, à qual atribuem o valor de R$00.000,00 (valor por extenso).
 III- DOS FATOS E FUNDAMENTOS 
	
	A demanda aqui em questão versa sobre Ação de Usucapião, no qual os autores pretendem que seu direito de domínio do imóvel seja reconhecido, imóvel este localizado a Rua das Bromélias, nº 100, nessa comarca, em área rural com 35 hectares de extensão total, que faz divisa com a Fazenda da Paz de propriedade de Fazenda da Paz, e de imóvel de propriedade de Francisco e Rosa.
	Apesar das alegações aqui demonstradas pelos autores, os pedidos devem ser julgados improcedentes. Não podendo ser julgados procedentes, pois para que isso ocorra é necessário que a posse tenha sido exercida com ânimo de dono, ou seja, tenha intenção de ser e age como se dono fosse.
	Tendo o alegado pelos reconvindos nunca acontecido, pois nunca tiveram ânimo de dono, em contrapartida, celebraram com os reconvintes contrato de locação verbal, sendo possuidores do imóvel somente para moradia como LOCATÁRIOS.
	As partes envolvidas nesta lide celebraram contrato de locação verbal, estabelecendo o valor de locação de R$ 300,00 (trezentos reais), onde ficou acordado que os locatários deveriam pagar durante a vigência do contrato o ITR e contas de água e luz do referido imóvel.
	De acordo com a Lei 80425/91 em seu artigo 47, o contrato de locação verbal é permitido. Ultrapassando o prazo de 30 meses, a locação prorroga-se por prazo indeterminado, não possuindo os reconvindos ânimo de dono do imóvel, requisito para concessão da usucapião conforme extraído de outros Tribunais:
					
AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO DE
DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO. C/C COBRANÇA-
DECISÃO QUE DEFERIU O DESPEJO INSURGÊNCIA DA PARTE
RÉ – PEDIDO DE SUSPENSÃO EM RAZÃO DE LITISPENDENCIA-
NÃO CONHECIDO - AFRONTA AO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
- REVOGAÇÃO DA LIMINAR DE DESPEJO IMPOSSIBILIDADE-
DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA PROPRIEDADE DO
IMÓVEL - INTELIGÈNCIA DO ARTIGO 60 DA LEI 8.245/91-
ALEGAÇÃO DE SOLICITAÇÃO PARA LIGAR A LUZ QUE NÃO
AFASTA OBRIGAÇÃO CONTRATUAL - JUNTADA DE
COMPROVANTES POSTERIORES A CELEBRAÇÃO DO CONTRATO
HIPÓTESE DE USUCAPIÃO - DESCABIMENTO - LOCATÁRIA
SEM ÂNIMO DE DONA DO IMÓVEL – PRORROGAÇÃO LEGAL DO
CONTRATO DE LOCAÇÃO POR PRAZO INDETERMINADO -
IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DA INVALIDADE DO
CONTRATO - RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E
DESPROVIDO. (TJPR - 12a C.Cível - o025175-48.2018.8.16.0000 - Curitiba - Rel.: Juiza Sandra Bauermann - J. 13.12.2018)
	Quanto ao que se trata do pagamento do ITR, contas de água e luz conforme a mesma Lei 8.425/91, artigo 22, VIII, é lícito ao locador transferir a responsabilidade ao locatário.
	Como já demonstrados em julgados anteriores, constatou-se a impossibilidade da usucapião, por não ser real o requisito do animus domini. Conforme até aqui demonstrado deve ser julgado improcedente a presente ação de usucapião.
 
VI- DA RECONVENÇÃO 
Conforme art. 343, CPC, na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. 
Como demonstrado vastamente, o reconvindo e o reconvinte celebraram contrato de locação, mas apesar de ser direito do locador a ação de despejo no dia seguinte ao da data acordada para pagamento e estando o locatário inadimplente desde....., como atitude benigna e de boa fé, a requerente considerou a enfermidade do reconvindo e as dificuldades enfrentadas, entretanto não sendo recíproca a atitude tomada pelo reconvindo, não restando senão o requerimento de despejo e cobrança de aluguel como alternativa para a resolução da situação.
Diante do que se regulamenta no artigo 9º, III, da Lei 8.425/91, tendo em vista a falta de pagamento do aluguel e demais encargos surge o direito de rescindir o contrato e cobrar os valores dos aluguéis não pagos, e o artigo 62, I, admite a cumulação do pedido de rescisão do contrato decorrendo despejo com pedido de pagamento dos aluguéis e acessórios.
Sendo assim, legítimo o direito dos reconvintes buscarem a rescisão contratual, o pagamento de eventuais débitos anteriormente pactuados e a desocupação do imóvel.
 
VII- DO PEDIDO 
Diante do exposto, REQUER: 
a) Que extingue o processo sem julgamento de mérito, acatando a preliminar; 
b) Tendo conhecimento do exposto, julgado IMPROCEDENTE, os pedidos da ação presente, ainda condenando ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios o reconvindo, conforme art. 85, §1º do CPC.
c) Que o reconvindo seja intimado a manifestar-se, seja julgado PROCEDENTE a reconvenção, condenando o reconvindo ao pagamento dos aluguéis e encargos decorrentes do aluguel até a presente data.
 Concorda provar o alegado por todos os meios de prova admitidos pelo Direito, requerendo então prova testemunhal arrolada, prova pericial e documental. Requer também intimações e publicações sejam feitas em nome de seu procurador.
A presente reconvenção dá-se o valor de R$ 3.600,00 (três mil e seiscentos reais), 12 aluguéis conforme a Lei do Inquilinato em seu art. 58, III.
Nestes termos, pede deferimento.
 Local, data
Nome e assinatura do advogado
OAB:

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