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Teoria Contestação e Reconvenção

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Síntese Direito Processual Civil P3
Audiência de Conciliação e Mediação
	Quando a petição inicial não for inepta, e preencher os requisitos elencados pelo art. 319, CPC, passará o processo a sua fase seguinte, a audiência de conciliação e mediação nos termos do art. 334, CPC. Essa audiência não era necessária e obrigatória quando da vigência do CPC/73; entretanto, com o vigor do novo diploma normativo passou a existir a necessidade de realizar tal audiência. A conciliação e mediação tem seu momento específico no processo a ponto que se busca realizar essa audiência enquanto o direito não se tornou litigioso, enquanto houver harmonia entre as partes. Fica a cargo do juiz definir a data da audiência que só poderá ocorrer mais de 30 dias depois de citado o réu; esse prazo não é imutável, e devemos ter em mente que o réu terá de ser citado sempre nos 20 dias anteriores a audiência (pelo novo CPC a contagem se dá em dias úteis). Será, onde houver centros de conciliação e mediação, o conciliador ou mediador que atuará na audiência, se em uma primeira audiência o conciliador constatar que as partes ficaram muito próximas da transação, este poderá designar uma segunda audiência com prazo nunca superior a dois meses da realização da primeira para que as partes consigam transacionar (composição consensual) o direito, evitando o inchaço do judiciário. Para a audiência de conciliação, como o autor tem advogado constituído a intimação para tal ocorrerá na pessoa do advogado. Já foi exposta a necessidade da audiência preliminar, entretanto existem algumas hipóteses em que as partes poderão declinar e o juiz acatará que são: quando ambas as partes manifestarem expressamente o desinteresse na composição; quando o direito não admitir composição. Logo a audiência só não ocorrerá quando o autor e o réu se manifestem pelo desinteresse na audiência, no silencio presume-se o interesse de uma das partes pela conciliação. O autor quando desinteressado na conciliação deverá indicar direto na petição inicial, e o réu por uma petição com antecedência de dez dias a data da audiência que não tem interesse na composição. Sempre que houver litisconsórcio, o desinteresse deve ser manifestado por todos os litisconsortes. Se uma das partes não comparecer a audiência de conciliação será considerado ato atentatório a dignidade da justiça, e incorrerá em multa que poderá atingir o valor de 2% do valor da causa. As partes deverão estar acompanhadas de seus procuradores (advogados); esse parágrafo do artigo 334 é discutível, na prova adote que as partes em consonância com o NCPC deverão estar acompanhadas de seus advogados. Se uma das partes não puder comparecer, poderá constituir procurador por meio de mandato com poderes específicos para negociar e transigir. Se a audiência for frutífera e dela resultar um acordo, o juiz homologará como sentença (coisa julgada entre as partes). 
Contestação
	Se a audiência for infrutífera, nascerá para o réu o direito de se defender das pretensões formuladas pelo autor na inicial. A contestação poderá ser oferecida pelo réu no prazo de 15 dias da audiência de conciliação; do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação visto que nesses casos ele já sairá intimidado da data para protocolo da conciliação. Quando ocorrer a hipótese do 334, § 6°, o prazo para cada litisconsorte fluirá a partir do momento do protocolo da desistência da audiência em relação a cada um separadamente. 
	O réu deve alegar na contestação, toda a matéria defesa, expondo as razões de fato e como pretende provar esses fatos. Nesse ponto encontram-se as defesas processuais ou preliminares de contestação que estão elencadas no rol do artigo 337. Necessário pontuar que essas matérias como são de ordem públicas não são peremptórias, podendo o réu alegar sempre que as constatar. Como sempre existem as exceções que se não alegadas na contestação terão efeito peremptório (não poderão mais ser alegadas) são as hipóteses: a convenção de arbitragem; a incorreção no valor da causa e a concessão indevida do benefício da assistência judiciária gratuita. 
	Entre as defesas existem aquelas que implicarão na extinção do processo (inépcia da inicial; litispendência; coisa julgada; ausência de legitimidade ou interesse processual), e também existem as matérias que apenas implicarão na dilação deste (inexistência ou nulidade de citação; incompetência absoluta ou relativa; incorreção no valor da causa; conexão; incapacidade de parte, defeito de representação). 
	Após a defesa processual, mas na mesma peça (contestação), poderá o réu arguir a ilegitimidade ad causam, ou seja, o réu não tem legitimidade para figurar no polo da ação, qualquer que seja a razão. Quando o réu alegar tal ilegitimidade, deverá indicar o sujeito passivo sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e indenizar o autor pelos prejuízos da falta de indicação. Nesse caso o juiz facultará ao autor a emenda da inicial para substituir o polo passivo da demanda em prazo de 15 dias. O autor poderá substituir o polo completo, trocando literalmente a quem se dirige a pretensão, ou poderá também incluir o novo réu como litisconsorte quando tiver dúvidas sobre autoria. Se o réu alegar incompetência, poderá protocolar a contestação no seu domicílio, que será imediatamente comunicado ao juiz da causa assim que protocolada. Se for reconhecida a incompetência, como a contestação será distribuída, o juízo para o qual foi distribuída tornar-se-á prevento. 
Princípio da impugnação específica
	O réu deverá manifestar-se impugnando especificamente todas as alegações do autor, presumindo-se verdadeiras e incontroversas aquelas que não sofrerem a impugnação. O defensor público, o advogado dativo e o curador especial não têm o ônus da impugnação específica, podendo impugnar por negativa geral.
	Diz-se que a contestação é a peça mais importante por que o réu só poderá apresentar novas alegações quando ocorrer fato superveniente; competir ao julgador conhece-las de ofício; por autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição (prescrição e decadência).
Reconvenção
	É a peça pela qual o réu dirigirá pretensões ao autor, ampliando os limites subjetivos da lide. Literalmente serão dois processos cumulados em um. A reconvenção tem natureza autônoma, pois se o autor desistir da ação principal, o réu continuará com suas pretensões face ao autor por meio da reconvenção. O réu só poderá propor quando o pedido da reconvenção for conexo com o fundamento da defesa. Como a reconvenção é um meio de ataque onde o réu formula suas pretensões próprias, poderá o autor se defender no prazo de 15 dias. Importante salientar que a reconvenção sempre poderá ser proposta em litisconsórcio entre o autor e terceiro e poderá também ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro (sempre haverá um dos litigantes no litisconsórcio).
	O réu poderá propor a reconvenção sem independentemente de propor a contestação. Fato que é que se deixar de reconvir em algum dos pedidos formulados pelo autor, estes serão considerados verdadeiros e incontroversos. Por isso na reconvenção o réu deve formular suas pretensões de forma a atacar especificamente as pretensões do autor, não sendo possível tais impugnações, poderá contestar e reconvir se for o caso.
Revelia
	No direito processual é de suma importância diferir a revelia dos efeitos que dela são imanentes. É revel o réu que não apresenta contestação ou reconvenção. São efeitos da revelia a presunção de veracidade dos fatos (juris tantum); a fluência do prazo e a ausência de intimação dos atos processuais ao réu que não tenha advogado constituído. Entretanto não é para todo réu revel que a revelia surtirá efeitos, não produzindo efeitos em relação aos réus litisconsortes, desde que um deles conteste a ação; quando a petição não estiver acompanhada do documento que seja indispensável à prova do fato (certidão de propriedade); quando as alegações do autor estiverem em contradição comas provas constantes dos autos; e quando o litigio (processo) versar sobre direitos indisponíveis.
Saneamento
	Findo o prazo para contestação, o juiz saneará o processo de acordo com as disposições da Lei. Se o réu não contestar a ação, o juiz verificará a ocorrência dos efeitos da revelia e ordenará ao autor que especifique as provas que pretende produzir. O réu revel poderá produzir provas, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção.
	O réu na contestação poderá alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (defesa de mérito) e também poderá utilizar-se das defesas processuais, quando ocorrer uma dessas hipóteses o juiz abrirá prazo de 15 dias para réplica do autor, assegurando o direito ao contraditória e a ampla defesa. Se cumpridas as providências preliminares, o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo, julgamentos estes que podem ser pela extinção do processo, pelo julgamento antecipado do mérito ou pelo julgamento antecipado, mas parcial do mérito. Quando ocorrer qualquer das hipóteses dos artigos 485 e 487 o juiz extinguirá o processo sem e com resolução de mérito respectivamente. Já se não houver a necessidade de produção de provas por já terem sido apresentadas ou ocorrerem os efeitos da revelia o juiz julgará o mérito antecipadamente. Se algumas das alegações do autor não foram impugnadas e se tornarem incontroversas, poderá o juiz emitir julgamento parcial do mérito desde que esteja em condição imediata de julgamento. A partir da decisão que julgar parcialmente o mérito, poderá o autor desde logo executar ainda que haja recurso (agravo de instrumento) contra esse interposto.

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