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Parecer Juridico- Lei da terceirização trabalhista

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DIREITO 7º/ NOITE 
Isabela De Sousa Zorgdrager 
RGM: 17834961 
 
 
 
 
 
Parecerista: Isabela de Sousa Zorgdrager 
 
 
Parecer Jurídico 
 
Referente à: Lei da Terceirização Trabalhista x Lei da 
liberdade econômica 
 
 São Sebastião, 22 de abril de 2020. 
Interessados: 
 Profº Alexandre Silva da Motta 
Profº Mozart Gomes Morais 
 
 
 
DIREITO 7º/ NOITE 
Isabela De Sousa Zorgdrager 
RGM: 17834961 
Parecer Jurídico 
Interessados: 
Profº Alexandre Silva da Motta 
Profº Mozart Gomes Morais 
Referente à: Lei da Terceirização Trabalhista x Lei da liberdade econômica 
Ementa: ILICITUDE DA TERCEIRIZAÇÃO TRABALHISTA- LEI DA 
LIBERDADE ECONÔMICA- DIREITOS TRABALHISTAS- ATIVIDADE-FIM- 
ATIVIDADE-MEIO 
Relatório: 
Trata-se de consulta formulada pelos professores Alexandre e Mozart, acerca 
das consequências jurídicas da Terceirização Trabalhista frente a Nova Lei da 
Liberdade Econômica, bem como seu reflexo ainda na esfera penal. 
Dessarte, levanta-se os seguintes questionamentos: 
a) Terceirizar atividade-fim é frustar direitos trabalhistas? 
b) Uma lei permitindo terceirizar elide o crime? 
É o relatório, passo a opinar. 
Fundamentação 
A consulta exige a compreensão do alcance e conteúdo da Medida Provisória 
nº 881/2019, que agora passa a vigorar como Lei nº 13.874/2019, 
popularmente conhecida como Lei da Liberdade Econômica, frente a Lei nº 
13.429/2017 da Terceirização Trabalhista. 
Lei nº 13.874/2019: 
Art. 1º Fica instituída a Declaração de Direitos de 
Liberdade Econômica, que estabelece normas de 
proteção à livre iniciativa e ao livre exercício de atividade 
 
DIREITO 7º/ NOITE 
Isabela De Sousa Zorgdrager 
RGM: 17834961 
econômica e disposições sobre a atuação do Estado 
como agente normativo e regulador, nos termos do inciso 
IV do caput do art. 1º, do parágrafo único do art. 170 e 
do caput do art. 174 da Constituição Federal. 
Sua atuação encontra-se perfeitamente delineada nos termos dos artigos 1º 
caput, inciso IV, 170 parágrafo único e 174 caput da Constituição Federal, que 
dispõe sobre normas de proteção à livre iniciativa e exercício de atividade 
econômica, além de deliberar sobre a atuação do Estado como agente 
normativo e regulador, in verbis: 
 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada 
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
 [...] 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) [...] 
 Art. 170. A ordem econômica, fundada na 
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, 
tem por fim assegurar a todos existência digna, 
conforme os ditames da justiça social, observados 
os seguintes princípios: 
[...] 
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre 
exercício de qualquer atividade econômica, 
independentemente de autorização de órgãos 
públicos, salvo nos casos previstos em 
lei. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) 
 
DIREITO 7º/ NOITE 
Isabela De Sousa Zorgdrager 
RGM: 17834961 
 Art. 174. Como agente normativo e regulador da 
atividade econômica, o Estado exercerá, na forma 
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e 
planejamento, sendo este determinante para o setor 
público e indicativo para o setor privado. 
Embasada nos princípios constitucionais referidos, a lei determina princípios 
presididos dos direitos de liberdade econômica: a liberdade como garantia ao 
exercício de atividade econômica, a presunção da boa-fé do particular perante 
o poder público, a intervenção subsidiária e excepcional do Estado sobre o 
exercício da atividade econômica e reconhecimento da vulnerabilidade do 
particular perante o Estado. 
A facilitação da atividade empresarial é definida, através da redução da 
intervenção do Estado sobre a atividade econômica, com a expectativa de 
facilitar a abertura de novos empreendimentos, melhorar as relações de 
trabalho, promover um maior aumento do PIB e gerar mais empregos. 
Daí infere-se sobre a Lei da Terceirização Delgado (2004, p. 428 apud 
CASSAR, 2013, p. 480) define a terceirização como: 
O fenômeno pelo qual se dissocia a relação econômica 
de trabalho da relação justrabalhista que lhe seria 
correspondente. É o mecanismo jurídico que permite a 
um sujeito de direito tomar serviços no mercado de 
trabalho sem responder, diretamente, pela relação 
empregatícia estabelecida com o respectivo trabalhador. 
Isto é, o trabalhador é inserido na empresa tomadora de serviços, no entanto 
seus laços trabalhistas permanecem com a empresa fornecedora de serviço, 
surgindo desta forma uma relação trilateral entre obreiro, prestador de 
serviços e tomador de mão de obra. 
 
DIREITO 7º/ NOITE 
Isabela De Sousa Zorgdrager 
RGM: 17834961 
Previamente, para melhor compreensão deste instituto é necessário o 
entendimento dos termos atividade-fim e atividade-meio, em outros termos, 
quando se caracteriza cada uma delas, para Delgado (2016, p. 503 apud 
HURST, 2017, p. 10): 
Atividades-fim podem ser conceituadas com as funções e tarefas 
empresariais e laborais que se ajustam ao núcleo da dinâmica empresarial do 
tomador de serviços, compondo a essência desta dinâmica e contribuindo 
inclusive para a definição do seu posicionamento e classificação no contexto 
empresarial e econômico. São, portanto, atividades nucleares e definitórias da 
essência da dinâmica empresarial do tomador dos serviços. 
Já a terceirização de atividade-meio, ocorre quando são contratados 
trabalhadores para exercer as funções acessórias ao bom funcionamento da 
empresa, por exemplo, as funções desempenhadas pelos seguranças. 
No Brasil, a interpretação do instituto terceirização era feita com base na 
análise da súmula 331 do TST, onde a terceirização de atividade-fim era 
considerada ilegal, permitindo-se que fosse exercida apenas a terceirização 
da atividade-meio da empresa, a titulo de exemplo, nos serviços prestados na 
área de limpeza. Para muitos casos concretos, o discernimento entre 
atividade-meio e atividade-fim é de difícil identificação. 
Primeira Pergunta: 
Terceirizar atividade-fim é frustar direitos trabalhistas? 
Sim, a terceirização atividade-fim/irrestrita da aval a medidas que desrespeitam 
e discriminam direitos conquistados, admitem contratação de trabalhadores 
com jornadas mais extensas e expostos a grandes riscos em ambientes de 
trabalho com maior incidência em acidentes fatais, aprofundam desigualdades 
através de salários inferiores para exercerem as mesmas funções, favorecem a 
 
DIREITO 7º/ NOITE 
Isabela De Sousa Zorgdrager 
RGM: 17834961 
contratação de trabalhadores como pessoas jurídicas com reflexos negativos 
na previdência social e outros fundos públicos dentre tantas outras questões 
que refletem diretamente na sociedade brasileira, a vista disso a chamada 
“pejotização”. 
Segunda Pergunta: 
Uma lei permitindo terceirizar elide o crime? 
Na hipótese de subordinação direta dos empregados terceirizados à empresa 
contratante, a terceirização deverá ser considerada ilícita, gerando o vínculo de 
emprego diretamente com a tomadora na forma do art. 9º da CLT, visto sobre 
oque regulamenta: 
Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados 
com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a 
aplicação dos preceitos contidos na presente 
Consolidação. 
Nessa suposição específica de terceirização ilícita, a empresa tomadora de 
serviço vem a ser considerada a verdadeira empregadora e a empresa 
prestadora de serviços responde de forma solidária pelos créditos trabalhistas, 
por ter participado da fraude, conforme regulamenta o art. 942 do Código Civil. 
Na esfera penal, temos tipificado no artigo 203, CP a frustração de direito 
assegurado por lei trabalhista, ou seja, a fraude ao contrato de trabalho. 
 Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito 
asseguradopela legislação do trabalho: 
 Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da 
pena correspondente à violência. 
A aplicação de tal dispositivo não se limita apenas e tão somente a casos em 
que o empregador expõe seus empregados a condições semelhantes à de 
escravo, tal como em diversos tipos de violação à legislação trabalhista como 
 
DIREITO 7º/ NOITE 
Isabela De Sousa Zorgdrager 
RGM: 17834961 
um todo. O referido artigo não tem aplicabilidade estendida a todos os casos, 
sendo este aplicado o rol taxativo. 
O empregador, para incorrer nesse ilícito, deverá induzir o empregado a erro 
ou, mediante violência, impedi-lo de usufruir direito que lhe é assegurado por 
lei. A ausência dos elementos fraude ou violência modifica o ilícito penal, ou 
seja, o simples fato de haver uma infração trabalhista não vem a implicar na 
caracterização imediata do ilícito penal. 
Conclusão 
Por todo o exposto, o instituto da terceirização trabalhista, possui como 
principal argumento a favor, defender uma legislação trabalhista “mais 
moderna”, que contribua para a geração de emprego à medida que estabelece 
regras mais flexíveis para que as empresas possam contratar novos 
funcionários, posto isso, a Lei nº 13.874/2019, que visa sobre a livre pactuação 
da negociação, sendo esta uma abertura e flexibilidade, veio como 
regulamentadora da forma como deve se proceder as pactuações visando as 
garantias previstas na Carta Magna, e para a terceirização visa monitorar as 
documentações trabalhistas de empresas terceirizadas, para precaver os 
tomadores de serviços de possíveis passivos trabalhistas, derivados da 
responsabilidade solidária. 
É o parecer. 
São Sebastião, 22 de abril de 2020. 
 
 
Isabela de Sousa Zorgdrager 
RGM 17834961 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Isabela De Sousa Zorgdrager 
RGM: 17834961 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
PLANATO. DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 20 
abr. 2020. 
PLANATO. Código Penal. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso 
em: 20 abr. 2020. 
CONJUR. Declaração de direitos de liberdade econômica e valorização do 
trabalho humano. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-out-
06/opiniao-liberdade-economica-valorizacao-trabalho-humano. Acesso em: 21 
abr. 2020. 
PLANALTO. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 
1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art170p. 
Acesso em: 21 abr. 2020. 
JUSBRASIL. Os Reflexos da Terceirização da Atividade-fim da Empresa. 
Disponível em: https://raiissarod.jusbrasil.com.br/artigos/514587068/os-
reflexos-da-terceirizacao-da-atividade-fim-da-empresa. Acesso em: 19 abr. 
2020. 
DELGADO, MAURICIO GODINHO; Curso de Direito do Trabalho: Revisto e 
Ampliado. 16. ed. SP: LTr, 2017. p. 1-1697. 
COSTA, B. O. T; MOLARO, R. D. M. A APLICABILIDADE DO ART. 203 DO 
CÓDIGO PENAL NA SEARA TRABALHISTA: -. A APLICABILIDADE DO ART. 
203 DO CÓDIGO PENAL NA SEARA TRABALHISTA: Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª 
Reg., Belo Horizonte,, BH, Volume, Número, p. 1-15, dez./2005. Disponível em: 
https://www.trt3.jus.br/escola/download/revista/rev_83/breno_costa_e_rodrigo_
molaro.pdf. Acesso em: 21 abr. 2020.

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