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resenha Políticas Públicas na Administração

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Nome: Marcio Yoshio Masukawa
Curso: MBA em Gestão Pública
Disciplina: Gestão de Políticas Públicas
Tema da Resenha: Políticas Públicas na Administração (livro POLÍTICAS PÚBLICAS E FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - Camaralismo e Administração Pública)
O texto do livro inicialmente a explicação do conceito de Estado, que teve a sua origem na Europa Central, durante o século XV e XVII, juntamente com os estudos que envolviam a Administração Pública.
O cameralismo foi um modelo de administração originada através das rotinas administrativas da Alemanha, principalmente nos departamentos fiscais do Estado. A sua estruturação, tecnicamente, aconteceu com a acumulação de conhecimentos, através de rotinas, resultando em sua sistematização e foi reaplicada em diversos espaços e momentos da história. 
Este modelo de administração foi alinhado com o pensamento iluminista, que levou a humanidade para a compreensão racional da natureza, e desta forma, melhorar as condições de vida da sociedade, rejeitando privilégios e sempre buscando a igualdade entre sua população.
Os primeiros camaralistas viveram na época da Reforma e da Contrarreforma, aos quais os Estados conseguiam maior autonomia político-administrativa, que serviu de base das primeiras manifestações de uma ciência administrativa aplicada e embasadas em políticas públicas para atender os interesses internos do Estado alemão.
O seu surgimento ocorreu quando existia grande fragmentação política e em nações com pouco peso comercial, o seu desenvolvimento foi baseado na busca de meios para garantir a sobrevivência dos Estados nos âmbitos políticos e econômicos menos favorecidos. 
O camarallista se diferenciava do mercantilismo, modelo que foi adotado por nações como Inglaterra, França, Espanha e Holanda, e este se baseou nas relações comerciais internacionais de grandes economias, que detinham poder de imporem restrições para influenciar as relações de trocas entre os países.
Após o século XVIII o camaralismo deixou de existir como corrente teórica, mas como objeto de estudo seguiu e segue vivo e com contribuições importantes para compreensão da moderna Administração Pública.
O maior objetivo do cameralismo alemão era buscar maior eficiência prática, do que desenvolver projetos mais detalhados, pois o trabalho visava realizar e executar amplos projetos para atender os interesses do Estado Absolutista e além de certo grau de prosperidade e igualdade para sua população, e contava com a simpatia das camadas menos favorecidas versos ao conservadorismo, composta principalmente da nobreza e da igreja. O modelo de administração Norte-Americana era contra a este poder absolutista e seguia uma linha discursiva, valorizando os fundamentos históricos, que levaram a sua independência.
Os Estados alemães sempre buscaram formas para garantir sua identidade e sobrevivência, e duas estratégias se destacaram das demais, o controle militar para proteção contra forças externas e automanutenção econômica do governo, através do desenvolvimento tecnológica, do capital humano, da criação de novas empresas e do crescimento populacional, pois eles acreditavam que o crescimento ilimitado da população era necessária para ter um Estado forte.
Para capacitar futuras gerações camaralisticas, foi desenvolvida bases acadêmicas voltadas para docência e orientação prática para solução de problemas das comunidades. O camaralismo era composto por camaralistitas teóricos (que ocupavam cargos administrativos) e camaralistitas práticos. Os primeiros geralmente eram recrutados pelos práticos para a divulgação pedagógica de procedimentos para a execução das tarefas governamentais.
A administração pública ou camaralística foi caracterizada pela combinação de conhecimentos teóricos e práticos, e foi constantemente desenvolvida constantemente ao longo dos séculos e divulgadas para diversos países europeus, entre eles França, Itália e Portugal.
Alguns dos principais autores camaralistas citados no texto: 
Melchior von Osse (1506-1556) tentava estruturar jurídicamente e politicamente os novos Estados germânicos, e defendia que o governo deveria estruturar a sociedade (para garantir estabilidade procedimental nas atividades dos castelos e profissionalização dos trabalhadores do Estado, pois os mesmos representavam os interesses da administração) e levar bem-estar a população (principalmente de idosos e crianças). Em na sua época o Estado era centrado nos juristas e teólogos que não aceitavam as suas ideias pois as funções administrativas eram conduzidas pelos conselhos ligados ao monarca, que centralizava a administração da coroa, que por sua vez tinham baixo nível de organização, especialização e sistematização quando comparado a realidade do século XVI.
Georg Obrecht (1547-1612) defendeu a necessidade de fortalecer o Estado para guerras e para outros objetivos do governo, através do acúmulo de riquezas para o monarca, mas este governo deveria zelar para evitar gastos desnecessários e ter condutas pautadas em princípios morais. Defendia a tributação sobre importações e exportações, para facilitar a importação de matérias primas. Combatia o monopólio industrial e medidas gerais de proteção à agricultura, à indústria, ao comércio e à navegação. E buscava a criação de uma moeda única para todo o império germânico para facilitar o comércio.
Johannes Althusius (1557-1638) contribuiu para o desenvolvimento teórico-conceitual da Administração Pública, que foi importante para o governo constitucional, soberania popular, sociedade civil e o federalismo, pois seu pensamento estava na transição do pensamento medial tardio para o moderno. A Administração estava relacionada às atividades que geravam vínculos entre a comunidade pela imposição de ordem e direção geral para conseguir a prosperidade coletiva e promoção do bem comum. O Estado iniciava uma proporção de destaque, mais ampla e complexa para condução dos interesses coletivos e do soberano.
Veit Ludwing von Seckendorff (1626-1692) descreveu a estrutura do Estado em detalhes, as regras e prescrições de funcionamento para a administração do governo. O poder absoluto foi dividido em duas partes distintas, onde o soberano (governante) tinha autoridade de um regime legal sobre os cidadãos e não uma obediência pessoal, enquanto o gestor interno (administrador) poderia comandar seus empregados sem limitações.
Johann Joachim Becher (1635-1682) desenvolveu o programa comercial que defendia controle governamental sobre as companhias, promoção do comércio, imposição de restrições à constituição de monopólios e de oligopólios, e causou muita controvérsia na política da época. Becher relatou que a Administração Pública era ineficiente, defendendo a especialização e gestão governamental.
Christian Von Wolff (1679-1754) foi o primeiro autor a desenvolver a noção de Estado Eudemônico. Um Estado defensor do bem-estar moderno, em âmbito individual e coletivo, a partir de princípios e de fundamentos pautados em valores morais e justos, onde a sociedade sempre levasse vantagem. Mas o pensador não aceitava que o Estado interferisse na vida privada.
Georg Heinrich Zincke (1692-1768) as suas obras buscavam o interesse do bem comum, sem vantagens pessoais. E buscava desenvolver e explorar o conceito de gestão. 
Joseph von Sonnenfels (1733-1817) defendia uma ciência que deveria manter a prosperidade do Estado, a ciência de governar. A partir de um processo de institucionalização, o autor trabalhou a constituição interna do Estado e de suas interdependências com todas as partes da Administração Pública, com o objetivo de descobrir fontes de regulação. Os mecanismos regulatórios e os aparatos do Estado passaram a ser reunidos em torno de certos princípios derivados da natureza do propósito social. Desse conjunto de instituições e do Estado resultaram nas bases de uma ciência que tinha por objeto os fundamentos e a manutenção da segurança interna do Estado, chamada de ciência das Políticas Públicas. Além de se preocupar com o comércio, pois este ligava e ocupava muitaspessoas, as relações comerciais.
Durante o século XVIII foram localizados elementos do camaralismo no processo de centralização das finanças públicas portuguesas, ocasionando uma importante mudança na gestão financeira deste Estado, na gestão do Marquês de Pombal (1756-1777) com a criação do Erário Régio em 1761, que resultou na unificação da contabilidade durante a centralização política com a criação da Junta de Administração dos Depósitos Públicos da Corte e Cidade de Lisboa. E o objetivo desta configuração era reduzir os atrasos nos pagamentos e a criação de escrituração contábil para melhor controle das receitas e dos gastos.
Um professor italiano vinculado ao naturalismo, Domenico Vandelli (1735-1816) influenciou, juntamente com outros professores, a criação do pensamento econômico português, difundido pela Academia Real de Ciências de Lisboa. Vandelli seguia os ideais camaralistas e defendia a preparação de inventários rigorosos de recursos naturais para fins comerciais, com reformas baseadas na agricultura e no desenvolvimento econômico do país para elevar a eficiência da gestão financeira e das receitas através da privatização de alguns negócios do estado de manufaturas, fim dos monopólios, melhorias no sistema de gastos públicos e de circulação de moeda portuguesa.

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