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SIMULADO ENEM 2020

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SIMULADO ENEM 2020 
1) ​eu acho um fato interessante... né... foi como meu pai e minha 
mãe vieram se conhecer... né... que... minha mãe morava no Piauí 
com toda família... né... meu... meu avô... materno no caso... 
era maquinista... ele sofreu um acidente... infelizmente 
morreu... minha mãe tinha cinco anos... né... e o irmão mais 
velho dela... meu padrinho... tinha dezessete e ele foi obrigado 
a trabalhar... foi trabalhar no banco... e... ele foi... o 
banco... no caso... estava... com um número de funcionários cheio 
e ele teve que ir para outro local e pediu transferência prum 
local mais perto de Parnaíba que era a cidade onde eles moravam e 
por engano o... o... escrivão entendeu Paraíba... né... e meu... 
e minha família veio parar em Mossoró que era exatamente o local 
mais perto onde tinha vaga pra funcionário do Banco do Brasil e:: 
ela foi parar na rua do meu pai... né... e começaram a se 
conhecer... namoraram onze anos... né... pararam algum tempo... 
brigaram... é lógico... porque todo relacionamento tem uma 
briga... né... e eu achei esse fato muito interessante porque foi 
uma coincidência incrível... né... como vieram a se conhecer... 
namoraram e hoje... e até hoje estão juntos... dezessete anos de 
casados... 
 
CUNHA, M. A. F. (Org.) . Corpus discurso & gramática: a língua 
falada e escrita na cidade do Natal. Natal: EdUFRN, 1998. 
 
Na transcrição de fala, há um breve relato de experiência 
pessoal, no qual se observa a frequente repetição de “né”. Essa 
repetição é um(a) 
RESPOSTA ​estratégia típica de manutenção da interação oral. 
 
2) O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e 
esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que 
ela quer da gente é coragem. 
 
ROSA, J. G. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 1986. 
 
No romance Grande sertão: veredas, o protagonista Riobaldo narra 
sua trajetória de jagunço. A leitura do trecho permite 
identificar que o desabafo de Riobaldo se aproxima de um(a) 
RESPOSTA ​aforismo, por expor uma máxima em poucas palavras. 
 
3) Lugar de mulher também é na oficina. Pelo menos nas oficinas 
dos cursos da área automotiva fornecidos pela Prefeitura, a 
presença feminina tem aumentado ano a ano. De cinco mulheres 
matriculadas em 2005, a quantidade saltou para 79 alunas 
inscritas neste ano nos cursos de mecânica automotiva, 
eletricidade veicular, injeção eletrônica, repintura e funilaria. 
A presença feminina nos cursos automotivos da Prefeitura — que 
são gratuitos — cresceu 1 480% nos últimos sete anos e tem 
aumentado ano a ano. 
Disponível em: www.correiodeuberlandia.com.br. Acesso em: 27 fev. 
2012 (adaptado).Na produção de um texto, são feitas escolhas 
referentes a sua estrutura, que possibilitam inferir o objetivo 
do autor.Nesse sentido, no trecho apresentado, o enunciado “Lugar 
de mulher também é na oficina” corrobora o objetivo textual de 
RESPOSTA: ​demonstrar que a situação das mulheres mudou na 
sociedade contemporânea. 
 
4) A adoção do cardápio indígena introduziu nas cozinhas e zonas 
de serviço das moradas brasileiras equipamentos desconhecidos no 
Reino. Instalou nos alpendres roceiros a prensa de espremer 
mandioca ralada para farinha. Nos inventários paulistas é comum a 
menção de tal fato. No inventário de Pedro Nunes, por exemplo, 
efetuado em 1623, falase num sítio nas bandas do Ipiranga “com 
seu alpendre e duas camarinhas no dito alpendre com a prensa no 
dito sítio” que deveria comprimir nos tipitis toda a massa 
proveniente do mandiocal também inventariado. Mas a farinha não 
exigia somente a prensa – pedia, também, raladores, cochos de 
lavagem e forno ou fogão. Era normal, então, a casa de fazer 
farinha, no quintal, ao lado dos telheiros e próxima à cozinha. 
Carlos A. C. Lemos, Cozinhas, etc. 
Traduz corretamente uma relação espacial expressa no texto o que 
se encontra em: RESPOSTA: ​A casa de fazer farinha é adjacente aos 
telheiros. 
 
5) Nasceu o dia e expirou. 
Já brilha na cabana de Araquém o fogo, companheiro da noite. 
Correm lentas e silenciosas no azul do céu, as estrelas, filhas 
da lua, que esperam a volta da mãe ausente. 
Martim se embala docemente; e como a alva rede que vai e vem, sua 
vontade oscila de um a outro pensamento. Lá o espera a virgem 
loura dos castos afetos; aqui lhe sorri a virgem morena dos 
ardentes amores. 
 
Iracema recostase langue ao punho da rede; seus olhos negros e 
fúlgidos, ternos olhos de sabiá, buscam o estrangeiro, e lhe 
entram n’alma. O cristão sorri; a virgem palpita; como o saí, 
fascinado pela serpente, vai declinando o lascivo talhe, que se 
debruça enfim sobre o peito do guerreiro. 
 
José de Alencar, Iracema. 
 
Atente para as seguintes afirmações, extraídas e adaptadas de um 
estudo do crítico Augusto Meyer sobre José de Alencar: 
I. “Nesta obra, assim como nos ‘poemas americanos’ dos nossos 
poetas, palpita um sentimento sincero de distância poética e 
exotismo, de coisa notável por estranha para nós, embora a 
rotulemos como nativa.” 
II. “Mais do que diante de um relato, estamos diante de um poema, 
cujo conteúdo se concentra a cada passo na magia do ritmo e na 
graça da imagem.”III. “O tema do bom selvagem foi, neste caso, 
aproveitado para um romance histórico, que reproduz o enredo 
típico das narrativas de capa e espada, oriundas da novela de 
cavalaria.” 
 
É compatível com o trecho de Iracema aqui reproduzido, 
considerado no contexto dessa obra, o que se afirma em 
RESPOSTA: ​I e II, apenas. 
 
6) Evidentemente, não se pode esperar que Dostoiévski seja 
traduzido por outro Dostoiévski, mas desde que o tradutor procure 
penetrar nas peculiaridades da linguagem primeira, aplique-se com 
afinco e faça com que sua criatividade orientada pelo original 
permita, paradoxalmente, afastar-se do texto para ficar mais 
próximo deste, um passo importante será dado. Deixando de lado a 
fidelidade mecânica, frase por frase, tratando o original como um 
conjunto de blocos a serem transpostos, e transgredindo sem 
receio, quando necessário, as normas do “escrever bem”, o 
tradutor poderá trazê-lo com boa margem de fidelidade para a 
língua com a qual está trabalhando. 
 
Boris Schnaiderman, Dostoiévski Prosa Poesia. 
 
Tendo em vista que algumas das recomendações do autor, relativas 
à prática da tradução, fogem do senso comum, pode-se 
qualificá-las com o seguinte termo, de uso relativamente recente: 
RESPOSTA: ​contraintuitivas. 
 
7) Em 1588, o engenheiro militar italiano Agostinho Romelli 
publicou Le Diverse et Artificiose Machine, no qual descrevia uma 
máquina de ler livros. Montada para girar verticalmente, como uma 
roda de hamster, a invenção permitia que o leitor fosse de um 
texto ao outro sem se levantar de sua cadeira. 
 
Hoje podemos alternar entre documentos com muito mais facilidade 
- um clique no mouse é suficiente para acessarmos imagens, 
textos, vídeos e sons instantaneamente. Para isso, usamos o 
computador, e principalmente a internet – tecnologias que não 
estavam disponíveis no Renascimento, época em que Romelli viveu. 
 
BERCITTO, D. Revista Língua Portuguesa. Ano II. N°14. 
 
O inventor italiano antecipou, no século XVI, um dos princípios 
definidores do hipertexto: a quebra de linearidade na leitura e a 
possibilidade de acesso ao texto conforme o interesse do leitor. 
Além de ser característica essencial da internet, do ponto de 
vista da produção do texto, a hipertextualidade se manifesta 
também em textos impressos, como: RESPOSTA: ​dicionários, pois a 
forma do texto dá liberdade de acesso à informação. 
 
8) Pietro Brun, meu tetravô paterno, embarcou em um navio no 
final do século 19, como tantos italianos pobres, em busca de uma 
utopia que atendia pelo nome de América. Pietro queria terra, 
sim. Mas o que o movia era um território de outra ordem. Ele 
queria salvar seu nome, encarnado na figura de meu bisavô, 
Antônio.Pietro fora obrigado a servir o exército como soldado 
por anos demais (...). Havia chegado a hora de Antônio se 
alistar, e o pai decidiu que não perderia seu filho. Fugiu com 
ele e com a filha Luigia para o sul do Brasil. Como desertava, 
meu bisavô Antônio foi levado em um bote até o navio que já se 
afastava do porto de Gênova. Embarcou como clandestino. 
Ao desembarcar no Brasil, em 10 de fevereiro de 1883, Pietro 
declarou o nome completo. O funcionário do Império, como 
aconteceu tantas e tantas vezes, registrou-o conforme ouviu. 
Tornando-o, no mundo novo, Brum – com “m”. Meu pai, Argemiro, 
filho de José, neto de Antônio e bisneto de Pietro, tomou para si 
a missão de resgatar essa história e documentá-la. 
No início dos anos 1990 cogitamos reivindicar a cidadania 
italiana. Possuímos todos os documentos, organizados numa pasta. 
Mas entre nós existe essa diferença na letra. Antes de ingressar 
com a documentação, seria preciso corrigir o erro do burocrata do 
governo imperial que substituiu um “n” por um “m”. Um segundo ele 
deve ter demorado para nos transformar, e com certeza morreu sem 
saber. E, se soubesse, não teria se importado, porque era apenas 
o nome de mais um imigrante a bater nas costas do Brasil 
despertencido de tudo. 
Cabia a mim levar essa empreitada adiante. 
Há uma autonomia na forma como damos carne ao nosso nome com a 
vida que construímos – e não com a que herdamos. (...) Eu escolho 
a memória. A desmemória assombra porque não a nomeamos, respira 
em nossos porões como monstros sem palavras. A memória, não. É 
uma escolha do que esquecer e do que lembrar – e uma oportunidade 
de ressignificar o passado para ganhar um futuro. Pela memória 
nos colocamos não só em movimento, mas nos tornamos o próprio 
movimento. Gesto humano, para sempre incompleto. 
Ao fugir para o Brasil, metade dos Brun ganhou uma perna a mais. 
O “n” virou “m”. Mas essa perna a mais era um membro fantasma, um 
ganho que revelava uma perda. 
(...) 
Quando Pietro Brun atravessou o mar deixando mortos e vivos na 
margem que se distanciou, ele não poderia ser o mesmo ao alcançar 
o outro lado. Ele tinha de ser outro, assim como nós, que 
resultamos dessa aventura desesperada. Era imperativo que ele 
fosse Pietro Brum – e depois até Pedro Brum. 
ELIANE BRUM 
Meus desacontecimentos: a história da minha vida com as palavras. 
São Paulo: LeYa, 2014. 
No texto, a autora narra fatos e expõe suas opiniões relacionados 
à vinda de sua família para o Brasil. 
Uma dessas opiniões está explicitada em: 
RESPOSTA: ​Quando Pietro Brun atravessou o mar deixando mortos e 
vivos na margem que se distanciou, ele não poderia ser o mesmo ao 
alcançar o outro lado. (l. 28-29) 
 
9) Pietro Brun, meu tetravô paterno, embarcou em um navio no 
final do século 19, como tantos italianos pobres, em busca de uma 
utopia que atendia pelo nome de América. Pietro queria terra, 
sim. Mas o que o movia era um território de outra ordem. Ele 
queria salvar seu nome, encarnado na figura de meu bisavô, 
Antônio. Pietro fora obrigado a servir o exército como soldado 
por anos demais (...). Havia chegado a hora de Antônio se 
alistar, e o pai decidiu que não perderia seu filho. Fugiu com 
ele e com a filha Luigia para o sul do Brasil. Como desertava, 
meu bisavô Antônio foi levado em um bote até o navio que já se 
afastava do porto de Gênova. Embarcou como clandestino. 
Ao desembarcar no Brasil, em 10 de fevereiro de 1883, Pietro 
declarou o nome completo. O funcionário do Império, como 
aconteceu tantas e tantas vezes, registrou-o conforme ouviu. 
Tornando-o, no mundo novo, Brum – com “m”. Meu pai, Argemiro, 
filho de José, neto de Antônio e bisneto de Pietro, tomou para si 
a missão de resgatar essa história e documentá-la. 
No início dos anos 1990 cogitamos reivindicar a cidadania 
italiana. Possuímos todos os documentos, organizados numa pasta. 
Mas entre nós existe essa diferença na letra. Antes de ingressar 
com a documentação, seria preciso corrigir o erro do burocrata do 
governo imperial que substituiu um “n” por um “m”. Um segundo ele 
deve ter demorado para nos transformar, e com certeza morreu sem 
saber. E, se soubesse, não teria se importado, porque era apenas 
o nome de mais um imigrante a bater nas costas do Brasil 
despertencido de tudo. 
Cabia a mim levar essa empreitada adiante. 
Há uma autonomia na forma como damos carne ao nosso nome com a 
vida que construímos – e não com a que herdamos. (...) Eu escolho 
a memória. A desmemória assombra porque não a nomeamos, respira 
em nossos porões como monstros sem palavras. A memória, não. É 
uma escolha do que esquecer e do que lembrar – e uma oportunidade 
de ressignificar o passado para ganhar um futuro. Pela memória 
nos colocamos não só em movimento, mas nos tornamos o próprio 
movimento. Gesto humano, para sempre incompleto. 
Ao fugir para o Brasil, metade dos Brun ganhou uma perna a mais. 
O “n” virou “m”. Mas essa perna a mais era um membro fantasma, um 
ganho que revelava uma perda. 
(...) 
Quando Pietro Brun atravessou o mar deixando mortos e vivos na 
margem que se distanciou, ele não poderia ser o mesmo ao alcançar 
o outro lado. Ele tinha de ser outro, assim como nós, que 
resultamos dessa aventura desesperada. Era imperativo que ele 
fosse Pietro Brum – e depois até Pedro Brum. 
ELIANE BRUM 
Meus desacontecimentos: a história da minha vida com as palavras. 
São Paulo: LeYa, 2014. 
 
A partir da narrativa de um episódio familiar, a autora elabora 
reflexões que vão além desse contexto pessoal, generalizando-o. 
Essa generalização pode ser observada no emprego da primeira 
pessoa do plural no seguinte trecho: RESPOSTA: ​Pela memória nos 
colocamos não só em movimento, (l. 24) 
 
10) Ao fugir para o Brasil, metade dos Brun ganhou uma perna a 
mais. O “n” virou “m”. Mas essa perna a mais era um membro 
fantasma, um ganho que revelava uma perda. (l. 26-27) 
 
 
Diante da conduta do funcionário do governo brasileiro, é 
possível inferir a seguinte reação por parte de Pietro Brun: 
RESPOSTA: ​submissão às práticas oficiais

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