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Tecido epitelial (histologia)

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RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA 
SOBRE TECIDO EPITELIAL
INTRODUÇÃO
O corpo humano possui vários tipos de tecidos. Há os que revestem nossos músculos, os que revestem nossos órgãos, os que formam nossos ossos, nosso sangue, entre tantos outros. Nesse relatório, iremos conhecer um pouco mais sobre o tecido epitelial, muito conhecido também como epitélio.
Existem dois tipos de epitélios: o epitélio de revestimento e o epitélio de secreção.
O epitélio de revestimento é o responsável por revestir todo o nosso corpo (pele), inclusive nossos órgãos internos (órgãos do sistema digestivo, respiratório e urinário). Esse tipo de epitélio atua na percepção do nosso tato e age como uma barreira de proteção impedindo a entrada de micro-organismos em nosso corpo e a evaporação da água. É também através dele que o nosso organismo consegue absorver nutrientes dos alimentos e o oxigênio, que é utilizado em nossa respiração.
Os epitélios de revestimentos podem apresentar uma ou várias camadas de células, sendo que quando ele apresenta somente uma camada de células, ele é chamado de epitélio simples. Quando ele apresenta várias camadas de células, ele é chamado de epitélio estratificado.
Como visto anteriormente, os nossos órgãos internos são revestidos por epitélio de revestimento. Esse epitélio apresenta apenas uma camada de células. Essa única camada de células é muito importante para esses órgãos, pois, dessa forma, eles conseguem absorver melhor o oxigênio e os nutrientes que necessitam. Por exemplo, no intestino delgado ocorre a absorção de nutrientes de que o nosso corpo precisa para manter seu metabolismo. Por ele ser formado por uma única camada de células, essa absorção se torna muito mais fácil.
Já a nossa pele é formada por várias camadas de células, o que confere a ela altíssima proteção contra atritos e também contra micro-organismos.
DESENVOLVIMENTO
Esse relatório é referente a aula prática de Histologia do dia 13/08/2019 no qual foram analisadas lâminas de diferentes tecidos com o objetivo de avaliar e compreender o assunto de tecido epitelial. Neste trabalho discutiremos o conceito geral de um tecido epitelial, como ele é, os seus tipos e como funcionam.
O tecido epitelial é um dos quatro tipos básicos dos tecidos animais. Formado por células justapostas, entre as quais se encontra pouca substância extracelular. Como suas células não possuem vasos sanguíneos, os nutrientes são recebidos através do tecido conjuntivo subjacente.
Entre o tecido epitelial e o conjuntivo existe uma estrutura denominada lâmina basal, ou membrana basal visível. A lâmina basal separa e prende o epitélio ao tecido conjuntivo subjacente. É formada principalmente por colágeno tipo IV, laminina e proteoglicanas. A membrana basal é formada pela lâmina basal juntamente com fibras reticulares e complexos de proteoglicanas e glicoproteínas, sendo, visível ao microscópio óptico quando utilizamos técnicas específicas, como o PAS (ácido periódico de Schiff ).
As células epiteliais de revestimento estão unidas umas com as outras através de estruturas denominadas de junções celulares. Os vários tipos de junções servem não só como locais de adesão, mas eventualmente também como vedantes prevenindo o fluxo de materiais pelo espaço intercelular, e ainda podem oferecer canais para a comunicação entre células adjacentes. Portanto do ponto de vista juncional as junções podem ser classificadas como junções de adesão, junções de oclusão (tight junctions) e junções de comunicação  (junções gap). Em muitos epitélios várias junções estão presentes em uma seqüência constante do ápice para a célula.
Em muitas células epiteliais a distribuição das organelas na porção apoiada na membrana basal da célula, pólo basal, é diferente das organelas presentes no citoplasma da porção livre da célula, pólo apical; a esta diferente distribuição que é constante nos vários tipos de epitélio, dá-se o nome de polaridade das células epiteliais. Isto significa que diferentes partes dessas células podem ter diferentes funções.
A classificação dos diferentes tipos de epitélio baseia-se nos seguintes parâmetros:
a) Forma da célula: pavimentosa ou achatada, cúbica e cilíndrica ou prismática.
b) Número de camadas: simples (1 camada de células) e estratificada (mais de uma camada de células)
Existe também o epitélio pseudo-estratificado, no qual todas as células se prendem à membrana basal, mas não atingem a mesma altura, dando a impressão, ao microscópio, de ser estratificado. Os núcleos das células também não atingem a mesma altura e, portanto, não formam uma linha contínua, como acontece no epitélio estratificado.
O epitélio de transição é um tipo especial de epitélio restrito ao revestimento das vias urinárias, e suas células variam sua morfologia dependendo do grau de estiramento. Quando a bexiga está em repouso, as células epiteliais encontram-se na forma cúbica, no entanto quando a bexiga encontra-se distendida, as células epiteliais encontram-se na forma pavimentosa (achatada).
Além da análise que leva em consideração o número de camadas e o formato celular, os epitélios ainda podem ser classificados observando-se a presença de especializações de superfície livre, como microvilosidades, cílios e os estereocílios.
As microvilosidades São pequenas projeções do citoplasma curtas ou longas em forma de dedos, observadas no microscópio eletrônico. Encontradas em células que exercem intensa absorção, como as do epitélio de revestimento do intestino delgado e dos túbulos proximais dos rins. Nestas células o glicocálix é mais espesso que na maioria das células e o conjunto de glicocálix e microvilos é visto facilmente ao microscópio de luz, sendo chamado de borda em escova ou borda estriada.
Alguns tipos de epitélio podem ainda apresentar células epiteliais secretoras de muco. As mucinas (misturas de glicoproteínas e proteoglicanos) têm importantes funções nas cavidades corporais, por exemplo, atua como lubrificante bucal, como lubrificante vaginal e como barreira estomacal. As células caliciformes presentes nos epitélios que revestem o intestino e no trato respiratório são exemplos de células secretoras de muco.
Os cílios são prolongamentos longos dotados de motilidade, presente na superfície de algumas células epiteliais. O movimento ciliar de um conjunto de células de um epitélio é freqüentemente coordenado para permitir que uma corrente de fluído ou de partículas seja impelida em uma direção ao longo da superfície do epitélio.
Os estereocílios são prolongamentos longos e imóveis de células do epidídimo e do ducto deferente que na verdade são microvilos longos e ramificados e que portanto, não devem ser confundidos com os verdadeiros cílios. Os estereocílios aumentam a área de superfície da célula, facilitando o movimento de molécula para dentro e para fora da célula.
Combinando as duas classificações, obtemos uma grande variedade de epitélios:
· Epitélio pavimentoso simples: encontrado nos vasos, cápsula de Bowman (rins), mesotélio.
· Epitélio cúbico simples: encontrado nos túbulos contorcidos do rim e na parede dos folículos da tireóide.
· Epitélio cilíndrico simples: encontrado em quase todo o tubo digestório, revestindo o estômago, o piloro, o intestino delgado e o grosso e a  vesícula biliar.
· Epitélio pavimentoso estratificado: pode ser queratinizado (pele) ou não, esôfago, vagina, língua, cavidade oral.
· Epitélio cúbico estratificado: encontrado nos ductos de algumas glândulas.
· Epitélio cilíndrico estratificado: é raro, só está presente em poucas áreas do corpo, como na conjuntiva ocular e nos grandes ductos excretores de glândulas salivares.
· Epitélio de transição: na bexiga e ureter.
· Epitélio pseudo-estratificado: geralmente é revestido por cílios, como na traquéia e brônquios, ou estereocílios, no epidídimo.
Resumo das principais características dos epitélios:
1. São derivados do ectoderma, do mesoderma e do endoderma.
2. Recobrem e revestem todas as superfícies corporais, exceto as cartilagens articulares, o esmalte dodente e a superfície anterior da íris.
3. As funções básicas dos epitélios são proteção (pele), absorção (intestinos delgado e grosso), transporte de substâncias sobre a superfície (mediado por cílios), secreção (glândulas), excreção (túbulos do rim), trocas gasosas (alvéolos pulmonares) e deslizamento entre superfícies (mesotélio de serosas).
4. A maioria das células epiteliais se renovam continuamente por mitose.
5. Os epitélios não tem direto suprimento sanguíneo e linfático. Os nutrientes são liberados por difusão.
6. As células epiteliais quase não apresentam substâncias intercelulares livres entre si (em contraste com o tecido conjuntivo)
7. A natureza coesiva de um epitélio é mantida por junções celulares.
8. Os epitélios estão ancorados a uma lâmina basal. A lâmina basal e os componentes do tecido conjuntivo cooperam entre si para formar a membrana basal.
9. Os epitélios apresentam polaridade estrutural e funcional.
Figuras
Figura 1 – Foto tirada na aula prática onde o professor Alan mostra um esquema da pele fina e pele grossa mostrando suas camadas. A pele fina é encontrada no corpo inteiro exceto na palma das mãos e na planta dos pés. Ao menor aumento observa-se as 3 camadas da pele: epiderme, derme e hipoderme. A epiderme é constituída por um epitélio pavimentoso estratificado queratinizado. Na pele fina a camada granulosa existe, mas se apresenta descontínua e a camada lúcida não está presente. Abaixo da epiderme encontra-se a derme constituída por um tecido conjuntivo frouxo na região papilar, próximo às papilas dérmicas e tecido conjuntivo denso, na região mais profunda da derme a região reticular. Os fibroblastos são o tipo celular predominante e encontram-se entre os feixes de fibras colágenas e elásticas. Além dos vasos sanguíneos e linfáticos, e dos nervos, também são encontradas na derme de uma pele fina as seguintes estruturas: pelos, glândulas sebáceas e sudoríparas. Os pelos são estruturas delgadas queratinizadas que se desenvolvem a partir da invaginação da epiderme, o folículo piloso. A porção mais profunda e dilatada do folículo piloso é denominada bulo do pelo. Em toda a extensão da derme da pele pilosa são observados cortes transversais e oblíquos de folículos pilosos que apresentam pelo no seu interior. As glândulas sebáceas geralmente são anexos dos folículos pilosos, pois seus ductos desembocam na porção proximal dos folículos pilosos. São glândulas acinosas simples ou ramificadas, responsáveis pela secreção de sebo, o qual é liberado por um mecanismo holócrino. A camada mais profunda da pele denominada hipoderme é constituída de tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo, que une a derme aos órgãos adjacentes. Já na pele grossa, a epiderme apresenta um epitélio pavimentoso estratificado queratinizado, constituída pelos queratinócitos, e podem ser distintas cinco camadas nela:
· Camada basal ou germinativa: é constituída por células prismáticas ou cubóides, que repousam sobre a membrana basal, que separa a epiderme da derme. São responsáveis pela constante renovação do epitélio, com intensa atividade mitótica.
 
· Camada espinhosa: apresenta células poligonais ou cubóides, com núcleo central e com expansões citoplasmáticas que se unem através de desmossomas, o que dá a célula um aspecto espinhoso.
 
· Camada granulosa: composta de células achatadas com núcleo central, que contém numerosos grânulos de querato-hialina (basófilos).
 
· Camada lúcida: composta por uma delgada camada de células achatadas, eosinófilas, cujos núcleos e organelas foram digeridos por enzimas lisossômicas e desapareceram.
 
· Camada córnea: camada superficial de células achatadas, mortas, sem núcleo e sem organelas. Membrana celular bem espessa e citoplasma cheio de queratina.
A derme possui superfície externa irregular, observando-se saliências chamadas de papilas dérmicas. As papilas aumentam a área de contato derme-epiderme, trazendo maior resistência à pele. A derme é constituída de duas regiões distintas que são: a papilar que é a camada mais superficial e a reticular, mais profunda. A região papilar está localizada logo abaixo das papilas dérmicas, é constituída por tecido conjuntivo frouxo. A região reticular é constituída de tecido conjuntivo denso não modelado. Além dos vasos sanguíneos e linfáticos, e dos nervos, também são encontradas na derme de uma pele grossa as glândulas sudoríparas. São glândulas do tipo simples, tubulosa, enovelada. Sua porção secretora localiza-se profundamente na derme ou hipoderme. O ducto da glândula abre-se na superfície da pele e segue um curso em hélice ao atravessar a epiderme. A hipoderme é formada por tecido conjuntivo frouxo, associado a uma camada variável de tecido adiposo, constituindo o panículo adiposo.
CONCLUSÕES
 Nesse relatório vimos a importância da observação das lâminas com intuito de aprender as estruturas do tecido epitelial, também vimos as funções desse tecido e de suas partes. E como o tecido epitelial atua, principalmente, como uma barreira, garantindo proteção contra micro-organismos, contra a perda excessiva de água, além de proteção mecânica. O tecido epitelial atua ainda na formação de glândulas, as quais exercem diversas funções no organismo. A glândula sudorípara, por exemplo, produz suor, que permite o controle da temperatura corpórea.
FONTES
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/tecido-epitelial.htm
https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/pele-fina/
http://iesambi.org.br/apostilas2004/tecidoepitelial.htm
https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/tecido-epitelial-de-revestimento-2/
https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/pele-grossa-2/
https://escolakids.uol.com.br/ciencias/caracteristicas-do-tecido-epitelial.htm
http://histologicamentefalando.blogspot.com/2011/10/caracteristicas-celulas-justapostas-com.html

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