Buscar

TÍTULOS DE CRÉDITO_Letra de Câmbio_23052017

Prévia do material em texto

TÍTULOS DE CRÉDITO
Letícia Lobato Anicet Lisboa – 2017
CRONOGRAMA DAS AULAS
	Aula 1 – Conceito e atributos cambiais 
	 Aula 2 – Classificações dos Títulos de Crédito
	 Aula 3 – Hermenêutica Cambial
	Aula 4 – Letra de Câmbio
	Aula 5 – Duplicata
	Aula 6 – Nota Promissória
	Aula 7 – Cheque
	Aula 8 – Conhecimentos de Transportes
	 Aula 9 – Conhecimento de Depósito e Warrant
	Aula 10 – Títulos escriturais
	Aula 11 – Cédula de Produto Rural, Nota Promissória Rural e Duplicata Rural 
	
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO 
NOÇÕES GERAIS
HISTÓRICO
	Três períodos: Italiano, Francês e Alemão. 
	Surgiu na Idade Média, na Itália, ligada ao Contrato de Câmbio, chamado câmbio a distância ou trajetício.
Troca de moeda presente por moeda futura. Evitar roubo de valores. 
	No período francês, passa a ser usada para negócios, inclusive compra e venda, sem estar presa a um contrato de câmbio.
	Primeiro título a ser regulado pelo direito brasileiro codificado, no Código Comercial, de 1850 a 1908. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO 
NOÇÕES GERAIS
HISTÓRICO
	Em 1908, passa a ser regulada pelo Decreto nº 2.044 de 1908. 
	No final do Século XIX, na Alemanha, começam a surgir os princípios do direito cambiário, como a inoponibilidade de exceções, abstração.
	Após a promulgação do Decreto nº 57.633/66, passa a ser regulada por este, com reservas. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO 
CONCEITO
	A Letra de Câmbio é ordem de pagamento à vista ou a prazo, dado por pessoa física ou jurídica (sacador) à outra (sacado), em favor da primeira ou à sua ordem. Salvo cláusula em contrário lançada no título.
	Deve obrigatoriamente indicar quantia determinada, não pode ser índice. Pode ser em moeda estrangeira, mas desde que seja soma ou valor. 
	É título de crédito, mas não há critério indicativo na LUG nem no D. 2.044/1908. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO 
PRINCÍPIOS
	Art. 887 do Código Civil
I – Cartularidade
Art. 2º LUG. O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito como letra,[...]
II- Literalidade
Art. 13, LUG (endosso); Art. 31 (Aval); 
Art. 13. O endosso deve ser escrito na letra ou numa folha ligada a esta (anexo). Deve ser assinado pelo endossante.
Art. 31. O aval é escrito na própria letra ou numa folha anexa. Exprime-se pelas palavras "bom para aval" ou por qualquer fórmula equivalente; e assinado pelo dador do aval.
 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
PRINCÍPIOS 
III- AUTONOMIA
Art. 7º, LUG. 
Art. 7º. Se a letra contém assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por letras, assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer outra razão não poderiam obrigar as pessoas que assinaram a letra, ou em nome das quais ela foi assinada, as obrigações dos outros signatários nem por isso deixam de ser válidas.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
NOMENCLATURA DAS FIGURAS INTERVENIENTES
SACADOR
SACADO
BENEFICIÁRIO
Emitente e Codevedor (coobrigado)
Aceitante 
Devedor principal
Portador
Tomador
Credor
Pagamento
Ordem de pagamento
Deve apresentar para ACEITE
Se o sacado recusar o aceite, pode cobrar do SACADOR
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
NOMENCLATURA DAS FIGURAS INTERVENIENTES
	 O emitente, dador da ordem de pagamento é o SACADOR. 
	 A ordem é dirigida ao SACADO.
	O ato cambiário por meio do qual o sacador lança a ordem no título é o SAQUE. É o ato pelo qual a letra de câmbio é emitida. 
Preenchem-se os requisitos mínimos, essenciais e assina a cártula. 
	 O sacador fica obrigado de acordo com o art. 9º. 
Art. 9º. O sacador é garante tanto da aceitação como do pagamento de letra. O sacador pode exonerar-se da garantia da aceitação; toda e qualquer cláusula pela qual ele se exonere da garantia do pagamento considera-se como não escrita.
O Sacador dá a ordem de pagamento, obrigando-se a pagar em caso de inadimplemento. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
NOMENCLATURA DAS FIGURAS INTERVENIENTES
	 A ordem de pagamento só produz efeitos jurídicos com a assinatura do sacador no título. 
	 O beneficiário/portador/tomador pode ser um terceiro, ou o próprio sacador. 
Art. 3º, LUG. A letra pode ser à ordem do próprio sacador. Pode ser sacada sobre o próprio sacador. Pode ser sacada por ordem e conta de terceiro.
SAQUE = PREENCHIMENTO + ASSINATURA
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
REQUISITOS ESSENCIAIS
	 Art. 1º LUG. Art. 1º. Dec 2.044/08. 
Não houve reserva. Aplica-se a LUG. 
	Art. 1º. A letra contém:
	1. a palavra "letra" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título;
	2. o mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;
	3. o nome daquele que deve pagar (sacado);
	4. a época do pagamento;
	5. a indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;
	6. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga;
	7. a indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada;
	8. a assinatura de quem passa a letra (sacador).
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
REQUISITOS ESSENCIAIS
I – Palavra “Letra”
Deve ser inserida dentro do texto da cártula. 
É requisito essencial, expressa na língua empregada na redação do título. 
II – Mandado puro e simples de pagar quantia determinada. 
Não é mandato, isso foi erro de tradução, é uma ordem de pagamento, logo mandado. 
É o mandado incondicional de pagar uma quantia determinada. Ordem de pagamento que se dirige ao sacado. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
REQUISITOS ESSENCIAIS
III- Nome do sacado
Não é requisito a assinatura do sacado, apenas a indicação de seu nome. 
Essa é a justificativa para se dizer que o aceite não é um requisito essencial da letra de câmbio. Ela não precisa estar aceita no momento da emissão. Exige-se que o sacador indique quem deve pagar a letra de câmbio, quem deve aceitar pagar.
	 O ACEITE É DECLARAÇÃO ACESSÓRIA E NÃO PRINCIPAL DA LETRA DE CÂMBIO (NÃO É REQUISITO FORMAL)
	 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
REQUISITOS ESSENCIAIS
IV- Época do pagamento
	 Não é requisito essencial, mesmo com a previsão do art. 1º, da LUG. 
	 É possível o pagamento à vista no caso em que a letra de câmbio não tenha indicação da época de pagamento. 
Vencimento à vista é o vencimento presumido.
Art. 2º. O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito como letra, salvo nos casos determinados nas alíneas seguintes:
A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à vista.
 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
REQUISITOS ESSENCIAIS
V- Lugar do pagamento 
- Requisito não essencial. Art. 2º, LUG. 
- Lugar do pagamento é presumidamente o domicílio do sacado, aplica-se o critério da literalidade, a obrigação é quesível, o credor tem que procurar o devedor para pagamento. 
Art. 2º. [...] Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo o lugar do pagamento, e, ao mesmo tempo, o lugar do domicilio do sacado.
- Nada impede que o sacador estipule que o pagamento seja em outro local, podendo ser em domicílio de terceiros. 
No caso de letra câmbio em domicílio de terceiro é chamada de letra de câmbio domiciliada (art. 4º LUG), deve estar expresso. 
Art. 4º. A letra pode ser pagável no domicílio de terceiro, quer na localidade onde o sacado tem o seu domicílio, quer noutra localidade.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
REQUISITOS ESSENCIAIS
VI – Nome do beneficiário
-Nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga. 
VII- Data e lugar de emissão
-Data e lugar em que a letra é passada. 
-Data de emissão é requisito essencial. 
-O lugar de emissão não é requisito essencial. 
Art. 2º. [...] 
A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado, ao lado do nome do sacador.
-Presume-se que a letra de câmbio é emitida no domicílio do sacador, para ser paga no domicílio do sacado, à vista (se não estiver expresso no título).
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
REQUISITOS ESSENCIAIS
VIII – Assinatura do sacador
Assinatura do sacador (emitente)é requisito essencial, não sendo o mero preenchimento suficiente. 
Possibilidade do sacador constituir mandatário para o saque? 
O ato cambiário é personalíssímo ou pode ser outorgado?
Art. 1º. 8. a assinatura de quem passa a letra (sacador).
Impressão que não há a possibilidade de saque por mandato. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
REQUISITOS ESSENCIAIS
VIII – Assinatura do sacador
Art. 1º, V do Decreto nº 2.044/08:
Art. 1º A letra de câmbio é uma ordem de pagamento e deve conter requisitos, lançados, por extenso, no contexto:
V. A assinatura do próprio punho do sacador ou do mandatário especial. A assinatura deve ser firmada abaixo do contexto.
2 correntes:
Haveria lacuna no Art. 1º da LUG quanto há mandatário especial, porque não autoriza nem proíbe. Logo, seria aplicável o art. 1º, V do Decreto 2.044/08. 
Apesar da LUG não tratar de mandatário especial no art. 1º, 8, o art. 3º diz que a letra de câmbio pode ser sacada por ordem e conta de terceiro. Ou seja, pode-se sacar a letra de câmbio por meio de mandato. 
Art. 3º. A letra pode ser à ordem do próprio sacador. Pode ser sacada sobre o próprio sacador. Pode ser sacada por ordem e conta de terceiro.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
Vencimento
	Quatro modalidades. Art. 33 da LUG. 
Art. 33. Uma letra pode ser sacada:
à vista;
a um certo termo de vista;
a um certo termo de data;
pagável num dia fixado.
As letras, quer com vencimentos diferentes, quer com vencimentos sucessivos, são nulas.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
VENCIMENTO
	Na data de vencimento o pagamento da letra de câmbio se torna exigível.
	A data de vencimento é ÚNICA. 
	Letras com vencimentos sucessivos ou com mais de uma modalidade de vencimento são NULAS. 
Art. 33, in fine da LUG:
Art. 33. [...] As letras, quer com vencimentos diferentes, quer com vencimentos sucessivos, são nulas.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
Vencimento
I – À vista 
-O vencimento é presumidamente à vista. 
-Mas há uma data limite para ele ser apresentado a pagamento, que é um ano da data de sua emissão (art. 34 da LUG).
-Objetivo é que não se torne imprescritível. 
-O prazo pode ser alterado pelo sacador (literalidade). 
Art. 34. A letra à vista é pagável à apresentação. Deve ser apresentada a pagamento dentro do prazo de 1 (um) ano, a contar da sua data. O sacador pode reduzir este prazo ou estipular um outro mais longo. Estes prazos podem ser encurtados pelos endossantes.
-Se o sacado não pagar o título à vista, a recusa do pagamento deve ser comprovada por um ato formal (protesto por falta de pagamento). Art. 44. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
Vencimento
II- A certo termo de vista
A um certo prazo a partir da data do aceite. 
(Vista = aceite)
III- A certo termo de data 
A certo prazo a partir da data de emissão. 
IV- A dia certo
Sacador fixou data certa para o vencimento. 
Exemplo: Emissão com vencimento para 16/05/2017 (dia certo). 
Poderia ser a um ano da data e a data de emissão é 16/05/2016 (certo tempo de data). 
Dois meses de vista (Dois meses a partir da data do aceite). 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
Pagamento
-É dever do portador fazer a apresentação a pagamento. 
-A obrigação é quesível. LUG 38 c/ reservas. Art. 20, Decreto nº 2.044/08. 
- Se a letra for pagável no Brasil, em razão da reserva, não é aplicável o art. 38 que diz que o prazo é de dois dias úteis seguintes, aplica-se o Decreto nº 2.044/08. 
Art. 20. A letra deve ser apresentada ao sacado ou ao aceitante para o pagamento, no lugar designado e no dia do vencimento ou, sendo este dia feriado por lei, no primeiro dia útil imediato, sob pena de perder o portador o direito de regresso contra o sacador, endossadores e avalistas.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
Pagamento
	O prazo para apresentação a pagamento deve ser o dia do vencimento. 
	Se cair em dia que não é útil, pode ser feita no primeiro dia subsequente. 
	A sanção em caso de não apresentação no prazo, é a perda em face dos coobrigados. 
	O aceitante não está incluído, em relação a ele o portador não perde o direito de ação, porque ele permanecerá obrigado, ainda que a apresentação a pagamento seja feita fora do prazo do art. 20. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
SAQUE
É O ATO DE EMISSÃO DA CÁRTULA. 
- Momento em que o sacador preenche o título e o assina. O sacador precisa assinar a letra de câmbio para que o título produza efeitos como tal. 
- Sacador pode emitir letra de câmbio sem garantia de aceite. Porém a cláusula em que se exonere da garantia do pagamento é considerada não escrita. 
Exemplo: Na letra a prazo, o portador recebe o título do sacador e apresenta para aceite, se o sacado não aceitar, não pode exigir perdas e danos porque o sacador se exonerou da garantia do aceite. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
SAQUE
Embora o sacador não possa emitir letra de câmbio sem garantia ao pagamento, o sacador poderá ficar desonerado da obrigação de pagar ao portador, na hipótese de descumprimento dos prazos. 
A expiração dos prazos gera perda do direito de ação em face do sacador. 
Art. 53. Depois de expirados os prazos fixados:
- para a apresentação de uma letra à vista ou a certo termo de vista;
- para se fazer o protesto por falta de aceite ou por falta de pagamento;
- para a apresentação a pagamento no caso da cláusula "sem despesas".
O portador perdeu os seus direitos de ação contra os endossantes, contra o sacador e contra os outros coobrigados, à exceção do aceitante. Na falta de apresentação ao aceite no prazo estipulado pelo sacador, o portador perdeu os seus direitos de ação, tanto por falta de pagamento como por falta de aceite, a não ser que dos termos da estipulação se conclua que o sacador apenas teve em vista exonerar-se da garantia do aceite.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ACEITE
É o reconhecimento da ordem de pagamento. 
Quando a letra de câmbio é sacada a prazo, o sacado deve reconhecer por escrito que acata, isto é, ACEITA essa ordem de pagamento. 
O Aceite é facultativo, mas o sacado deve reconhecer por escrito a ordem de pagamento em caso de aceite (formalismo). 
NÃO HÁ ACEITE VERBAL
Art. 25. O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra "aceite" ou qualquer outra palavra equivalente; o aceite é assinado pelo sacado. Vale como aceite a simples assinatura do sacado aposta na parte anterior da letra.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ACEITE
	Lançamento do aceite 
É escrito na própria letra (literalidade), exprime-se pela palavra “ACEITE” ou outra equivalente. 
Não há necessidade de aceite qualificado, com forma específica, vale como aceite a simples assinatura do sacado no anverso. Não é necessário identificar que a assinatura do sacado é um aceite. 
Isto, é caso não seja qualificado, o aceite só será válido se realizado no anverso da letra. 
Art. 25. O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra "aceite" ou qualquer outra palavra equivalente; o aceite é assinado pelo sacado. Vale como aceite a simples assinatura do sacado aposta na parte anterior da letra.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ACEITE
	Letra de câmbio a certo tempo de vista, o aceite deve IDENTIFICAR A DATA (os demais não precisam). 
	Caso não seja datada, a omissão será suprida pelo protesto. 
	Art. 25. [...]
Quando se trate de uma letra pagável a certo termo de vista, ou que deva ser apresentada ao aceite dentro de um prazo determinado por estipulação especial, o aceite deve ser datado do dia em que foi dado, salvo se o portador exigir que a data seja a da apresentação.
À falta de data, o portador, para conservar os seus direitos de recurso contra os endossantes e contra o sacador, deve fazer constar essa omissão por um protesto, feito em tempo útil.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ACEITE
	Local do aceite
Domicílio do sacado (art. 21)
Art. 21. A letra pode ser apresentada, até o vencimento, ao aceite do sacado, no seu domicílio, pelo portador ou até por um simples detentor.
Pode ser feita no domicílio do terceiro (Art.27). Pode apresentar para aceite o portador do título ou simples detentor. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ACEITE
	Responsabilidade do aceitante
O aceitante fica obrigado a pagar na data de vencimento, pois reconhece a obrigação de efetuar o pagamento. 
Art. 28. O sacado obriga-se pelo aceite pagar a letra à data do vencimento.
[...]
A contrario sensu, se não houver aceite, o sacado não se obriga a efetuar o pagamento à data do vencimento, pois não reconhece a obrigação. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ACEITE
	Responsabilidade do aceitante
Caso o sacado tenha se obrigado no contrato no título de crédito e não o faz, responde por descumprimento contratual (obrigação extracambiária), mas não responde cambiariamente. 
O sacado não é obrigado principal, apenas o aceitante. 
Art. 53. Depois de expirados os prazos fixados:
- para a apresentação de uma letra à vista ou a certo termo de vista;
- para se fazer o protesto por falta de aceite ou por falta de pagamento;
- para a apresentação a pagamento no caso da cláusula "sem despesas".
O portador perdeu os seus direitos de ação contra os endossantes, contra o sacador e contra os outros coobrigados, à exceção do aceitante [...]
O EFEITO DO ACEITE É TORNAR O SACADO RESPONSÁVEL PELO PAGAMENTO!
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ACEITE
	Responsabilidade do aceitante
O protesto por falta de aceite não é para exigir o pagamento do sacado, mas o pagamento dos coobrigados. Uma vez que não houve aceite, não tem obrigado principal. 
O aceitante só se libera da obrigação cambial pela prescrição, não há necessidade de protesto. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ACEITE
	Responsabilidade do aceitante
-Obtido o aceite aguarda-se o vencimento (art. 28), porque o aceitante se obriga a pagar na data do vencimento. 
-Havendo pagamento, tem direito a quitação, e desonera os demais obrigados. (art. 39)
-Sem pagamento, pode o portador levar o título a protesto (art. 53). Mantém seu direito de cobrança do aceitante, mesmo que não promova o protesto, e poderá propor a ação cambial, que é executiva (art. 49 Decreto 2.044, por omissão)
Art. 49. A ação cambial é a executiva. (7)
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ACEITE
	Aceite por mandatário com poderes especiais. 
Art. 25 LUG.  O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra "aceite" ou qualquer outra palavra equivalente; o aceite é assinado pelo sacado. Vale como aceite a simples assinatura do sacado aposta na parte anterior da letra.
-Fundamentação: 
1ª - Art. 11 do Decreto nº 2.044 de 1908. Para a validade do aceite é suficiente a simples assinatura do próprio punho do sacado ou do mandatário especial, no anverso da letra.
2ª Art. 8º LUG. 8º. Todo aquele que apuser a sua assinatura numa letra, como representante de uma pessoa, para representar a qual não tinha de fato poderes, fica obrigado em virtude da letra e, se a pagar, tem os mesmos direitos que o pretendido representado. A mesma regra se aplica ao representante que tenha excedido os seus poderes.
O ACEITE PODE SER POR MANDATÁRIO COM PODERES ESPECIAIS
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ACEITE
	Recusa ou falta de Aceite
- Deve ser comprovada formalmente. (Art. 44, 1ª parte), por meio de protesto por falta de aceite. 
Art. 44. A recusa de aceite ou de pagamento deve ser comprovada por um ato formal (protesto por falta de aceite ou falta de pagamento).
- Autoriza o portador a exercer seu direito de ação, antes do vencimento em face dos coobrigados. 
Art. 43. O portador de uma letra pode exercer os seus direitos de ação contra os endossantes, sacador e outros coobrigados: no vencimento; se o pagamento não foi efetuado; mesmo antes do vencimento:
1º) se houve recusa total ou parcial de aceite;
[...] com reservas. 
Obs: Cabe para a recusa parcial do aceite. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ACEITE
	Recusa ou falta de Aceite
- Caso não sejam respeitados os prazos para apresentação a protesto por falta de aceite, o portador perderá o direito contra os coobrigados. 
Art. 53. Depois de expirados os prazos fixados:
- para a apresentação de uma letra à vista ou a certo termo de vista;
- para se fazer o protesto por falta de aceite ou por falta de pagamento;
[...]
O portador perdeu os seus direitos de ação contra os endossantes, contra o sacador e contra os outros coobrigados, à exceção do aceitante. Na falta de apresentação ao aceite no prazo estipulado pelo sacador, o portador perdeu os seus direitos de ação, tanto por falta de pagamento como por falta de aceite, a não ser que dos termos da estipulação se conclua que o sacador apenas teve em vista exonerar-se da garantia do aceite.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ACEITE
	Recusa ou falta de Aceite
- Na letra de câmbio à vista, apresenta-se ao sacado para que ele pague. No caso de pagamento há a quitação. 
Na falta de pagamento, poderá haver protesto para pagamento pelos coobrigados (não há obrigado principal porque não houve aceite). 
A letra de câmbio a prazo pode não ser apresentada para aceite?
A princípio não, porque se admite o aceite, logo deve ser apresentada a aceite. Mas excepcionalmente é possível que uma letra de câmbio não seja apresentada a aceite. 
Art.22, 2ª parte. [...] Pode proibir na própria letra a sua apresentação ao aceite, salvo se se tratar de uma letra pagável em domicilio de terceiro, ou de uma letra pagável em localidade diferente da do domicílio do sacado, ou de uma letra sacada a certo termo de vista.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
- Instituto do direito cambiário, ligado aos títulos de crédito. Porém não inerente à sua validade; 
- Theóphilo de Azeredo Santos: Ao endossar, o endossador transfere ao endossatário o título e, em consequência, os direitos nele incorporados. 
- Finalidade: Forma especial de transmissão de obrigações, própria dos títulos de crédito. 
- Conceito: Ato unilateral de vontade, realizado no título de crédito. Declaração cambiária acessória, escrita, unilateral, facultativa, incondicional e integral, pela qual o beneficiário de título à ordem transfere a cártula e todos os direitos nela incorporados, tornando-se coobrigado pelo aceite e pagamento, salvo declaração em sentido contrário ou disposição legal. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
- Declaração cambiária: Porque é ligado aos títulos de crédito, não é um instituto que se aplica aos contratos. O crédito contido em contratos é transferível por cessão de crédito. 
- Declaração acessória: Não é requisito de validade. 
- Declaração escrita: Depende da forma de emissão do título.
No caso de títulos escriturais o endosso será feito mediante transferência de titularidade. 
- Incondicional: Declaração facultativa unilateral de vontade. É puro e simples. 
Art. 12. O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja subordinado considera-se como não escrita.
O endosso parcial é nulo.
[...] 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
- Integral: Não é possível a transferência de parte dos direitos. 
O ENDOSSO PARCIAL É NULO. 
Art. 12. [...] O endosso parcial é nulo. [...] C/C
Art. 912. [...] Parágrafo único. É nulo o endosso parcial.
Nula é a limitação ao endosso, mas não o próprio endosso, para segurança jurídica. 
O endosso parcial não prejudica a transmissão do título, nem os posteriores. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
- Transmissão dos títulos à ordem. 
Não há uma única orientação sobre a transmissão do título de crédito. 
Pode haver títulos que só podem ser transferidos por endosso, p. ex, a duplicata que é título à ordem. 
A letra de câmbio é presumidamente à ordem, mas pode ser não à ordem por previsão expressa na cártula. 
 
Art. 11. Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula à ordem, é transmissível por via de endosso.
Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não à ordem", ou uma expressão equivalente, a letra só é transmissível pela formae com os efeitos de uma cessão ordinária de créditos.
NECESSÁRIA A AVALIAÇÃO DA LEI ESPECIAL
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
	Lançamento do endosso
- É lançado no título, assinado pelo endossante. 
- Qualificado (lançado no verso ou anverso)
- Puro e simples (Por meio de simples assinatura), só terá validade se dado no verso do título. 
Art. 13. O endosso deve ser escrito na letra ou numa folha ligada a esta (anexo). Deve ser assinado pelo endossante.
O endosso pode não designar o beneficio, ou consistir simplesmente na assinatura do endossante (endosso em branco). Neste último caso, o endosso para ser válido deve ser escrito no verso da letra ou na folha anexa.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
	Cancelamento do endosso. 
- O endossante não pode cancelar o endosso, que será considerado como não escrito, exceto se pagou o título, por que se extinguiu a obrigação.
Art. 24, Decreto 2.044. Parágrafo único. O endossador ou o avalista, que paga ao endossatário ou ao avalista posterior, pede riscar o próprio endosso ou aval e os dos endossadores ou avalistas posteriores.
Caso não tenha sido pago, não pode cancelar. 
Art. 44. Decreto 2.044. Para os efeitos cambiais, são consideradas não escritas:
§ 1º Para os efeitos cambiais, o endosso ou aval cancelado é considerado não escrito.
 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
	Modalidades de endosso
Em preto ou em branco. 
Em branco: basta a assinatura do endossante. Não se designa o beneficiário do endosso.
Passa a circular ao portador. Basta a tradição manual para efetuar a transmissão. 
Art. 13. O endosso deve ser escrito na letra ou numa folha ligada a esta (anexo). Deve ser assinado pelo endossante.
O endosso pode não designar o benefício, ou consistir simplesmente na assinatura do endossante (endosso em branco). Neste último caso, o endosso para ser válido deve ser escrito no verso da letra ou na folha anexa. 
Em preto: designa acima da assinatura o nome do endossatário, a quem se destina o endosso. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
	Modalidades de endosso
- Lei nº 8.088, de 31 de outubro de 1990. 
Proíbe o endosso em branco. 
Art. 19 “todos os títulos, valores mobiliários e cambiais serão emitidos sempre sob a forma nominativa, sendo transmissíveis somente por endosso em preto”
- Requião entende que o endosso em branco é proibido pelo critério da especialidade. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
	Modalidades de endosso
- Endosso em branco
- Art. 14 LUG. O endosso transmite todos os direitos emergentes da letra. Se o endosso for em branco, o portador pode:
1º) preencher o espaço em branco, quer com o seu nome, quer com o nome de outra pessoa;
2º) endossar de novo a letra em branco ou a favor de outra pessoa;
3º) remeter a letra a um terceiro, sem preencher o espaço em branco e sem a endossar.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
	Cadeia ou sequência de endossos
Art. 16 da LUG. Art 24 do Decreto 2.044. 
- É uma sequência de endossos, a partir do segundo, já se pode considerar que há cadeia. Não há limite. 
 
Art. 16. O detentor de uma letra é considerado portador legitimo se justifica o seu direito por uma serie ininterrupta de endossos, mesmo se o último for em branco. Os endossos riscados consideram-se, para este efeito, como não escritos.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
	Cadeia ou sequência de endossos
- Não pode haver quebra na série de endossos. O portador justifica seu direito atual por uma série ininterrupta de endossos. 
- Será identificado pela literalidade. Examinando-se a ordem dos endossos. 
- Endossos riscados consideram-se como não escritos. 
Efeito: O portador pode demandar solidariamente qualquer um dos endossantes se todos eles deram endossos com garantia e essas pessoas que forem demandadas não podem opor exceções que não sejam de natureza pessoal com o demandante. 
Art. 47. LUG. Os sacadores, aceitantes, endossantes ou avalistas de uma letra são todos solidariamente responsáveis para com o portador.
O portador tem o direito de acionar todas estas pessoas individualmente, sem estar adstrito a observar a ordem por que elas se obrigaram.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
	Cadeia ou sequência de endossos
Art. 17. Inoponibilidade de exceções a terceiros. 
Na cadeia de endossos, se o pagamento for feito pelo primeiro endossante ao portador, os demais endossantes também ficam desonerados. Se feito por intermediário, ele fica desonerado assim como os endossantes posteriores, mas tem ação regressiva contra os anteriores e com outros coobrigados, se houver. 
Art. 24. O pagamento feito pelo aceitante ou pelos respectivos avalistas desonera da responsabilidade cambial todos os coobrigados.
O pagamento feito pelo sacador, pelos endossadores ou respectivos avalistas desonera da responsabilidade cambial os coobrigados posteriores.
 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
	Endosso póstumo ou tardio
- Posterior ao vencimento. 
Quando o credor transfere o crédito após o vencimento, seja ele normal ou antecipado pelo protesto. 
Art. 20 LUG. O endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que o endosso anterior. Todavia, o endosso posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, produz apenas os efeitos de uma cessão ordinária de créditos.
Salvo prova em contrário, presume-se que um endosso sem data foi feito antes de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto.
Se a data do endosso for posterior ao protesto ou prazo para protesto o efeito é de cessão de crédito. 
Exemplo: Vencimento em 11/09, endosso feito em 11/09. Tem efeito de endosso. 
Se feito a partir do segundo dia útil, depois do vencimento, após o prazo para protesto, tem efeito de cessão. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
	Endosso- procuração (endosso mandato)
- Transmite-se ao mandatário-endossatário, assim investido de mandato e da posse do título, o poder de efetuar a cobrança, dando quitação de seu valor. 
-Transfere-se a posse da letra, mas não a disponibilidade de seu valor, cujo crédito pertence ao endossante. 
Art. 18. Quando o endosso contém a menção "valor a cobrar" (valeur en recouvrement), "para cobrança" (pour encaissement), "por procuração" (par procuration), ou qualquer outra menção que implique um simples mandato, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas só pode endossá-la na qualidade de procurador.
Os coobrigados, neste caso, só podem invocar contra o portador as exceções que eram oponíveis ao endossante.
O mandato que resulta de um endosso por procuração não se extingue por morte ou sobrevinda incapacidade legal do mandatário. (Erro leia-se mandante)
Com a morte ou a superveniência incapacidade do endossante, não perde a eficácia o endosso-mandato. Mandato é contrato intuitu personae, extingue-se o mandato com a morte do mandante. Só que no caso de morte ou incapacidade do endossante, não perde eficácia do endosso-mandato.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
	Endosso caução
- A finalidade é dar em garantia o crédito ou a mercadoria, dependendo do caso, mas não obrigar o endossante, não é transferir o título para terceiros, tornando o endossante um coobrigado. 
Art. 19. LUG. Quando o endosso contém a menção "valor em garantia", "valor em penhor" ou qualquer outra menção que implique uma caução, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas um endosso feito por ele só vale como endosso a título de procuração.
- O portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas o endosso feito por ele vale apenas como endosso procuração. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
	Endosso fiduciário
Não temprevisão da LUG, nem no CC. 
Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, reguladora do mercado de capitais. 
Art. 66. § 3º É admitida a alienação fiduciária de coisa fungível e a cessão fiduciária de direitos sobre coisas móveis, bem como de títulos de crédito, hipóteses em que, salvo disposição em contrário, a posse direta e indireta do bem objeto da propriedade fiduciária ou do título representativo do direito ou do crédito é atribuída ao credor, que, em caso de inadimplemento ou mora da obrigação garantida, poderá vender a terceiros o bem objeto da propriedade fiduciária independente de leilão, hasta pública ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, devendo aplicar o preço da venda no pagamento do seu crédito e das despesas decorrentes da realização da garantia, entregando ao devedor o saldo, se houver, acompanhado do demonstrativo da operação realizada. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
	Endosso fiduciário
Exige menção no título. 
É alienação fiduciária em garantia de crédito. O endossatário possui a posse direta e indireta do bem móvel, no caso do título de crédito. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
ENDOSSO
	Endosso x Cessão de Crédito
	ENDOSSO	CESSÃO DE CRÉDITO
	Instituto típico do direito cambiário típico dos títulos à ordem. Não há o instituto do endosso em outros ramos do direito.	É uma forma de transferência das obrigações em geral. Aplica-se ao direito cambiário, mas não é tipicamente um instituto do direito cambiário.
	O endosso se materializa mediante assinatura do endossante no verso do título ou em um anexo (folha de alongamento). Em havendo assinatura no verso, não precisa especificar que é endosso. No entanto, se a assinatura for no anverso, deve especificar que aquilo se trata de endosso, sob pena de ser confundida com o aval.	 
 
 
A cessão se materializa por instrumento público ou particular.
	O endosso parcial é nulo.	A cessão pode ser total ou parcial.
	O endosso condicionado é tido como não escrito.	A cessão pode ser condicionada ou pura.
	Aplica-se o princípio da autonomia das obrigações. Ou seja, a nulidade contida em uma das obrigações não contamina as demais, salvo se houver vício de forma (=inobservância dos requisitos essenciais, insupríveis).*1	A cessão confere direitos derivados e não direitos autônomos, tal como o endosso. Então, a nulidade ocorrida numa relação macula as demais. Uma cessão viciada contamina as subsequentes.
	 
Aplica-se o princípio da inoponibilidade das exceções pessoais. Art.17 da LUG c/c 916 do CC. Exceção do princípio da inoponibilidade das exceções pessoais: má-fé do portador.	Art.294 do CC. O princípio que vigora é o da oponibilidade das exceções. O cedente vai garantir a existência do crédito – quando o crédito contiver nulidade – ou vai se responsabilizar quando a insatisfação do cessionário se der por conta do proprio cedente.*2
	O endossante se responsabiliza, em regra, pelo pagamento do título, tendo em vista a sua condição de coobrigado. Exceção! Quando o endossante pode se eximir de toda e qualquer obrigação no título mediante uma cláusula expressa do endosso sem garantia. A outra exceção é a cláusula não endossável *3	 
 
O cedente não se obriga (não garante o pagamento e sim a existência do credito), salvo clausula em contrário.
	Não se aplica o princípio da divisão das ações solidárias, ou seja, as ações de regresso são pelo valor total, e não pela quota parte.	As ações de regresso são apenas pela quota parte de cada devedor solidário.
	Natureza de ato unilateral de vontade.	Natureza de negócio jurídico bilateral.
	Independe de notificação do devedor.	Depende de notificação do devedor.
	Prazos prescricionais típicos de ações cambiais.	Prazos prescricionais do CC.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AVAL
	Garantia de pagamento da letra de câmbio, dada por um terceiro ou mesmo por um dos signatários. 
	Quem presta o aval é o avalista e o beneficiário, a cuja obrigação de reforça é o avalizado. O avalista se torna obrigado solidariamente com aquele a favor de quem dá o aval. 
	Finalidade: Garantia pessoal ao pagamento do título de crédito. 
É garantido pelo patrimônio de uma pessoa. 
Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AVAL
	 Conceito: É uma declaração cambiária, lançada nos títulos cujo pagamento consiste em dinheiro, acessória, escrita, unilateral, facultativa, literal e incondicional, pela qual uma pessoa (terceiro – pessoa que ainda não atuou no título, ou signatário do título) assume a obrigação de garantir o pagamento, caso o avalizado não o faça (se ele pagar, desonera o avalista).
	Natureza Jurídica: Ato unilateral de vontade, ato cambiário que emana do avalista. 
OBS: Diferente da fiança que é negócio bilateral que pressupõe a manifestação de vontade do credor e do fiador. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AVAL
	 Declaração cambiária porque é lançada nos títulos cujo pagamento consista em dinheiro. 
	 Declaração acessória, porque não é requisito de validade do título de crédito. Apesar de ser acessória, a obrigação que o avalista assume é autônoma em relação ao avalizado. 
	EFEITO: 
Quando o avalista presta seu aval, torna-se solidário pelo pagamento, sendo que a solidariedade não é apenas em relação ao avalizado, mas também com os demais devedores cambiários. 
- Sendo as obrigações cambiárias autônomas, o avalista será executado em virtude da ação avalizada, não poderá opor-se ao pagamento, fundado em matéria atinente à origem do título que lhe é estranha. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AVAL
	 Forma do Aval: 
Simples assinatura do próprio avalista ou de seu mandatário especial é suficiente para validade do aval. 
- AVAL QUALIFICADO
Art. 31. LUG. O aval é escrito na própria letra ou numa folha anexa. Exprime-se pelas palavras "bom para aval" ou por qualquer fórmula equivalente; e assinado pelo dador do aval. 
- AVAL PURO E SIMPLES
Art. 31, 2ª alínea. LUG. 
O aval considera-se como resultante da simples assinatura do dador aposta na face anterior da letra, salvo se se trata das assinaturas do sacado ou do sacador.
Isto é, caso seja identificada a assinatura do sacado ou do sacador, não será considerado aval (porque será aceite e saque). 
AVAL EM BRANCO
Art. 31, 3ª alínea. LUG. 
O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta de indicação, entender-se-á pelo sacador.
Obs: Nota Promissória é o emitente que será avalizado em branco. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AVAL
	 Aval Parcial
Literalidade
Art. 30 LUG. O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval. Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra.
	O aval pode ser realizado por terceiros ou por signatários da letra de câmbio. 
	Obs: Art. 897 do Código Civil. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval.
	Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AVAL
	 Nulidade da obrigação avalizada
- Se a obrigação avalizada for declarada nula, persiste o aval?
- Tendo em vista o princípio da autonomia das relações cambiárias, subsiste o aval, mesmo se a obrigação for nula. O aval não é atingido pela ineficácia da assinatura que ele garante. 
Exemplo: Aval dado a uma assinatura falsa ou obrigação assumida por menor incapaz, não é atingido pela nulidade. 
Art. 32, alínea 2. LUG. A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nula por qualquer razão que não seja um vício de forma.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AVAL
	 Aval antecipado. 
- Antecede o aceite ou o endosso, que ainda não foram lançado no título. 
Requião: Sendo as obrigaçõescambiárias autônomas, o aval pode ser firmado antes da obrigação que o avalista pretende equipara-se, não sendo contra os princípios do direito cambiário que a assinatura do avalista seja cronologicamente anterior à da pessoa que se equipara. 
Art. 14 , Dec. 2.044. O pagamento de uma letra de câmbio, independente do aceite e do endosso, pode ser garantido por aval. Para a validade do aval, é suficiente a simples assinatura do próprio punho do avalista ou do mandatário especial, no verso ou no anverso da letra.
Alexandre Assumpção e Fran Martins: Não se pode falar em autonomia quando não existe obrigação cambiária. A obrigação cambiária existe ainda que a obrigação seja nula, mas essa obrigação não existe, porque não existe aceite ou endosso. Então não pode haver autonomia de algo inexistente. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AVAL
	Aval Póstumo
- Prestado após o vencimento. 
Omissão da LUG e no Decreto nº 2.044. 
Art. 900 do CC 2002. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AVAL
	 Responsabilidade do Avalista
- É obrigado cambiário, equiparado à pessoa avalizada. 
Art. 32. LUG. O dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa por ele afiançada.
- Caso o avalista pague tem ação de regresso contra o avalizado, o pagamento feito pelo avalizado ou pelo obrigado anterior ao avalizado, desonera o avalista. 
Art. 32 LUG, 3ª alínea. 
Se o dador de aval paga a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes da letra contra a pessoa a favor de quem foi dado o aval e contra os obrigados para com esta em virtude da letra. 
- Não há benefício de ordem. 
Art. 47. Os sacadores, aceitantes, endossantes ou avalistas de uma letra são todos solidariamente responsáveis para com o portador.
O portador tem o direito de acionar todas estas pessoas individualmente, sem estar adstrito a observar a ordem por que elas se obrigaram.
O mesmo direito possui qualquer dos signatários de uma letra quando a tenha pago
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AVAL
	 Avais simultâneos
Ocorrem quando dois ou mais avalistas avalizam a mesma pessoa. 
O portador pode demandar o valor total de qualquer um dos coavalistas, cada coavalista responde por todo o valor da dívida perante o portador, não há benefício de ordem. 
Se o coavalista pagar, a ação de regresso dele contra o avalizado é pelo valor total. Mas a ação de regresso contra outro coavalista é pela quota parte. 
ENTRE COAVALISTAS SIMULTÂNEOS SE APLICA O PRINCÍPIO DA DIVISÃO DAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AVAL
	 Avais simultâneos
Avais em branco superpostos, são considerados como simultâneos do sacador e não como sucessivos, pois no aval se avaliza a pessoa. 
SÚMULA Nº 189 - STF
Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos.
	Avais sucessivos
Mesma regra da cadeia de endossos. Um avalista garante outro avalista de uma obrigação cambiária.
Só pode haver cadeia de avais sucessivos em preto, um avalizando o próximo avalista. 
Obs: Portador pode cobrar de todos, avalizado e todos os avalistas a quantia integral. O avalista que paga desonera os posteriores e pode cobrar dos anteriores o valor integral (não são dois avalistas garantindo a mesma pessoa). 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AVAL
	 Aval de pessoa casada
Jurisprudência do STJ entende que deve haver a autorização do cônjuge, embora a LUG seja omissa. 
	Art. 1.647 CC. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
	III - prestar fiança ou aval;
Sem autorização, o cônjuge pode demandar a invalidação do aval: 
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:
	IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647;
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AVAL
	 Aval de pessoa casada
No caso de aval prestado por sócio de sociedade, em favor de sociedade, o cônjuge se beneficia desse aval e para fins de exclusão de sua meação, tem que provar que não houve benefício ao casal com o aval. 
Se o aval for prestado em outra obrigação que seja da sociedade, o credor deve demonstrar que o aval foi prestado em benefício da família para que possa atingir a meação do cônjuge do avalista. 
PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO. MEAÇÃO DA ESPOSA. ÔNUS DA PROVA. AVAL. CÔNJUGE SÓCIO DA EMPRESA AVALIZADA. PRESUNÇÃO. ORIENTAÇÃO DO TRIBUNAL. RECURSO PROVIDO.
I - A meação da mulher casada não responde pela dívida contraída exclusivamente pelo marido, exceto quando em benefício da família.
II - É da mulher o ônus de provar que a dívida contraída pelo marido não veio em benefício do casal.
III - Em se tratando de aval do marido, presume-se o prejuízo da mulher, salvo se o marido for sócio da empresa avalizada, como na espécie. (REsp 346.995/RS, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 06/06/2002, DJ 12/08/2002, p. 217)
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
PROTESTO
	 Lei de Protestos e Títulos. Lei nº 9.492/97.
	Conceito
Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.
O protesto constitui um ato oficial e público que comprova a exigência do cumprimento daquelas obrigações cambiárias, constituindo-se em prova plena. 
A certidão de protesto lavrado pelo oficial público é de fato, em princípio, inquestionável. 
	Função: Tornar público o inadimplemento de uma obrigação, sendo ATO FORMAL E SOLENE. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
PROTESTO
Formal: É um registro público, portanto, tem que ser lavrado em livro próprio, não pode ser oral nem virtual, mas escrito. 
Solene: Não existe cerimônia, mas é um ato solene no sentido de que o registro formal feito no livro próprio é de competência privativa para lavratura e registro do Tabelião de Protesto de Títulos. 
Art. 3º. Lei 9.492/97. Compete privativamente ao Tabelião de Protesto de Títulos, na tutela dos interesses públicos e privados, a protocolização, a intimação, o acolhimento da devolução ou do aceite, o recebimento do pagamento, do título e de outros documentos de dívida, bem como lavrar e registrar o protesto ou acatar a desistência do credor em relação ao mesmo, proceder às averbações, prestar informações e fornecer certidões relativas a todos os atos praticados, na forma desta Lei.
O credor não protesta, não é o portador do título que protesta, mas o tabelião, porque é ato solene. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
PROTESTO
O protesto é um ato sobre o título, não é do devedor (ao contrário do aval). 
É ato extrajudicial com finalidade probatória que não é privativo dos títulos de crédito. 
Causas: 
Art. 21. Lei nº 9.492/97. O protesto será tirado por falta de pagamento, de aceite ou de devolução.
Inadimplência. 
Falta de aceite. 
Falta de devolução. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
PROTESTO
	Efeitos: 
Elemento fundamental para o direito de regresso. Sem ele, não é possível o detentor exercer seu direito contra os obrigados regressivos. 
Interrupção da prescrição. 
Art. 202 CC. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
III - por protesto cambial;
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
PROTESTO
	Procedimentos: 
Recebimento do Título e protocolização. Art. 9º Lei nº 9.294/97. 
Não cabe ao Tabelião verificar o cumprimento de prazos. O Tabelião não pode obstar o procedimento por alegação de caducidade. 
Art. 9º Todos os títulos e documentos de dívida protocolizados serão examinados em seus caracteres formais e terão curso se não apresentarem vícios, não cabendo ao Tabelião de Protesto investigar a ocorrência de prescrição ou caducidade.Parágrafo único. Qualquer irregularidade formal observada pelo Tabelião obstará o registro do protesto.
Ex: Nota promissória apresentada para protesto com data de emissão de 11/01/2011 apresentada em 28/01/2015, mais de quatro anos depois. O tabelião não pode verificar prescrição. 
Deve dar seguimento. O devedor deve entrar com pedido judicial de sustação de protesto. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
PROTESTO
	Procedimentos: 
Deve ser enviado o documento físico, podendo ser enviado por meio eletrônico. 
Art. 8º. Lei 9.492. Os títulos e documentos de dívida serão recepcionados, distribuídos e entregues na mesma data aos Tabelionatos de Protesto, obedecidos os critérios de quantidade e qualidade.
Parágrafo único. Poderão ser recepcionadas as indicações a protestos das Duplicatas Mercantis e de Prestação de Serviços, por meio magnético ou de gravação eletrônica de dados, sendo de inteira responsabilidade do apresentante os dados fornecidos, ficando a cargo dos Tabelionatos a mera instrumentalização das mesmas.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
PROTESTO
	Procedimentos: 
Intimação do devedor. 
A intimação pode ser feita em correio ou por edital de forma subsidiária, em caso de devedor desconhecida, localização incerta ou ignorada.
Art. 14. Lei 9.492. Protocolizado o título ou documento de dívida, o Tabelião de Protesto expedirá a intimação ao devedor, no endereço fornecido pelo apresentante do título ou documento, considerando-se cumprida quando comprovada a sua entrega no mesmo endereço.
§ 1º A remessa da intimação poderá ser feita por portador do próprio tabelião, ou por qualquer outro meio, desde que o recebimento fique assegurado e comprovado através de protocolo, aviso de recepção (AR) ou documento equivalente.
§ 2º A intimação deverá conter nome e endereço do devedor, elementos de identificação do título ou documento de dívida, e prazo limite para cumprimento da obrigação no Tabelionato, bem como número do protocolo e valor a ser pago.
Art. 15. A intimação será feita por edital se a pessoa indicada para aceitar ou pagar for desconhecida, sua localização incerta ou ignorada, for residente ou domiciliada fora da competência territorial do Tabelionato, ou, ainda, ninguém se dispuser a receber a intimação no endereço fornecido pelo apresentante. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
PROTESTO
	Procedimentos: 
Lavratura e Registro pelo Tabelião
Feita a intimação, o Tabelião lavrará o protesto. 
Art. 12. Lei 9.492. O protesto será registrado dentro de três dias úteis contados da protocolização do título ou documento de dívida.
[...]
Art. 13. Quando a intimação for efetivada excepcionalmente no último dia do prazo ou além dele, por motivo de força maior, o protesto será tirado no primeiro dia útil subseqüente.
- Depois de lavrado e registrado, os interessados podem obter certidões. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
PROTESTO
	Prazos: 
Obs: Os mesmos para Nota Promissória e Letra de Câmbio. Na nota promissória não há aceite. 
I- Protesto por falta de pagamento. 
Art. 44, 3ª alínea LUG. Objeto de Reserva. Aplica-se o Art. 28 do Dec. 2.044.
Dia do Vencimento + Primeiro dia útil seguinte.
Deve ser entregue ao oficial de protesto no primeiro dia útil seguinte. 
II - Protesto por falta de aceite
O protesto deve ser feito nos prazos fixados para apresentação ao aceite. 
Art. 44, 2ª alínea, LUG. Não foi objeto de reserva. 
O protesto por falta de aceite deve ser feito nos prazos fixados para a apresentação ao aceite. Se, no caso previsto na alínea 1ª do artigo 24, a primeira apresentação da letra tiver sido feita no último dia do prazo, pode fazer-se ainda o protesto no dia seguinte.
Obs: 21§1º. Lei 9.492. O protesto por falta de aceite somente poderá ser efetuado antes do vencimento da obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite ou a devolução. (Não é aplicável, critério da especialidade). 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
PROTESTO
	Prazos: 
III- Protesto por falta de devolução.
Omissão na LUG. 
Art. 21 § 3º. Lei 9.492. Quando o sacado retiver a letra de câmbio ou a duplicata enviada para aceite e não proceder à devolução dentro do prazo legal, o protesto poderá ser baseado na segunda via da letra de câmbio ou nas indicações da duplicata, que se limitarão a conter os mesmos requisitos lançados pelo sacador ao tempo da emissão da duplicata, vedada a exigência de qualquer formalidade não prevista na Lei que regula a emissão e circulação das duplicatas.
Obs: O prazo é de um dia útil (art. 24 da LUG, se ele quiser deixar a letra com o sacado). 
 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
PROTESTO
	Dispensa do Protesto.
Para o aceitante da letra de câmbio e seu avalista o protesto é facultativo (RE nº 71.338-PE. Rel. Ministro Aliomar Baleeiro). 
O protesto é exigido apenas para ação regressiva do portador contra sacador e avalista. 
- LUG prevê a possibilidade de se incluir a letra uma cláusula que dispensa o portador de fazer o protesto por falta de aceite ou de pagamento. É a cláusula “sem despesas”, “sem protesto” ou equivalente. 
- Se a cláusula “sem despesas”, “sem protesto”, ou outra equivalente for inserida pelo sacador, produz os seus efeitos em relação a todos os que se obrigarem na letra. Se for inserida por um endossante ou por avalista somente em relação a ele terá efeito.
Art. 46. LUG. O sacador, um endossante ou um avalista pode, pela cláusula "sem despesas", "sem protesto", ou outra cláusula equivalente, dispensar o portador de fazer um protesto por falta de aceite ou falta de pagamento, para poder exercer os seus direitos de ação.
- As Leis especiais podem dispensar o protesto para cobrança dos coobrigados.
Exemplos: Art. 60 do DL 167/67 dispensa o protesto para assegurar o direito de regresso contra endossantes e avalistas no caso da Cédula de Crédito Rural.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
PROTESTO
	Desistência
Art. 16. Lei 9.492. Antes da lavratura do protesto, poderá o apresentante retirar o título ou documento de dívida, pagos os emolumentos e demais despesas.
	Sustação do Protesto
Deve ocorrer antes de o protesto ser lavrado. 
O devedor pode requerer ao juiz a sustação através de uma medida cautelar. 
Art. 17 Lei 9.492. Permanecerão no Tabelionato, à disposição do Juízo respectivo, os títulos ou documentos de dívida cujo protesto for judicialmente sustado.
§ 1º O título do documento de dívida cujo protesto tiver sido sustado judicialmente só poderá ser pago, protestado ou retirado com autorização judicial. [...] 
	Cancelamento
Retirar definitivamente o registro do protesto, para que não apareça em qualquer certidão. 
Art. 26. Lei 9.492. O cancelamento do registro do protesto será solicitado diretamente no Tabelionato de Protesto de Títulos, por qualquer interessado, mediante apresentação do documento protestado, cuja cópia ficará arquivada.
§ 3º O cancelamento do registro do protesto, se fundado em outro motivo que não no pagamento do título ou documento de dívida, será efetivado por determinação judicial, pagos os emolumentos devidos ao Tabelião.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AÇÃO CAMBIAL 
	Art. 43 da LUG c/c 49 do Dec. 2.044; 
	Ação para cobrança de quantias líquidas e exigíveis. 
É necessário que o portador tenha o título executivo, apenas a letra de câmbio (independente). 
	Exigibilidade: Portador só pode exercer seu direito de ação antes do vencimento se houver recusa total ou parcial por falta de aceite, pelo protesto. 
Protesto antecipa o vencimento, tornando o título exigível. 
Ação cambial direta: Não necessidade de protesto, porque é facultativo. No caso de obrigado principal, aceitante ou avalista do aceitante.
 
Ação cambial indireta: O protesto é necessário para exercer o direito de ação contra os coobrigados por falta de pagamento. 
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AÇÃO LOCUPLETAMENTO OU ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA
A prescrição da pretensão à execução acarreta a perda da autonomia da responsabilidade cambiária, liberando os endossantes e os avalistas. 
Mas, como os prazos são pequenos, o art. 48 do Dec. 2044, aplicável diante da omissão da LUG, prevê a açãode locupletamento, que a jurisprudência vem entendendo como uma ação monitória (ex: S. 299 do STJ), com fundamento no art. 1102-A do CPC (na ação monitória se pretende o pagamento de valor de um título que não tem força executiva).
	Não é uma ação cambial.
	A ação de locupletamento é uma ação subsidiária. É pressuposto para a ação de locupletamento que o portador tivesse direito de ação em face do coobrigado e não exerceu a pretensão à execução no prazo, ou seja, se ele não fez o protesto tempestivo e perdeu o direito de ação cambial contra os coobrigados, não tem direito à ação de locupletamento.
AULA 4 – LETRA DE CÂMBIO
AÇÃO LOCUPLETAMENTO OU ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA
Art. 48 Dec 2.044. Sem embargo da desoneração da responsabilidade cambial, o sacador ou o aceitante fica obrigado a restituir ao portador, com os juros legais, a soma com a qual se locupletou à custa deste.
A ação do portador, para este fim, é a ordinária.
SÚMULA N. 299 STJ. É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.

Continue navegando