Buscar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Disciplina: Comércio Exterior
Autor: Alexandre Miserani de Freitas
Unidade de Educação a Distância
COMÉRCIO EXTERIOR
Autor: Alexandre Miserani de Freitas 
Belo Horizonte / 2012
ESTRUTURA FORMAL DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÃNCIA
REITOR
LUÍS CARLOS DE SOUZA VIEIRA
PRÓ-REITOR ACADÊMICO
SUDÁRIO PAPA FILHO
COORDENAÇÃO GERAL
AÉCIO ANTÔNIO DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO TECNOLÓGICA
EDUARDO JOSÉ ALVES DIAS
COORDENAÇÃO DE CURSOS GERENCIAIS E ADMINISTRAÇÃO 
HELBERT JOSÉ DE GOES
COORDENAÇÃO DE CURSOS LICENCIATURA/ LETRAS 
LAILA MARIA HAMDAN ALVIM
COORDENAÇÃO DE CURSOS LICENCIATURA/PEDAGOGIA 
LENISE MARIA RIBEIRO ORTEGA
INSTRUCIONAL DESIGNER
DÉBORA CRISTINA CORDEIRO CAMPOS LEAL
KELLY DE SOUZA RESENDE
PATRICIA MARIA COMBAT BARBOSA
EQUIPE DE WEB DESIGNER
CARLOS ROBERTO DOS SANTOS JÚNIOR
GABRIELA SANTOS DA PENHA
LUCIANA REGINA VIEIRA
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
FERNANDA MACEDO DE SOUZA ZOLIO
RIANE RAPHAELLA GONÇALVES GERVASIO
AUXILIAR PEDAGÓGICO
ARETHA MARÇAL DE MACÊDO SILVA
MARÍLIA RODRIGUES BARBOSA
REVISORA DE TEXTO
MARIA DE LOURDES SOARES MONTEIRO RAMALHO
SECRETARIA
LUANA DOS SANTOS ROSSI 
MARIA LUIZA AYRES
MONITORIA
ELZA MARIA GOMES
AUXILIAR ADMINISTRATIVO
THAYMON VASCONCELOS SOARES
MARIANA TAVARES DIAS RIOGA
AUXILIAR DE TUTORIA
FLÁVIA CRISTINA DE MORAIS
MIRIA NERES PEREIRA
RENATA DA COSTA CARDOSO
Sumário
5Unidade 1: Globalização e Comércio Exterior
22Unidade 2: Plano de Internacionalização
39Unidade 3: Classificação das Exportações-Importações
58Unidade 4: Regimes Aduaneiros
Ícones
	Comentários
	
	Reflexão
	
	Dica
	
	Lembrete
	
Unidade 1: Globalização e Comércio Exterior
1. Nosso Tema 
A globalização é um fenômeno que atinge a todos, seja em suas relações de trabalho, seja em seu cotidiano ou mesmo em sua vida particular. Com a globalização, o acesso ao consumo de produtos e serviços oriundos de outros países e regiões do mundo ficou muito fácil. Ao toque de um clique no computador ou nas prateleiras de um supermercado, temos uma grande facilidade de acesso ao produto estrangeiro, e devemos isso ao fenômeno chamado globalização. 
É importante entender que isso não ocorreu de uma hora para outra. Muitas batalhas foram travadas, paradigmas foram mudados e até vidas foram dizimadas para que o mundo pudesse entender que não era mais possível viver enclausurado em suas fronteiras e limites geográficos. Mas o acesso a mercados e mercadorias que poderiam facilitar a vida de suas empresas e cidadãos era importante para a economia desses países e para seu próprio desenvolvimento.
 Veremos, nesta unidade, como se processa a internacionalização de empresas entendendo, através de algumas conceituações, o que é uma empresa global, transnacional e multinacional.
O mundo contemporâneo passa por um período de grandes transformações, tanto políticas como sociais e econômicas e isso reflete diretamente nas decisões das empresas que estão sujeitas, para seu crescimento, às movimentações globais do mercado.
E você, entendeu, realmente por que uma empresa busca participar do mercado mundial?
Inicialmente, pela própria expansão em suas vendas. Além disso, para adquirir recursos que ficariam mais caros no mercado interno, ou mesmo, porque não os teriam disponíveis em seus países de origem devido a fatores tecnológicos ou escassez de matéria-prima, ou ainda para minimizar custos, por dificuldades produtivas ou logísticas. 
Pois bem, o desejo do novo, do atual, do mais moderno, do tecnologicamente diferente não pode ter fronteiras e isso somente é possível graças à globalização.
2. Para Refletir 
O Ipod é o objeto de desejo da grande maioria das pessoas, disso ninguém dúvida, ouvir sua balada a qualquer hora do dia, com som de alta qualidade e onde quer que você esteja, seja na academia, no trânsito, na vida corrida que levamos, é sempre um momento relaxante e prazeroso.
Mas, você sabe o trajeto que a produção do Ipod tem que fazer para estar disponível nas lojas e à disposição de nós consumidores? Pois bem, esse é um clássico exemplo da globalização. Sua produção envolve diversos países e a composição de seu preço passa por muitas moedas, câmbios e componentes diversos. Veja o artigo abaixo extraído do site da IDG Now.
EUA, Japão e Taiwan lideram arrecadação pela inovação do iPod, diz estudo
São Paulo - Estudo indica que, dos US$ 299 cobrados por iPod Video de 30 GB, US$ 163 ficam nos EUA, enquanto US$ 73 vêm de empresas japonesas.
Por mais que seja fabricado por uma empresa norte-americana, os custos de fabricação de um iPod se espalham por países como Japão, Coréia, Cingapura e Reino Unido, conforme afirma estudo divulgado nesta quinta-feira (28/05) pela Universidade da Califórnia.
Os três pesquisadores responsáveis pelo estudo (Greg Linden, Kenneth Kraemer e Jason Dedrick) usaram dados da consultoria Portelligent para tentar rastrear onde cada uma das 451 partes do tocador são feitas mundialmente e, com isto, apontar os principais países que se beneficiam pela inovação tecnológica do player da Apple.
Para o estudo, a universidade usou como modelo o iPod de 30 GB, avaliado em 299 dólares no mercado norte-americano.
As duas partes mais caras do modelo de 30 GB do iPod vêm do Japão - o disco rígido, que custa 73,39 dólares, é feito pela Toshiba, enquanto o display, estimado em 20,39 dólares, é produzido pela joint venture Toshiba-Matsushita.
O grupo, no entanto, afirma ter dificuldades em determinar exatamente quais são as nações que mais lucram com as vendas do tocador, que ultrapassaram 100 milhões de unidades em abril, em razão da terceirização de componentes.
Mesmo que o chip multimídia e de vídeo do iPod venha da norte-americana Broadcom, a empresa tem contratos para fabricá-los em Taiwan ou Cingapura, segundo o estudo, o que torna impreciso a distribuição exata da inovação.
Mesmo com a grande participação de empresas asiáticas na fabricação de componentes e montagem do iPod, são os Estados Unidos que mais lucram no processo, principalmente pelo lucro que a Apple leva no player.
O grupo estima que 80 dólares do preço de cada iPod de 30 GB é destinado à Apple como margem de lucro, enquanto mais 75 dólares ficam nos Estados Unidos por conta de frete e 8 dólares para fabricantes norte-americanos.
Por fim, a pesquisa afirma que os Estados Unidos, mesmo com a alta distribuição de fabricantes pelo mundo, continuam detendo grande parte da inovação na tecnologia atual.
O cenário, no entanto, pode mudar, "caso as empresas percam o foco", o que pode fazer com que "o sistema de inovação global saia rapidamente dos Estados Unidos".
Seria possível tudo isso se não fossem as Empresas transnacionais, globais e multinacionais?
Veja ao seu redor o número de produtos e mídias que temos que não são produzidos no Brasil, ou tem componentes estrangeiros.
Comece a investigar os produtos que sua família consome , qual seria sua origem, fabricante e componentes.
Saiba que é um bom exercício para descobrirmos as benesses e malefícios da globalização, e o quanto ela afeta nosso dia a dia.
Tenho certeza que sua curiosidade é grande, mas os conceitos são mais importantes para entender como funciona esta dinâmica em nosso mundo contemporâneo.
Fonte: http://idgnow.uol.com.br/computacao_pessoal/2007/06/28/idgnoticia.2007-06-28.2815856791/
3. Conteúdo Didático 
3.1. Introdução 
A globalização da economia foi impulsionada, principalmente e de forma marcante, pela crise do petróleo na década de 1970. Com a crise do petróleo, as nações antes auto-suficientes ou que possuíam em sua pauta de comercialização internacional o petróleo como principal produto começaram a impulsionar as negociações internacionais de outros produtos, provocando, assim, um incremento nas trocas internacionais. Dessa maneira, as trocas internacionais foram incrementadas por essa crise, mas principalmente por acordos e maior proximidade de políticas de relações internacionais. 
Historicamente, o século XX foi marcado por profundas transformações nas relações comerciais entre as nações. A quebra de barreiras, a abertura defronteiras, acordos bilaterais e multilaterais, pactos e maior proximidade entre as nações, devido ao incremento dos movimentos de mercado resultaram numa interdependência dos mercados e seus produtos.
Ressalta-se que, devido ao incremento da economia mundial, durante grande parte do século XX, as necessidades na busca de novas tecnologias, maquinários, produtos de ponta ou mesmo mercadorias que ainda existia escassez movimentaram sobremaneira as transformações nas relações comerciais entre as nações. 
Passamos por duas grandes guerras mundiais com impactos marcantes na história do mundo. A fome, as tragédias encenadas pela natureza ou pelo homem, a queda do muro de Berlim, a formação da União Européia com a conseqüente instauração do Euro como moeda única para grande parte da Comunidade Européia e a formação de blocos regionais. Tudo isso transformou as relações internacionais num emaranhado de decisões e pactos, fortalecendo a proximidade do homem com sua produção e, conseqüentemente, descobrindo as diferentes formas de culturas e tecnologias no aprimoramento dessas produções. 
Os circuitos mundiais nos colocam oportunidades e desafios, pois por um lado nos oferecem oportunidades de ampliação das escalas de produção para bens exportáveis, bem como possibilidades de aquisição de equipamentos e tecnologias que estejam acompanhando a renovação tecnológica no exterior; por outro, estabelecem fortes desafios concorrenciais em vários casos desestimuladores da produção local.
Podemos destacar alguns exemplos como as pesquisas promovidas pelas indústrias farmacêuticas na busca pela cura de doenças ou mesmo o caso da rede americana de cafés Starbucks, que se instala em países como o Brasil, grandes produtores de café, e conseguem ter êxito em sua comercialização. Outros casos poderiam ser citados como a rede de supermercados Carrefour, a rede de lanches MacDonald’s, Pizza Hut, dentre outros. 
O início do século XXI nos apresenta uma necessidade de revisão desse processo. Tendo em vista o reaparelhamento dos estados nacionais, depois de um longo período de adaptação econômica das nações, alguns países, como o Brasil, conseguiram quitar seus débitos junto ao FMI (Fundo Monetário Nacional), debelar anos de inflação, conseguir que suas moedas se tornassem fortes para competir num cenário consolidado de globalização. 
 Adiciona-se a isso uma maior crítica à política neoliberal, adotada por muitos desses países, como Inglaterra e o próprio Brasil, com cenários de reivindicações, protestos, greves e revoltas contra uma política que se revelou problemática e vulnerável. Isso porque a promessa do neoliberalismo do acesso ao mercado consumidor de forma mais ampla e a melhoria no padrão de vida de maior parte da população não se concretizou.
3.1.1. Definições
Algumas definições são necessárias para melhor entendimento da dinâmica do Comércio Exterior e da globalização.
	Negócios Internacionais
	Comércio Internacional
	Comércio Exterior
	Negócios Internacionais são transações comerciais, privadas ou governamentais, entre países. Trata-se de uma importante oportunidade para que a empresa possa expandir não somente sua área e abrangência de atuação, mas com sua participação como player internacional, poderá conhecer melhor novas tecnologias, serviços e concorrência de seu produto no âmbito global.
	São as transações realizadas entre os agentes econômicos, ou seja, as pessoas ou empresas domiciliadas em diferentes países. Caracteriza-se pelo dinâmico e constante intercâmbio de produtos, mercadorias, serviços e/ou movimento de capitais.
	O Comércio exterior é caracterizado pelas normas, costumes e leis nacionais de um determinado país, tendo por objetivo regular a entrada e a saída de produtos e mercadorias, trânsito de pessoas e tráfego de veículos embarcações. A expressão “Comércio Exterior” deve ser seguida do nome do país onde estiver se processando a operação. Por exemplo, Comércio Exterior Brasil.
A seguir, veremos como a internacionalização de empresas pode promover melhor competitividade e acesso a diferentes formas de agir, pensar e lucrar, buscando novas tecnologias e reposicionamento do próprio produto da empresa. 
3.2. Internacionalização de empresas 
Numa perspectiva de mundo globalizado, as empresas, apesar de atuarem localmente, necessitam pensar globalmente. Suas ações têm que ser voltadas a um ambiente macro, respaldados em fatores econômicos, político e sociais externos, em que a influência desse ambiente externo afeta, cotidianamente, o percurso e a sobrevida da empresa.
Aspectos como a crise na Argentina, guerra no Iraque e Afeganistão, ataques terroristas nos Estados Unidos, protecionismos, guerras comerciais, disputas na OMC - Organização Mundial o Comércio
 são conseqüências da globalização, que afetam diretamente as empresas sejam elas locais ou internacionais.
A internacionalização nas empresas ocorre quando elas buscam novas alternativas de mercado além do local em que ela possa expandir não somente suas vendas, mas principalmente aprimorar nova tecnologia através de outras formas de produção ou mesmo de comercialização, e também maior área de distribuição de seus produtos.
Conforme Nosé Junior (2005, p.26), a globalização “é um processo econômico –social que se instalou na sociedade capitalista, cada vez mais voraz pela obtenção do lucro... buscando utilizar-se de vantagens competitivas”. Para Bhagwati (2004, p.3 e 4), a globalização “consiste na integração das economias nacionais em uma economia internacional através do comércio, do investimento estrangeiro direto (por parte das corporações e multinacionais), fluxos de capital de curso prazo, fluxo internacional de trabalhadores e pessoas em geral e fluxos de tecnologia”. Já para Minadeo (2001, p.6), globalização
se refere a bens que utilizam componentes produzidos em todo o mundo, e que visam atingir o mercado global, não apenas um mercado nacional (...) implica a existência de uma estratégia global, para utilizar os recursos disponíveis da melhor forma, obtendo os menores custos, e os melhores produtos para serem oferecidos a cada mercado.
Essas definições nos traçam um panorama da importância da globalização como fator de integração de culturas e povos, que se converge em aspectos econômicos indispensáveis ao desenvolvimento das nações.
Hoje, torna-se impossível pensar num país com pretensões desenvolvimentistas, isolado do mundo, sem parcerias ou acordos, sem integrações regionais com outros países, sem políticas bi ou multilaterais, sem comércio com o estrangeiro.
Como conseqüência, a globalização nos remete a fatores determinantes para melhoria das estratégias das empresas que se inserem nesse processo. Dentre eles, destacamos:
	Surgimento de uma sociedade global;
	Maior interseção cultural;
	Intercâmbio de informações mais acentuado;
	Maior evolução tecnológica;
	Diminuição das barreiras comerciais;
	Maior concorrência entre produtos e mercados;
	Mudanças significativas no papel do Estado;
	Internacionalização do capital;
	Uma maior concentração dos meios de produção através do surgimento das “Empresas Globais”.
Nesse universo, a presença de empresas no cenário internacional se faz necessária, seja direta ou indiretamente. Uma filial, um representante ou mesmo participação em eventos internacionais traz visibilidade e intercâmbio de experiências e tecnologia com outras empresas e instituições de outras partes do mundo.
Assim, surgem as chamadas empresas transnacionais, empresas globais e as empresas multinacionais.
3.3. Empresas transnacionais, globais e multinacionais
As inovações tecnológicas, aliadas ao incremento do comércio internacional e o grande fluxo de capital estrangeiro para investimentos em novos negócios ao redor do mundo, são fatores primordiais para a internacionalização das empresas. São através de fatores como esses que elas optam por transformar-se em empresas transnacionais, globais e multinacionais.
Grieco (2001, p.138) cita Samuel P.Huntington quando ele descreve que “uma organizaçãoé transnacional e não nacional” se ela executa operações importantes, sob orientação centralizada no território de duas ou mais nações, por exemplo, o Banco Mundial, que é internacional em seu controle, multinacional em seus empregados e transnacional em suas operações. 
Uma empresa é multinacional quando somente pessoas de duas ou mais nacionalidades participam, significativamente, de suas operações, como a Fiat Automóveis que tem trabalhadores em várias partes do mundo, a Acelor, que também conta com trabalhadores na Europa, na América Latina, dentre outros lugares.
Por empresas globais entende-se aquela que desempenha suas atividades principais em locais que propiciem melhores condições e onde exista pessoal qualificado para pesquisa e desenvolvimento. Como exemplos, temos a Fiat Automóveis e a Vallorec Mannesmann.
Essa divisão se faz necessária para discernir uma maior ou menor participação globalizada das empresas e o grau dessa participação, seja ele econômico, social ou cultural. 
O termo transnacional remete à época da Segunda Grande Guerra, quando os Estados Unidos, através de suas empresas, renovaram os métodos de produção promovendo uma revolução comercial, onde a era do Fordismo deu lugar à automatização. Nesse esteio, a telemática e informatização são as bases da produção, tornando-se eixo da transnacionalização.
Para os países em desenvolvimento, as empresas transnacionais trouxeram grandes vantagens como aumento de empregos, transferência de inovações tecnológicas e ingresso de capitais de investimentos. 
Para Paulo Martinez (1993, p.5), empresa multinacional são aquelas que têm atuação simultânea em dois ou mais países, partindo de um centro matriz decisório, sendo, pois, “uma força dominante na economia mundial”. A empresa multinacional está sujeita à regulação e ao controle procedente do país de origem, preservando assim sua base de origem nacional. 
Conforme Fernandes (1998), as empresas multinacionais têm como objetivo: 
Enfim, é indiscutível a importância da multinacional, principalmente, como extensão de seu país de origem no sentido econômico e de produção de riqueza, sendo, pois, uma grande aliada de seu país. 
Já as empresas globais desempenham suas atividades de modo a equilibrar os aspectos da empresa que precisam ser encaradas e planejadas como sistemas globais dos aspectos que correspondam às necessidades locais. 
Conforme Lima (2006, p.224), “este modelo global foi adotado por empresas, freqüentemente as japonesas e coreanas, que desenvolveram operações impulsionadas pela necessidade de eficiência global, tornando-se mais centralizadas em suas decisões operacionais, bem como nas opções estratégicas”, possuindo, assim, uma estratégia global e um plano mundial em relação aos fatores produtivos, sejam eles de planejamento estratégico, logístico, comércio exterior e marketing. Como exemplos, temos a Toyota, a Samsung, dentre outras.
Essas empresas globais se instalam em áreas onde existem conjunções de fatores que permitem a elas economias de escala, facilidade de distribuição, acesso à matéria-prima por baixo custo, mão-de-obra qualificada e com salários reduzidos. Enfim, junção de aspectos que obviamente justifiquem sua saída de seu país de origem em nome de uma melhor performance e preço final do produto de forma competitiva.
Essa competitividade está demonstrada no quadro abaixo, em que descrevemos as características de uma empresa global.
Quadro 1 - Características da empresa global
	CARACTERÍSTICAS
	EMPRESA GLOBAL
	Produtos e serviços 
	Arquitetura flexível. Permite uma adaptação em massa.
	Atividades da cadeia de valor
	Grande estrutura em rede e distribuída em todo o mundo.
	Base da concorrência
	Distribuição da produção do conhecimento; orientada para baixos custos e para os clientes.
	Organização
	Decisões são tomadas nos centros de competência.
	Clientes
	Assiste os clientes globais e locais.
	Informação
	Consistentes sobre os produtos para dar apoio à compra e ao uso em qualquer lugar.
	Custo
	Entrega rápida e eficiente dos seus produtos sempre que seus clientes desejarem.
	Qualidade
	Nenhum defeito; construindo um relacionamento durável com o cliente.
	Assistência Técnica
	Consistência.
Fonte: Administração Estratégica – Annibal Affonso Neto, 2001, p. 243
Essas características da empresa global poderão ser alcançadas através de um plano de internacionalização bem traçado e coerente com a realidade da empresa. Com base nesse plano, a empresa se adapta ao contexto cultural-econômico-social ao qual pretende se inserir, buscando melhor performance e receptividade de seus produtos. 
Nesse universo, a presença de empresas no cenário internacional se faz necessária, seja direta ou indiretamente. Uma filial, um representante ou mesmo participação em eventos internacionais trazem visibilidade e intercâmbio de experiências e tecnologia com outras empresas e instituições de outras partes do mundo.
O mundo contemporâneo vem presenciando um período de grandes transformações sejam elas das atividades econômicas, políticas e sociais. As empresas não mais se influenciam por decisões locais, mas fortemente se submetem a movimentações globais dos mercados.
As decisões de produção, comercialização e estratégias desenvolvimentistas das organizações, ficaram intimamente interligadas à chamada globalização.
Globalização é uma variação da palavra GLOBO, que diz respeito àquilo que está junto, no conjunto, à totalidade. Significa um conjunto complexo de mudanças político-sócio-econômicas que se caracterizam pela forte influência externa nas decisões de mercados locais. 
Segundo Martinelli et al (2004), o termo globalização surge da necessidade de minimização de distâncias e custos, atendimento de interesses, facilidades de negociações, envolvendo a busca de satisfação e realizações das partes e nações envolvidas.
A globalização proporciona maior proximidade entre as nações seja através da comercialização de seus produtos e serviços, seja através de seus acordos políticos ou econômicos. Essa proximidade promove maior integração através das negociações internacionais e do comércio exterior.
3.4. As negociações internacionais e o comércio exterior
Os conceitos de negociações internacionais e comércio exterior se convergem quando da concretização das relações comerciais internacionais. As empresas, ao fecharem seus negócios com empresas internacionais, devem, inicialmente, respeitar as idiossincrasias culturais, econômicas e legais dos países, observando a melhor adequação de seus produtos e serviços.
Essas relações comerciais internacionais poderão ser a base para a construção de uma presença global, pois as empresas poderão aproveitar oportunidades de investimento proporcionadas pelo momento histórico de um país ou mesmo a aproximação via acordos bi ou multilaterais ou ainda contatos com empresas que possuem produtos similares ou tecnologias aproximadas para integrar-se.
Para a construção dessa presença global, Gupta e Govindarajan (2001), no livro “Dominando os mercados Globais”, descrevem que as empresas deverão escolher o produto ou produtos que deverão ser globalizados, os mercados que se pretende atuar, a melhor maneira de penetração nesses mercados e a velocidade de expansão nesses novos mercados. 
A escolha do produto, ou produtos, deve perpassar por uma análise criteriosa do portfólio de mercadorias produzidas pela empresa, para verificar melhor adequação com o mercado alvo, necessidades de adaptabilidade e, principalmente, o desejo do consumidor local sobre o mix de produtos da empresa. O importante é “maximizar retornos e minimizar riscos”.
Quanto aos mercados em que se pretende atuar, deve-se inicialmente verificar a potencialidade dos mercados que se busca, sua importância estratégica, perspectivas de crescimento bem como dificuldades e facilidades para inserção nesses mercados. Observando obstáculos como língua, costumes e questões legais, a empresa poderá atuar mais estrategicamente.
A melhor maneira de penetração pode ser permeada poruma série de fatores como acordos governamentais, acordos bilaterais, investimentos da própria empresa, seja como produtora neste novo mercado, seja como simples exportadora de produtos para parceiros locais. A empresa poderá optar por uma aliança estratégica para a entrada nesse novo mercado, o que lhe permitirá dividir custos e riscos, mas deverá observar possíveis conflitos que possam surgir em decorrência da atuação e “poder de decisão” que essa aliança pode levar.
Quanto à velocidade de expansão nos novos mercados, ela deverá ponderar sobre sua capacidade de alto crescimento, que poderá proporcionar-lhe maior economia de escala, uma presença mais marcante frente aos consumidores e tantos outros fatores. Porém poderá provocar maior dispêndio financeiro pela necessidade de grandes investimentos e alocação de recursos nem sempre retornáveis em curto ou médio prazo. Poderá ainda provocar problemas administrativos pela necessidade de gerenciar a nova unidade, ou novo mercado, problemas organizacionais, sejam eles de ordem produtiva, de armazenamento, distributiva e de pessoal. 
Importante destacar que as empresas buscam participar do mercado mundial devido, principalmente, a fatores, como:
	Fatores
	Definição
	A) Expansão de vendas:
	Para as corporações, a participação em mercados internacionais alavanca suas vendas e qualifica melhor seus produtos tendo em vista que ao participar dos negócios internacionais poderá melhorar as tecnologias utilizadas em sua produção, seu próprio fluxo produtivo e, principalmente, otimizar a gestão de estoques, operações, processos logísticos e, principalmente, aumentar lucros e diversificar mercados.
A empresa, ao buscar novos mercados, contará também com novos consumidores de perfis e exigências diversificadas, o que promoverá um salto qualitativo e competitivo ao seu produto. O incremento de vendas proporcionará maior liquidez e investimento em novas linhas de produtos e bens de capital para melhorar sua inserção em mercados distintos. 
Muitas das maiores empresas mundiais obtêm suas vendas através de sua participação em mercados exteriores.
	B) Aquisição de recursos:
	Outra forma de busca pelas empresas de mercados internacionais diz respeito a seus próprios investimentos em infra-estrutura, bens de capital, bem como produtos para melhorar o valor agregado de suas mercadorias.
Busca-se ainda capital, como investimentos estrangeiros, tecnologia de ponta, informação sobre avanços em modelos produtivos e produtos concorrentes para melhoria de seu portfólio.
Algumas vezes, a empresa busca adquirir recursos que nem sempre podem estar disponíveis no país de origem, o que provocará um upgrade em sua linha de produção e serviços.
	C) Minimizar riscos:
	Evitando minimizar flutuações do mercado interno, cambiais e sazonalidade, a empresa busca sua inserção no mercado internacional.
Muitas empresas buscam os negócios internacionais como forma de evitar possíveis concorrentes desconhecidos ou mesmo que os concorrentes diretos no mercado interno possam obter informações de outros mercados antes dela própria, pelo seu desconhecimento de pesquisas e desenvolvimento de novos produtos.
Para atuar nos negócios internacionais, a empresa deverá considerar os seguintes ambientes: 
	Ambiente
Sociocultural;
	Tecnológico;
	Político Legal;
	Demográfico;
	Econômico;
	Concorrencial;
	Fornecedores Internacionais;
	Ação de compradores internacionais;
	Produtos substitutos.
Baseado nesses aspectos, a empresa que queira se internacionalizar deverá observar o cenário para criar seu Plano de Internacionalização. Cada aspecto desde bem dimensionado, analisado e devidamente adequado levará a empresa a melhorar sua competitividade frente aos players internacionais.
4. Teoria na Prática 
Este caso foi preparado por Leslie A. Anchor, Robert A. Cutting, Ernest Duncan Jr., Scott Oser, Amy B. Kerner e Indong Kang, sob a direção do professor Salah S. Hassan da George Washington University.
	Caso Reebok
	A globalização da Reebok
	
	As oportunidades para expansão internacional da Reebok eram abundantes no final dos anos 80 enquanto suas oportunidades no mercado doméstico estavam diminuindo. A saturação do mercado doméstico de calçados esportivos, resultado do rápido crescimento e intensa competição, determinou estímulos em direção a um novo movimento de globalização da Reebok. Tal movimento tinha consideráveis implicações para Reebok porque ela também se confrontava com dois problemas no mercado americano: 
	
1. A dificuldade em ganhar participação no mercado doméstico ocorria quando a Reebok queria mais do que nunca se vingar de sua queda para o segundo lugar na indústria. A combinação Nike/Reebok na participação de mercado manteve estável nos últimos cinco anos. Entre o momento da Nike e a presença crescente de outro forte competidor, a Reebok esperava pelo menos manter sua participação de mercado no período 1988-1989. 
2.   A pressão da Reebok em alta tecnologia e conseqüentemente produtos de altos preços contradizem a frieza do mercado e de seus tradicionais compradores por calçados esportivos caros. 
Atualmente, a filosofia da Reebok tem sido a de firmar liderança tecnológica para seus produtos e dessa forma obter ganhos de imagem de sucesso para seus produtos a longo prazo. Esta aparente contradição entre os altos custos dos avanços tecnológicos e a compra de modelos durante a recessão podem influenciar nas decisões de mudança nas vendas dirigidas aos mercados internacionais que não tão severamente afetados pela recessão. As oportunidades internacionais para Reebok foram considerados excelentes veículos que poderiam sustentar esta filosofia no futuro e ajudar a Reebok a recuperar sua liderança no mercado de sapatos esportivos.
A motivação
Em 1988, quando a Nike ultrapassou a Reebok como líder na participação do mercado americano, os mercados do exterior estavam tão subdesenvolvidos quanto o mercado americano esteve no início dos anos 80 quando o "boom do calçado" tomou lugar nos Estados Unidos. A falta de exploração do mercado exterior pelos líderes de calçados esportivos americanos, junto com a extensa base consumidora a ser conquistada, foi um atrativo motivador para Reebok expandir-se internacionalmente avançando além do mercado doméstico em amadurecimento. 
Outra motivação para globalização foi a necessidade de controlar o recente problema de estoques. Os giro de estoques da Reebok, tinha caído drasticamente dos saudáveis 7,5 vezes ao ano em 1986 para 5,8 vezes ao ano em 1987, e para 2,5 vezes em 1988. A Reebok contrata quase toda sua fabricação no exterior e estava comprometida, adquirindo uma quantia anual fixa dos fabricantes, o que inviabiliza uma resposta flexível para o crescimento dos estoques. Pela rapidez de ampliação de sua base de consumidores internacionais a Reebok seria capaz de contornar sua inabilidade para cortar taxas de produção.
Oportunidades internacionais e execução
A Reebok deu um passo enorme em direção à expansão internacional em 1989, logo após a Nike substituí-la como a primeira nos Estados Unidos. Este movimento foi coordenado por Paul Fireman através de um plano para ressuscitar sua companhia, que estava "ficando choca". Após contratar John Duerden em 1987 para tocar as operações diárias da companhia, as vendas internacionais da Reebok dobraram para $212 milhões em justos dois anos. Mr. Duerden colocou uma ênfase no serviço ao consumidor dentro de cada mercado local no qual Reebok operava. Isto parece ter sido o melhor método para começar o movimento em direção ao domínio internacional, considerando a já desenvolvida indústria de calçados esportivos no exterior. Muitos analistas financeiros acreditam que Reebok continuará a ter significativa penetração e participação nos ganhos do mercado internacional que estabeleceria 20% de crescimento ao fim do processo. Recentes números mostram a Reebok com incremento de 26,6% nas vendas mundiais em 1991, apesar de ter obtido somente 2% de crescimento das vendas nos Estados Unidos. Este forte crescimentoé um resultado da manipulação da Reebok de muitas oportunidades globais que direcionou seus esforços durante os anos de 1988 a1990. As mais significativas oportunidades para Reebok foram:
1.   Uso de sua firme presença global.
2.   O declínio da Adidas.
3.   A abertura do mercado da Europa Oriental.
	Extraído de: http://www.strategia.com.br/Casos/casos_corpo_reebok_globaliza%E7%E3o.htm
5. Recapitulando 
Nesta unidade, vimos como a globalização, impulsionada pela crise do petróleo na década de 70, contribuiu sobremaneira para impulsionar a comercialização entre os países e criar uma maior proximidade de políticas de relações internacionais. 
Apresentamos as definições de Negócios Internacionais, Comércio Internacional e Comércio Exterior, em que o primeiro são as transações comerciais, privadas e públicas, entre países, já o Comércio internacional são aquelas transações criadas entre os agentes econômicos e o Comércio Exterior, as normas, costumes e leis nacionais de um determinado país.
Essas definições nos serviram para entender como se processa a internacionalização de empresas, pois elas, apesar de atuarem localmente, necessitam pensar globalmente.
É impossível hoje um país com pretensões desenvolvimentista se isolar do mundo, sem parcerias ou acordos, sem se integrar regionalmente com outros países, sem políticas bi ou multilaterais, sem comércio com países estrangeiros.
Para essa integração, apresentamos-lhe algumas opções dentre as quais as empresas poderão adequar-se para enfrentar os mercados estrangeiros, dentre elas, como Empresas Transnacionais, Globais e Multinacionais.
Entendemos por empresas Transnacionais, aquelas que executam operações, sob orientação centralizada, no território de duas ou mais nações. Já as empresas ditas Globais são aquelas que desempenham suas atividades no local onde isso for mais conveniente, aproveitando os recursos materiais e humanos que estiverem mais adequados às suas necessidades.
As Multinacionais são as empresas originárias e sediadas num país que possui atividades estáveis e sob seu controle em pelo menos dois países.
Fatores como capacidade produtiva, estudo prévio do mercado alvo, viabilidades logísticas, dentre outros devem ser observados e analisados pelas empresas para fazer face ao seu plano de internacionalização.
6. Amplie seus Conhecimentos
Caro aluno, você pode ampliar seus conhecimentos, acessando alguns links que lhe apresentamos abaixo:
 
Você pode ainda fazer uma visita técnica a empresas de porte como a Fiat, Valourec Manesmann, Grupo ArcelorMittal, que são exemplos claros de empresas globais.
7. Referências
BEHRENDS, Frederico L. Comércio Exterior. Porto Alegre: Ortiz, 1993 1998. p.61-64
CASTRO, José Augusto. Exportação: aspectos práticos e operacionais. São Paulo: Edições Aduaneiras, 2000. p.38-42
FLEURY, Afonso et al. Internacionalização e os países emergentes. São Paulo: Atlas, 2007. p. 181-197
GRIECO, Francisco de Assis. O Brasil e a nova economia global. São Paulo: Aduaneiras, 2001. p 137-138.
GUPTA, Anil K; e GOVINDARAJAN Vijay. Como Construir uma Presença Global. In Financial Times Mastering global Business. Dominando os mercados globais. São Paulo: Makron Books Ltda, 2001, p.16-20
LANZANA, Antonio Evaristo Teixeira et al. Gestão de negócios internacionais. São Paulo: Saraiva, 2006. p.222-227.
LOPEZ, José Manoel Cortiñas, GAMA, Marilza. Comércio exterior competitivo. São Paulo: Aduaneiras, 2002.p.25-38.
MARTINEZ, Paulo. Multinacionais: desenvolvimento ou exploração? São Paulo: Moderna, 1987. p. 5-7.
MINADEO, Roberto. Marketing internacional: conceitos e casos. Rio de Janeiro: Thex Ed., 2001. p.4 -7.
MINERVINI, Nicola. O exportador. 4ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005. p.19-35.
RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Câmbio. São Paulo: Edições Aduaneiras, 2001. p.461
SAUVANT, Karl et al. Internacionalização de empresas brasileiras. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. p.1-14.
SEVERO FILHO, João. Administração de logística integrada; materiais, PCP e marketing: como ser competitivo no mundo globalizado. João Pessoa: UFPB/Editora Universitária, 2002. p.286-289.
SOARES, Claudio César. Introdução ao comércio exterior: fundamentos teóricos do comércio internacional. São Paulo: Saraiva, 2004. p.216-221.
Unidade 2: Plano de Internacionalização
1. Nosso Tema 
O plano de internacionalização de empresas é como um verdadeiro plano de negócios que as empresas deverão traçar para viabilizar seu desejo de participar do jogo dos negócios internacionais.
Não bastam somente investimentos financeiros ou mesmo um produto diferenciado que possa ter valor na competitividade, mas não concretiza, efetivamente a inserção internacional das empresas.
Para participar como verdadeiro player mundial, as companhias interessadas em entrar no jogo da globalização deverão atentar-se para alguns fatores importantes que podem mensurar sua verdadeira capacidade concorrencial e, principalmente, de investimentos.
Observar a viabilidade logística, por exemplo, é fator diferencial, pois, dependendo do produto, não poderá ser qualquer meio de transporte ou mesmo embalagem que responderá aos anseios de internacionalização da empresa. Outro fator é a questão do diferencial do produto e a resposta à pergunta “Por que exportar?”
O desejo, investimentos e um bom produto, congregado com o estudo do mercado alvo, a mensuração dos pontos fortes e fracos da empresa, bem como sua capacidade produtiva levam a empresa a não simplesmente aventurar-se no cenário internacional. Muito menos deve tratar sua internacionalização como algo esporádico ou momentâneo, mas agir profissionalmente, como se esses novos mercados fossem uma verdadeira extensão do mercado local. 
A oportunidade aberta com esse processo de participar ativamente das oportunidades que a globalização proporciona pode ser infinita e de grande retorno financeiro e estrutural para as empresas, mas também pode tornar-se um grande desastre se não for devidamente planejada e detalhada em um plano de internacionalização. 
2. Para Refletir 
A importância do negociador internacional 
Por Michel Alaby (maaly@uol.com.br)
Consultor de Comércio Exterior
A
 globalização exige cada vez mais do negociador
internacional. A economia mundial apresenta uma grande competição internacional, há uma grande disputa pelo mesmo mercado, que impõe as condições de compra. A dinâmica das operações é altamente volátil e a guerra comercial está presente no cenário mundial.
Não é nossa idéia esgotar o assunto, mas levar à reflexão dos profissionais da área de comércio exterior e de relações internacionais da importância do negociador internacional, suas qualificações e atribuições, o ambiente esperado nas negociações e as falhas mais comuns cometidas.
Em relação às atribuições, poderíamos destacar que o negociador planeja e prepara as ações para as negociações comerciais e as transações, é responsável pelos estudos de viabilidade econômica (análise das vantagens comparativas, informações conjunturais e tamanho do mercado a ser visitado(s), estudo prévio dos hábitos de consumo e culturais, informações sobre canais de distribuição e comercialização, instrumentos de promoção utilizados, barreiras tarifárias e não-tarifárias, preferências tarifárias nos acordos comerciais, tendências, formas de participação do governo nos negócios privados, concorrentes presentes, sistemas de estruturação das empresas, conhecimento de finanças internacionais, legislação dos investimentos estrangeiros, entre outras questões) e fornece as variáveis para a elaboração dos contratos.
Falando-se em qualidades do negociador, será importante ter paciência, perseverança, adaptabilidade, concentração, habilidade com línguas estrangeiras, conhecimento cultural amplo, expertise em política de preços e em marketing de inovação e renovação, ter foco, ter visão política nos negócios, ser bom comunicador, possuir senso de articulação, sociabilidade, relacionamento humano, raciocínio lógico, simpatia e estar no lugar certo e na hora certa.
Deve-selevar em conta também que as diversidades estarão presentes no cenário internacional, tais como a religião, a política, a modalidade de comunicação não verbal, a linguagem corporal, os valores éticos, a noção do tempo (diferenciada na cultura oriental e ocidental) e os hábitos alimentares diferenciados.
Destaque-se que muitos negociadores falham em suas estratégias de negociação, em virtude de terem objetivos e focos imprecisos, conhecimento abrangente e não profundo do assunto, não conhecer a meta dos interlocutores, entendimento equivocado que o interlocutor é adversário, falta de compreensão do processo decisório do interlocutor, inexistência de definição clara para fazer concessões, reduzida quantidade de alternativas previamente estabelecidas, falha no entendimento do fator competição e inabilidade no uso do poder de negociação, dificuldade em analisar o resultado final (médio e longo prazo), analisando somente o parcial (curto prazo), pressa em fazer cálculos e em decidir, reduzido senso de oportunidade para concluir a negociação (análise da relação custo/benefício), não conhecer quem detém o maior poder de barganha, não conhecer os limites máximos e mínimos, as concessões e as contrapartidas que podem ser realizadas nas negociações, não conhecer os principais pontos fortes e fracos na negociação e em arcar em experiências do tipo “It can be done”.
Será muito importante ter em mente que no exterior não se deve criticar o nosso país, pois o interlocutor poderá perguntar então, por que a sua empresa escolheu o Brasil para produzir.
Por último, convide o interlocutor a visitar o país e a sua empresa, mantenha contatos periódicos com os interlocutores e cumpra os contratos internacionais.
Fonte: http://www.diplomaciaempresarial.com.br/home/view.asp?paNumero=140
3. Conteúdo Didático
3.1. Perfil de Organizações Globais
A empresa, para atingir sua finalidade de internacionalizar-se, deverá observar uma série de fatores que integram o perfil de uma organização global. Esses fatores perpassam por uma reestruturação e intercomunicação em diversos setores da empresa que compõem o fluxo produtivo/financeiro/operacional, finalizando em uma exportação de seus produtos.
Mecanismos como utilização de agentes, representantes, escritórios ou filiais locais, uma boa publicidade para divulgação do produto, inserção nos costumes e culturas do país de destino, e principalmente a participação em feiras no exterior são importantes para a internacionalização das empresas.
A observação de alguns fatores básicos pode levar ao sucesso do negócio com clientes estrangeiros, como: 
	Capacidade produtiva
	Pontos fortes e fracos
	Profissionais especializados nos negócios internacionais
	Adequação de embalagem
	Conhecimento de órgãos de fomento à exportação
	Estudo prévio do mercado alvo
	Justificar o momento de exportação para a empresa
	Viabilidades logísticas
	Competitividade do produto no mercado internacional;
	Disponibilidade para os investimentos necessários para exportação
Todos têm uma grande importância no sucesso do negócio internacional. Agora iremos ressaltar alguns fatores: 
3.1.1. Pontos fortes e fracos 
A empresa deverá listar seus fatores de competitividade, assinalando setores, pessoal, produto, linha de produção e identificando onde deve ser melhorado, alterado e mantido.
Esse procedimento é de suma importância para avaliar e concluir a efetiva participação da empresa em negociações com o estrangeiro. Pressupondo um nível concorrencial mais acentuado, em um mercado estrangeiro, com aspectos legais distintos e até formas de consumo diferente do país de origem de produção. Deve-se acautelar-se, considerando cada item do processo de produção e negociar de forma precisa para que não haja prejuízo quando da realização do negócio.
Assim uma empresa produtora de produtos alimentícios, por exemplo, deverá adequar seu produto, verificando quem são seus concorrentes, os hábitos de consumo, a melhor e mais adequada linha de produto para aquele país alvo e, principalmente, estudar o gosto e modo de consumo da população local.
3.1.2. Viabilidades logísticas
A logística
 trata, antes de qualquer coisa, do processo de distribuição. Entendemos processo de distribuição como a embalagem, a armazenagem, a distribuição física da mercadoria, seja através de qualquer modo de transporte até a chegada efetiva no destino solicitado pelo cliente.
Um canal logístico faz a ligação entre o produtor e o consumidor, sendo ele responsável pela integridade do produto desde a fábrica ao local de entrega dele. Ele supera as principais lacunas de tempo, lugar e posse que separam os bens e os serviços daqueles que desejam utilizá-los.
No canal logístico, cada etapa do processo de entrega do produto, desde o produtor até o consumidor, é resumida ao mínimo possível, conforme a disponibilidade logística, ou seja, tempo de produção, de entrega, as vias de distribuição, estradas, meios de transporte, enfim todas as etapas têm como objetivo na logística sua melhor otimização possível.
A empresa internacional deve estar preparada para lidar com as diferenças culturais, moedas distintas, política de distribuição diferenciada, geografias diversificadas, leis e tributações exclusivas, meios de transportes os mais diversos possíveis, sendo que tudo isso influenciará diretamente a forma de distribuição e, conseqüentemente, a rede logística. 
A Rede Logística, segundo Alvarenga & Novaes (1994, p.69), “é a representação físico-espacial dos pontos de origem e destino das mercadorias, bem como de seus fluxos e demais aspectos relevantes, de forma a possibilitar a visualização do sistema logístico no seu todo”.
Exemplificando: a rede logística nos mostra de forma clara o fluxo logístico a ser utilizado para a distribuição do produto, ou seja, o fluxo produtivo. Sua distribuição através dos diversos modos de transportes a serem utilizados e a cadeia de distribuição demonstram a teia organizacional utilizada para a fluidez de entrega do produto, desde sua produção na planta até seu consumo.
Veja, abaixo, a estrutura de uma rede logística, as etapas que compõem a distribuição e suas principais funções operacionais:
Figura 1: Infraestrutura Logística – Centro de Distribuição
Fonte: Ernst & Young apud Notas de Aula Profa. Andréa Steil
É imprescindível a adequação dos canais de distribuição à competitividade da empresa, ou seja, a necessidade de ajustar-se à competitividade exigida pelo marketing global. Conforme as exigências dos mercados globais, a infra-estrutura logística deve adequar-se.
Como exemplo, temos uma empresa que trabalha com comércio eletrônico nos Estados Unidos e atende um cliente na América Latina. Ela deve observar, a partir de sua disponibilidade do produto, o tipo de embalagem exigida para a tramitação de entrega, considerando os modos de transportes que serão utilizados, bem como a documentação exigida pela lei de cada país. 
3.1.3. Estudo prévio do mercado alvo
 Idiossincrasias culturais, legislações específicas, exigências para embalagens ou mesmo nas marcações do produto, perfil do consumidor e tantas outras características compõem os dados a serem estudados pela empresa antes de entrar em um novo mercado.
Para obter esses dados, é importante procurar organismos governamentais, entidades ligadas ao comércio e à indústria, órgãos de fomento ao comércio exterior e internacional, embaixadas ou outras representações diplomáticas do país de origem instaladas nesses países. No Brasil, temos o Ministério das Relações Exteriores, Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, a Apex, as Secretarias de Desenvolvimento Econômico, Federações de Indústrias, dentre outros.
Essas representações possuem estudos e oportunidades comerciais daquele país onde estão inseridas, sendo importantes fontes de consulta para a prospecção de seus produtos no exterior.
Vale lembrar que grande parte desses dados podem ser acessados, sem que haja necessidade de sair de seu país, pois, com ferramentas informacionais disponíveis,como internet, telefone ou até mesmo visitando órgãos de fomento em seu próprio país, poderão dar-lhe subsídios importantes para o estudo prévio do mercado alvo.
Para melhor viabilizar o plano de internacionalização, os fatores acima descritos, devidamente ordenados e, curiosamente, estudados, servirão de base para uma boa comercialização e conseqüentemente para obter sucesso nas vendas internacionais.
É importante ressaltar que, dentre outros fatores de insucesso na comercialização mundial, sejam eles política econômica, credibilidade do país, custos internos e exportação de tributos, a falta desse estudo e da elaboração de um bom plano de negócios para internacionalização da empresa dificulta sobremaneira a perenidade dos negócios e a credibilidade necessária para a inserção da empresa no comércio mundial.
Uma empresa que busca o mercado internacional somente para escoar excedente produtivo ou sazonalmente acaba não acompanhando a dinâmica desses mercados e deixa de ter ganhos significativos com novas oportunidades de negócios que possam surgir, seja em outros mercados ou via novos produtos que possam ser tecnologicamente mais inovadores, tornando-se assim mais competitivos outros fornecedores que demonstram seriedade e perenidade em suas ações no exterior.
3.2. Formas de Penetração no Mercado Global 
A participação no mercado internacional deve ser uma decisão responsável da empresa, não apenas fruto de uma oportunidade. Fatores como Know How, competitividade e consciência globalizada bem como a cultura devem ser considerados. Os conceitos de capacidade exportadora e de internacionalização se projetam à frente dos procedimentos operacionais.
A capacidade exportadora se refere ao volume que a empresa pode produzir. Já a capacidade de internacionalização refere-se às posturas e aos procedimentos que a empresa deve adotar ao trabalhar com mercados estrangeiros. 
Para competir no mercado internacional, a empresa pode optar por diversas estratégias de ação a fim de adequar o perfil da empresa às oportunidades demandadas no mercado global, dentre elas temos os Traders.
A empresa pode ter sua própria equipe de vendas internacionais, os chamados traders. São os executivos da empresa voltados para seus negócios internacionais que contatam diretamente o comprador ou vendedor estrangeiro, principalmente, para produtos que exigem engenharia de venda, assistência técnica.
O trader vende diretamente ou através de centrais de compras ou venda de grandes redes de distribuição. A maior vantagem nessa modalidade é a imparcialidade e o desconhecimento da evolução do mercado, tendo em vista que os riscos correrão por conta do grande distribuidor.
Como exemplo, temos as vendas da Wal-mart, que é um grande distribuidor que importa para suas unidades e faz as vendas diretas, sendo ele responsável pelo acompanhamento da evolução do mercado. 
3.2.1. Escritório de vendas no exterior
Uma empresa enfrenta riscos bem maiores quando estabelece uma organização de marketing internacional do que quando esse trabalho é feito somente “em casa”.
Aspectos relativos ao controle de divisas e outras regulamentações monetárias constituem um dos principais problemas a levar em conta, no processo de expandir-se, entrando num mercado estrangeiro. Muitos países estabelecem limites ao montante de lucros ou capital investido que pode ser remetido ao exterior. 
Tarifas, cotas de importação, políticas protecionistas em geral bem como outras restrições do gênero constituem mais uma área problemática, dificultando a expansão dos negócios internacionais.
Tais limitações podem ser impostas para estimular a auto-suficiência do país e para incentivar a criação de empresas nacionais. O resultado real pode ser um agravante às operações transnacionais.
Não obstante nas barreiras externas consideráveis, as empresas podem sofrer uma incidência maior de problemas de ordem interna do que externa na administração de seus negócios internacionais. Um dos principais problemas dessa espécie é a orientação (filosofia da empresa), ou seja, o problema de conseguir que a alta direção administre a firma como sendo uma única empresa integrada, de âmbito mundial, e não pense em termos de uma firma interna que possui uma divisão internacional à parte.
As dificuldades de organização surgem quando a divisão internacional fica como simples apêndice das operações internas, em vez de ambas as partes se integrarem.
O sucesso de uma empresa internacional dependerá do tipo de pessoas selecionadas para ocuparem posições executivas no marketing.
As subsidiárias no estrangeiro seriam responsáveis pelo marketing, produção e atividades de pessoal relacionadas com os fatores específicos de cada mercado em si (negociação). O quadro administrativo da matriz em nível regional ou mundial ficaria responsável pelo planejamento estratégico, pelo controle financeiro e pela coordenação da produção da política de preços e dos planos promocionais (planejamento mercadológico).
Um dos segredos de uma boa atuação no exterior está em calcular, exatamente, quais os aspectos das técnicas de comercialização do país da matriz, que devem ser mantidos, quais devem ser adaptados, e, finalmente, quais devem ser abandonados ao se entrar em mercados estrangeiros.
As divisões internacionais são organizadas de várias maneiras. O pessoal de uma divisão internacional é constituído de especialistas em marketing, produção, pesquisa, finanças, planejamento e recursos humanos.
3.3. Representante no exterior
 Um método muito comum utilizado para a colocação de produto no mercado externo é a divulgação junto às instituições próprias ou ainda a busca de representantes que possam fazer o papel da empresa no mercado externo. 
Os órgãos promovedores do comércio internacional encarregam-se da divulgação da informação nos canais próprios, que atingem diretamente empresas ligadas ao ramo do comércio exterior, potenciais associadas na colaboração de seus produtos no mercado externo.
Por serem nativos dos países, os agentes dispõem de uma série de recursos inacessíveis à maioria dos estrangeiros, além dos aspectos culturais e regionais já assimilados, como: maior conhecimento dos hábitos de consumo e consumidores daquele país, de legislações e entidades que possam melhor fomentar os negócios, bem como uma rede de relacionamento que o ajuda a promover o produto.
Porém, há que se tomarem alguns cuidados na escolha dos agentes, especialmente, no que concerne à sua idoneidade, precavendo-se contra quaisquer surpresas desagradáveis. O agente no exterior é um comerciante, pessoa física ou jurídica, localizado no país estrangeiro que intermedeia as compras e vendas em nome e por conta da empresa transnacional. A sua remuneração é, normalmente, baseada em comissão sobre os negócios efetuados.
Os agentes podem ser exclusivos ou não, dependendo do tipo de produto com que estejam atuando. Quanto mais específico e complexo em termos de tecnologia maior pode ser a necessidade de exclusividade do agente, pois a complexidade na distribuição ou utilização do produto leva à necessidade de maior conhecimento do produto e sua distribuição.
Veja, abaixo, o que se espera de um representante no exterior, segundo Castro (2000, p.24-25): 
Veja, abaixo, uma lista de verificação para seleção de agentes, baseado no texto de Minervini (2005, p. 136-137): 
	Dados cadastrais (Ex. Dun und bredstreet)
	Ano de fundação da empresa
	Estrutura da equipe de vendas
	Quais os contatos no mercado (notoriedade)
	Quais firmas representa (pode queimar o produto)
	Qual a situação da concorrência
	Como pretende promover o produto
	Plano de ação para comercialização do seu produto
	Volume de venda estimado
	Restrições às importações
Essas são algumas formas de penetração no mercado global, que podem trazer importantes resultados na internacionalização das empresas. Veja que cada uma dessas formas tem um perfil diferenciado, o que leva a empresa a optar por aquela que melhor se adapte a sua realidade. 
3.4. Trading Company
TradingCompany é uma sociedade mercantil cujas atividades são bastante heterogêneas, como intermediação, compra-venda, financiamento, industrialização e comercialização.
 As modernas tradings nasceram no Japão, ao SOHO SOSHA em 1860, com a finalidade de comprar matéria-prima para, principalmente, a indústria têxtil japonesa e para exportação do produto acabado.
No Brasil, a trading co. foi instituída através do decreto lei nº 1.248 de 29 de novembro de 1.972, que definiu critérios específicos para sua constituição e regulamentou sua forma de atuação. 
No passado, as Trading Companies eram obrigadas a exportar determinado montante, entretanto atualmente, a única obrigação é comunicar aos órgãos concedentes do Certificado de Registro Especial, qualquer alteração em sua estrutura e composição acionária. 
As operações de vendas internas às Trading Companies realizadas com o fim específico de exportação, são consideradas, de fato e de direito, exclusivamente, em nível do produtor-vendedor, uma exportação, antes mesmo de a mercadoria sair, fisicamente, do Brasil.
Assim, se uma empresa brasileira de venda de equipamento médico vender uma mercadoria a uma Trading Company e ela, por sua vez, exportá-la, então, considera-se que a empresa produtora de equipamento médico produziu material destinado à exportação, beneficiando-se da isenção dos impostos devidos.
No entanto, no que se refere à trading Co., somente ocorrerá a exportação após o efetivo embarque da mercadoria para o exterior. Assim, para que a venda interna, em princípio equiparada à exportação, seja concretizada e garanta o acesso do produtor-vendedor aos incentivos concedidos às vendas externas, é indispensável o atendimento a uma das duas condições seguintes, que definem a operação como realizada com o fim específico de exportação: 
Geralmente, quanto mais o produto envolve um alto conteúdo tecnológico, uma engenharia de venda, menos se prestará para ser comercializado através da trading. Ao contrário, quanto mais se aproximar de commodities, será mais indicado para a comercialização via trading (produtos agrícolas, matérias-primas, produtos em geral cujas variáveis de especificação são mínimas; prestam-se melhor para comercialização via trading company).
Produtos que envolvem tecnologia, por exemplo, computadores, equipamentos e produtos que envolvam engenharia de venda, assistência técnica são mais indicados para a venda direta, a menos que haja tradings com departamentos especializados que possam substituir a atividade promocional, comercial e de assistência dos fabricantes.
Vantagens e desvantagens
Principalmente para pequenas e médias empresas, geralmente, aquelas que não possuem condições e estruturas para manter um departamento de exportação/importação, as operações com Trading Companies revestem-se de fundamental importância nos seus processos de distribuição, sem a necessidade de qualquer dispêndio em recursos financeiros, a título de investimento inicial ou posterior, para penetração nos diversos mercados do exterior.
Para as grandes empresas, as t.c.’s servem para racionalizar serviços, limitar áreas de atuação, especializar-se em determinados produtos mais lucrativos e etc.
Veja, abaixo, o universo das Tradings Companies: 
As Tradings Companies têm se destacado como importante vetor de internacionalização de empresas, pois seu poder de prospecção e mesmo de financiamento e promoção do alcance estrangeiro das empresas tem sido importante capítulo na história brasileira. 
Deve-se atentar que uma empresa, para se internacionalizar, não deve simplesmente ter um bom produto e preços competitivos, mas principalmente bons parceiros internacionais, seja o próprio comprador ou vias indiretas de comercialização. Mas, acima de tudo, deve-se atentar para um bom plano de internacionalização, que agregue valor e oportunidades para a empresa, com estudo de mercado e da competitividade que a empresa terá no processo de internacionalização.
4. Teoria na Prática 
A brasileira que construiu uma marca global
Com uma engenhosa estratégia que tornou sua Havaianas um ícone de moda mundial, a Alpargatas conquista o prêmio Empresa do Ano, de EXAME
Por Nelson Blecher
EXAME  
A
o completar um século de existência, em abril de 2007, a São Paulo Alpargatas, maior fabricante nacional de calçados e acessórios esportivos, já terá fincado sua bandeira em Nova York, a meca mundial do consumo. A abertura da primeira filial estrangeira, na qual investirá 50 milhões de dólares nos próximos quatro anos, será o passo inicial da companhia para internacionalizar fisicamente suas operações. Trata-se da porta de entrada no processo de transformação da Alpargatas, controlada pelo grupo Camargo Corrêa, numa das novas multinacionais brasileiras. Quando chegar a Nova York, a companhia, que foi criada em 1907 e produzia encerados e um rudimentar calçado de lona, terá se equiparado a nomes como Votorantim, Gerdau, Natura e Vale do Rio Doce -- as poucas empresas nacionais que já ultrapassaram as fronteiras do país para conquistar o mercado mundial.
A Alpargatas não exporta a matéria-prima que serve de base para o crescimento da China, como faz a Vale. Nem possui fábricas espalhadas pelo mundo, como a Gerdau ou o grupo da família Ermírio de Moraes. Seu grande mérito foi ter conseguido o que nenhuma outra empresa nacional obteve até hoje -- estabelecer com sucesso no mercado mundial uma marca brasileira de consumo de massa. Desde 2000, as vendas internacionais do produto crescem ao ritmo de 50% ao ano. Mais de 22 milhões de pares de 39 diferentes modelos foram vendidos em 80 países no ano passado. Essa história de desbravadora do mercado mundial de grifes e a ousadia para entrar no jogo bruto do marketing internacional, aliadas a extraordinários resultados financeiros, fazem da São Paulo Alpargatas a Empresa do Ano de Melhores e Maiores 2006. Eis os indicadores:
	Ontem e hoje
	Comparação dos indicadores da Alpargatas em 2005 e 1981
(que lhe deu o título de Empresa do Ano em 1982)
	 
	1981
	2005
	Fábricas
	18
	8
	Lojas
	-
	29
	Funcionários
	27 900
	11 400
	Faturamento
	1,6 bilhão de reais
	1,3 bilhão de reais
	Margem ebitda
	14,6%
	18,8%
	Valor de mercado
	685 milhões de reais
	1,3 bilhão de reais
	Fontes: Melhores e Maiores 2006 e empresa (valores corrigidos em reais)
Em 2005, as vendas da empresa chegaram a 571 milhões de dólares, um crescimento real de 15,3% em relação ao ano anterior. O lucro líquido, de 58 milhões de dólares, correspondeu a mais de 10% do faturamento. O resultado chama a atenção sobretudo quando visto da perspectiva do setor brasileiro de calçados. Só no ano passado 60 fábricas de sapatos foram fechadas e mais de 20 000 postos de trabalho evaporaram, em razão da queda de 11% nas exportações brasileiras, provocada pela concorrência chinesa. Como produto, a Havaianas, responsável por metade do faturamento da Alpargatas, tinha tudo para ser mais um artefato brasileiro na mira de fabricantes de baixo custo. 
"São todos indicadores que apontam uma empresa com sólida estrutura de patrimônio, saudável, rentável e em plena rota de crescimento", diz o economista Nelson Carvalho, professor da Fipecafi e coordenador-geral de Melhores e Maiores. Alguns números revelam a importância da sandália que é a principal marca da Alpargatas. Por exemplo, já forma comercializados mais de 3 bilhões de pares desde 1962, em 2005, 148 milhões de pares foram comercializados, 80 países vendem havaianas. A H.Stern vende uma havaiana por 52 mil reais. Nos EUA o preço médio da sandália é de 20 dólares. A fábrica de Campina Grande na Paraíba produz aprox.450.000 pares por dia. 
Por décadas, calçar Havaianas era visto como atestado de pobreza -- o que afastava os consumidores da classe média. A sandália era vendida, com mais freqüência, em mercadinhos de bairros. A pedra de toque da conversão foi o lançamento, em 1994, da linha Havaianas Top, impulsionada por maciços investimentos em campanhas publicitárias protagonizadas por astros do futebol e estrelas globais.Atrizes como Julia Roberts, Nicole Kidman e o cantor Sting foram flagrados com Havaianas nos pés. A sandália da Alpargatas entrou no circuito de editoriais de revistas prestigiadas, como as americanas Vogue, InStyle e Harper's Bazaar. Criou-se, assim, um ciclo virtuoso em que citações nos editoriais de moda e anúncios, além de exposição em vitrines prestigiadas, passaram a incentivar as encomendas dos distribuidores internacionais. Em conseqüência, o status da marca foi reforçado no Brasil. Comercializada em pontos selecionados, como as Galeries Lafayette e Céline, ou em butiques badaladas de Miami, mesmo quem não compra as sandálias de borracha produzidas pela Alpargatas no interior do estado da Paraíba sabe do que se trata quando ouve o nome "Ra-vyah-nas". Entre os 1 800 varejistas americanos que vendem Havaianas, destacam-se redes como Bloomingdale's, Nordstrom e Neiman Marcus. Na França, onde o modelo básico custa de 20 a 25 euros o par, surgiu uma febre em torno da Havaianas. "Há colecionadores sempre em busca do último modelo", disse a EXAME Chantal Chevaler-Barrat, sócia-diretora da TudoBem, distribuidora exclusiva da marca em Paris. Modelos customizados de Havaianas, que custam de 35 a 40 euros, conforme os acessórios empregados, provocam fila de espera nas Galeries Lafayette. Os 3 000 pares comercializados pela TudoBem em 2001 transformaram-se em 360 000 neste ano graças a ações como um desfile do estilista francês Jean Paul Gaultier com modelos calçando a sandália. 
 É justamente essa fatia que fica pelo caminho entre a empresa e a loja que a Alpargatas pretende resgatar com a internacionalização. A expectativa é que, com o aumento de vendas, a receita em dólares cresça 30% num período de três a cinco anos. Construir e tornar uma marca conhecida no mercado americano é uma tarefa hercúlea, que exige investimentos de centenas de milhões de dólares. Metade dessa tarefa a Alpargatas já fez. Com sua base local, planeja acelerar as vendas e capturar boa par te da margem que fica no canal de distribuição. 
A Alpargatas contratou duas conhecidas consultorias internacionais para assessorar suas equipes no ataque ao mercado americano. Uma delas é a americana Brighthouse. Sua missão é estabelecer o conceito da marca Havaianas com base nas percepções de consumidores brasileiros e estrangeiros colhidas em pesquisas de imagem. A outra é a Future Concept Lab., de Milão, encarregada de definir que outros acessórios a marca pode abrigar. A empresa seguiria, assim, uma tendência recentemente estabelecida por marcas como as alemãs Puma e Adidas. Um risco embutido no processo de internacionalização é que uma repentina massificação de vendas acabe por afastar os aficionados da marca -- uma espécie de clube de consumidores ligados em moda. "O maior desafio da expansão no mercado externo será calibrar o crescimento de volumes com uma velocidade que não comprometa a imagem de objeto de desejo que a marca conquistou lá fora", afirma Carla Schmitzberger, diretora da unidade Havaianas. A Alpargatas fez muito até aqui. Precisará fazer muito mais para consolidar-se como uma empresa brasileira de caráter e marcas globais.
Fonte: Revista Exame (Junho/2006)
5. Recapitulando 
Nesta unidade, vimos a importância de um Plano de Internacionalização para uma empresa que deseja alcançar o mercado externo. Fatores como capacidade produtiva, estudo prévio de adequação de embalagem, do mercado alvo e de órgãos de apoio para fomento à exportação são imprescindíveis para que a empresa possa ser competitiva no exterior.
Entretanto, não é somente de forma direta e com altos investimentos em pesquisa que as empresas podem buscar o mercado internacional, as formas indiretas como Representante no Exterior, Escritório de vendas no exterior, empresas que trabalham com Grande Distribuição e as Trading Companies.
Estas últimas, por sinal, são as grandes fomentadoras do comércio internacional, pois possuem em seu escopo de funcionamento a busca constante dos negócios internacionais e o apoio a pequenas e médias empresas, que não possuem estrutura para enfrentar a concorrência internacional e nem estruturação para internacionalização de seus produtos.
As Trading Companies com seu grande universo de atuação que congrega bancos, agentes, associações empresariais, meios de comunicação, dentre outros são as melhores oportunidades para empresas que não tem perenidade ou mesmo não desejam investir na internacionalização de seus produtos, contando com grande infra-estrutura desde sua planta até o destino final, através do trabalho das Trading Companies.
Vale ressaltar que esse Plano de Internacionalização poderia equivaler-se a um verdadeiro plano de negócio para a globalização da empresa, que não deve temer o mercado externo, mas deve acautelar-se quando de sua decisão de participar como player mundial nesse cenário de forte internacionalização de produtos e empresas.
6. Amplie seus Conhecimentos
Leia o artigo Atento ao mercado internacional do autor Hélio Mauro França. O consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Hélio Mauro França, 51 anos, concedeu entrevista ao Portal MundoRI.com diretamente de Angola, onde, atualmente, cumpre funções profissionais. Hélio acredita que a classe empresarial brasileira está muito atenta ao mercado internacional, embora o grande entrave ao crescimento do País, segundo ele, seja a falta de recursos humanos. Confira a entrevista
 http://www.mundori.com/web/view.asp?paNumero=1073&paCategoria=16
Acesse o case Tratamento de Objeções em negociações internacionais. Ele é baseado em uma negociação de compras real, em que fatores externos ameaçavam a conclusão de importante negociação internacional, comprometendo o desempenho das exportações de um fabricante de componentes eletrônicos para o México. 
Veja em http://www.espm.br/ESPM/pt/Home/Global/Publicacoes/CentralCases/
Acesse o case Reformulação dos Canais de Marketing na Argentina. Ele é um relato baseado em um caso real envolvendo a reformulação de canais de marketing na Argentina em meio a uma crise genérica de gestão na empresa. Aponta os desafios, dificuldades, conflitos e planejamento das ações, envolvendo a complexa tarefa de reorganização de uma distribuição no exterior. Acesse em http://www.espm.br/ESPM/pt/Home/Global/Publicacoes/CentralCases/
Veja o artigo Internacionalização passo a passo do autor Fernando Henrique Cunha. O crescimento da participação de pequenas e médias empresas no cenário de internacionalização deve ser acompanhado de um correto planejamento jurídico pode melhorar os resultados esperados por essas empresas. Leia em http://www.mundori.com/web/view.asp?paNumero=1051&paCategoria=3
Veja o vídeo: Rafinha – Globalização e Tecnologia (http://br.youtube.com/watch?v=UI2m5knVrvg). Esse vídeo mostra como a nova geração usa melhor a tecnologia e participa ativamente dos movimentos da globalização.
Acesse, também, o case Análise da Estratégia de Internacionalização – O Caso Bematech. O artigo trata dos pressupostos teóricos e práticos que influenciaram a formação da estratégia de internacionalização da empresa Bematech. Veja em
 http://ginebra.incubadora.fapesp.br/portal/referencias/workshop-usp/08.pdf
7. Referências
BASSI, Eduardo. Empresas locais e globalização: guia de oportunidades estratégicas para o dirigente nacional. São Paulo: Cultura, 2000.p.44-58.
BEHRENDS, Frederico L. Comércio Exterior. Porto Alegre: Ortiz, 1993 1998. p.61-64.
CASTRO, José Augusto de. Exportação: Aspectos Práticos e Operacionais. São Paulo: Edições Aduaneiras, 2000. p.24-25.
Financial Times Mastering global Business. Dominando os mercados globais. São Paulo: Makron Books Ltda, 2001, p.16-20.
FLEURY, Afonso et al. Internacionalização e os países emergentes. São Paulo: Atlas, 2007. p. 181-197.
FUNDAÇÃO DOM CABRAL. O Escritório de Vendas no Exterior. Belo Horizonte: Fundação Dom Cabral, 1999.
GRIECO, Francisco de Assis. O Brasil e a nova economia global. São Paulo: Aduaneiras, 2001. p 137-138.
GRISI, Celso Cláudio de Hildebrande.Trading: presença brasileira no cenário econômico mundial. São Paulo: Saraiva, 2003 p.61-69.
LANZANA, Antonio Evaristo Teixeira et al. Gestão de negócios internacionais. São Paulo: Saraiva, 2006. p.222-227.
MARTINEZ, Paulo. Multinacionais: desenvolvimento ou exploração? São Paulo: Moderna, 1987. p. 5-7.
MINADEO, Roberto. Marketing internacional: conceitos e casos. Rio de Janeiro: Thex Ed., 2001. p.4 -7.
MINERVINI, Nicola. O exportador. 4ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005. p.19-35, 136-137.
SAUVANT, Karl et al. Internacionalização de empresas brasileiras. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. p.1-14.
SEVERO FILHO, João. Administração de logística integrada; materiais, PCP e marketing: como ser competitivo no mundo globalizado. João Pessoa: UFPB/Editora Universitária, 2002. p.286-289.
SOARES, Claudio César. Introdução ao comércio exterior: fundamentos teóricos do comércio internacional. São Paulo: Saraiva, 2004. p.216-221.
Unidade 3: Classificação das Exportações-Importações 
1. Nosso Tema
Entender as classificações a que estão sujeitas as exportações e Importações é necessário para que você saiba um pouco mais como se processam esse procedimento no Comércio Exterior do Brasil.
Inicialmente, mapearemos as jurisdições de serviços aduaneiros, como o território aduaneiro, o qual se divide em zonas primária, secundária e de vigilância. Posteriormente, classificaremos as exportações e importações, como se dividem e quais são os critérios de cada uma. 
Mas, qual a finalidade de se entender essas classificações?
Todas as operações de exportação e importação em nosso país obedecem às normas e aos regulamentos de Comércio Exterior vigentes. Por isso, o bom entendimento da classificação desses procedimentos nos remete à obediência de determinadas regras para melhor adequação dos procedimentos a serem adotados, evitando pagamento de multas ou outras penalidades que possam prejudicar os lucros, as vendas ou as compras adotados pelas empresas.
As normas existem para regular o comércio, ora protegendo a indústria local, ora protegendo os consumidores ao acesso de novas tecnologias a preços melhores.
Mas, para que essas operações possam se concretizar, necessita-se da Aduana, que é uma repartição governamental oficial de controle do movimento de entradas e saídas de mercadorias para o exterior ou dele provenientes, sendo responsável, inclusive, da cobrança dos tributos pertinentes.
Para isso, vamos estudar o que é o Sistema Aduaneiro Brasileiro.
Trata-se de um conjunto de regimes legais de fiscalização e controle a que estão sujeitas as operações aduaneiras. O regime aduaneiro é um tipo de tratamento a ser aplicado às mercadorias sob o controle aduaneiro, conforme a natureza da operação e as leis vigentes. Então, vamos lá?
2. Para Refletir 
Negócios Internacionais sob a perspectiva operacional
Alexandre Miserani
 O crescimento das relações comerciais brasileiras e os resultados apresentados na performance de 2006 com a marca de US$ 46,1 bilhões de superávit da balança comercial brasileira demonstram a incrível capacidade do Brasil em adaptar-se muito bem à dinâmica da globalização.
Esse cenário vem se desenhando a menos de 20 anos, quando finalmente enxergamos o mercado internacional como oportunidade e não mais um escoadouro do excesso produtivo, e alternativa esporádica de vendas. 
A diversidade de mercados e produtos reflete o real significado da expansão brasileira como player mundial, com buscas constantes de novos desafios e oportunidades de negócios internacionais.
O esforço conjunto entre os diversos setores, como empresas, governo, organizações não governamentais gera resultados crescentes e forte profissionalização nessa inserção internacional.
Embarque, despacho e desembaraço aduaneiro, logística portuária, aeroportuária, fronteiriça, produtos e serviços bem prestados; respeito a leis e regras nacionais e internacionais, forte entendimento em acordos bilaterais; respeito aos costumes e às diferenças nos países de destino, além do cumprimento dos prazos impostos e limitações requeridas para cada tipo de produto e serviço, quando bem planejados e articulados, proporcionarão melhor atuação nos diversos mercados internacionais e maiores e novas oportunidades de comercialização.
A imagem e a presença do país como verdadeiro player mundial não se resumem ao produto competitivo, à empresa séria, mas a regras claras, à presença governamental nas grandes decisões mundiais, à fluidez nos diversos fluxos para viabilizar melhor cumprimento de prazos e ao respeito ao “time” do comércio internacional que, por sua própria natureza, difere do comércio doméstico. 
Entender e cooperar para que esses fatores possam influir positivamente para articular setores e organismos em prol de uma visão integrada e determinada (para deixar, de uma vez por todas, o estigma de “país do futuro” e reconhecido somente pelo seu futebol e outras nuances pejorativas), far-nos-á alçar níveis de países sérios e confiáveis, proporcionando melhor ambiente para investimentos estrangeiros, com regras claras e desentraves burocráticos. 
Artigo Publicado na Revista Aduana Minas nº 2
3. Conteúdo Didático
3.1. Jurisdição dos Serviços Aduaneiros
Segundo Sosa (1999) in Morini (2006, p.290), Aduana “é palavra originária do árabe addiuar,addiuãn ou adayuán com o fim de registrar trocas comerciais e suas receitas.” 
O papel principal de uma Aduana é o fluxo de mercadorias provenientes ou destinadas do/ao exterior, que devem passar por controle fiscal, administrativo, econômico e aduaneiro, sendo sua função precípua o controle e, não necessariamente, a arrecadação.
Segundo o novo regulamento aduaneiro, publicado pelo Decreto-Lei 4.543, de 26 de Dezembro de 2002, (vide o Decreto na íntegra, no endereço eletrônico disponível na seção Amplie seus Conhecimentos), em seu artigo 3º, reza que a jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território aduaneiro. Abrange todo o território nacional, incluindo aeroportos, portos, pontos de fronteira, águas territoriais e espaço aéreo. 
A jurisdição dos serviços aduaneiros é onde se aplica o Direito Aduaneiro, o qual, segundo Freitas (2004.p.19), é o “conjunto de normas jurídicas que disciplinam as relações decorrentes da atividade estatal destinada ao controle do tráfego de pessoas e bens pelo território aduaneiro, bem como à fiscalização do cumprimento das disposições pertinentes ao comércio exterior.” 
A jurisdição dos serviços aduaneiros é o terreno fértil para a aplicação do comércio exterior, seja ele na importação ou exportação, viabilizando a operacionalização desses institutos, sendo, pois, devidamente regulamentada pelo Regulamento Aduaneiro.
3.1.1. Território Aduaneiro
O território aduaneiro compreende todo o território nacional, inclusive o mar territorial, as águas territoriais e o espaço aéreo correspondente.
O território nacional não é apenas o solo, superficial e continuadamente considerado, abrange a superfície da terra, o subsolo, os rios e lagos internos, as bacias, golfos e portos, as chamadas águas territoriais e o espaço aéreo sobre a área compreendida pelas fronteiras estatais.
Veja, abaixo, a jurisdição aduaneira: 
Adaptado pelo autor. 
Fonte: http://www.aprendendoaexportar.gov.br/flores/planejando/territorio.asp
A jurisdição aduaneira estende-se por todo o território aduaneiro e abrange: 
Nesta zona se realizam as operações de desembaraço aduaneiro, onde ocorre o grande afluxo de atividades aduaneiras típicas, seja em área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua.
Compreende as faixas internas de aeroportos e portos, recintos alfandegários e locais habilitados nas fronteiras terrestres, como também áreas onde são efetuadas operações de carga e descarga de mercadoria, ou embarque de passageiros procedentes do exterior ou a ele destinados. Vejamos: o Porto de Santos é um exemplo clássico de Zona Primária.
São recintos alfandegados de zona Primária os pátios, armazéns, terminais e outros locais destinados à movimentação e ao depósito