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Logística Internacional W B A 0 24 4 _ v1 .1 2/216 Logística Internacional Autoria: Juliana da Silva e Sousa Heinrich Como citar este documento: HEINRICH, Juliana da Silva e Sousa. Logística Internacional. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Globalização 05 Unidade 2: Importação e exportação 32 Unidade 3: Planejamento das operações logísticas internacionais 56 Unidade 4: Logística internacional na prática 80 Unidade 5: Termos, riscos e seguros no comércio internacional 103 Unidade 6: Transporte internacional de cargas 127 Unidade 7: Embalagens, terminais e impostos 155 Unidade 8: Mercadorias, fiscalização, órgãos e documentos 181 2/216 3/216 Apresentação da Disciplina A disciplina de Logística Internacional abor- da os importantes aspectos da atuação da Logística como ferramenta de apoio aos trâmites de comércio entre os países. Ape- sar de ser um termo relativamente recente, a Logística Internacional já existe como ferra- menta de melhoria das negociações comer- ciais desde a época da utilização do escam- bo, mesmo ainda na Idade Antiga. Os povos que moravam perto de grandes rios ou que moravam nos litorais foram os principais responsáveis por se desenvolverem nas na- vegações e tecnologias desse tipo de trans- porte. A grande motivação da evolução da Logística Internacional, como uma discipli- na de estudo ou ferramenta de negociação, é a Globalização que permitiu que os países pudessem evoluir suas relações comerciais, comercializando seus produtos, seus servi- ços e suas inovações tecnológicas. Nenhum país é capaz de produzir sozinho todos os insumos necessários para atender sua na- ção, todos demandam uma troca, quer seja no âmbito de matéria-prima para produ- ção do seu insumo, quer seja produto aca- bado, ou ainda tecnologia de produção. O funcionamento da Cadeia de Suprimentos em nível internacional também será breve- mente abordado nessa ementa. A intenção é que o aluno seja capaz de atuar nas áreas relativas ao comércio exterior, entendendo seus termos, seus trâmites comerciais, as ferramentas de planejamento, estratégias e estudos relacionados à exportação de um produto. Bem como, o aluno deve ser capaz de conhecer as operações logísticas 4/216 que envolvem os atores de comércio exte- rior, documentação, transporte de cargas e outros agentes envolvidos nesse proces- so cheio de variáveis que rodeia a Logística Internacional. 5/216 Unidade 1 Globalização Objetivos 1. Apresentar a evolução histórica das relações comerciais entre os países; 2. Conceituar Logística Internacional; 3. Apresentar a importância da Logística nas relações internacionais de comér- cio e dentro da Cadeia de Suprimen- tos; 4. Posicionar o Brasil nas relações inter- nacionais de comércio. Unidade 1 • Globalização6/216 Introdução As relações comerciais entre os países co- meçaram a existir desde a Idade Antiga. Sabe-se que as grandes potências comer- ciais eram situadas no Egito, na Mesopotâ- mia, em Creta e na Fenícia. Nessa época, o comércio era predominantemente terres- tre, sendo evoluído posteriormente através do mar Mediterrâneo. A Mesopotâmia, por exemplo, era conhecida por estar na área do crescente fértil - o nome Mesopotâmia quer dizer “entre rios”, no caso Tigre e Eufrates. Essa localização permitia que seu comércio estivesse relacionado com a agricultura de regadio, o que significa que os alimentos cultivados dependiam das cheias dos rios para depositarem materiais férteis (húmus) nas margens e consequentemente sucesso da produção. Todas as regiões citadas pos- suíam em comum a proximidade com o li- toral e a necessidade do desenvolvimento de técnicas, tanto para o armazenamento dessa produção quanto para o escoamen- to desses produtos. Existem relatos muito antigos da evolução de técnicas de arma- zenagem e conservação de produtos agrí- colas. Independente da veracidade ou não do fato, é possível encontrar até em textos como os da Bíblia Sagrada algumas histó- rias da preocupação dos povos antigos em se conservar, armazenar e comercializar ali- mentos. O exemplo bíblico, no caso, é sobre um episódio de fome que durou 7 anos nas regiões próximas ao Egito e que foi sanado em função das técnicas de produção, arma- zenagem e comércio elaboradas pelo go- vernador hebreu da época, o famoso José do Egito. Unidade 1 • Globalização7/216 1. A expansão do comércio rumo à globalização A Idade Antiga foi marcada por um comér- cio predominantemente terrestre entre as nações. O surgimento do comércio maríti- mo se deu já no final dessa época e início da Idade Média com a hegemonia da cidade de Constantinopla fazendo a ligação do Oci- dente para o Oriente. O grande salto de evolução das técnicas de produção, armazenagem e, agora a nave- gação, se deu na época das “Cruzadas”. De acordo com HUBERMAN (2010, p.27): Para saber mais A história bíblica, que narra os detalhes interes- santes da provisão de alimentos ao povo egípcio e aos povos da redondeza que passaram fome, pode ser lida no livro de Gênesis ao longo do capítulo 41. O texto mostra como o governador foi capaz de armazenar uma produção de grãos ao longo de 7 anos e prover suprimentos para toda uma nação nos 7 anos de escassez que se seguiram. Unidade 1 • Globalização8/216 As Cruzadas levaram novo ímpeto ao comércio. Dezenas de milhares de europeus atravessaram o continente por terra e mar... Necessitavam de provisões durante todo o caminho e os mercadores os acompanhavam a fim de fornecer-lhes o que precisassem. Os cruzados que regressavam de suas jornadas ao Ocidente traziam com eles o gosto pelas comidas e rou- pas requintadas que tinham visto e experimentado. Sua procura criou um mercado para esses produtos. Além disso, registrou-se um acentuado au- mento na população, (...) e esses novos habitantes necessitavam de mer- cadorias. Parte dessa população não tinha terras e viu nas Cruzadas uma oportunidade de melhorar sua posição na vida. Alguns séculos adiante, entre os séculos XV, XVI e XVII, já na época das expedições marítimas em busca de valiosas especiarias, encontramos a transição dos modelos econômicos de governo, esta em queda o feudalismo para a ascensão do capitalismo. Consequentemente o nascimento de uma sociedade burguesa altamente favorável ao consumo. Mas, os produtos cobiçados na época eram monopolizados pelas rotas das cidades mediterrâneas, então a burguesia começou a patrocinar expedições em busca de novas rotas para comercialização dos tão desejados cravos, canelas, pimentas e temperos da Índia. Unidade 1 • Globalização9/216 Nesse momento, estamos tratando da Ida- de Moderna e das mudanças ocorridas nas sociedades e na economia a partir das re- lações comerciais do Mercantilismo e que culminaram no que hoje chamamos de Globalização. Essa economia de mercado evolui em função de fatores como o desen- volvimento de rotas comerciais, aumento de áreas urbanas, evolução nas técnicas de navegação, acúmulo de metais preciosos e necessidade de matérias-primas para pro- dução dos mais variados gêneros industriais de produtos. Passando para a Idade Contemporânea en- tramos na fase de Revolução Industrial, que modifica todos os modos de produção e pos- sui um avanço mais agressivo na tecnologia. O mundo agora busca novos mercados para suprirem o aumento nas produções e a pre- sente ruína deixada no período pós Primeira Guerra Mundial. O crescimento se mostrava urgente e a resposta econômica foi positi- va consolidando ainda mais os acordos en- tre países, resultando na crescente expan- são dos mercados. As relações comerciais agora são globais e não existe como pensar apenas em suprir um mercado interno. Ainda, nessa época não existia o termo Lo- gística Internacional, mas essa necessidade de provisão de produtos diferentes dos que existem na região do consumidor final foi o tiro inicial para o desenvolvimento das práti- cas que a envolvem. Tudo oque está relacio- nado ao planejamento do transporte e co- mércio de mercadorias entre países é o que é tratado e estudado pela Logística Interna- cional. Unidade 1 • Globalização10/216 Já em época de Globalização os custos tra- dicionais do produto, como matéria-prima e mão de obra estão reduzidos pelos avan- ços tecnológicos. A preocupação agora gira em torno de outros fatores conhecidos por custos globais como: • Decisão de localização das empresas que irão privilegiar países que ofere- cem subsídios (terrenos, isenção de impostos, isenção de instalações); • Escolha de compra pelo consumidor que privilegiará entrega mais rápida e produto personalizado. Os mercados globais são mais exigentes e se preocupam com a competitividade do preço, com o nível de serviço oferecido pelo cliente e com a flexibilidade do fornecedor em atender mudanças rápidas. Esses no- vos aspectos de um mundo pós-moderno começam a ser atendidos pelo desenvolvi- mento das ferramentas de Logística e todo seu funcionamento dentro da Cadeia de Su- primentos. 2. A importância da logística in- ternacional 2.1 Logística Internacional den- tro da Cadeia de Suprimentos O termo “Logística” era inicialmente usado em contextos militares para designar as ati- vidades relativas à obtenção, manutenção e transporte tanto de material quanto de pes- soal e instalações utilizadas em situações Unidade 1 • Globalização11/216 de guerras. Aliás, faz todo sentido atribuir seu significado ao ramo militar, pois as conquistas de novas terras e novas rotas foram desenvolvidas pelos militares em obediência aos seus líderes de governo e muitos reis também participavam das conquistas. Mas esse conceito saiu desse âmbito e passou a ser utilizado no ramo empresarial num contexto mais amplo. Agora, existe uma necessidade de se colocar um produto numa prateleira para ser comprado por um consumidor. Todo o desenvolvimento de projeto desse produto, funcionamen- to da linha de produção, aquisição da matéria-prima para sua elaboração, embalagem e trans- porte até o consumidor final- assim como seu descarte ou retorno à cadeia de produção para reaproveitamento -, compõem as atividades que são controladas pelo que conhecemos como Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Para Mentzer (2001, p.07), esse Gerenciamento nada mais é que a Coordenação estratégica sistemática das tradicionais funções de negócios e das táticas ao longo dessas funções de negócios no âmbito de uma de- terminada empresa e ao longo dos negócios no âmbito da cadeia de su- primentos, com o objetivo de aperfeiçoar o desempenho a longo prazo das empresas isoladamente e da cadeia de suprimentos como um todo. (MENTZER, 2001, p.07) Unidade 1 • Globalização12/216 Dentro de cada uma dessas etapas da Ca- deia de Suprimentos podemos encontrar ferramentas da Logística para melhor exe- cução de cada uma delas. Cada etapa que compõe a Cadeia de Supri- mentos pode ser “operacionalizada por al- guma prática dentro da Logística. Por isso, todas devem ser muito bem pensadas para responder o interesse do consumidor final que baseia suas decisões em alguns valo- res antes de adquirir determinado produto. Segundo Novaes (2001, p.142), existem seis elementos que impulsionam o consumidor típico a tomarem as decisões de compra: Para saber mais Em 1963 foi criado nos EUA um Conselho de Pro- fissionais em Gerenciamento da Cadeia de Supri- mentos (CSCMP – sigla em inglês). Eles são res- ponsáveis por desenvolver suporte para o desen- volvimento de carreira, oportunidades educacio- nais, rede de contatos e certificações profissio- nais para seus membros. É uma forte referência nas definições dos termos e estudos relacionados à Logística e Cadeia de Suprimentos. Link Conselho de Profissionais em Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos no seguinte link: <www. cscmp.org> (acesso feito em 29 Junho 2017) http://www.cscmp.org http://www.cscmp.org Unidade 1 • Globalização13/216 • A informação sobre o produto, seu preço, uso, restrições de funciona- mento, vantagens competitivas etc.; • O produto em si mesmo, na forma e na qualidade desejadas; • A posse do produto no momento de- sejado, representado pelo cumpri- mento dos prazos prometidos e acor- dados no que se refere à entrega do produto adquirido; • A gratificação ou prazer pessoal ou familiar no uso ou consumo do produ- to adquirido; • A relação de confiança e parceria com o varejista, que é concretizada através da atenção pessoal, honestidade, ma- nutenção permanente dos padrões de qualidade etc., por parte do comer- ciante; • A continuidade na relação entre con- sumidor e varejista, que caracteriza a fase de pós-venda (garantias, servi- ços de manutenção e consertos etc.). As etapas da Logística que colaboram para a eficiência do gerenciamento da cadeia de suprimentos podem ser agrupadas da se- guinte forma: • Logística de Suprimento: gerencia- mento de materiais, compras, pre- visão de demanda, planejamento de necessidades e produção, estoque, ar- mazenagem, manuseio de materiais, embalagem, localização de plantas de produção, etc.; Unidade 1 • Globalização14/216 • Logística de Distribuição Física: trans- porte, roteirização de veículos, ser- viço ao consumidor, estoque de pro- dutos acabados, marketing, vendas, localização de centros de distribuição, etc.; • Logística Internacional: exportação, importação, pesquisa de mercado, localização de plantas ou centros de distribuição, transportes internacio- nais, multimodais, unitização de car- gas em contêiner, etc.; • Logística Reversa: reciclagem, rema- nufatura, reuso, retorno de produtos, reforma, disposição de resíduos, etc.. Todas as ferramentas citadas acima in- teragem entre si, cada uma em sua espe- cificidade. Focando apenas no escopo da disciplina, podemos resumir que quando o produto está pronto e existe o interesse em comercializá-lo em outro país, ou ainda quando existe o interesse em comercializar um tipo de matéria-prima, tecnologia ou serviço que não existem no país de origem Link O Ministério do Meio Ambiente é o responsável por regularizar e apoiar projetos que estimulem a reciclagem. Confira seu website em: <www. mma.gov.br> www.mma.gov.br www.mma.gov.br Unidade 1 • Globalização15/216 de desenvolvimento do produto, as práticas de logística que entram em ação encontram-se na Logística Internacional. 2.2 Logística Internacional no Brasil A história do Brasil, desde a época do descobrimento até a Proclamação da República, não possui muitos avanços no que diz respeito ao comércio internacional. Segundo Ludovico (2007, p.05) existia basicamente: • Extração predatória dos recursos naturais existentes no Brasil, principalmente o pau-brasil pelo seu apreciável valor na indústria de corantes de tecidos. • Cultura de cana-de-açúcar em Pernambuco e São Vicente, graças às capita- nias hereditárias. • Aparecimento de outras culturas, como algodão e fumo, para atender com- promissos portugueses na Europa. Unidade 1 • Globalização16/216 • Exploração de ouro em Minas Gerais – embora beneficiasse apenas Portugal, o ciclo do ouro teve um efeito estratégico, deslocando o panorama econômico do Brasil do Nordeste para o Sul, propiciando novas culturas, como a do café, por exemplo. • Vinda da Família Real para o Brasil, com a consequente abertura dos portos às nações amigas. Após esse período exploratório das nações europeias no Brasil, pode-se dizer que a atuação bra- sileira no sentido de exportação foi, no início, sempre de caráter agrícola e a importação ficou restrita aos produtos manufaturados. É possível dizer que apenas no período pós Segunda Guer- ra Mundial que houve aumento significativo nas relações comerciais internacionais do Brasil, incluindo um ciclo industrial competitivo no mercado externo. Nos dias de hoje, sobre nossa balança comercial, podemos dizer que o nosso país é um grande exportador de commodities, sendo a soja a mercadoria de maiorvolume nesse sentindo, seguida do minério de ferro e de óleos brutos derivados do petróleo. Dentre os produtos manufaturados, a lista vem liderada pelos automóveis, seguida de aviões e outros manufaturados. Unidade 1 • Globalização17/216 A entidade responsável por controlar as ope- rações relativas à Logística Internacional no país é o Ministério do Desenvolvimento, In- dústria e Comércio Exterior do Brasil. Existe uma agenda de Gestão Estratégica das competências relativas ao Ministério, comprometida com o desenvolvimento do setor produtivo nacional em prol da abertu- ra do comércio internacional, desburocrati- zação, inovação e atração de investimentos. Veja na figura 1 o Mapa Estratégico estabe- lecido pelo Ministério para atingir esses ob- jetivos. Para saber mais O MDIC publica semanalmente, em seu site, os dados da balança comercial brasileira, detalhan- do os valores de exportação e importação feitos pelo país, incluindo análise mensal. Link Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Co- mércio Exterior do Brasil. Nesse site é possível en- contrar todas as informações atuais da situação do Brasil frente ao comércio no mundo. Confira o website em: <www.mdic.gov.br> (acesso feito em 29 Junho 2017) http://www.mdic.gov.br Unidade 1 • Globalização18/216 Figura 1: Mapa Estratégico 2016-2019 do MDIC Unidade 1 • Globalização19/216 Fonte: Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior (2017) Uma grande vantagem do Brasil frente à exportação é a sua grande extensão de costa marítima e grande navegabilidade de seus rios. O Brasil possui hoje 37 portos públicos organizados, sendo o Porto de Santos o maior deles com uma extensão de 13km. Unidade 1 • Globalização20/216 Link Informações sobre o regime portuário nacio- nal podem ser encontradas no site do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil: <http:// www.portosdobrasil.gov.br/> (acesso feito em 30 Junho 2017) Informações sobre o porto de Santos podem ser encontradas no site da CODESP: <http://www. portodesantos.com.br/> (acesso feito em 30 Junho 2017) http://www.portosdobrasil.gov.br/ http://www.portosdobrasil.gov.br/ http://www.portodesantos.com.br/ http://www.portodesantos.com.br/ Unidade 1 • Globalização21/216 Glossário Mercantilismo: Houaiss (2001) “Teoria e sistema de economia política, dominantes na Europa após o declínio do feudalismo que, baseados no acúmulo de divisas em metais preciosos pelo Estado por meio de um comércio exterior de caráter protecionista, fortaleceram o colonialismo e proporcionaram o desenvolvimento industrial, com resultados lucrativos para as balanças co- merciais.” Globalização: Houaiss (2001) (1) “Espécie de mercado financeiro mundial criado a partir da união dos mercados de diferentes países e da quebra das fronteiras entre esses mercados.” (2) “Inte- gração cada vez maior das empresas transnacionais, num contexto mundial de livre comércio e de diminuição da presença do Estado, em que empresas podem operar simultaneamente em muitos países diferentes e explorar em vantagem própria as variações nas condições locais.” Roteirização de veículos: utilização de métodos, modelos matemáticos e softwares para a pro- gramação de rotas específicas para os veículos transportadores, sejam eles terrestres (cami- nhões, trens), sejam marítimos (navios), seja transporte de carga, seja transporte de pessoas (ônibus, metrô). Unidade 1 • Globalização22/216 Glossário Commodities: produtos tipo exportação que não sofrem alterações, de baixo valor agregado e que possuem seus preços negociados pelas bolsas de valores internacionais. Geralmente são produtos agrícolas ou produtos obtidos na natureza sem muitas alterações. Ex.: grãos, frutas, minérios, madeira, borracha. CSCMP: Council of Supply Chain Management Professionals – Conselho de Profissionais em Geren- ciamento da Cadeia de Suprimentos. MDIC: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil CODESP: Companhia Docas do Estado de São Paulo Questão reflexão ? para 23/216 A empresa onde você trabalha é responsável pela produção de um produto que atende bem ao mercado interno. Possui uma li- nha de produção eficiente, com uma qualidade aceitável nesse mercado, prazos de entrega que cumprem bem o esperado pelo consumidor. Imagine que, em função de uma grande crise econô- mica, os sócios da empresa queiram expandir o negócio partindo para o mercado internacional e desafiem você, o responsável pela Logística de Suprimentos, a assumir um novo cargo: o desenvol- vedor da Logística Internacional da empresa. Pense em todos os aspectos que você deverá cuidar no seu novo departamento para que essa expansão comercial seja bem-sucedida. 24/216 Considerações Finais • A evolução dos relacionamentos comerciais resultou no que hoje conhece- mos por Globalização e provocou o desenvolvimento das práticas em Logís- tica Internacional; • A Logística Internacional possui forte papel dentro do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, atuando em todas as atividades relativas ao pro- cesso de exportação e importação de produtos finais, serviços ou matérias- -primas; • O Brasil está numa posição de grande atuação no mercado internacional, logo com grandes potenciais de desenvolver uma Logística Internacional eficiente; • O Brasil é um país rico em commodities e grande parcela da sua exportação é graças a essas mercadorias. Unidade 1 • Globalização25/216 Referências HUBERMAN, Leo. “História da riqueza do homem: do feudalismo ao sec. XXI.” 22a edição, 2010, Ed- itora LTC, São Paulo. BALLOU, Ronald H. “Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos / Logística Empresarial”. 5a edição, 2006, Editora Bookman, Porto Alegre. HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro de Sales. “Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa”. 1a edição, 2001, Editora Objetiva, Rio de Janeiro. MENTZER, JOHN T. et al. “Defining Supply Chain Management”, Journal of Business Logistics, Vol. 22, no. 2 (2001), págs. 1-25. NOVAES, Antônio Galvão. “Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação”. 2a edição, 2001, Editora Campus, Rio de Janeiro. LUDOVICO, Nelson. “Logística Internacional: um enfoque em comércio exterior”. Edição Revista e Atualizada, 2007, Editora Saraiva, São Paulo. BRASIL. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR. Mapa Es- tratégico 2016-2019. Disponível em: <www.mdic.gov.br>. Acesso em: 07 jul.2017. http://www.mdic.gov.br 26/216 1. Em que contexto o termo “Logística” foi desenvolvido: a) Crescimento das cidades b) Práticas militares c) Linhas de produção industriais d) Comercialização entre países e) Tecnologia dos transportes Questão 1 27/216 2. Dentro da Logística Internacional, qual atividade dentre as abaixo rela- cionadas NÃO faz parte do seu escopo: a) Reciclagem de produtos b) Exportação c) Disposição de carga em contêiner d) Roteirização de veículos e) Importação Questão 2 28/216 3. Os elementos relacionados abaixo contemplam fatores importantes na tomada de decisão por parte do consumidor ao adquirir um produto, EX- CETO: a) Qualidade do produto b) Preço do produto c) Prazo de entrega d) Veículo escolhido para entrega e) Garantia de funcionamento Questão 3 29/216 4. Um dos produtos, dentre os relacionados abaixo, NÃO faz parte da lista de commodities exportadas pelo Brasil a) Minério de ferro b) Subprodutos do petróleo c) Soja d) Laranja e) Automóveis Questão 4 30/216 5. O Brasil é exportador de produtos manufaturados e o produto que lide- ra essa lista de exportação é: a) Suco de laranja b) Automóvel c) Celular d) Avião e) Calçados Questão 5 31/216 Gabarito 1. Resposta: B. Logística era um termo utilizado para o de- senvolvimento das práticas militares de su- primento de material, pessoas e instalações de guerra. 2. Resposta: A. A reciclagem de produtos é uma ferramenta aplicada pela Logística Reversa. 3. Resposta: D. A responsabilidade por determinaro veículo a ser utilizado é da Logística de Distribuição e não faz parte da preocupação do consu- midor. 4. Resposta: E. Por ser um produto manufaturado o auto- móvel não é classificado como uma commo- ditie. 5. Resposta: B. Os automóveis são responsáveis por enca- beçar a lista de produtos manufaturados para exportação. 32/216 Unidade 2 Importação e exportação Objetivos 1. DApresentar as sistemáticas de ope- rações internacionais de importação e exportação no Brasil. 2. Apresentar as razões para importar e a política brasileira para importação. 3. Discutir as razões para exportar e os personagens que participam das ope- rações de exportação. 4. Apresentar os tipos e os mercados co- muns de comércio entre os países. Unidade 2 • Importação e exportação33/216 Introdução Os procedimentos para importação de um produto no Brasil seguem uma sistemática estabe- lecida pelo governo. Nem sempre foi fácil importar no Brasil. Podemos dizer que todas as facili- dades que encontramos nos dias atuais devem-se aos avanços obtidos a partir de 1990, quando tivemos no nosso país um cenário de diretrizes do governo pró importação, quando o país estava no início do governo de Fernando Collor. Para Ludovico (2007, p.113): Houve basicamente duas frentes em prol da importação: uma delas pro- moveu a desregulamentação da importação de produtos de consumo no país que estavam suspensos; a outra buscava mudanças na política tarifa- ria, cuja alíquota média de 35% foi diminuída para 20%, com substancial redução para bens de capital, cujas tarifas baixavam para 0% desde que esses bens não fossem fabricados no país. Ao se falar em exportação, temos aspectos mais abrangentes para serem tratados como, por exemplo, a necessidade de elaboração de um plano estratégico de exportação que contemple estudos do mercado (onde se deseja exportar, sua legislação, métodos de venda, cálculos de Unidade 2 • Importação e exportação34/216 preços competitivos, qualidade exigida pelo marcado, etc). Algumas empresas emper- ram suas vendas no exterior porque não adequam seus produtos ao novo mercado ou por não saberem elaborar uma pesquisa que retorne as informações com a profun- didade necessária. 1. Sistemática de importação 1.1 Panorama internacional Para que um país demostre o interesse em importar algum produto, muitos fatores são levados em consideração. Do ponto de vista da mercadoria, podemos dizer que o acesso à novas tecnologias, a escassez ou inexis- tência do produto no mercado interno e a qualidade são grandes motivadores. Quando voltamos o olhar para o mercado interno é possível perceber que a importa- ção permite o acesso a preços dos mercados concorrentes, como também às tendências que podem ter sido fruto de participações em eventos e feiras internacionais, ou ainda fruto de fusões e aquisições entre empresas. Para saber mais A maior Feira de negócios do Mundo é a Feira de Cantão, realizada duas vezes por ano na cidade de Guangzhou, na China, desde 1957, nos meses de abril e outubro. Ela acontece em uma área útil de mais de 1 milhão de m2, com mais de 60 mil es- tandes de expositores e exposição de mais de 150 produtos de diversas áreas de negócio. Unidade 2 • Importação e exportação35/216 Para o governo de um país, a importação pode melhorar o relacionamento entre go- vernos de países distintos e, a partir disso, criam-se os mercados comuns. Uma das propostas para que haja uma livre circulação de bens, serviços, trabalhadores e capital é a redução das barreiras tarifárias, não-ta- rifárias e de medidas de efeito equivalente. Busca-se uma política comercial uniforme comum entre os países participantes, com a adoção de uma tarifa externa comum, co- ordenação das políticas macroeconômicas e harmonização das políticas alfandegá- rias, tributárias, fiscal, cambial, monetárias, de investimento, de comércio exterior, de serviços, de transportes, de comunicações, agrícola, industrial, trabalhista entre outras. Podemos citar o MERCOSUL como sendo um dos frutos desses tratados entre gover- nos com interesses comuns de comércio ex- terior. Esse importante acordo possui como principais objetivos o aumento e diversifi- cação da oferta de bens e serviços com pa- drões comuns de qualidade, seguindo nor- mas internacionais, propiciando economia de escalas, a busca permanente de pautas comuns para o desenvolvimento sustentá- vel dos recursos regionais e o aumento da participação dos setores privados no pro- cesso de integração. Os países que fazem parte junto com o Brasil são: Argentina, Pa- raguai e Uruguai. Unidade 2 • Importação e exportação36/216 Outro tratado econômico que o Brasil faz parte é o ALADI, um tratado instituído em 1980 que visa a implantação de um merca- do latino americano que adote preferências tarifárias. É composto por treze países: Bra- sil, México, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai, Venezuela, Cuba, Panamá, Bolívia, Paraguai e Equador. As tentativas para o livre comércio entre as nações desenvolveram outros acordos in- ternacionais. Uma tentativa de união em um grande bloco das Américas foi o ALCA, uma iniciativa dos Estados Unidos na época do governo de Bill Clinton, mas que teve sua proposta recusada em 2005. A causa dessa recusa foi a diferença entre as economias dos países envolvidos e o seu proponente, já que a entrada de produtos americanos em larga escala nos países em desenvolvi- mento poderia desencadear uma série de desempregos. Ainda assim, os Estados Unidos, juntamen- te com o México e Canadá, integram um ou- tro bloco econômico que une os países da América do Norte, tendo também o Chile como associado: o NAFTA. Na Europa o acordo que configura uma união monetária entre as nações é a União Euro- Link Página que contém informações sobre a integra- ção entre os países que compõem o MERCOSUL. <www.mercosul.gov.br> (visualizado em julho 2017) http://www.mercosul.gov.br Unidade 2 • Importação e exportação37/216 peia, criada após a Segunda Guerra Mundial e com a participação de 28 países inicial- mente. É um acordo que ganhou forças em função da criação do Euro como moeda uni- ficada, mas as crises econômicas e possíveis mudanças políticas na Europa levaram a Grã Bretanha a questionar, em 2016, através de um referendo popular, sua permanência ou não nesse bloco econômico, aprovando ou reprovando o Brexit.. 1.2 Panorama brasileiro Toda a regulamentação do procedimento de importação é feita pelo Ministério do De- senvolvimento de Indústria e Comércio Ex- terior do Brasil. Toda a sistemática é feita de maneira eletrônica pelo SISCOMEX. Importar é introduzir em um país uma mer- cadoria procedente de outro. De maneira Para saber mais O termo “Brexit” é a união das palavras “Britain” e “Exit” que significam a saída do Reino Unido da União Europeia. Link Página que contém informações sobre o portal eletrônico de controle das operações de exporta- ção e importação que acontecem no Brasil. <www.portal.siscomex.gov.br> (visualizado em julho 2017) http://www.portal.siscomex.gov.br Unidade 2 • Importação e exportação38/216 geral, o procedimento de importação de um produto contempla os seguintes tópicos: • Verificar a classificação fiscal de um produto; • Consultar a alíquota de imposto devi- do de cada produto; • Verificar a necessidade de licencia- mento do produto. A maior responsável pela oneração do pro- duto importado é a carga tributária que se incide: • Imposto sobre Importação (II); • Imposto sobre Produto Industrializa- do (IPI); • Imposto sobre Circulação de Merca- dorias e Serviços (ICMS); • Contribuição para o financiamento da seguridade social (COFINS); Programa de Integração Social – PIS Impor- tação De acordo com Goyos Júnior (2000, p.87), a importação pode ser de dois tipos: Unidade 2 • Importação e exportação39/216 • Definitiva: a mercadoria estrangeira importada é nacionalizada, inde- pendentemente da existênciade cobertura cambial, o que significa a possibilidade de integrá-la à massa de riquezas do país com a transfe- rência de propriedade do bem para qualquer pessoa aqui estabelecida. • Não definitiva: nestas não ocorre a nacionalização. São casos, por exem- plo, de mercadorias importadas sob regime aduaneiro especial de Ad- missão temporária (exemplo: participar de feira de exposições, prêmio de Fórmula 1 ), no qual, após sua permanência no país, essas mercado- rias são reexportadas. Quanto ao desembaraço aduaneiro, as mercadorias importadas podem estar posicionadas em 4 canais: verde, amarelo, vermelho e cinza. Se a mercadoria já estiver no canal verde é porque o re- gistro de desembaraço aduaneiro é automático, o que significa que a mercadoria já está liberada para ser retirada de seu local de armazenamento na alfândega ou porto seco. No canal amarelo, a mercadoria já foi informada no SISCOMEX e está na fiscalização realizando exame documental. No canal vermelho, significa que o produto a ser importado pode estar com alguma irregulari- dade por declaração ou classificação fiscal incorreta, daí faz-se necessário a realização do exa- Unidade 2 • Importação e exportação40/216 me documental e verificação física da mer- cadoria para liberação. E por fim, no canal cinza, faz-se além do exame documental e verificação física, a averiguação da base de cálculo do imposto de importação para efe- tivação do desembaraço. 2. Sistemática de exportação A atividade de exportação exige uma bus- ca de informações de mercados e clientes e passa pelas seguintes fontes: Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior e Serviços, Câmaras de comércio, embaixadas estrangeiras, Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial, Orga- nização para a Cooperação e Desenvolvi- mento Econômico (OCDE) e Associação de exportadores. Os métodos de exportação podem ser dire- tos ou indiretos. Para Ludovico (2007, p.42), o método direto: Link Site para identificar oportunidades comerciais para exportar. <http://radarcomercial.mdic. gov.br/> (visualizado em julho 2017) http://radarcomercial.mdic.gov.br/ http://radarcomercial.mdic.gov.br/ Unidade 2 • Importação e exportação41/216 É utilizado pelas empresas que têm interesse permanente em exportar. Consiste em implantar um departamento em separado na empresa, diri- gido por um diretor ou gerente de exportação, com a responsabilidade de desenvolver toda a atividade comercial, administrativa, financeira e ope- racional. Terá como meta uma determinada “parcela da produção” com a missão de colocá-la nos mercados exteriores.” (LUDOVICO, 2007, p.42) No método indireto, a empresa que deseja exportar contrata outra empresa responsável em ne- gociar com o exterior. São as chamadas Trading Companies ou Empresas Comerciais Exportado- ras. Existem profissionais que estão preparados para exercerem as operações de exportação e pos- suem o conhecimento do produto com seus detalhes técnicos. São agentes que conhecem a regulamentação de importação do produto, por isso são capazes de oferecer informações sobre aquele mercado com sugestão de preços para o produto,tendo autonomia para assumir poderes contratuais exercendo representação em nome do mandante. Para agenciar esse tipo de opera- ção existem quatro agentes internacionais: Unidade 2 • Importação e exportação42/216 • Agente comissionado: agenciador em mercados externos com remuneração exclusiva em comissões sobre vendas; • Agente del credere: esse agente in- deniza o exportador no caso de ina- dimplência dos importadores clientes (sua comissão é bem mais alta para compensar os riscos financeiros); • Importador único: detém direitos ex- clusivos à importação do produto (também pode ter o direito de fixar preços de acordo com o mercado); • Distribuidores exclusivos: são vários representantes que operam como o importador único. A sistemática de exportação pode ser gene- ralizada nas seguintes atividades: • Obter o Registro de Exportador me- diante o Sistema Integrado de Comér- cio Exterior (Siscomex), na Secretaria da Receita Federal, munido dos atos de constituição e documentos dos só- cios da empresa; • A Secretaria de Comércio Exterior (SE- CEX), através do Departamento de Comércio Exterior (Decex), monitora- rá as atividades da empresa através do Registro de Exportadores e Impor- tadores (REI); • Procurar as Normas Administrativas de Exportação (editadas nas portarias da SECEX) para obter a classificação fiscal do produto que quer exportar. Unidade 2 • Importação e exportação43/216 As exportações são classificadas em três ti- pos: exportações simplificadas, exportações em consignação e commodities. As simplifi- cadas são exportadas para empresas fabri- cantes, não ultrapassando o valor de 20 mil dólares americanos utilizando-se da Decla- ração Simplificada de Exportação (DSE),que é um documento emitido pelo SISCOMEX. A exportação tipo consignação é utilizada para produtos que precisam estar a pronta entrega no mercado exterior. E as exporta- ções do tipo commodities são controladas pelo governo por se tratarem de produtos produzidos em larga escala, pouco indus- trializados, de baixo valor agregado e que têm seus preços determinados pelas bolsas de valores. Para a efetivar a operação elabora-se um contrato, identificando- se as partes envol- vidas (o exportador, o importador e possí- veis representantes) e cuida-se também de detalhar o produto: especificações técni- cas, pesos e medidas, quantidade, tipo de embalagem, identificação e localização do fabricante, origem do país de fabricação, extração ou resultado substancial do pro- duto final. Em relação à forma de entrega, o contrato constará o Icoterm, o local de de- sembarque no exterior e o país de destino, o volume (tipo, marcação, numeração) e o tipo de transporte utilizado na operação. No contrato ainda constarão informações sobre a forma de pagamento: preço uni- tário e total, moeda de pagamento, condi- ções de pagamento (se antecipado, crédito, Unidade 2 • Importação e exportação44/216 formas de cobrança), se houve contratação de agente e os dados de qualificação desse profissional. Até agora toda a sistemática abordada tra- tou dos trâmites entre comércio de merca- dorias, mas faz-se necessário apresentar ainda um importante acordo que o Brasil participa nas negociações internacionais de serviços. Existe um Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (AGCS) que entrou em vigor em 1995 e é constituído por re- presentantes de todos os países que fazem parte da Organização Mundial do Comércio (OMC). Esse acordo busca facilitar as tro- cas internacionais de serviços e tem como objetivo fundamental estender, de forma transparente e por meio de liberalizações progressivas, as normas e sistemas multi- laterais de comércio ao setor de serviços. O AGCS possui quatro modos de prestação de serviços a saber: • Comércio transfronteiriço: a presta- ção é realizada a partir do território de um país para o território de qualquer outro país. Por exemplo, podem ser aqui citados os setores de telecomu- nicações, ensino virtual, consultoria médica, projeto de engenharia; • Consumo no exterior: a prestação é realizada dentro do território de um país para consumidores de qualquer outro país. Um exemplo é o desloca- mento de nacionais na condição de turistas para o território de outro país e o consequente consumo de serviços naquele país. Unidade 2 • Importação e exportação45/216 • Presença comercial: a prestação é re- alizada dentro do território de um país através de presença comercial naque- le mesmo território. Neste modo, fi- guram por exemplo as subsidiárias de um banco ou os escritórios de repre- sentação de uma construtora. • Movimento de pessoas físicas: a pres- tação é realizada pela presença de pessoas físicas de um país no territó- rio de outro país. Exemplo: médicos, consultores, etc. Para saber mais Em junho de 2017 a Secretariade Comércio e Serviços lançou uma ferramenta de visualização de dados de comércio exterior de serviços. É uma ferramenta semelhante à utilizada para a visua- lização de comércio de mercadorias (SISCOMEX) e permite a consulta desse tipo de informação, chama-se SISCOSERV DASH. Unidade 2 • Importação e exportação46/216 Glossário MERCOSUL: Mercado comum do Sul ALADI: Associação Latino Americana de Integração ALCA: Área de Livre Comércio das Américas NAFTA: Tratado Norte Americano de Livre Comércio SISCOMEX: Sistema Integrado de Comércio Exterior Incoterm: termo de comércio internacional utilizado para designar a operação específica de ex- portação / importação. Questão reflexão ? para 47/216 Algumas pesquisas revelam que a falta de avaliação da capacida- de de uma empresa em se internacionalizar é um dos maiores er- ros cometidos pela mesma ao tentar ser exportadora. As empresas acabam escolhendo mal seu parceiro comercial, não fazem uma boa pesquisa de diferenças culturais existentes no país onde se quer inserir, emite documentos com termos comerciais internacio- nais incorretos, enfim, uma série de falhas. Como um gerente do setor de exportação, quais canais de informação você pode se uti- lizar para não cometer os mesmos erros cometidos por empresas que são suas concorrentes? Elabore um caminho seguro a ser per- corrido para obter essas informações. 48/216 Considerações Finais • As negociações entre países se dão através de acordos de mercados co- muns que, ao longo dos tempos, representam um avanço no desentrave comercial entre países; • O Brasil faz parte dos seguintes mercados comuns de negociação de mer- cadorias e serviços: MERCOSUL, ALADI E AGCS; • O controle dos procedimentos de importação e exportação é feito eletroni- camente pelo SISCOMEX; • Existe uma carga tributária específica para a importação de produtos. Unidade 2 • Importação e exportação49/216 Referências LUDOVICO, Nelson. “Logística Internacional: um enfoque em comércio exterior”. Edição Revista e Atualizada, Editora Saraiva, São Paulo, 2007. GOYOS JUNIOR, Durval de Noronha. “Ensaios sobre direito internacional”. Editora Observador Le- gal, São Paulo, 2000. 50/216 1. Quais são os países que fazem parte do MERCOSUL? a) Brasil, Argentina, Bolívia e Uruguai b) Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai c) Brasil, Chile, Argentina e Paraguai d) Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai e) Brasil, Venezuela, Argentina e Uruguai Questão 1 51/216 2. Qual país fez um referendo público, em junho de 2016, questionando seu povo sobre sua saída da União Europeia: Questão 2 a) Grécia b) Reino Unido c) Espanha d) França e) Alemanha 52/216 3. Qual dos impostos abaixo NÃO incide sobre um produto importado? Questão 3 a) ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços b) II – Imposto sobre Importação c) IPTU – Imposto Predial Territorial Urbano d) COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social e) IPI – Imposto sobre Produto Industrializado 53/216 4. Qual é o Ministério Brasileiro responsável pela regulamentação e fiscalização das operações de importação e exportação? Questão 4 a) Ministério da Defesa b) Ministério da Justiça c) Ministério do Transporte d) Ministério da Integração Nacional e) Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio Exterior e Serviços 54/216 5. Qual é o portal eletrônico desenvolvido pelo governo responsável em cui- dar dos trâmites de exportação e importação? Questão 5 a) SISCOMEX b) EXPORTABR c) SISCOSERV d) IMPORTABR e) COMEXBR 55/216 Gabarito 1. Resposta: D. Os países que fazem parte do MERCOSUL são: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. 2. Resposta: B. O Reino Unido fez o referendo público para sair da União Europeia em junho de 2016. 3. Resposta: C. IPTU é um imposto municipal que incide so- bre prédios e terrenos e não sobre merca- dorias 4. Resposta: E. Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior do Brasil 5. Resposta: A. SISCOMEX – sistema integrado de comércio exterior 56/216 Unidade 3 Planejamento das operações logísticas internacionais Objetivos 1. Apresentar o planejamento necessário que uma em- presa deve se submeter para começar a exportar; 2. Analisar os erros mais comuns cometidos pelas em- presas ao planejar a exportação; 3. Apresentar as principais barreiras no comércio inter- nacional; 4. Avaliar os principais canais de distribuição para in- trodução nos mercados internacionais; 5. Estudar os componentes do sistema de abastecimen- to global e como funciona essa crescente prática. Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais57/216 Introdução Quando uma empresa decide participar do comércio internacional e realizar qualquer uma das operações (seja de exportação ou de importação), ela precisa se preparar es- trategicamente para ter sucesso. A decisão por se inserir no mercado internacional tem como principal objetivo aumentar a lucra- tividade da empresa através da expansão dos negócios, mas se não houver um plane- jamento bem feito esse crescimento pode representar um perigo à saúde da empresa. Existem muitos fatores que compõem um planejamento de operação de exportação, como por exemplo: estudo de registro e marca do produto, estudo da cultura do país onde se deseja estabelecer um mercado, análise detalhada da legislação dos países envolvidos, possíveis barreiras de comércio internacional, etc. Todos esses fatores de- vem ser avaliados antes que qualquer de- cisão seja tomada pela empresa a favor da internacionalização de seu produto. Uma outra decisão que demanda um bom planejamento é a escolha por terceirizar parte da fabricação do produto em merca- dos internacionais. Essa prática tem se de- mostrado bem eficiente por algumas em- presas cujo país de origem possuem mão de obra cara ou poucos incentivos de seus governos, sendo conhecida por Global Sour- cing. É algo que exige um controle de qua- lidade criterioso para atender ao nível de qualidade esperado pelos clientes, mas é possível de ser atingido. Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais58/216 1. Planejamento de exportação Quando uma empresa decide aumentar seu negócio através da inserção no mercado externo, ela inicia um plano de exportação. Para o desenvolvimento do produto ava- lia-se o local de fornecimento da matéria- -prima bem como suas características para armazenagem e transporte. Cada produto pode possuir uma operação logística dife- rente ao se considerar disponibilidade em estoque, prazo de entrega e capacidade de expedição e entrega do produto. Ludovico (2007), levanta algumas questões importantes que devem ser tratadas pela empresa antes de se aventurar no mercado externo: • Quais as barreiras que você encontra- rá no comércio exterior? • Qual possível perda por falta de pes- quisa de mercado? • Como reduzir as taxas de importação de seu produto nos países onde sua empresa exporta? • É possível encontrar um parceiro co- mercial no país onde quer exportar? • Você conhece bem a legislação do país onde está entrando? • Já fez uma pesquisa de conhecimento das diferenças culturais? • O catálogo, manual ou folder de seu produto responde às perguntas que seu importador fará? Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais59/216 • Sua empresa está preparada para ela- borar um bom contrato de exporta- ção? • Sua empresa participou de feiras in- ternacionais? • Como avaliar sua competitividade? • Seu preço de exportação possui os in- centivos oferecidos pelo governo? • Como obter informações de mercados e clientes? Todas essas questões são extremamente relevantes e devem ser consideradas pela empresa antes da decisão de exportar. Mui- to erros podem ser evitados se essas per- guntas forem devidamente respondidas. Os maiores erros cometidos pelas empresas ao tentarem exportar estão ligados a um planejamento mal feito. A falta de pesqui- sade mercado lidera esse ranking de erros. Por exemplo: no final dos anos 90 e início de 2000, a rede McDonald’s abriu seu primei- ro restaurante na cidade de Uberlândia MG. É uma grande cidade produtora de carne Link Lista das empresas brasileiras que trabalham com exportação de seus produtos. <http://www.mdic.gov.br/index.php/co- mercio-exterior/estatisticas-de-comercio- -exterior/empresas-brasileiras-exportado- ras-e-importadoras> (Acesso 20 julho. 2017) http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/empresas-brasileiras-exportadoras-e-importadoras http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/empresas-brasileiras-exportadoras-e-importadoras http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/empresas-brasileiras-exportadoras-e-importadoras http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/empresas-brasileiras-exportadoras-e-importadoras Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais60/216 bovina e, nessa época, o valor do rodízio de carne nas churrascarias era bem próximo ao valor de um lanche, tipo combo, da lancho- nete da rede. Resultado: a loja quase fechou suas portas porque era difícil convencer os moradores a trocarem o churrasco bara- to por lanche (ainda mais no interior, onde a comida caseira é valorizada). Esse foi um dos primeiros casos de quase fechamento de uma loja no Brasil. Outra grande preocupação deve ser com as diferenças culturais. Ainda sobre a maior rede de lanchonetes do mundo, o McDo- nald’s teve que se adaptar para se inserir na Índia. Em um país onde existe uma adoração religiosa pela vaca, os hambúrgueres não poderiam ser desse tipo de carne. É o único lugar do mundo que tem um cardápio vege- tariano, valorizando o mix de temperos usa- dos pelos indianos, além de ser um cardápio onde a carne de frango e peixe são usadas para compor o hambúrguer. Uma empresa que vende biquínis não pode querer exportar para países de tradição mulçumanas, onde as mulheres não podem, por lei, mostrar nenhuma parte do corpo. As diferenças entre culturas são extremamen- te importantes nas decisões das empresas ao tentarem exportar. Por isso é de grande importância colher informações como: geo- grafia, clima, população, principais cidades, idioma, história, folclore, centros comer- ciais, religião, saudações pessoais e obter assim um estudo sobre o comportamento do consumidor que se deseja atingir. Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais61/216 Para Kotler (2012), o comportamento do consumidor deve ser estudado em detalhes sob a perspectiva dos seus aspectos influen- ciadores, como fatores culturais, sociais e pessoais. Do ponto de vista cultural, o com- portamento de compra de uma pessoa será muito influenciado pelos valores obtidos em família, por sua classe social e econômica. É no ambiente de formação cultural que va- lores sobre realização, sucesso, praticida- de, humanitarismo e conforto material são incutidos no indivíduo. Do ponto de vista social, as pessoas se aproximam por grupos (sejam eles de afinidades, de referência ou aspiracionais) que possuem gostos pareci- dos e se influenciam para decidir por certas marcas e produtos. Ainda tem os fatores pessoais que também colaboram para as decisões de compra. Sob esse aspecto po- demos citar escolhas feitas em função do momento de vida, status, estilo de vida, etc. Todos esses fatores juntos devem compor uma pasta de tópicos que devem ser con- siderados no planejamento dos produtos a serem exportados. Quanto às barreiras que a empresa pode encontrar no exterior, podemos citar a con- corrência local, entraves burocráticos, uma política de comércio exterior defasada ou ainda profissionais sem habilitação devida para elaborar o plano de exportação. Uma boa pesquisa de mercado e estudo das informações sobre a cultura onde se pre- tende inserir é fundamental para o cresci- mento do mercado de uma empresa, uma gama de produtos pode ser oferecida. Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais62/216 Outra dica importante está no cuidado com a marca do seu produto. É prudente fazer uma pesquisa no país de destino se a mar- ca já existe, se a pronúncia ou a tradução no idioma local não são ofensivos. No interior da Holanda, por exemplo, a empresa japo- nesa Honda precisou mudar o nome do car- ro Honda Fit para Honda Jazz, porque a pa- lavra Fit tinha um significado pejorativo que remetia a um xingamento. Para saber mais O Brasil exporta vários produtos, alguns bem curiosos diga-se de passagem. Em 2014, nosso país negociou com a Rússia, Bélgica, Japão, Vietnã, Austrália e Itália, perto de R$3,3 milhões na expor- tação da carne de cavalo. É uma carne que não tem mercado interno, mas agradou o paladar de vários países. Dentre outros produtos bem curiosos que o Brasil exporta encontramos: coração de galinha, chiclete, raquete de badminton, taxímetro, cabelo, baralho e carapaças de tartarugas. Para saber mais No Brasil, o órgão responsável por cuidar da pro- priedade intelectual, de registro de marcas e pa- tentes é o Instituto Nacional da Propriedade In- dustrial (INPE). É um instituto que faz parte do Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Co- mércio Exterior e Serviços. Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais63/216 1.1 Estratégias de Abastecimen- to Global O Global Sourcing, como também é conheci- do o Abastecimento Global, é uma estraté- gia de empreendimento internacional que surgiu a partir da evolução de alguns pro- cessos da Logística Internacional, por exem- plo: avanço tecnológico (possibilidade de comunicação via internet em banda larga), diminuição dos custos de transporte inter- nacional, facilidades de inserção nos mer- cados externos, incentivos fiscais por parte de governos de países emergentes com mão de obra mais barata que o país de origem. As empresas começaram a ser perguntar se não seria mais interessante terceirizar par- te de sua produção ou adquirir produtos de fornecedores independentes no exterior, ou ainda montar filiais da própria empresa em outros países. Daí surge então o Global Sour- cing como resposta e solução a esse novo modelo de negócio. Muitas empresas hoje em dia estão fabri- cando seus produtos em outros países. Basta verificarmos as etiquetas dos tênis ou roupas e veremos que eles são fabrica- dos na China, Vietnã, Indonésia etc., mesmo quando a sede das fábricas são nos Estados Link Órgão responsável no Brasil pelo registro de pro- priedade intelectual, marcas e patentes. <http:// www.inpi.gov.br/> (Acesso feito em 20, julho 2017) http://www.inpi.gov.br http://www.inpi.gov.br Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais64/216 Unidos (como a Nike por exemplo). O termo utilizado agora é “designed by” (ou dese- nhado, desenvolvido por) seguido do nome da empresa e “produzido em” seguido pelo nome do país onde é manufaturado. A sede da empresa é responsável por desenvolver e elaborar o produto e repassa o projeto ao país que vai manufaturar. Antes do produto sair para exportação, ele passa pelo contro- le de qualidade da empresa que atesta sua aprovação para ser consumido. Outro exemplo da utilização do abasteci- mento global também é encontrado em em- presas de serviços. Muitas delas possuem seus call centers (centrais de atendimento) em outros países por conta da qualidade e viabilidade de mão de obra (o Brasil e a Ín- dia são grandes hospedeiros de serviços de atendimento a clientes). As empresas que mais se utilizam dessa prática são as que possuem produção em larga escala e as de setores de processos produtivos e tecnologias padronizados. Os grandes riscos ficam por conta da vulnera- bilidade cambial, capacitação e confiabili- dade do parceiro e restrição para proteção de capital intelectual dodesenvolvimento do produto. Mas a contrapartida vem por conta da melhora na produção, acessibili- dade a novos mercados e aumento do lucro (visto que a produção fora pode diminuir os custos produtivos). Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais65/216 1.2 Estratégias na Distribuição Física Internacional De acordo com Rodrigues et al (2014), a “Distribuição Física Internacional (também conhecida pela sigla DFI) é a denominação atribuída a um conjunto de estratégias uti- lizadas para disponibilizar produtos e/ou serviços em outros países. ” Todas as atividades da Logística que envol- vem a saída do produto da fábrica, até sua chegada ao consumidor no exterior, estão englobadas na DFI, o que significa dizer que a movimentação da carga, embalagem e acondicionamento no veículo de transpor- te internacional, documentação, seguro de carga e a distribuição física no país compra- Link Portal do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, auxilia com dicas e cursos em temas de gestão como: planejamento de mercado, finanças, vendas, gestão de pessoas. <www.sebrae.com.br> (Acesso 20 jul 2017) Também existe sites especializados na orien- tação para a execução de práticas em abas- tecimento global: <http://spendmatters. com/2015/09/15/stages-of-a-global-sour- cing-strategy/> (Acesso 25 ago.2017) http://www.sebrae.com.br http://spendmatters.com/2015/09/15/stages-of-a-global-sourcing-strategy/ http://spendmatters.com/2015/09/15/stages-of-a-global-sourcing-strategy/ http://spendmatters.com/2015/09/15/stages-of-a-global-sourcing-strategy/ Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais66/216 dor estão contemplados por esse conjunto de estratégias. Para os autores Kotabi e Helsen (2000), a empresa pode se utilizar da DFI para esco- lher sua estrutura organizacional nos se- guintes modelos: • Geográfica: é uma escolha baseada na posição estratégica, importância, ou ainda, nas características de cada país ou região. Por exemplo: Mercedes Brasil, Mercedes Argentina (ambas do grupo Mercedes Benz, mas cada uma fabrica um veículo diferente). • Divisão Internacional: é quando a em- presa cria um departamento separa- do para atender apenas ao produto a ser exportado, que não é necessaria- mente comercializado no país de ori- gem. Por exemplo: o grupo Olavo Bar- bosa possui 11 fazendas de produção de café e leite tipo A nos estados de Minas e São Paulo. A maior parte da produção do café é exportada pela Exportadora Guaxupé (divisão inter- nacional do grupo) e o leite, comer- cializado apenas no Brasil, é produzi- do com a marca Fazenda Bela Vista. • Famílias de produtos: quando as partes separadas do produto são fabricadas em países diferentes em função da vo- cação regional. Por exemplo: as mon- tadoras de veículos possuem partes de seus carros produzidas em países diferentes. Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais67/216 • Matricial: é uma estrutura mais com- plexa que é comandada tanto pelo modelo “geográfico” quanto “fami- liar”. Por exemplo: o grupo sul coreano Samsung produz smartphones, tvs di- gitais e tablets no Brasil, motores dos carros da Renault na Coreia do Sul, na- vios e plataformas offshore na China. • Rede transnacional global: um coman- do central cuida das subsidiárias que são quase independentes, nos outros países. Por exemplo: o grupo McDo- nalds. Além das estruturas organizacionais, exis- tem modelos de negócios que foram criados para promoverem a distribuição física inter- nacional. Exemplo disso são as Franquias de comércio (redes de alimentação como Mc- Donalds, Burguer King, Starbucks, roupas como Levi’s, Nike, etc.). Tem também os Li- cenciamentos que se beneficiam do paga- mento de royalties em troca do know-how de fabricação. Outro exemplo de modelo de negócio são as Joint Ventures, que são em- presas que se juntam para formar um novo negócio e se associam no risco e investi- mento. As empresas podem optar por insta- lar as Fábricas – foco em diferentes países e são especializadas em famílias de produtos. Existem também as subsidiárias integrais, que são novas montadoras que montam fa- mílias de produtos a partir de componentes enviados pelas fábricas.. Outra opção é fa- zer a Fusão ou Aquisição de uma estrutura já montada que garante a operação quase que imediata da empresa. Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais68/216 Existem sete fatores que de acordo com Ro- drigues (2007) influenciam nos custos da DFI, são eles: • Distância: influencia diretamente nos custos dos transportes e do lead time; • Tamanho do lote: quanto maior o lote, menor o valor por unidade transpor- tada; • Fator de estiva: ou densidade da car- ga, relação entre volume e peso; • Acondicionamento: trata do aprovei- tamento do espaço no transporte; • Movimentação: trata dos equipamen- tos necessários à carga e descarga dos produtos; • Valor do frete: obedece a lei de oferta e demanda de serviços de transporte internacional; • Responsabilidade: cuida do seguro da carga, se preocupa com os riscos en- volvidos na operação (avaria, roubo, acidentes, etc.). Para saber mais No dia 19 de julho de 2017 a Livraria Cultura anunciou a compra da francesa Fnac. A estratégia adotada pela Livraria Cultura, no vermelho desde 2012, foi ampliar seus negócios no e-commerce ao se juntar com a Fnac. Ela saiu de 11% do mer- cado para 16% com essa fusão e antes com 17 lojas, passou a ter 29 unidades no período. Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais69/216 Glossário Royalties: é uma palavra em inglês que significa privilégio. É uma quantia paga ao desenvolvedor ou proprietário de um produto, obra ou terreno, pelo direito de usar, comercializar ou explorar esse bem. Know-how: do inglês, literalmente significa “saber como”. Nesse contexto, é quando o desenvol- vedor do produto transfere o conhecimento de fabricação do mesmo, quando apresenta a habi- lidade necessária para produzir um determinado bem de consumo. Lead–time: tempo que decorre do pedido de compra à entrega da mercadoria efetivamente. Questão reflexão ? para 70/216 Uma empresa que produz calça jeans está pensando em expan- dir seus negócios no exterior e, para isso, pretende minimizar seus custos de produção, terceirizar tarefas como tingimento do tecido, deixar de fabricar o próprio zíper - contratando um fornecedor externo que ofereça melhor preço -, e contratar mão de obra mais barata para a costura. Como deve ser o planeja- mento dessa operação? Quais aspectos devem ser considera- dos para a diminuição dos custos? Quais informações devem ser levantadas para escolha de um novo mercado consumidor? 71/216 Considerações Finais (1/2) • Um bom plano de exportação faz-se necessário para o sucesso de inserção no exterior. É preciso elaborar uma pesquisa criteriosa de investigação do mercado, marca, cultura, plano de vendas, etc., para não perder tempo e dinheiro com o investimento no mercado externo. • A prática de Global Sourcing surgiu da necessidade em aumentar a relação custo x benefício dos produtos, aproveitando as facilidades de comunica- ção, diminuição de custos com transportes, desenvolvimento tecnológico, etc. As empresas, visando aumento de lucro, procuraram alternativas para baratearem seus produtos e acabaram encontrando a terceirização da fa- bricação de parte ou do total dos seus produtos, focando apenas no desen- volvimento e gerenciamento da sua cadeia de produção. 72/216 • Novos modelos de negócio surgiram com a necessidade de melhora da Dis- tribuição Física Internacional, como por exemplo a franquia, as joint ventu- res, os licenciamentos. As empresas encontraram meios de se inserirem no mercado externo, criando Divisões de exportação de seus produtos, ou ain- da, investindo em instalações próprias em outros países, focando nas espe- cialidades regionais que cada um pode oferecer. • A DistribuiçãoFísica Internacional de um produto é afetada por fatores como distância, tamanho da carga e seu acondicionamento, densidade, valor de frete internacional e seguro pago. Considerações Finais (2/2) Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais73/216 Referências RODRIGUES, Paulo R. A.; FIGUEIREDO, Isabel B. D.; MENEZES, Julio E. S.; LUDOVICO, Nelson. “Gestão de Logística Internacional”. Publicações FGV Management, Editora Ide, Rio de Janeiro, 2014. KOTABE, Masaaki; HELSEN, Kristiaan. “Administração de marketing Global” – Tradutor Ailton Bom- fim Brandão. Editora Atlas, São Paulo, 2000. LUDOVICO, Nelson. “Logística Internacional: um enfoque em comércio exterior”. Editora Saraiva, São Paulo, 2007. RODRIGUES, Paulo R. A. “Introdução aos sistemas de transportes no Brasil e à Logística Internacion- al”. Editora Aduaneiras, São Paulo, 2007. KOTLER, Philip. “Administração de Marketing”/ Philip Kotler, Kevin Lane Keller. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. 74/216 1. O modelo de negócio onde uma empresa adquire outra do mesmo ramo para crescerem no mercado, é conhecido como: a) Joint venture b) Franquia c) Filial d) Fusão e) Subsidiária Questão 1 75/216 2. Em qual país o McDonald’s precisou alterar a composição do seu hambúr- guer de carne de vaca para outros sabores como peixe e frango? a) China b) Brasil c) Índia d) Japão e) Grécia Questão 2 76/216 3. São exemplos de empresas que se utilizam das franquias como modelo de negócio para efetuarem sua distribuição física internacional: a) Natura e Avon b) Honda e Toyota c) Samsung e Apple d) HP e Lenovo e) Starbucks e Burguer King Questão 3 77/216 4. Lead time compreende o tempo: a) Do transporte da loja até o consumidor final b) Do pedido de compra até entrega da mercadoria c) Que a matéria prima demora para chegar na fábrica d) De desenvolvimento do produto e) De busca de fornecedores Questão 4 78/216 5. Qual é o nome dado à estratégia de empreendimento internacional que desenvolve o produto no país de origem e terceiriza sua fabricação para ou- tros com incentivos mais baratos ao seu custo de produção: a) Royalties b) Know-how c) Distribuição Física Internacional d) Joint Ventures e) Global Sourcing Questão 5 79/216 Gabarito 1. Resposta: D. Essa é a definição de Fusão ou Aquisição. 2. Resposta: C. Na Índia não se comem a carne de vaca pelo animal ser considerado sagrado. 3. Resposta: E. Todas as outras não possuem franquias em nenhum país, elas se utilizam de outros mo- delos de negócio para sua DFI. 4. Resposta: B. O lead time vai desde a abertura do pedido de compra até a chegada no cliente final. 5. Resposta: E. Esta é a definição de Global Sourcing. 80/216 Unidade 4 Logística internacional na prática Objetivos 1. Apresentar a complexidade das operações logísticas internacionais de exportação, desde seu planejamento até a execução propriamente dita, mostrando assim al- guns termos utilizados ao se realizar qual- quer operação logística internacional; 2. Apontar e definir a participação de alguns atores ao longo do processo de exporta- ção e importação; 3. Apresentar as modalidades de financia- mentos internacionais existentes e utili- zação de Drawback. Unidade 4 • Logística internacional na prática81/216 Introdução Os processos que envolvem as operações logísticas internacionais são amplamente complexos. Na teoria, as operações são bem definidas e planejadas, mas na prática a si- tuação não é tão simples quanto se parece. A globalização permitiu que a economia mundial crescesse e, consequentemente, os mercados se expandiram. Assim, os re- lacionamentos comerciais entre povos com interesses e culturas diferentes precisou evoluir na mesma velocidade. Hoje, temos um comércio eletrônico que não depende mais da existência de lojas físicas para vá- rios tipos de produtos e a cada dia recebe mais adeptos. As pessoas têm pressa, con- somem cada vez mais e exigem alta quali- dade. Ou seja, as empresas estão correndo atrás desse novo consumidor e, para isso, precisam estar preparadas para atendê-lo, mesmo que isso signifique ter que importar ou exportar. Um profissional que tenha o interesse em atuar na área de Logística Internacional terá que ser capaz de buscar informações do mercado para seu produto, planejar todo o processo de exportação, entender a atua- ção dos atores envolvidos no comércio ex- terno, estudar possíveis linhas de financia- mento (considerando que poucas empresas que estão começando a lidar com comércio exterior tenham autossuficiência financeira pra um investimento de grande porte como esse), enfim, ter uma visão sistêmica do iní- cio da cadeia produtiva ao consumidor final no exterior. O presente capítulo tem a inten- ção de abordar essa visão sistêmica com- Unidade 4 • Logística internacional na prática82/216 plexa do processo das operações logísticas internacionais bem como os incentivos e facilidades à prática da exportação como as linhas de financiamento. 1. Planejamento de exportação O sucesso na operação de exportação pas- sa por uma boa avaliação da capacidade ex- portadora da empresa, seguida da escolha correta do mercado alvo, partindo-se daí para o planejamento e execução do plano de exportação. Um check-list inicial é capaz de responder os reais interesses da empre- sa ao se envolver nesse processo, como por exemplo: vulnerabilidade do seu produto frente ao mercado internacional, competi- tividade da sua marca, viabilidade financei- ra, competência de recursos humanos para execução do plano de exportação e disposi- ção para efetuar mudanças no seu produto. A escolha do mercado alvo passa por dois tipos de análise: a pesquisa de dados co- letados diretamente no país e a utilização de fontes secundárias (termos conhecidos por Market research e Desk research, respec- tivamente). No mercado interno é possí- vel se utilizar de entrevistas, contatos com representantes e possíveis clientes, além daparticipação de feiras. No outro modelo, utiliza-se dados estatísticos sobre comer- cialização mundial dos produtos ou ainda informações geradas por instituições como as Câmaras de Comércio, federações de indústrias, consulados, embaixadas e ainda associações e entidades de classes. Unidade 4 • Logística internacional na prática83/216 Ludovico (2007) defende de forma resumi- da que um bom Plano de Exportação deve ser composto pelas seguintes etapas prin- cipais, detalhadas em seguida: a) Análise da situação da empresa; b) Análise dos mercados alvo; c) Conjuntura dos países alvo; Para saber mais As Câmaras de Comércio e Indústrias são socie- dades civis, sem fins lucrativos, constituídas com o aval oficial do país que representam e têm a fi- nalidade de estimular o comércio bilateral. No Brasil a maior e mais antiga câmara existente é a Amcham (American Chamber of Commerce for Brazil). Fundada em 1919, preocupa-se em auxi- liar empresários e investidores que querem en- tender o mercado interno, assim como brasileiros que querem fazer negócios nos EUA . Link Câmara americana de comércio para o Brasil, site que orienta parcerias e auxilia no entendimento do mercado interno para investidores externos e orienta investidores nacionais que são iniciantes na prática de exportação. <www.amcham.com. br> (acesso feito em 25 julho 2017) http://www.amcham.com.br http://www.amcham.com.br Unidade 4 • Logística internacional na prática84/216 como Análise SWOT que elabora um detalhamento das forças e fra- quezas internas e ameaças e opor- tunidades externas. b) Na análise dos mercados alvo é pre- ciso procurar a disponibilidade de fabricantes e fornecedores locais, os segmentos de mercado com po- tencial de compra, o perfil do con- sumidor, analisar a demanda do seu mercado se ela é suficiente para a quantidade que você irá oferecer e as tarifas para importação do seu produto. Nessa análise de mercados também deve haveruma atenção especial aos concorrentes, exami- nar os clientes, revistas, pesquisas na internet e realização de ben- chmarking. d) Estratégias de vendas e marketing e e) Plano de ação. a) A análise da situação da empresa deve se preocupar em avaliar 3 as- pectos importantes: a empresa, o produto e o mercado interno. A em- presa precisa ser avaliada quanto à sua capacidade industrial e finan- ceira, estrutura, organização co- mercial, disponibilidade de recur- sos, custos de produção, utilização de patentes. O produto deve ser avaliado quanto às suas vantagens competitivas, custo, preço, normas técnicas, embalagem a ser utiliza- da. E o mercado interno é avalia- do quanto aos riscos, tendências e oportunidades. Uma boa sugestão é a aplicação da técnica conhecida Unidade 4 • Logística internacional na prática85/216 Ainda nessa análise é preciso estudar as barreiras técnicas que podem representar entrave ao seu produto e definir os canais de distribuição física (toda a logística que envolverá, transportes, incoterms, acomodação, armazenagem, movimentação de carga, etc.). c) Conjuntura dos países alvo: a situação econômica do país, demografia, abertura para comércio exterior, incentivo a investidores externos, possibilidade de parceria junto a um acordo comercial, política internacional, etc. d) Definir estratégias de vendas e marketing: escolhe-se aqui qual será a estratégia de pro- moção do produto, ou seja, estuda-se a imagem que se quer comunicar, a marca, pro- paganda, participação em feiras e o melhor instrumento de promoção do produto (ca- Para saber mais Existe um departamento dentro do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) que foi criado para apoiar a indústria brasileira de exportação, facilitando as consultas para superação de barreiras técnicas, normalização e procedimentos de avaliação de conformidade. Chama-se CAINT – Coordenação Geral de Articulação Internacional. Fonte de pesquisa para consultas de normas e técnicas internacionais de produtos e eliminação de barreiras técnicas: <http://www.inmetro.gov.br/barrei- rastecnicas/introducao.asp> (Acesso: 25 jul. 2017) http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/introducao.asp http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/introducao.asp Unidade 4 • Logística internacional na prática86/216 tálogos, rotulagem, embalagem, site na internet, blog, redes sociais). Em seguida define-se as estratégias do produto, qual imagem ele deve ter, qual necessidade ele vai aten- der, os prazos e custos necessários para o desenvolvimento do pro- duto, características, embalagens, etiquetas, garantias, tecnologia de produção, fonte de matéria-prima, volume e suporte ao cliente. Com o produto pronto, passa-se para a estratégia de preços: definição do preço de exportação, política de desconto, modalidades de paga- mento, créditos e financiamentos. Outra estratégia a ser definida é em relação ao mercado: segmentos de mercado, perfil do cliente, forma de ingresso, seleção do parceiro, estu- do e limitação da concorrência. e) Plano de ação: essa etapa corres- ponde à execução das estratégias propriamente dita, ou seja, trata-se do que será feito para que tudo fun- cione como o planejado anterior- mente. Depois de tudo analisado e avaliado (empresa, mercado, paí- ses alvo e produto), pensa-se nas estratégias de investimento, finan- ciamento, ponto de equilíbrio, pro- jeções de fluxo de entradas e saídas e possíveis investidores externos. É nessa fase onde será definido o cronograma de implementação das atividades de exportação. Unidade 4 • Logística internacional na prática87/216 1.1 Atores envolvidos na Logís- tica Internacional Quando uma empresa decide exportar, além de cumprir a sugestão dada anteriormente de elaboração de um Plano de Exportação, ela precisará de algumas fontes de informa- ções sobre o mercado, onde se encontram alguns atores que atuam na Logística In- ternacional. Para o autor Ludovico (2007), é importante que se busque informação nas seguintes fontes: • Ministério da Indústria, Comércio Ex- terior e Serviço; • Câmaras de comércio; • Embaixadas estrangeiras; • Associações de exportadores; • Institutos de embalagem; • Organização para a Cooperação e De- senvolvimento Econômico (OCDE); • Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNC- TAD); • Fundo Monetário Internacional (FMI); • Banco Mundial; • Centro Internacional de Comércio (UNCTAD); • Associação de importadores no exte- rior; • Nações Unidas (possui publicações estatísticas) • Banco do Brasil Unidade 4 • Logística internacional na prática88/216 • Caixa Econômica Federal • Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social - BNDES Esses atores citados são fundamentais para a busca de informações sobre o mercado e também para atenderem as demandas das empresas quando necessitam de financia- mento para exportação (seja para conse- guir apoio para a produção de produto para exportação, seja para finalizar processos de exportação com produto já embarcados, não interessando o tamanho da empre- sa(pequeno, médio ou grande porte). Ainda de acordo com o autor, após a pes- quisa de mercado encerrada, financiamen- to feito e produto pronto para embarcar, entram em cena os atores da negociação propriamente dita: • Agente: um especialista em comércio exterior • Empresas comerciais exportadoras: contratadas caso a empresa não te- nha interesse em exportas permanen- temente; • Trading: empresa especializada em negociações no exterior e ainda; • Consórcios de exportação: que é um grupo de empresas com interesses comuns em exportação. • Broker: que é um corretor de bens es- pecialista em um certo tipo de produ- to. Unidade 4 • Logística internacional na prática89/216 1.2 – Terminologias na Logísti- ca Internacional Existem alguns termos que são peculiares à Logística Internacional e Comércio Exterior. Existem os Incoterms que são termos inter- nacionais de comércio exterior que são si- glas utilizadas nos contratos internacionais de compra e venda nas áreas de exportação e importação. Esses termos serão estuda- dos no próximo capítulo. Mas estaremos abordando a seguir alguns outros termos e definições importantes para a Logística In- ternacional. Ludovico (2007) nos apresenta alguns ter- mos a seguir, que são de uso comum na Lo- gística Internacional, geralmente em inglês. Com relação a movimentação de carga e fretes: • Container: contentor ou cofres de car- gas; • Armador: transportador marítimo, proprietário ou locatário do navio; • Frete gross – terms: frete cobrado de cais a cais com movimentação da car- ga nas instalações portuárias; • Frete liner - terms: frete de cais a cais (píer) • Frete free – in: frete sem despesa com carregamento para bordo; • Frete free-out: frete sem despesas com descarga; Unidade 4 • Logística internacional na prática90/216 • Frete free in and out: frete sem as des- pesas de carregamento e descarga; • Frete free in, out and stowed: frete sem despesas de carregamento, descarga e arrumação da carga nos porões do navio; • Lay time: Tempo gasto na operação de carga e descarga • Voyage charter: contrato de transpor- te marítimo em que o afretador paga por uso de espaço por uma ou mais viagens; • Time charter: o afretador contrata o uso do navio por tempo determinado. Outros termos relativos aos terminais de operação de carga, multimodais de carga, impostos nas operações logísticas interna- cionais entre outros, que serão devidamen- te abordados nos futuros capítulos que tra- tarão de cada um em específico. No entanto, existe um termo relacionado aos custos de exportação que é muito im- portante abordar, trata-se de um regime aduaneiro conhecido por Drawback. Para saber mais A palavra Drawback vem do inglês e é a junção de draw + back, significando receber de volta. O regime foi criado em 1966 e ao longo do tempo evoluiu para o modelo Drawback Integrado, com
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