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Logística Internacional

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Logística Internacional
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2/216
Logística Internacional
Autoria: Juliana da Silva e Sousa Heinrich
Como citar este documento: HEINRICH, Juliana da Silva e Sousa. Logística Internacional. Valinhos: 2017.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Globalização 05
Unidade 2: Importação e exportação 32
Unidade 3: Planejamento das operações logísticas internacionais 56
Unidade 4: Logística internacional na prática 80
Unidade 5: Termos, riscos e seguros no comércio internacional 103
Unidade 6: Transporte internacional de cargas 127
Unidade 7: Embalagens, terminais e impostos 155
Unidade 8: Mercadorias, fiscalização, órgãos e documentos 181
2/216
3/216
Apresentação da Disciplina
A disciplina de Logística Internacional abor-
da os importantes aspectos da atuação da 
Logística como ferramenta de apoio aos 
trâmites de comércio entre os países. Ape-
sar de ser um termo relativamente recente, a 
Logística Internacional já existe como ferra-
menta de melhoria das negociações comer-
ciais desde a época da utilização do escam-
bo, mesmo ainda na Idade Antiga. Os povos 
que moravam perto de grandes rios ou que 
moravam nos litorais foram os principais 
responsáveis por se desenvolverem nas na-
vegações e tecnologias desse tipo de trans-
porte. A grande motivação da evolução da 
Logística Internacional, como uma discipli-
na de estudo ou ferramenta de negociação, 
é a Globalização que permitiu que os países 
pudessem evoluir suas relações comerciais, 
comercializando seus produtos, seus servi-
ços e suas inovações tecnológicas. Nenhum 
país é capaz de produzir sozinho todos os 
insumos necessários para atender sua na-
ção, todos demandam uma troca, quer seja 
no âmbito de matéria-prima para produ-
ção do seu insumo, quer seja produto aca-
bado, ou ainda tecnologia de produção. O 
funcionamento da Cadeia de Suprimentos 
em nível internacional também será breve-
mente abordado nessa ementa. A intenção 
é que o aluno seja capaz de atuar nas áreas 
relativas ao comércio exterior, entendendo 
seus termos, seus trâmites comerciais, as 
ferramentas de planejamento, estratégias 
e estudos relacionados à exportação de 
um produto. Bem como, o aluno deve ser 
capaz de conhecer as operações logísticas 
4/216
que envolvem os atores de comércio exte-
rior, documentação, transporte de cargas 
e outros agentes envolvidos nesse proces-
so cheio de variáveis que rodeia a Logística 
Internacional.
5/216
Unidade 1
Globalização
Objetivos
1. Apresentar a evolução histórica das 
relações comerciais entre os países;
2. Conceituar Logística Internacional;
3. Apresentar a importância da Logística 
nas relações internacionais de comér-
cio e dentro da Cadeia de Suprimen-
tos;
4. Posicionar o Brasil nas relações inter-
nacionais de comércio.
Unidade 1 • Globalização6/216
Introdução 
As relações comerciais entre os países co-
meçaram a existir desde a Idade Antiga. 
Sabe-se que as grandes potências comer-
ciais eram situadas no Egito, na Mesopotâ-
mia, em Creta e na Fenícia. Nessa época, o 
comércio era predominantemente terres-
tre, sendo evoluído posteriormente através 
do mar Mediterrâneo. A Mesopotâmia, por 
exemplo, era conhecida por estar na área do 
crescente fértil - o nome Mesopotâmia quer 
dizer “entre rios”, no caso Tigre e Eufrates. 
Essa localização permitia que seu comércio 
estivesse relacionado com a agricultura de 
regadio, o que significa que os alimentos 
cultivados dependiam das cheias dos rios 
para depositarem materiais férteis (húmus) 
nas margens e consequentemente sucesso 
da produção. Todas as regiões citadas pos-
suíam em comum a proximidade com o li-
toral e a necessidade do desenvolvimento 
de técnicas, tanto para o armazenamento 
dessa produção quanto para o escoamen-
to desses produtos. Existem relatos muito 
antigos da evolução de técnicas de arma-
zenagem e conservação de produtos agrí-
colas. Independente da veracidade ou não 
do fato, é possível encontrar até em textos 
como os da Bíblia Sagrada algumas histó-
rias da preocupação dos povos antigos em 
se conservar, armazenar e comercializar ali-
mentos. O exemplo bíblico, no caso, é sobre 
um episódio de fome que durou 7 anos nas 
regiões próximas ao Egito e que foi sanado 
em função das técnicas de produção, arma-
zenagem e comércio elaboradas pelo go-
vernador hebreu da época, o famoso José 
do Egito. 
Unidade 1 • Globalização7/216
1. A expansão do comércio rumo 
à globalização
A Idade Antiga foi marcada por um comér-
cio predominantemente terrestre entre as 
nações. O surgimento do comércio maríti-
mo se deu já no final dessa época e início da 
Idade Média com a hegemonia da cidade de 
Constantinopla fazendo a ligação do Oci-
dente para o Oriente.
O grande salto de evolução das técnicas de 
produção, armazenagem e, agora a nave-
gação, se deu na época das “Cruzadas”. De 
acordo com HUBERMAN (2010, p.27): 
Para saber mais
A história bíblica, que narra os detalhes interes-
santes da provisão de alimentos ao povo egípcio e 
aos povos da redondeza que passaram fome, pode 
ser lida no livro de Gênesis ao longo do capítulo 
41. O texto mostra como o governador foi capaz 
de armazenar uma produção de grãos ao longo de 
7 anos e prover suprimentos para toda uma nação 
nos 7 anos de escassez que se seguiram. 
Unidade 1 • Globalização8/216
As Cruzadas levaram novo ímpeto ao comércio. Dezenas de milhares de 
europeus atravessaram o continente por terra e mar... Necessitavam de 
provisões durante todo o caminho e os mercadores os acompanhavam a 
fim de fornecer-lhes o que precisassem. Os cruzados que regressavam de 
suas jornadas ao Ocidente traziam com eles o gosto pelas comidas e rou-
pas requintadas que tinham visto e experimentado. Sua procura criou um 
mercado para esses produtos. Além disso, registrou-se um acentuado au-
mento na população, (...) e esses novos habitantes necessitavam de mer-
cadorias. Parte dessa população não tinha terras e viu nas Cruzadas uma 
oportunidade de melhorar sua posição na vida. 
Alguns séculos adiante, entre os séculos XV, XVI e XVII, já na época das expedições marítimas em 
busca de valiosas especiarias, encontramos a transição dos modelos econômicos de governo, 
esta em queda o feudalismo para a ascensão do capitalismo. Consequentemente o nascimento 
de uma sociedade burguesa altamente favorável ao consumo. Mas, os produtos cobiçados na 
época eram monopolizados pelas rotas das cidades mediterrâneas, então a burguesia começou 
a patrocinar expedições em busca de novas rotas para comercialização dos tão desejados cravos, 
canelas, pimentas e temperos da Índia. 
Unidade 1 • Globalização9/216
Nesse momento, estamos tratando da Ida-
de Moderna e das mudanças ocorridas nas 
sociedades e na economia a partir das re-
lações comerciais do Mercantilismo e que 
culminaram no que hoje chamamos de 
Globalização. Essa economia de mercado 
evolui em função de fatores como o desen-
volvimento de rotas comerciais, aumento 
de áreas urbanas, evolução nas técnicas de 
navegação, acúmulo de metais preciosos e 
necessidade de matérias-primas para pro-
dução dos mais variados gêneros industriais 
de produtos. 
Passando para a Idade Contemporânea en-
tramos na fase de Revolução Industrial, que 
modifica todos os modos de produção e pos-
sui um avanço mais agressivo na tecnologia. 
O mundo agora busca novos mercados para 
suprirem o aumento nas produções e a pre-
sente ruína deixada no período pós Primeira 
Guerra Mundial. O crescimento se mostrava 
urgente e a resposta econômica foi positi-
va consolidando ainda mais os acordos en-
tre países, resultando na crescente expan-
são dos mercados. As relações comerciais 
agora são globais e não existe como pensar 
apenas em suprir um mercado interno.
Ainda, nessa época não existia o termo Lo-
gística Internacional, mas essa necessidade 
de provisão de produtos diferentes dos que 
existem na região do consumidor final foi o 
tiro inicial para o desenvolvimento das práti-
cas que a envolvem. Tudo oque está relacio-
nado ao planejamento do transporte e co-
mércio de mercadorias entre países é o que 
é tratado e estudado pela Logística Interna-
cional. 
Unidade 1 • Globalização10/216
Já em época de Globalização os custos tra-
dicionais do produto, como matéria-prima 
e mão de obra estão reduzidos pelos avan-
ços tecnológicos. A preocupação agora gira 
em torno de outros fatores conhecidos por 
custos globais como: 
• Decisão de localização das empresas 
que irão privilegiar países que ofere-
cem subsídios (terrenos, isenção de 
impostos, isenção de instalações);
• Escolha de compra pelo consumidor 
que privilegiará entrega mais rápida e 
produto personalizado.
Os mercados globais são mais exigentes e 
se preocupam com a competitividade do 
preço, com o nível de serviço oferecido pelo 
cliente e com a flexibilidade do fornecedor 
em atender mudanças rápidas. Esses no-
vos aspectos de um mundo pós-moderno 
começam a ser atendidos pelo desenvolvi-
mento das ferramentas de Logística e todo 
seu funcionamento dentro da Cadeia de Su-
primentos. 
2. A importância da logística in-
ternacional
2.1 Logística Internacional den-
tro da Cadeia de Suprimentos
O termo “Logística” era inicialmente usado 
em contextos militares para designar as ati-
vidades relativas à obtenção, manutenção e 
transporte tanto de material quanto de pes-
soal e instalações utilizadas em situações 
Unidade 1 • Globalização11/216
de guerras. Aliás, faz todo sentido atribuir seu significado ao ramo militar, pois as conquistas de 
novas terras e novas rotas foram desenvolvidas pelos militares em obediência aos seus líderes de 
governo e muitos reis também participavam das conquistas. 
Mas esse conceito saiu desse âmbito e passou a ser utilizado no ramo empresarial num contexto 
mais amplo. Agora, existe uma necessidade de se colocar um produto numa prateleira para ser 
comprado por um consumidor. Todo o desenvolvimento de projeto desse produto, funcionamen-
to da linha de produção, aquisição da matéria-prima para sua elaboração, embalagem e trans-
porte até o consumidor final- assim como seu descarte ou retorno à cadeia de produção para 
reaproveitamento -, compõem as atividades que são controladas pelo que conhecemos como 
Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Para Mentzer (2001, p.07), esse Gerenciamento nada 
mais é que a 
Coordenação estratégica sistemática das tradicionais funções de negócios 
e das táticas ao longo dessas funções de negócios no âmbito de uma de-
terminada empresa e ao longo dos negócios no âmbito da cadeia de su-
primentos, com o objetivo de aperfeiçoar o desempenho a longo prazo 
das empresas isoladamente e da cadeia de suprimentos como um todo. 
(MENTZER, 2001, p.07)
Unidade 1 • Globalização12/216
Dentro de cada uma dessas etapas da Ca-
deia de Suprimentos podemos encontrar 
ferramentas da Logística para melhor exe-
cução de cada uma delas.
Cada etapa que compõe a Cadeia de Supri-
mentos pode ser “operacionalizada por al-
guma prática dentro da Logística. Por isso, 
todas devem ser muito bem pensadas para 
responder o interesse do consumidor final 
que baseia suas decisões em alguns valo-
res antes de adquirir determinado produto. 
Segundo Novaes (2001, p.142), existem seis 
elementos que impulsionam o consumidor 
típico a tomarem as decisões de compra:
Para saber mais
Em 1963 foi criado nos EUA um Conselho de Pro-
fissionais em Gerenciamento da Cadeia de Supri-
mentos (CSCMP – sigla em inglês). Eles são res-
ponsáveis por desenvolver suporte para o desen-
volvimento de carreira, oportunidades educacio-
nais, rede de contatos e certificações profissio-
nais para seus membros. É uma forte referência 
nas definições dos termos e estudos relacionados 
à Logística e Cadeia de Suprimentos. 
Link
Conselho de Profissionais em Gerenciamento da 
Cadeia de Suprimentos no seguinte link: <www.
cscmp.org> (acesso feito em 29 Junho 2017)
http://www.cscmp.org
http://www.cscmp.org
Unidade 1 • Globalização13/216
• A informação sobre o produto, seu 
preço, uso, restrições de funciona-
mento, vantagens competitivas etc.;
• O produto em si mesmo, na forma e 
na qualidade desejadas;
• A posse do produto no momento de-
sejado, representado pelo cumpri-
mento dos prazos prometidos e acor-
dados no que se refere à entrega do 
produto adquirido;
• A gratificação ou prazer pessoal ou 
familiar no uso ou consumo do produ-
to adquirido;
• A relação de confiança e parceria com 
o varejista, que é concretizada através 
da atenção pessoal, honestidade, ma-
nutenção permanente dos padrões de 
qualidade etc., por parte do comer-
ciante;
• A continuidade na relação entre con-
sumidor e varejista, que caracteriza a 
fase de pós-venda (garantias, servi-
ços de manutenção e consertos etc.).
As etapas da Logística que colaboram para 
a eficiência do gerenciamento da cadeia de 
suprimentos podem ser agrupadas da se-
guinte forma:
• Logística de Suprimento: gerencia-
mento de materiais, compras, pre-
visão de demanda, planejamento de 
necessidades e produção, estoque, ar-
mazenagem, manuseio de materiais, 
embalagem, localização de plantas de 
produção, etc.;
Unidade 1 • Globalização14/216
• Logística de Distribuição Física: trans-
porte, roteirização de veículos, ser-
viço ao consumidor, estoque de pro-
dutos acabados, marketing, vendas, 
localização de centros de distribuição, 
etc.;
• Logística Internacional: exportação, 
importação, pesquisa de mercado, 
localização de plantas ou centros de 
distribuição, transportes internacio-
nais, multimodais, unitização de car-
gas em contêiner, etc.;
• Logística Reversa: reciclagem, rema-
nufatura, reuso, retorno de produtos, 
reforma, disposição de resíduos, etc.. 
Todas as ferramentas citadas acima in-
teragem entre si, cada uma em sua espe-
cificidade. Focando apenas no escopo da 
disciplina, podemos resumir que quando 
o produto está pronto e existe o interesse 
em comercializá-lo em outro país, ou ainda 
quando existe o interesse em comercializar 
um tipo de matéria-prima, tecnologia ou 
serviço que não existem no país de origem 
Link
O Ministério do Meio Ambiente é o responsável 
por regularizar e apoiar projetos que estimulem 
a reciclagem. Confira seu website em: <www.
mma.gov.br>
www.mma.gov.br
www.mma.gov.br
Unidade 1 • Globalização15/216
de desenvolvimento do produto, as práticas de logística que entram em ação encontram-se na 
Logística Internacional. 
2.2 Logística Internacional no Brasil
A história do Brasil, desde a época do descobrimento até a Proclamação da República, não possui 
muitos avanços no que diz respeito ao comércio internacional. Segundo Ludovico (2007, p.05) 
existia basicamente:
• Extração predatória dos recursos naturais existentes no Brasil, principalmente 
o pau-brasil pelo seu apreciável valor na indústria de corantes de tecidos.
• Cultura de cana-de-açúcar em Pernambuco e São Vicente, graças às capita-
nias hereditárias.
• Aparecimento de outras culturas, como algodão e fumo, para atender com-
promissos portugueses na Europa.
Unidade 1 • Globalização16/216
• Exploração de ouro em Minas Gerais – embora beneficiasse apenas Portugal, o 
ciclo do ouro teve um efeito estratégico, deslocando o panorama econômico 
do Brasil do Nordeste para o Sul, propiciando novas culturas, como a do café, 
por exemplo.
• Vinda da Família Real para o Brasil, com a consequente abertura dos portos às 
nações amigas.
Após esse período exploratório das nações europeias no Brasil, pode-se dizer que a atuação bra-
sileira no sentido de exportação foi, no início, sempre de caráter agrícola e a importação ficou 
restrita aos produtos manufaturados. É possível dizer que apenas no período pós Segunda Guer-
ra Mundial que houve aumento significativo nas relações comerciais internacionais do Brasil, 
incluindo um ciclo industrial competitivo no mercado externo.
Nos dias de hoje, sobre nossa balança comercial, podemos dizer que o nosso país é um grande 
exportador de commodities, sendo a soja a mercadoria de maiorvolume nesse sentindo, seguida 
do minério de ferro e de óleos brutos derivados do petróleo. Dentre os produtos manufaturados, 
a lista vem liderada pelos automóveis, seguida de aviões e outros manufaturados.
Unidade 1 • Globalização17/216
A entidade responsável por controlar as ope-
rações relativas à Logística Internacional no 
país é o Ministério do Desenvolvimento, In-
dústria e Comércio Exterior do Brasil.
Existe uma agenda de Gestão Estratégica 
das competências relativas ao Ministério, 
comprometida com o desenvolvimento do 
setor produtivo nacional em prol da abertu-
ra do comércio internacional, desburocrati-
zação, inovação e atração de investimentos. 
Veja na figura 1 o Mapa Estratégico estabe-
lecido pelo Ministério para atingir esses ob-
jetivos. 
Para saber mais
O MDIC publica semanalmente, em seu site, os 
dados da balança comercial brasileira, detalhan-
do os valores de exportação e importação feitos 
pelo país, incluindo análise mensal. 
Link
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Co-
mércio Exterior do Brasil. Nesse site é possível en-
contrar todas as informações atuais da situação 
do Brasil frente ao comércio no mundo. Confira o 
website em: <www.mdic.gov.br> (acesso feito 
em 29 Junho 2017)
http://www.mdic.gov.br
Unidade 1 • Globalização18/216
Figura 1: Mapa Estratégico 2016-2019 do MDIC
Unidade 1 • Globalização19/216
Fonte: Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior (2017)
Uma grande vantagem do Brasil frente à exportação é a sua grande extensão de costa marítima 
e grande navegabilidade de seus rios. O Brasil possui hoje 37 portos públicos organizados, sendo 
o Porto de Santos o maior deles com uma extensão de 13km.
Unidade 1 • Globalização20/216
Link
Informações sobre o regime portuário nacio-
nal podem ser encontradas no site do Ministério 
dos Transportes, Portos e Aviação Civil: <http://
www.portosdobrasil.gov.br/> (acesso feito em 
30 Junho 2017)
Informações sobre o porto de Santos podem ser 
encontradas no site da CODESP: <http://www.
portodesantos.com.br/> (acesso feito em 30 
Junho 2017)
http://www.portosdobrasil.gov.br/
http://www.portosdobrasil.gov.br/
http://www.portodesantos.com.br/
http://www.portodesantos.com.br/
Unidade 1 • Globalização21/216
Glossário
Mercantilismo: Houaiss (2001) “Teoria e sistema de economia política, dominantes na Europa 
após o declínio do feudalismo que, baseados no acúmulo de divisas em metais preciosos pelo 
Estado por meio de um comércio exterior de caráter protecionista, fortaleceram o colonialismo 
e proporcionaram o desenvolvimento industrial, com resultados lucrativos para as balanças co-
merciais.”
Globalização: Houaiss (2001) (1) “Espécie de mercado financeiro mundial criado a partir da união 
dos mercados de diferentes países e da quebra das fronteiras entre esses mercados.” (2) “Inte-
gração cada vez maior das empresas transnacionais, num contexto mundial de livre comércio 
e de diminuição da presença do Estado, em que empresas podem operar simultaneamente em 
muitos países diferentes e explorar em vantagem própria as variações nas condições locais.” 
Roteirização de veículos: utilização de métodos, modelos matemáticos e softwares para a pro-
gramação de rotas específicas para os veículos transportadores, sejam eles terrestres (cami-
nhões, trens), sejam marítimos (navios), seja transporte de carga, seja transporte de pessoas 
(ônibus, metrô).
Unidade 1 • Globalização22/216
Glossário
Commodities: produtos tipo exportação que não sofrem alterações, de baixo valor agregado e 
que possuem seus preços negociados pelas bolsas de valores internacionais. Geralmente são 
produtos agrícolas ou produtos obtidos na natureza sem muitas alterações. Ex.: grãos, frutas, 
minérios, madeira, borracha.
CSCMP: Council of Supply Chain Management Professionals – Conselho de Profissionais em Geren-
ciamento da Cadeia de Suprimentos. 
MDIC: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil 
CODESP: Companhia Docas do Estado de São Paulo
Questão
reflexão
?
para
23/216
A empresa onde você trabalha é responsável pela produção de 
um produto que atende bem ao mercado interno. Possui uma li-
nha de produção eficiente, com uma qualidade aceitável nesse 
mercado, prazos de entrega que cumprem bem o esperado pelo 
consumidor. Imagine que, em função de uma grande crise econô-
mica, os sócios da empresa queiram expandir o negócio partindo 
para o mercado internacional e desafiem você, o responsável pela 
Logística de Suprimentos, a assumir um novo cargo: o desenvol-
vedor da Logística Internacional da empresa. Pense em todos os 
aspectos que você deverá cuidar no seu novo departamento para 
que essa expansão comercial seja bem-sucedida. 
24/216
Considerações Finais
• A evolução dos relacionamentos comerciais resultou no que hoje conhece-
mos por Globalização e provocou o desenvolvimento das práticas em Logís-
tica Internacional;
• A Logística Internacional possui forte papel dentro do Gerenciamento da 
Cadeia de Suprimentos, atuando em todas as atividades relativas ao pro-
cesso de exportação e importação de produtos finais, serviços ou matérias-
-primas;
• O Brasil está numa posição de grande atuação no mercado internacional, 
logo com grandes potenciais de desenvolver uma Logística Internacional 
eficiente;
• O Brasil é um país rico em commodities e grande parcela da sua exportação 
é graças a essas mercadorias.
Unidade 1 • Globalização25/216
Referências
HUBERMAN, Leo. “História da riqueza do homem: do feudalismo ao sec. XXI.” 22a edição, 2010, Ed-
itora LTC, São Paulo.
BALLOU, Ronald H. “Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos / Logística Empresarial”. 5a edição, 
2006, Editora Bookman, Porto Alegre.
HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro de Sales. “Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa”. 1a edição, 
2001, Editora Objetiva, Rio de Janeiro.
MENTZER, JOHN T. et al. “Defining Supply Chain Management”, Journal of Business Logistics, Vol. 
22, no. 2 (2001), págs. 1-25. 
NOVAES, Antônio Galvão. “Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação 
e avaliação”. 2a edição, 2001, Editora Campus, Rio de Janeiro.
LUDOVICO, Nelson. “Logística Internacional: um enfoque em comércio exterior”. Edição Revista e 
Atualizada, 2007, Editora Saraiva, São Paulo.
BRASIL. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR. Mapa Es-
tratégico 2016-2019. Disponível em: <www.mdic.gov.br>. Acesso em: 07 jul.2017.
http://www.mdic.gov.br
26/216
1. Em que contexto o termo “Logística” foi desenvolvido:
a) Crescimento das cidades 
b) Práticas militares
c) Linhas de produção industriais
d) Comercialização entre países
e) Tecnologia dos transportes
Questão 1
27/216
2. Dentro da Logística Internacional, qual atividade dentre as abaixo rela-
cionadas NÃO faz parte do seu escopo:
a) Reciclagem de produtos
b) Exportação
c) Disposição de carga em contêiner
d) Roteirização de veículos
e) Importação
Questão 2
28/216
3. Os elementos relacionados abaixo contemplam fatores importantes na 
tomada de decisão por parte do consumidor ao adquirir um produto, EX-
CETO:
a) Qualidade do produto
b) Preço do produto
c) Prazo de entrega
d) Veículo escolhido para entrega
e) Garantia de funcionamento
Questão 3
29/216
4. Um dos produtos, dentre os relacionados abaixo, NÃO faz parte da lista de 
commodities exportadas pelo Brasil
a) Minério de ferro
b) Subprodutos do petróleo
c) Soja
d) Laranja
e) Automóveis
Questão 4
30/216
5. O Brasil é exportador de produtos manufaturados e o produto que lide-
ra essa lista de exportação é:
a) Suco de laranja
b) Automóvel
c) Celular
d) Avião
e) Calçados
Questão 5
31/216
Gabarito
1. Resposta: B.
Logística era um termo utilizado para o de-
senvolvimento das práticas militares de su-
primento de material, pessoas e instalações 
de guerra.
2. Resposta: A.
A reciclagem de produtos é uma ferramenta 
aplicada pela Logística Reversa. 
3. Resposta: D.
A responsabilidade por determinaro veículo 
a ser utilizado é da Logística de Distribuição 
e não faz parte da preocupação do consu-
midor.
4. Resposta: E.
Por ser um produto manufaturado o auto-
móvel não é classificado como uma commo-
ditie.
5. Resposta: B.
Os automóveis são responsáveis por enca-
beçar a lista de produtos manufaturados 
para exportação.
32/216
Unidade 2
Importação e exportação
Objetivos
1. DApresentar as sistemáticas de ope-
rações internacionais de importação 
e exportação no Brasil.
2. Apresentar as razões para importar e 
a política brasileira para importação.
3. Discutir as razões para exportar e os 
personagens que participam das ope-
rações de exportação.
4. Apresentar os tipos e os mercados co-
muns de comércio entre os países.
Unidade 2 • Importação e exportação33/216
Introdução
Os procedimentos para importação de um produto no Brasil seguem uma sistemática estabe-
lecida pelo governo. Nem sempre foi fácil importar no Brasil. Podemos dizer que todas as facili-
dades que encontramos nos dias atuais devem-se aos avanços obtidos a partir de 1990, quando 
tivemos no nosso país um cenário de diretrizes do governo pró importação, quando o país estava 
no início do governo de Fernando Collor.
Para Ludovico (2007, p.113):
Houve basicamente duas frentes em prol da importação: uma delas pro-
moveu a desregulamentação da importação de produtos de consumo no 
país que estavam suspensos; a outra buscava mudanças na política tarifa-
ria, cuja alíquota média de 35% foi diminuída para 20%, com substancial 
redução para bens de capital, cujas tarifas baixavam para 0% desde que 
esses bens não fossem fabricados no país.
Ao se falar em exportação, temos aspectos mais abrangentes para serem tratados como, por 
exemplo, a necessidade de elaboração de um plano estratégico de exportação que contemple 
estudos do mercado (onde se deseja exportar, sua legislação, métodos de venda, cálculos de 
Unidade 2 • Importação e exportação34/216
preços competitivos, qualidade exigida pelo 
marcado, etc). Algumas empresas emper-
ram suas vendas no exterior porque não 
adequam seus produtos ao novo mercado 
ou por não saberem elaborar uma pesquisa 
que retorne as informações com a profun-
didade necessária. 
1. Sistemática de importação
1.1 Panorama internacional 
Para que um país demostre o interesse em 
importar algum produto, muitos fatores são 
levados em consideração. Do ponto de vista 
da mercadoria, podemos dizer que o acesso 
à novas tecnologias, a escassez ou inexis-
tência do produto no mercado interno e a 
qualidade são grandes motivadores.
Quando voltamos o olhar para o mercado 
interno é possível perceber que a importa-
ção permite o acesso a preços dos mercados 
concorrentes, como também às tendências 
que podem ter sido fruto de participações 
em eventos e feiras internacionais, ou ainda 
fruto de fusões e aquisições entre empresas.
Para saber mais
A maior Feira de negócios do Mundo é a Feira de 
Cantão, realizada duas vezes por ano na cidade de 
Guangzhou, na China, desde 1957, nos meses de 
abril e outubro. Ela acontece em uma área útil de 
mais de 1 milhão de m2, com mais de 60 mil es-
tandes de expositores e exposição de mais de 150 
produtos de diversas áreas de negócio.
Unidade 2 • Importação e exportação35/216
Para o governo de um país, a importação 
pode melhorar o relacionamento entre go-
vernos de países distintos e, a partir disso, 
criam-se os mercados comuns. Uma das 
propostas para que haja uma livre circulação 
de bens, serviços, trabalhadores e capital é 
a redução das barreiras tarifárias, não-ta-
rifárias e de medidas de efeito equivalente. 
Busca-se uma política comercial uniforme 
comum entre os países participantes, com 
a adoção de uma tarifa externa comum, co-
ordenação das políticas macroeconômicas 
e harmonização das políticas alfandegá-
rias, tributárias, fiscal, cambial, monetárias, 
de investimento, de comércio exterior, de 
serviços, de transportes, de comunicações, 
agrícola, industrial, trabalhista entre outras. 
Podemos citar o MERCOSUL como sendo 
um dos frutos desses tratados entre gover-
nos com interesses comuns de comércio ex-
terior. Esse importante acordo possui como 
principais objetivos o aumento e diversifi-
cação da oferta de bens e serviços com pa-
drões comuns de qualidade, seguindo nor-
mas internacionais, propiciando economia 
de escalas, a busca permanente de pautas 
comuns para o desenvolvimento sustentá-
vel dos recursos regionais e o aumento da 
participação dos setores privados no pro-
cesso de integração. Os países que fazem 
parte junto com o Brasil são: Argentina, Pa-
raguai e Uruguai. 
Unidade 2 • Importação e exportação36/216
Outro tratado econômico que o Brasil faz 
parte é o ALADI, um tratado instituído em 
1980 que visa a implantação de um merca-
do latino americano que adote preferências 
tarifárias. É composto por treze países: Bra-
sil, México, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, 
Uruguai, Venezuela, Cuba, Panamá, Bolívia, 
Paraguai e Equador. 
As tentativas para o livre comércio entre as 
nações desenvolveram outros acordos in-
ternacionais. Uma tentativa de união em 
um grande bloco das Américas foi o ALCA, 
uma iniciativa dos Estados Unidos na época 
do governo de Bill Clinton, mas que teve sua 
proposta recusada em 2005. A causa dessa 
recusa foi a diferença entre as economias 
dos países envolvidos e o seu proponente, 
já que a entrada de produtos americanos 
em larga escala nos países em desenvolvi-
mento poderia desencadear uma série de 
desempregos.
Ainda assim, os Estados Unidos, juntamen-
te com o México e Canadá, integram um ou-
tro bloco econômico que une os países da 
América do Norte, tendo também o Chile 
como associado: o NAFTA.
Na Europa o acordo que configura uma união 
monetária entre as nações é a União Euro-
Link
Página que contém informações sobre a integra-
ção entre os países que compõem o MERCOSUL. 
<www.mercosul.gov.br> (visualizado em julho 
2017)
http://www.mercosul.gov.br
Unidade 2 • Importação e exportação37/216
peia, criada após a Segunda Guerra Mundial 
e com a participação de 28 países inicial-
mente. É um acordo que ganhou forças em 
função da criação do Euro como moeda uni-
ficada, mas as crises econômicas e possíveis 
mudanças políticas na Europa levaram a Grã 
Bretanha a questionar, em 2016, através de 
um referendo popular, sua permanência ou 
não nesse bloco econômico, aprovando ou 
reprovando o Brexit..
1.2 Panorama brasileiro 
Toda a regulamentação do procedimento 
de importação é feita pelo Ministério do De-
senvolvimento de Indústria e Comércio Ex-
terior do Brasil. Toda a sistemática é feita de 
maneira eletrônica pelo SISCOMEX. 
Importar é introduzir em um país uma mer-
cadoria procedente de outro. De maneira 
Para saber mais
O termo “Brexit” é a união das palavras “Britain” 
e “Exit” que significam a saída do Reino Unido da 
União Europeia. 
Link
Página que contém informações sobre o portal 
eletrônico de controle das operações de exporta-
ção e importação que acontecem no Brasil.
<www.portal.siscomex.gov.br> (visualizado 
em julho 2017)
http://www.portal.siscomex.gov.br
Unidade 2 • Importação e exportação38/216
geral, o procedimento de importação de um 
produto contempla os seguintes tópicos:
• Verificar a classificação fiscal de um 
produto;
• Consultar a alíquota de imposto devi-
do de cada produto;
• Verificar a necessidade de licencia-
mento do produto.
A maior responsável pela oneração do pro-
duto importado é a carga tributária que se 
incide:
• Imposto sobre Importação (II);
• Imposto sobre Produto Industrializa-
do (IPI);
• Imposto sobre Circulação de Merca-
dorias e Serviços (ICMS);
• Contribuição para o financiamento da 
seguridade social (COFINS);
Programa de Integração Social – PIS Impor-
tação
De acordo com Goyos Júnior (2000, p.87), a 
importação pode ser de dois tipos:
Unidade 2 • Importação e exportação39/216
• Definitiva: a mercadoria estrangeira importada é nacionalizada, inde-
pendentemente da existênciade cobertura cambial, o que significa a 
possibilidade de integrá-la à massa de riquezas do país com a transfe-
rência de propriedade do bem para qualquer pessoa aqui estabelecida.
• Não definitiva: nestas não ocorre a nacionalização. São casos, por exem-
plo, de mercadorias importadas sob regime aduaneiro especial de Ad-
missão temporária (exemplo: participar de feira de exposições, prêmio 
de Fórmula 1 ), no qual, após sua permanência no país, essas mercado-
rias são reexportadas. 
Quanto ao desembaraço aduaneiro, as mercadorias importadas podem estar posicionadas em 4 
canais: verde, amarelo, vermelho e cinza. Se a mercadoria já estiver no canal verde é porque o re-
gistro de desembaraço aduaneiro é automático, o que significa que a mercadoria já está liberada 
para ser retirada de seu local de armazenamento na alfândega ou porto seco. No canal amarelo, 
a mercadoria já foi informada no SISCOMEX e está na fiscalização realizando exame documental. 
No canal vermelho, significa que o produto a ser importado pode estar com alguma irregulari-
dade por declaração ou classificação fiscal incorreta, daí faz-se necessário a realização do exa-
Unidade 2 • Importação e exportação40/216
me documental e verificação física da mer-
cadoria para liberação. E por fim, no canal 
cinza, faz-se além do exame documental e 
verificação física, a averiguação da base de 
cálculo do imposto de importação para efe-
tivação do desembaraço. 
2. Sistemática de exportação
A atividade de exportação exige uma bus-
ca de informações de mercados e clientes e 
passa pelas seguintes fontes: Ministério do 
Desenvolvimento da Indústria e Comércio 
Exterior e Serviços, Câmaras de comércio, 
embaixadas estrangeiras, Fundo Monetário 
Internacional (FMI), Banco Mundial, Orga-
nização para a Cooperação e Desenvolvi-
mento Econômico (OCDE) e Associação de 
exportadores.
Os métodos de exportação podem ser dire-
tos ou indiretos. Para Ludovico (2007, p.42), 
o método direto:
Link
Site para identificar oportunidades comerciais 
para exportar. <http://radarcomercial.mdic.
gov.br/> (visualizado em julho 2017)
http://radarcomercial.mdic.gov.br/
http://radarcomercial.mdic.gov.br/
Unidade 2 • Importação e exportação41/216
É utilizado pelas empresas que têm interesse permanente em exportar. 
Consiste em implantar um departamento em separado na empresa, diri-
gido por um diretor ou gerente de exportação, com a responsabilidade de 
desenvolver toda a atividade comercial, administrativa, financeira e ope-
racional. Terá como meta uma determinada “parcela da produção” com a 
missão de colocá-la nos mercados exteriores.” (LUDOVICO, 2007, p.42)
No método indireto, a empresa que deseja exportar contrata outra empresa responsável em ne-
gociar com o exterior. São as chamadas Trading Companies ou Empresas Comerciais Exportado-
ras.
Existem profissionais que estão preparados para exercerem as operações de exportação e pos-
suem o conhecimento do produto com seus detalhes técnicos. São agentes que conhecem a 
regulamentação de importação do produto, por isso são capazes de oferecer informações sobre 
aquele mercado com sugestão de preços para o produto,tendo autonomia para assumir poderes 
contratuais exercendo representação em nome do mandante. Para agenciar esse tipo de opera-
ção existem quatro agentes internacionais:
Unidade 2 • Importação e exportação42/216
• Agente comissionado: agenciador em 
mercados externos com remuneração 
exclusiva em comissões sobre vendas;
• Agente del credere: esse agente in-
deniza o exportador no caso de ina-
dimplência dos importadores clientes 
(sua comissão é bem mais alta para 
compensar os riscos financeiros);
• Importador único: detém direitos ex-
clusivos à importação do produto 
(também pode ter o direito de fixar 
preços de acordo com o mercado); 
• Distribuidores exclusivos: são vários 
representantes que operam como o 
importador único. 
A sistemática de exportação pode ser gene-
ralizada nas seguintes atividades:
• Obter o Registro de Exportador me-
diante o Sistema Integrado de Comér-
cio Exterior (Siscomex), na Secretaria 
da Receita Federal, munido dos atos 
de constituição e documentos dos só-
cios da empresa;
• A Secretaria de Comércio Exterior (SE-
CEX), através do Departamento de 
Comércio Exterior (Decex), monitora-
rá as atividades da empresa através 
do Registro de Exportadores e Impor-
tadores (REI);
• Procurar as Normas Administrativas 
de Exportação (editadas nas portarias 
da SECEX) para obter a classificação 
fiscal do produto que quer exportar.
Unidade 2 • Importação e exportação43/216
As exportações são classificadas em três ti-
pos: exportações simplificadas, exportações 
em consignação e commodities. As simplifi-
cadas são exportadas para empresas fabri-
cantes, não ultrapassando o valor de 20 mil 
dólares americanos utilizando-se da Decla-
ração Simplificada de Exportação (DSE),que 
é um documento emitido pelo SISCOMEX. 
A exportação tipo consignação é utilizada 
para produtos que precisam estar a pronta 
entrega no mercado exterior. E as exporta-
ções do tipo commodities são controladas 
pelo governo por se tratarem de produtos 
produzidos em larga escala, pouco indus-
trializados, de baixo valor agregado e que 
têm seus preços determinados pelas bolsas 
de valores. 
Para a efetivar a operação elabora-se um 
contrato, identificando- se as partes envol-
vidas (o exportador, o importador e possí-
veis representantes) e cuida-se também de 
detalhar o produto: especificações técni-
cas, pesos e medidas, quantidade, tipo de 
embalagem, identificação e localização do 
fabricante, origem do país de fabricação, 
extração ou resultado substancial do pro-
duto final. Em relação à forma de entrega, o 
contrato constará o Icoterm, o local de de-
sembarque no exterior e o país de destino, 
o volume (tipo, marcação, numeração) e o 
tipo de transporte utilizado na operação. 
No contrato ainda constarão informações 
sobre a forma de pagamento: preço uni-
tário e total, moeda de pagamento, condi-
ções de pagamento (se antecipado, crédito, 
Unidade 2 • Importação e exportação44/216
formas de cobrança), se houve contratação 
de agente e os dados de qualificação desse 
profissional. 
Até agora toda a sistemática abordada tra-
tou dos trâmites entre comércio de merca-
dorias, mas faz-se necessário apresentar 
ainda um importante acordo que o Brasil 
participa nas negociações internacionais 
de serviços. Existe um Acordo Geral sobre 
o Comércio de Serviços (AGCS) que entrou 
em vigor em 1995 e é constituído por re-
presentantes de todos os países que fazem 
parte da Organização Mundial do Comércio 
(OMC). Esse acordo busca facilitar as tro-
cas internacionais de serviços e tem como 
objetivo fundamental estender, de forma 
transparente e por meio de liberalizações 
progressivas, as normas e sistemas multi-
laterais de comércio ao setor de serviços. O 
AGCS possui quatro modos de prestação de 
serviços a saber:
• Comércio transfronteiriço: a presta-
ção é realizada a partir do território de 
um país para o território de qualquer 
outro país. Por exemplo, podem ser 
aqui citados os setores de telecomu-
nicações, ensino virtual, consultoria 
médica, projeto de engenharia;
• Consumo no exterior: a prestação é 
realizada dentro do território de um 
país para consumidores de qualquer 
outro país. Um exemplo é o desloca-
mento de nacionais na condição de 
turistas para o território de outro país 
e o consequente consumo de serviços 
naquele país.
Unidade 2 • Importação e exportação45/216
• Presença comercial: a prestação é re-
alizada dentro do território de um país 
através de presença comercial naque-
le mesmo território. Neste modo, fi-
guram por exemplo as subsidiárias de 
um banco ou os escritórios de repre-
sentação de uma construtora.
• Movimento de pessoas físicas: a pres-
tação é realizada pela presença de 
pessoas físicas de um país no territó-
rio de outro país. Exemplo: médicos, 
consultores, etc.
Para saber mais
Em junho de 2017 a Secretariade Comércio e 
Serviços lançou uma ferramenta de visualização 
de dados de comércio exterior de serviços. É uma 
ferramenta semelhante à utilizada para a visua-
lização de comércio de mercadorias (SISCOMEX) 
e permite a consulta desse tipo de informação, 
chama-se SISCOSERV DASH.
Unidade 2 • Importação e exportação46/216
Glossário
MERCOSUL: Mercado comum do Sul
ALADI: Associação Latino Americana de Integração
ALCA: Área de Livre Comércio das Américas
NAFTA: Tratado Norte Americano de Livre Comércio
SISCOMEX: Sistema Integrado de Comércio Exterior
Incoterm: termo de comércio internacional utilizado para designar a operação específica de ex-
portação / importação.
Questão
reflexão
?
para
47/216
Algumas pesquisas revelam que a falta de avaliação da capacida-
de de uma empresa em se internacionalizar é um dos maiores er-
ros cometidos pela mesma ao tentar ser exportadora. As empresas 
acabam escolhendo mal seu parceiro comercial, não fazem uma 
boa pesquisa de diferenças culturais existentes no país onde se 
quer inserir, emite documentos com termos comerciais internacio-
nais incorretos, enfim, uma série de falhas. Como um gerente do 
setor de exportação, quais canais de informação você pode se uti-
lizar para não cometer os mesmos erros cometidos por empresas 
que são suas concorrentes? Elabore um caminho seguro a ser per-
corrido para obter essas informações.
48/216
Considerações Finais 
• As negociações entre países se dão através de acordos de mercados co-
muns que, ao longo dos tempos, representam um avanço no desentrave 
comercial entre países;
• O Brasil faz parte dos seguintes mercados comuns de negociação de mer-
cadorias e serviços: MERCOSUL, ALADI E AGCS;
• O controle dos procedimentos de importação e exportação é feito eletroni-
camente pelo SISCOMEX;
• Existe uma carga tributária específica para a importação de produtos.
Unidade 2 • Importação e exportação49/216
Referências 
LUDOVICO, Nelson. “Logística Internacional: um enfoque em comércio exterior”. Edição Revista e 
Atualizada, Editora Saraiva, São Paulo, 2007.
GOYOS JUNIOR, Durval de Noronha. “Ensaios sobre direito internacional”. Editora Observador Le-
gal, São Paulo, 2000.
50/216
1. Quais são os países que fazem parte do MERCOSUL?
a) Brasil, Argentina, Bolívia e Uruguai
b) Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai
c) Brasil, Chile, Argentina e Paraguai
d) Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai
e) Brasil, Venezuela, Argentina e Uruguai
Questão 1
51/216
2. Qual país fez um referendo público, em junho de 2016, questionando seu 
povo sobre sua saída da União Europeia:
Questão 2
a) Grécia
b) Reino Unido
c) Espanha
d) França
e) Alemanha
52/216
3. Qual dos impostos abaixo NÃO incide sobre um produto importado?
Questão 3
a) ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
b) II – Imposto sobre Importação
c) IPTU – Imposto Predial Territorial Urbano
d) COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
e) IPI – Imposto sobre Produto Industrializado
53/216
4. Qual é o Ministério Brasileiro responsável pela regulamentação e fiscalização 
das operações de importação e exportação?
Questão 4
a) Ministério da Defesa
b) Ministério da Justiça
c) Ministério do Transporte
d) Ministério da Integração Nacional
e) Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
54/216
5. Qual é o portal eletrônico desenvolvido pelo governo responsável em cui-
dar dos trâmites de exportação e importação?
Questão 5
a) SISCOMEX
b) EXPORTABR
c) SISCOSERV
d) IMPORTABR
e) COMEXBR
55/216
Gabarito
1. Resposta: D.
Os países que fazem parte do MERCOSUL 
são: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
2. Resposta: B.
O Reino Unido fez o referendo público para 
sair da União Europeia em junho de 2016.
3. Resposta: C.
IPTU é um imposto municipal que incide so-
bre prédios e terrenos e não sobre merca-
dorias
4. Resposta: E.
Ministério do Desenvolvimento da Indústria 
e Comércio Exterior do Brasil
5. Resposta: A.
SISCOMEX – sistema integrado de comércio 
exterior
56/216
Unidade 3
Planejamento das operações logísticas internacionais
Objetivos
1. Apresentar o planejamento necessário que uma em-
presa deve se submeter para começar a exportar;
2. Analisar os erros mais comuns cometidos pelas em-
presas ao planejar a exportação;
3. Apresentar as principais barreiras no comércio inter-
nacional;
4. Avaliar os principais canais de distribuição para in-
trodução nos mercados internacionais;
5. Estudar os componentes do sistema de abastecimen-
to global e como funciona essa crescente prática.
Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais57/216
Introdução
Quando uma empresa decide participar do 
comércio internacional e realizar qualquer 
uma das operações (seja de exportação ou 
de importação), ela precisa se preparar es-
trategicamente para ter sucesso. A decisão 
por se inserir no mercado internacional tem 
como principal objetivo aumentar a lucra-
tividade da empresa através da expansão 
dos negócios, mas se não houver um plane-
jamento bem feito esse crescimento pode 
representar um perigo à saúde da empresa.
Existem muitos fatores que compõem um 
planejamento de operação de exportação, 
como por exemplo: estudo de registro e 
marca do produto, estudo da cultura do país 
onde se deseja estabelecer um mercado, 
análise detalhada da legislação dos países 
envolvidos, possíveis barreiras de comércio 
internacional, etc. Todos esses fatores de-
vem ser avaliados antes que qualquer de-
cisão seja tomada pela empresa a favor da 
internacionalização de seu produto. 
Uma outra decisão que demanda um bom 
planejamento é a escolha por terceirizar 
parte da fabricação do produto em merca-
dos internacionais. Essa prática tem se de-
mostrado bem eficiente por algumas em-
presas cujo país de origem possuem mão 
de obra cara ou poucos incentivos de seus 
governos, sendo conhecida por Global Sour-
cing. É algo que exige um controle de qua-
lidade criterioso para atender ao nível de 
qualidade esperado pelos clientes, mas é 
possível de ser atingido. 
Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais58/216
1. Planejamento de exportação
Quando uma empresa decide aumentar seu 
negócio através da inserção no mercado 
externo, ela inicia um plano de exportação. 
Para o desenvolvimento do produto ava-
lia-se o local de fornecimento da matéria-
-prima bem como suas características para 
armazenagem e transporte. Cada produto 
pode possuir uma operação logística dife-
rente ao se considerar disponibilidade em 
estoque, prazo de entrega e capacidade de 
expedição e entrega do produto.
Ludovico (2007), levanta algumas questões 
importantes que devem ser tratadas pela 
empresa antes de se aventurar no mercado 
externo:
• Quais as barreiras que você encontra-
rá no comércio exterior?
• Qual possível perda por falta de pes-
quisa de mercado?
• Como reduzir as taxas de importação 
de seu produto nos países onde sua 
empresa exporta?
• É possível encontrar um parceiro co-
mercial no país onde quer exportar?
• Você conhece bem a legislação do país 
onde está entrando?
• Já fez uma pesquisa de conhecimento 
das diferenças culturais?
• O catálogo, manual ou folder de seu 
produto responde às perguntas que 
seu importador fará?
Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais59/216
• Sua empresa está preparada para ela-
borar um bom contrato de exporta-
ção?
• Sua empresa participou de feiras in-
ternacionais?
• Como avaliar sua competitividade?
• Seu preço de exportação possui os in-
centivos oferecidos pelo governo?
• Como obter informações de mercados 
e clientes?
Todas essas questões são extremamente 
relevantes e devem ser consideradas pela 
empresa antes da decisão de exportar. Mui-
to erros podem ser evitados se essas per-
guntas forem devidamente respondidas.
Os maiores erros cometidos pelas empresas 
ao tentarem exportar estão ligados a um 
planejamento mal feito. A falta de pesqui-
sade mercado lidera esse ranking de erros. 
Por exemplo: no final dos anos 90 e início de 
2000, a rede McDonald’s abriu seu primei-
ro restaurante na cidade de Uberlândia MG. 
É uma grande cidade produtora de carne 
Link
Lista das empresas brasileiras que trabalham com 
exportação de seus produtos.
<http://www.mdic.gov.br/index.php/co-
mercio-exterior/estatisticas-de-comercio-
-exterior/empresas-brasileiras-exportado-
ras-e-importadoras> (Acesso 20 julho. 2017)
http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/empresas-brasileiras-exportadoras-e-importadoras
http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/empresas-brasileiras-exportadoras-e-importadoras
http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/empresas-brasileiras-exportadoras-e-importadoras
http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/empresas-brasileiras-exportadoras-e-importadoras
Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais60/216
bovina e, nessa época, o valor do rodízio de 
carne nas churrascarias era bem próximo ao 
valor de um lanche, tipo combo, da lancho-
nete da rede. Resultado: a loja quase fechou 
suas portas porque era difícil convencer os 
moradores a trocarem o churrasco bara-
to por lanche (ainda mais no interior, onde 
a comida caseira é valorizada). Esse foi um 
dos primeiros casos de quase fechamento 
de uma loja no Brasil.
Outra grande preocupação deve ser com as 
diferenças culturais. Ainda sobre a maior 
rede de lanchonetes do mundo, o McDo-
nald’s teve que se adaptar para se inserir na 
Índia. Em um país onde existe uma adoração 
religiosa pela vaca, os hambúrgueres não 
poderiam ser desse tipo de carne. É o único 
lugar do mundo que tem um cardápio vege-
tariano, valorizando o mix de temperos usa-
dos pelos indianos, além de ser um cardápio 
onde a carne de frango e peixe são usadas 
para compor o hambúrguer. 
Uma empresa que vende biquínis não pode 
querer exportar para países de tradição 
mulçumanas, onde as mulheres não podem, 
por lei, mostrar nenhuma parte do corpo. As 
diferenças entre culturas são extremamen-
te importantes nas decisões das empresas 
ao tentarem exportar. Por isso é de grande 
importância colher informações como: geo-
grafia, clima, população, principais cidades, 
idioma, história, folclore, centros comer-
ciais, religião, saudações pessoais e obter 
assim um estudo sobre o comportamento 
do consumidor que se deseja atingir.
Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais61/216
Para Kotler (2012), o comportamento do 
consumidor deve ser estudado em detalhes 
sob a perspectiva dos seus aspectos influen-
ciadores, como fatores culturais, sociais e 
pessoais. Do ponto de vista cultural, o com-
portamento de compra de uma pessoa será 
muito influenciado pelos valores obtidos em 
família, por sua classe social e econômica. É 
no ambiente de formação cultural que va-
lores sobre realização, sucesso, praticida-
de, humanitarismo e conforto material são 
incutidos no indivíduo. Do ponto de vista 
social, as pessoas se aproximam por grupos 
(sejam eles de afinidades, de referência ou 
aspiracionais) que possuem gostos pareci-
dos e se influenciam para decidir por certas 
marcas e produtos. Ainda tem os fatores 
pessoais que também colaboram para as 
decisões de compra. Sob esse aspecto po-
demos citar escolhas feitas em função do 
momento de vida, status, estilo de vida, etc. 
Todos esses fatores juntos devem compor 
uma pasta de tópicos que devem ser con-
siderados no planejamento dos produtos a 
serem exportados.
Quanto às barreiras que a empresa pode 
encontrar no exterior, podemos citar a con-
corrência local, entraves burocráticos, uma 
política de comércio exterior defasada ou 
ainda profissionais sem habilitação devida 
para elaborar o plano de exportação. 
Uma boa pesquisa de mercado e estudo das 
informações sobre a cultura onde se pre-
tende inserir é fundamental para o cresci-
mento do mercado de uma empresa, uma 
gama de produtos pode ser oferecida. 
Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais62/216
Outra dica importante está no cuidado com 
a marca do seu produto. É prudente fazer 
uma pesquisa no país de destino se a mar-
ca já existe, se a pronúncia ou a tradução no 
idioma local não são ofensivos. No interior 
da Holanda, por exemplo, a empresa japo-
nesa Honda precisou mudar o nome do car-
ro Honda Fit para Honda Jazz, porque a pa-
lavra Fit tinha um significado pejorativo que 
remetia a um xingamento.
Para saber mais
O Brasil exporta vários produtos, alguns bem 
curiosos diga-se de passagem. Em 2014, nosso 
país negociou com a Rússia, Bélgica, Japão, Vietnã, 
Austrália e Itália, perto de R$3,3 milhões na expor-
tação da carne de cavalo. É uma carne que não tem 
mercado interno, mas agradou o paladar de vários 
países. Dentre outros produtos bem curiosos que 
o Brasil exporta encontramos: coração de galinha, 
chiclete, raquete de badminton, taxímetro, cabelo, 
baralho e carapaças de tartarugas.
Para saber mais
No Brasil, o órgão responsável por cuidar da pro-
priedade intelectual, de registro de marcas e pa-
tentes é o Instituto Nacional da Propriedade In-
dustrial (INPE). É um instituto que faz parte do 
Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Co-
mércio Exterior e Serviços.
Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais63/216
1.1 Estratégias de Abastecimen-
to Global
O Global Sourcing, como também é conheci-
do o Abastecimento Global, é uma estraté-
gia de empreendimento internacional que 
surgiu a partir da evolução de alguns pro-
cessos da Logística Internacional, por exem-
plo: avanço tecnológico (possibilidade de 
comunicação via internet em banda larga), 
diminuição dos custos de transporte inter-
nacional, facilidades de inserção nos mer-
cados externos, incentivos fiscais por parte 
de governos de países emergentes com mão 
de obra mais barata que o país de origem. 
As empresas começaram a ser perguntar se 
não seria mais interessante terceirizar par-
te de sua produção ou adquirir produtos de 
fornecedores independentes no exterior, ou 
ainda montar filiais da própria empresa em 
outros países. Daí surge então o Global Sour-
cing como resposta e solução a esse novo 
modelo de negócio.
Muitas empresas hoje em dia estão fabri-
cando seus produtos em outros países. 
Basta verificarmos as etiquetas dos tênis 
ou roupas e veremos que eles são fabrica-
dos na China, Vietnã, Indonésia etc., mesmo 
quando a sede das fábricas são nos Estados 
Link
Órgão responsável no Brasil pelo registro de pro-
priedade intelectual, marcas e patentes. <http://
www.inpi.gov.br/> (Acesso feito em 20, julho 
2017)
http://www.inpi.gov.br
http://www.inpi.gov.br
Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais64/216
Unidos (como a Nike por exemplo). O termo 
utilizado agora é “designed by” (ou dese-
nhado, desenvolvido por) seguido do nome 
da empresa e “produzido em” seguido pelo 
nome do país onde é manufaturado. A sede 
da empresa é responsável por desenvolver 
e elaborar o produto e repassa o projeto ao 
país que vai manufaturar. Antes do produto 
sair para exportação, ele passa pelo contro-
le de qualidade da empresa que atesta sua 
aprovação para ser consumido. 
Outro exemplo da utilização do abasteci-
mento global também é encontrado em em-
presas de serviços. Muitas delas possuem 
seus call centers (centrais de atendimento) 
em outros países por conta da qualidade e 
viabilidade de mão de obra (o Brasil e a Ín-
dia são grandes hospedeiros de serviços de 
atendimento a clientes).
As empresas que mais se utilizam dessa 
prática são as que possuem produção em 
larga escala e as de setores de processos 
produtivos e tecnologias padronizados. Os 
grandes riscos ficam por conta da vulnera-
bilidade cambial, capacitação e confiabili-
dade do parceiro e restrição para proteção 
de capital intelectual dodesenvolvimento 
do produto. Mas a contrapartida vem por 
conta da melhora na produção, acessibili-
dade a novos mercados e aumento do lucro 
(visto que a produção fora pode diminuir os 
custos produtivos).
Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais65/216
1.2 Estratégias na Distribuição 
Física Internacional
De acordo com Rodrigues et al (2014), a 
“Distribuição Física Internacional (também 
conhecida pela sigla DFI) é a denominação 
atribuída a um conjunto de estratégias uti-
lizadas para disponibilizar produtos e/ou 
serviços em outros países. ”
Todas as atividades da Logística que envol-
vem a saída do produto da fábrica, até sua 
chegada ao consumidor no exterior, estão 
englobadas na DFI, o que significa dizer que 
a movimentação da carga, embalagem e 
acondicionamento no veículo de transpor-
te internacional, documentação, seguro de 
carga e a distribuição física no país compra-
Link
Portal do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e 
Pequenas Empresas, auxilia com dicas e cursos 
em temas de gestão como: planejamento de 
mercado, finanças, vendas, gestão de pessoas. 
<www.sebrae.com.br> (Acesso 20 jul 2017)
Também existe sites especializados na orien-
tação para a execução de práticas em abas-
tecimento global: <http://spendmatters.
com/2015/09/15/stages-of-a-global-sour-
cing-strategy/> (Acesso 25 ago.2017)
http://www.sebrae.com.br
http://spendmatters.com/2015/09/15/stages-of-a-global-sourcing-strategy/
http://spendmatters.com/2015/09/15/stages-of-a-global-sourcing-strategy/
http://spendmatters.com/2015/09/15/stages-of-a-global-sourcing-strategy/
Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais66/216
dor estão contemplados por esse conjunto 
de estratégias.
Para os autores Kotabi e Helsen (2000), a 
empresa pode se utilizar da DFI para esco-
lher sua estrutura organizacional nos se-
guintes modelos:
• Geográfica: é uma escolha baseada 
na posição estratégica, importância, 
ou ainda, nas características de cada 
país ou região. Por exemplo: Mercedes 
Brasil, Mercedes Argentina (ambas do 
grupo Mercedes Benz, mas cada uma 
fabrica um veículo diferente).
• Divisão Internacional: é quando a em-
presa cria um departamento separa-
do para atender apenas ao produto a 
ser exportado, que não é necessaria-
mente comercializado no país de ori-
gem. Por exemplo: o grupo Olavo Bar-
bosa possui 11 fazendas de produção 
de café e leite tipo A nos estados de 
Minas e São Paulo. A maior parte da 
produção do café é exportada pela 
Exportadora Guaxupé (divisão inter-
nacional do grupo) e o leite, comer-
cializado apenas no Brasil, é produzi-
do com a marca Fazenda Bela Vista.
• Famílias de produtos: quando as partes 
separadas do produto são fabricadas 
em países diferentes em função da vo-
cação regional. Por exemplo: as mon-
tadoras de veículos possuem partes 
de seus carros produzidas em países 
diferentes.
Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais67/216
• Matricial: é uma estrutura mais com-
plexa que é comandada tanto pelo 
modelo “geográfico” quanto “fami-
liar”. Por exemplo: o grupo sul coreano 
Samsung produz smartphones, tvs di-
gitais e tablets no Brasil, motores dos 
carros da Renault na Coreia do Sul, na-
vios e plataformas offshore na China.
• Rede transnacional global: um coman-
do central cuida das subsidiárias que 
são quase independentes, nos outros 
países. Por exemplo: o grupo McDo-
nalds.
Além das estruturas organizacionais, exis-
tem modelos de negócios que foram criados 
para promoverem a distribuição física inter-
nacional. Exemplo disso são as Franquias de 
comércio (redes de alimentação como Mc-
Donalds, Burguer King, Starbucks, roupas 
como Levi’s, Nike, etc.). Tem também os Li-
cenciamentos que se beneficiam do paga-
mento de royalties em troca do know-how 
de fabricação. Outro exemplo de modelo de 
negócio são as Joint Ventures, que são em-
presas que se juntam para formar um novo 
negócio e se associam no risco e investi-
mento. As empresas podem optar por insta-
lar as Fábricas – foco em diferentes países e 
são especializadas em famílias de produtos. 
Existem também as subsidiárias integrais, 
que são novas montadoras que montam fa-
mílias de produtos a partir de componentes 
enviados pelas fábricas.. Outra opção é fa-
zer a Fusão ou Aquisição de uma estrutura 
já montada que garante a operação quase 
que imediata da empresa.
Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais68/216
Existem sete fatores que de acordo com Ro-
drigues (2007) influenciam nos custos da 
DFI, são eles: 
• Distância: influencia diretamente nos 
custos dos transportes e do lead time;
• Tamanho do lote: quanto maior o lote, 
menor o valor por unidade transpor-
tada;
• Fator de estiva: ou densidade da car-
ga, relação entre volume e peso;
• Acondicionamento: trata do aprovei-
tamento do espaço no transporte;
• Movimentação: trata dos equipamen-
tos necessários à carga e descarga dos 
produtos;
• Valor do frete: obedece a lei de oferta 
e demanda de serviços de transporte 
internacional;
• Responsabilidade: cuida do seguro da 
carga, se preocupa com os riscos en-
volvidos na operação (avaria, roubo, 
acidentes, etc.).
Para saber mais
No dia 19 de julho de 2017 a Livraria Cultura 
anunciou a compra da francesa Fnac. A estratégia 
adotada pela Livraria Cultura, no vermelho desde 
2012, foi ampliar seus negócios no e-commerce 
ao se juntar com a Fnac. Ela saiu de 11% do mer-
cado para 16% com essa fusão e antes com 17 
lojas, passou a ter 29 unidades no período.
Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais69/216
Glossário
Royalties: é uma palavra em inglês que significa privilégio. É uma quantia paga ao desenvolvedor 
ou proprietário de um produto, obra ou terreno, pelo direito de usar, comercializar ou explorar 
esse bem. 
Know-how: do inglês, literalmente significa “saber como”. Nesse contexto, é quando o desenvol-
vedor do produto transfere o conhecimento de fabricação do mesmo, quando apresenta a habi-
lidade necessária para produzir um determinado bem de consumo.
Lead–time: tempo que decorre do pedido de compra à entrega da mercadoria efetivamente.
Questão
reflexão
?
para
70/216
Uma empresa que produz calça jeans está pensando em expan-
dir seus negócios no exterior e, para isso, pretende minimizar 
seus custos de produção, terceirizar tarefas como tingimento 
do tecido, deixar de fabricar o próprio zíper - contratando um 
fornecedor externo que ofereça melhor preço -, e contratar mão 
de obra mais barata para a costura. Como deve ser o planeja-
mento dessa operação? Quais aspectos devem ser considera-
dos para a diminuição dos custos? Quais informações devem 
ser levantadas para escolha de um novo mercado consumidor?
71/216
Considerações Finais (1/2)
• Um bom plano de exportação faz-se necessário para o sucesso de inserção 
no exterior. É preciso elaborar uma pesquisa criteriosa de investigação do 
mercado, marca, cultura, plano de vendas, etc., para não perder tempo e 
dinheiro com o investimento no mercado externo. 
• A prática de Global Sourcing surgiu da necessidade em aumentar a relação 
custo x benefício dos produtos, aproveitando as facilidades de comunica-
ção, diminuição de custos com transportes, desenvolvimento tecnológico, 
etc. As empresas, visando aumento de lucro, procuraram alternativas para 
baratearem seus produtos e acabaram encontrando a terceirização da fa-
bricação de parte ou do total dos seus produtos, focando apenas no desen-
volvimento e gerenciamento da sua cadeia de produção.
72/216
• Novos modelos de negócio surgiram com a necessidade de melhora da Dis-
tribuição Física Internacional, como por exemplo a franquia, as joint ventu-
res, os licenciamentos. As empresas encontraram meios de se inserirem no 
mercado externo, criando Divisões de exportação de seus produtos, ou ain-
da, investindo em instalações próprias em outros países, focando nas espe-
cialidades regionais que cada um pode oferecer. 
• A DistribuiçãoFísica Internacional de um produto é afetada por fatores como 
distância, tamanho da carga e seu acondicionamento, densidade, valor de 
frete internacional e seguro pago.
Considerações Finais (2/2)
Unidade 3 • Planejamento das operações logísticas internacionais73/216
Referências 
RODRIGUES, Paulo R. A.; FIGUEIREDO, Isabel B. D.; MENEZES, Julio E. S.; LUDOVICO, Nelson. “Gestão 
de Logística Internacional”. Publicações FGV Management, Editora Ide, Rio de Janeiro, 2014. 
KOTABE, Masaaki; HELSEN, Kristiaan. “Administração de marketing Global” – Tradutor Ailton Bom-
fim Brandão. Editora Atlas, São Paulo, 2000.
LUDOVICO, Nelson. “Logística Internacional: um enfoque em comércio exterior”. Editora Saraiva, 
São Paulo, 2007.
RODRIGUES, Paulo R. A. “Introdução aos sistemas de transportes no Brasil e à Logística Internacion-
al”. Editora Aduaneiras, São Paulo, 2007.
KOTLER, Philip. “Administração de Marketing”/ Philip Kotler, Kevin Lane Keller. 14. ed. São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2012.
74/216
1. O modelo de negócio onde uma empresa adquire outra do mesmo ramo 
para crescerem no mercado, é conhecido como:
a) Joint venture
b) Franquia
c) Filial
d) Fusão
e) Subsidiária
Questão 1
75/216
2. Em qual país o McDonald’s precisou alterar a composição do seu hambúr-
guer de carne de vaca para outros sabores como peixe e frango?
a) China
b) Brasil
c) Índia
d) Japão
e) Grécia
Questão 2
76/216
3. São exemplos de empresas que se utilizam das franquias como modelo de 
negócio para efetuarem sua distribuição física internacional:
a) Natura e Avon
b) Honda e Toyota
c) Samsung e Apple
d) HP e Lenovo
e) Starbucks e Burguer King
Questão 3
77/216
4. Lead time compreende o tempo:
a) Do transporte da loja até o consumidor final
b) Do pedido de compra até entrega da mercadoria
c) Que a matéria prima demora para chegar na fábrica 
d) De desenvolvimento do produto 
e) De busca de fornecedores
Questão 4
78/216
5. Qual é o nome dado à estratégia de empreendimento internacional que 
desenvolve o produto no país de origem e terceiriza sua fabricação para ou-
tros com incentivos mais baratos ao seu custo de produção:
a) Royalties
b) Know-how
c) Distribuição Física Internacional
d) Joint Ventures
e) Global Sourcing
Questão 5
79/216
Gabarito
1. Resposta: D.
Essa é a definição de Fusão ou Aquisição.
2. Resposta: C. 
Na Índia não se comem a carne de vaca pelo 
animal ser considerado sagrado.
3. Resposta: E.
Todas as outras não possuem franquias em 
nenhum país, elas se utilizam de outros mo-
delos de negócio para sua DFI.
4. Resposta: B.
O lead time vai desde a abertura do pedido 
de compra até a chegada no cliente final.
5. Resposta: E.
Esta é a definição de Global Sourcing.
80/216
Unidade 4
Logística internacional na prática
Objetivos
1. Apresentar a complexidade das operações 
logísticas internacionais de exportação, 
desde seu planejamento até a execução 
propriamente dita, mostrando assim al-
guns termos utilizados ao se realizar qual-
quer operação logística internacional;
2. Apontar e definir a participação de alguns 
atores ao longo do processo de exporta-
ção e importação;
3. Apresentar as modalidades de financia-
mentos internacionais existentes e utili-
zação de Drawback.
Unidade 4 • Logística internacional na prática81/216
Introdução
Os processos que envolvem as operações 
logísticas internacionais são amplamente 
complexos. Na teoria, as operações são bem 
definidas e planejadas, mas na prática a si-
tuação não é tão simples quanto se parece. 
A globalização permitiu que a economia 
mundial crescesse e, consequentemente, 
os mercados se expandiram. Assim, os re-
lacionamentos comerciais entre povos com 
interesses e culturas diferentes precisou 
evoluir na mesma velocidade. Hoje, temos 
um comércio eletrônico que não depende 
mais da existência de lojas físicas para vá-
rios tipos de produtos e a cada dia recebe 
mais adeptos. As pessoas têm pressa, con-
somem cada vez mais e exigem alta quali-
dade. Ou seja, as empresas estão correndo 
atrás desse novo consumidor e, para isso, 
precisam estar preparadas para atendê-lo, 
mesmo que isso signifique ter que importar 
ou exportar.
Um profissional que tenha o interesse em 
atuar na área de Logística Internacional 
terá que ser capaz de buscar informações 
do mercado para seu produto, planejar todo 
o processo de exportação, entender a atua-
ção dos atores envolvidos no comércio ex-
terno, estudar possíveis linhas de financia-
mento (considerando que poucas empresas 
que estão começando a lidar com comércio 
exterior tenham autossuficiência financeira 
pra um investimento de grande porte como 
esse), enfim, ter uma visão sistêmica do iní-
cio da cadeia produtiva ao consumidor final 
no exterior. O presente capítulo tem a inten-
ção de abordar essa visão sistêmica com-
Unidade 4 • Logística internacional na prática82/216
plexa do processo das operações logísticas 
internacionais bem como os incentivos e 
facilidades à prática da exportação como as 
linhas de financiamento.
1. Planejamento de exportação
O sucesso na operação de exportação pas-
sa por uma boa avaliação da capacidade ex-
portadora da empresa, seguida da escolha 
correta do mercado alvo, partindo-se daí 
para o planejamento e execução do plano 
de exportação. Um check-list inicial é capaz 
de responder os reais interesses da empre-
sa ao se envolver nesse processo, como por 
exemplo: vulnerabilidade do seu produto 
frente ao mercado internacional, competi-
tividade da sua marca, viabilidade financei-
ra, competência de recursos humanos para 
execução do plano de exportação e disposi-
ção para efetuar mudanças no seu produto.
A escolha do mercado alvo passa por dois 
tipos de análise: a pesquisa de dados co-
letados diretamente no país e a utilização 
de fontes secundárias (termos conhecidos 
por Market research e Desk research, respec-
tivamente). No mercado interno é possí-
vel se utilizar de entrevistas, contatos com 
representantes e possíveis clientes, além 
daparticipação de feiras. No outro modelo, 
utiliza-se dados estatísticos sobre comer-
cialização mundial dos produtos ou ainda 
informações geradas por instituições como 
as Câmaras de Comércio, federações de 
indústrias, consulados, embaixadas e ainda 
associações e entidades de classes. 
Unidade 4 • Logística internacional na prática83/216
Ludovico (2007) defende de forma resumi-
da que um bom Plano de Exportação deve 
ser composto pelas seguintes etapas prin-
cipais, detalhadas em seguida:
a) Análise da situação da empresa;
b) Análise dos mercados alvo;
c) Conjuntura dos países alvo;
Para saber mais
As Câmaras de Comércio e Indústrias são socie-
dades civis, sem fins lucrativos, constituídas com 
o aval oficial do país que representam e têm a fi-
nalidade de estimular o comércio bilateral. No 
Brasil a maior e mais antiga câmara existente é 
a Amcham (American Chamber of Commerce for 
Brazil). Fundada em 1919, preocupa-se em auxi-
liar empresários e investidores que querem en-
tender o mercado interno, assim como brasileiros 
que querem fazer negócios nos EUA .
Link
Câmara americana de comércio para o Brasil, site 
que orienta parcerias e auxilia no entendimento 
do mercado interno para investidores externos e 
orienta investidores nacionais que são iniciantes 
na prática de exportação. <www.amcham.com.
br> (acesso feito em 25 julho 2017)
http://www.amcham.com.br
http://www.amcham.com.br
Unidade 4 • Logística internacional na prática84/216
como Análise SWOT que elabora 
um detalhamento das forças e fra-
quezas internas e ameaças e opor-
tunidades externas. 
b) Na análise dos mercados alvo é pre-
ciso procurar a disponibilidade de 
fabricantes e fornecedores locais, 
os segmentos de mercado com po-
tencial de compra, o perfil do con-
sumidor, analisar a demanda do seu 
mercado se ela é suficiente para a 
quantidade que você irá oferecer e 
as tarifas para importação do seu 
produto. Nessa análise de mercados 
também deve haveruma atenção 
especial aos concorrentes, exami-
nar os clientes, revistas, pesquisas 
na internet e realização de ben-
chmarking. 
d) Estratégias de vendas e marketing e
e) Plano de ação.
a) A análise da situação da empresa 
deve se preocupar em avaliar 3 as-
pectos importantes: a empresa, o 
produto e o mercado interno. A em-
presa precisa ser avaliada quanto à 
sua capacidade industrial e finan-
ceira, estrutura, organização co-
mercial, disponibilidade de recur-
sos, custos de produção, utilização 
de patentes. O produto deve ser 
avaliado quanto às suas vantagens 
competitivas, custo, preço, normas 
técnicas, embalagem a ser utiliza-
da. E o mercado interno é avalia-
do quanto aos riscos, tendências e 
oportunidades. Uma boa sugestão 
é a aplicação da técnica conhecida 
Unidade 4 • Logística internacional na prática85/216
Ainda nessa análise é preciso estudar as barreiras técnicas que podem representar entrave ao 
seu produto e definir os canais de distribuição física (toda a logística que envolverá, transportes, 
incoterms, acomodação, armazenagem, movimentação de carga, etc.). 
c) Conjuntura dos países alvo: a situação econômica do país, demografia, abertura para 
comércio exterior, incentivo a investidores externos, possibilidade de parceria junto a um 
acordo comercial, política internacional, etc.
d) Definir estratégias de vendas e marketing: escolhe-se aqui qual será a estratégia de pro-
moção do produto, ou seja, estuda-se a imagem que se quer comunicar, a marca, pro-
paganda, participação em feiras e o melhor instrumento de promoção do produto (ca-
Para saber mais
Existe um departamento dentro do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) 
que foi criado para apoiar a indústria brasileira de exportação, facilitando as consultas para superação 
de barreiras técnicas, normalização e procedimentos de avaliação de conformidade. Chama-se CAINT – 
Coordenação Geral de Articulação Internacional. Fonte de pesquisa para consultas de normas e técnicas 
internacionais de produtos e eliminação de barreiras técnicas: <http://www.inmetro.gov.br/barrei-
rastecnicas/introducao.asp> (Acesso: 25 jul. 2017)
http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/introducao.asp
http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/introducao.asp
Unidade 4 • Logística internacional na prática86/216
tálogos, rotulagem, embalagem, 
site na internet, blog, redes sociais). 
Em seguida define-se as estratégias 
do produto, qual imagem ele deve 
ter, qual necessidade ele vai aten-
der, os prazos e custos necessários 
para o desenvolvimento do pro-
duto, características, embalagens, 
etiquetas, garantias, tecnologia de 
produção, fonte de matéria-prima, 
volume e suporte ao cliente. Com 
o produto pronto, passa-se para a 
estratégia de preços: definição do 
preço de exportação, política de 
desconto, modalidades de paga-
mento, créditos e financiamentos. 
Outra estratégia a ser definida é em 
relação ao mercado: segmentos de 
mercado, perfil do cliente, forma de 
ingresso, seleção do parceiro, estu-
do e limitação da concorrência. 
e) Plano de ação: essa etapa corres-
ponde à execução das estratégias 
propriamente dita, ou seja, trata-se 
do que será feito para que tudo fun-
cione como o planejado anterior-
mente. Depois de tudo analisado e 
avaliado (empresa, mercado, paí-
ses alvo e produto), pensa-se nas 
estratégias de investimento, finan-
ciamento, ponto de equilíbrio, pro-
jeções de fluxo de entradas e saídas 
e possíveis investidores externos. 
É nessa fase onde será definido o 
cronograma de implementação das 
atividades de exportação.
Unidade 4 • Logística internacional na prática87/216
1.1 Atores envolvidos na Logís-
tica Internacional
Quando uma empresa decide exportar, além 
de cumprir a sugestão dada anteriormente 
de elaboração de um Plano de Exportação, 
ela precisará de algumas fontes de informa-
ções sobre o mercado, onde se encontram 
alguns atores que atuam na Logística In-
ternacional. Para o autor Ludovico (2007), é 
importante que se busque informação nas 
seguintes fontes:
• Ministério da Indústria, Comércio Ex-
terior e Serviço;
• Câmaras de comércio;
• Embaixadas estrangeiras;
• Associações de exportadores;
• Institutos de embalagem;
• Organização para a Cooperação e De-
senvolvimento Econômico (OCDE);
• Conferência das Nações Unidas para 
o Comércio e Desenvolvimento (UNC-
TAD);
• Fundo Monetário Internacional (FMI);
• Banco Mundial;
• Centro Internacional de Comércio 
(UNCTAD);
• Associação de importadores no exte-
rior;
• Nações Unidas (possui publicações 
estatísticas)
• Banco do Brasil
Unidade 4 • Logística internacional na prática88/216
• Caixa Econômica Federal
• Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e social - BNDES
Esses atores citados são fundamentais para 
a busca de informações sobre o mercado e 
também para atenderem as demandas das 
empresas quando necessitam de financia-
mento para exportação (seja para conse-
guir apoio para a produção de produto para 
exportação, seja para finalizar processos de 
exportação com produto já embarcados, 
não interessando o tamanho da empre-
sa(pequeno, médio ou grande porte).
Ainda de acordo com o autor, após a pes-
quisa de mercado encerrada, financiamen-
to feito e produto pronto para embarcar, 
entram em cena os atores da negociação 
propriamente dita:
• Agente: um especialista em comércio 
exterior
• Empresas comerciais exportadoras: 
contratadas caso a empresa não te-
nha interesse em exportas permanen-
temente;
• Trading: empresa especializada em 
negociações no exterior e ainda;
• Consórcios de exportação: que é um 
grupo de empresas com interesses 
comuns em exportação.
• Broker: que é um corretor de bens es-
pecialista em um certo tipo de produ-
to.
Unidade 4 • Logística internacional na prática89/216
1.2 – Terminologias na Logísti-
ca Internacional
Existem alguns termos que são peculiares à 
Logística Internacional e Comércio Exterior. 
Existem os Incoterms que são termos inter-
nacionais de comércio exterior que são si-
glas utilizadas nos contratos internacionais 
de compra e venda nas áreas de exportação 
e importação. Esses termos serão estuda-
dos no próximo capítulo. Mas estaremos 
abordando a seguir alguns outros termos e 
definições importantes para a Logística In-
ternacional.
Ludovico (2007) nos apresenta alguns ter-
mos a seguir, que são de uso comum na Lo-
gística Internacional, geralmente em inglês.
Com relação a movimentação de carga e 
fretes:
• Container: contentor ou cofres de car-
gas;
• Armador: transportador marítimo, 
proprietário ou locatário do navio;
• Frete gross – terms: frete cobrado de 
cais a cais com movimentação da car-
ga nas instalações portuárias;
• Frete liner - terms: frete de cais a cais 
(píer)
• Frete free – in: frete sem despesa com 
carregamento para bordo;
• Frete free-out: frete sem despesas 
com descarga;
Unidade 4 • Logística internacional na prática90/216
• Frete free in and out: frete sem as des-
pesas de carregamento e descarga;
• Frete free in, out and stowed: frete sem 
despesas de carregamento, descarga 
e arrumação da carga nos porões do 
navio;
• Lay time: Tempo gasto na operação de 
carga e descarga
• Voyage charter: contrato de transpor-
te marítimo em que o afretador paga 
por uso de espaço por uma ou mais 
viagens;
• Time charter: o afretador contrata o 
uso do navio por tempo determinado.
Outros termos relativos aos terminais de 
operação de carga, multimodais de carga, 
impostos nas operações logísticas interna-
cionais entre outros, que serão devidamen-
te abordados nos futuros capítulos que tra-
tarão de cada um em específico. 
No entanto, existe um termo relacionado 
aos custos de exportação que é muito im-
portante abordar, trata-se de um regime 
aduaneiro conhecido por Drawback. 
Para saber mais
A palavra Drawback vem do inglês e é a junção 
de draw + back, significando receber de volta. O 
regime foi criado em 1966 e ao longo do tempo 
evoluiu para o modelo Drawback Integrado, com

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