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PIOMETRA EM CADELAS JULIANA MARTINS GUIMARÃES BRASÍLIA 2020 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 3 2. MATERIAIS E MÉTODOS 4 3. DESENVOLVIMENTO 5 4. DISCUSSÃO 6 5. CONCLUSÃO 7 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8 3 1. INTRODUÇÃO A Piometra pode ser causada por uma infecção bacteriana no útero, caracterizado pelo acúmulo de secreção purulenta no lúmem uterino que provém de uma hiperplasia endometrial cística (HEC), dependendo do tempo de evolução da doença na paciente, pode acontecer de acometer outros órgãos como os rins e o fígado (EGENVALL et al., 2000; DE BOSSCHERE et al., 2001). As bactérias de origem vaginal são capazes de colonizar o útero resultando em piometra. A Escherichia coli é o microorganismo mais frequente e isolado de cadelas com piometra. Ainda que a infecção bacteriana não desencadeie a patogenia de hiperplasia endometrial cística-piometra, pode ser a causa da maior parte da morbidade e a mortalidade associados a piometra (NELSON & COUTO, 2006). Conforme Smith (2006), a piometra pode ser de cérvix aberta ou fechada. Se a cérvix estiver aberta, pode ser que tenha corrimento vaginal e os cornos uterinos não estão muito dilatados, assim, as paredes do útero encontram-se espessadas, com hipertrofia e fibrose do miométrio. No entanto, se a cérvix estiver fechada, o útero estará distendido e as paredes uterinas poderão estar delgadas. O endométrio estará atrofiado e infiltrado com linfócitos e plasmócitos. De acordo com Ettinger & Feldman, (2004), é mais provável que resulte em septicemia, causando choque, hipotermia e colapso futuramente caso não tenha um tratamento adequado. As manifestações clínicas clássicas da piometra são poliúria, polidipsia, vômito, diarréia, letargia, desidratação, depressão, anorexia/inapetência e aumento do volume do útero, facilmente palpável. Os sinais podem progredir para choque ou morte, principalmente devido à insuficiência renal aguda (IRA) que é uma das principais complicações da enfermidade, elevando a mortalidade a qual pode chegar a mais de 70%. Outra evolução importante a qual também contribui para a alta mortalidade é a sepse (FERREIRA, 2006; HAGMAN et al., 2006). De acordo com a citologia vaginal descamativa constitui-se um adjuvante útil para o histórico e o exame clínico na determinação do estágio do ciclo estral em cadelas. A amostra é coletada com o animal contido e com a cauda elevada, introduzindo um “swab” esterilizado, e por final girando-o gentilmente contra a parede vaginal, removendo-o, encostando cuidadosamente ao longo de duas lâminas de microscópio limpas e o esfregaço é corado e observado no microscópio, observando quais são os tipos de células existentes nas fases do ciclo estral (HENDRIX, 2006). O diagnóstico depende da história clínica, sintomas do animal e achados laboratoriais; no hemograma pode ser visto leucocitose com neutrofilia e desvio à esquerda, monocitose e uma anemia não regenerativa; na bioquímica sérica aumento de fosfatase alcalina, hiperproteinemia e azotemia pré-renal e radiográficos. Em alguns casos, o exame citológico vaginal e a ultrassonografia também podem ser úteis na confirmação do diagnóstico (HAGMAN et al., 2006). 4 2. MATERIAIS E MÉTODOS Durante o procedimento cirúrgico foram utilizados materiais necessários para uma que ocorra uma cirurgia, como os EPI´S (equipamentos de proteção individual), caixa de instrumental básico e bisturi para o procedimento, ala cirúrgica e medicamentos necessários. 5 3. DESENVOLVIMENTO 3.1 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE Paciente: ----- Espécie: Canina Raça: SRD Idade: 10 anos Sexo: Fêmea 3.2 CASO CLÍNICO A paciente, foi trazida pelo tutor(a) até a clínica, onde o tutor(a) relatou ao Médico Veterinário que a cadela não castrada apresentava uma secreção vaginal. Ao realizar exame de citologia vaginal, o Médico Veterinário pode concluir que se tratava de uma piometra ao procedimento indicado ao tutor foi a realização de um procedimento cirúrgico de de retirada dos ovários. 3.3 PRÉ-OPERATÓRIO A cadela foi trazida pelo tutor(a) até a clínica veterinária, com jejum alimentar de 24 horas e jejum hídrico de 12 horas para a realização do procedimento de Piometra. 3.3.1 MEDICAMENTO PRÉ-ANESTÉSICO Acepromazina: A Acepromazina é um derivado fenotiazínico mais comumente utilizado como medicação pré -anestésica, sedativo e tranquilizante. Em pequenos animais, os derivados fenotiazínicos podem produzir efeitos antieméticos. Dosagem utilizada : 0,0 03 ml Intravenoso 3.3.2 INDUÇÃO ANESTÉSICA Isoflurano: Anestésico inalatório que promove segurança em qualquer procedimento cirúrgico, de metabolização, recuperação e eliminação rápida, podendo ser usado em animais nefropatas, cardiopatas e hepatopatas. Dosagem: fluxo contínuo. 3.3.3 PÓS-CIRÚRGICO Após o final da cirurgia, foi passado rifocina e a paciente encaminhada para a internação. Foi indicado o uso do colar elizabetano e medicamentos para a dor e desconforto, também o uso do pijama pós-cirúrgico para que a cadela não tire os pontos, ou infeccione. 6 4. DISCUSSÃO Primeiramente, a extensão da incisão tem de ser aproximadamente 3 cm, mas pode variar com o tamanho do animal, com o estádio do ciclo estral ou com a presença de outros fatores que possam complicar a cirurgia. A incisão é feita pela linha branca, por onde o útero deve ser exposto, porém o fato de ser uma área mais irrigada torna o procedimento cirúrgico mais delicado. Após a retirada do órgão afetado, o médico veterinário fez duas ligaduras em cada ovário, foi retirado o útero e após o procedimento, fez a sutura contínua americana, Outro fato que também dificulta este procedimento, é o risco de ruptura do útero, fato este que pode ocorrer pelo mesmo se encontrar normalmente em tamanho aumentado. A ovariosalpingohisterectomia (OSH) é o tratamento de eleição para a doença, geralmente resultando em rápida recuperação do animal. O prognóstico é bom, caso se evite a contaminação transoperatória haja controle do choque e se reverta os danos renais por meio da fluidoterapia. É necessária ainda a eliminação dos antígenos bacterianos. 7 5. CONCLUSÃO A piometra é uma doença comum na clínica de pequenos animais e não tem predisposição de idade e raça, toda cadela não castrada pode apresentar essa enfermidade. Atenção a todos os detalhes na anamnese, manifestações clínicas e exame físico, podendo iniciar um diagnóstico de piometra precoce, permitindo melhores resultados no tratamento. O diagnóstico se define através da soma de um ou mais exames, mas o ultrassom é o meio diagnóstico mais utilizado na rotina da clínica. O tratamento cirúrgico é a melhor opção para a resolução completa do complexo piometra, porém em algumas situações pode-se utilizar o tratamento medicamentoso. O prognóstico é dado através do tempo para o diagnóstico e início do tratamento e do estado geral do animal. 8 1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE BOSSCHERE, H., DUCATELLE, R., VERMEIRSCH, H., VAN DEN BROECK, W., CORYN,M. Cystic endometrial hyperplasia- pyometra complex in the bitch: should the two entities be disconnected? Theriogenology, v. 55, n. 7, p. 1509-19, 2001. EGENVALL, A., BONNETT, B.N., OLSON, P., HEDHAMMAR, A. Gender, age and breed pattern of diagnoses for veterinary care in insured dogs in Sweden during 1996. Vet. Rec., v. 146, n. 19, p. 551-7, 2000. ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Tratado de medicina interna veterinária. 5 ed, v. 1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p. 424-427. FERREIRA P.C.C. 2006. Avaliação da hemodiafiltração no período peri-operatório da ovário-salpingo-histerectomia, em cadelas com piometra e refratárias ao tratamento conservador da insuficiência renal aguda. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo. 176p. ‘ HAGMAN R., KINDAHL H. & LAGERSTEDT S. Pyometra in Bitches Induces Elevated Plasma Endotoxin and Prostaglandin F2_ Metabolite Levels. Acta Vet. Scand. v.47, p.55-68, 2006. HENDRIX, C. M. Procedimentos Laboratoriais para Técnicos Veterinários. 4ª ed. São Paulo: Roca, 2006. p. 524- 527 NELSON R.W. & COUTO C.G. Distúrbios da vagina e útero. In: Fundamentos da medicina interna de pequenos animais. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2006. p. 486-87. SMITH F.O. Canine pyometra. Theriogenology. v. 66, p.610-2, 2006.
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