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Meio-Ambiente

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CURSO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL 
FAVENI – FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPÍRITO SANTO 
 
MEIO AMBIENTE 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. O QUE É MEIO AMBIENTE? ......................................................... 2 
2. ALGUNS PARADIGMAS DA CIÊNCIA AMBIENTAL ..................... 3 
3. PARTICIPAÇÃO SOCIAL ............................................................... 5 
4. A POPULAÇÃO E O CONSUMO EXAGERADO ............................ 7 
5. O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................... 10 
6. A ÉTICA E O CONSUMO ............................................................. 12 
7. O PAPEL DA EDUCAÇÃO NA MUDANÇA DE PARADIGMA DA 
SOCIEDADE ATUAL ........................................................................................ 14 
8. COMO EVITAR O DESPERDÍCIO E SER UM CONSUMIDOR 
CONSCIENTE .................................................................................................. 14 
9. BIODIVERSIDADE E SEU POTENCIAL ECONÔMICO ............... 22 
10. BIODIVERSIDADE E SEU POTENCIAL ECONÔMICO PARA O 
DESENVOLVIMENTO LOCAL E REGIONAL .................................................. 23 
11. SITUAÇÃO E TENDÊNCIAS DO PAPEL DAS COMUNIDADES . 26 
12. SITUAÇÃO E TENDÊNCIAS DE P&D .......................................... 27 
13. SITUAÇÃO E TENDÊNCIAS DO PAPEL DOS 
EMPREENDIMENTOS INDUSTRIAIS E COMERCIAIS .................................. 29 
14. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A CONSERVAÇÃO E O 
APROVEITAMENTO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE ........................ 31 
15. APRESENTAÇÃO DO PROBEM ................................................. 33 
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................ 36 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 47 
 
 
 
 
 
 
 
1. O QUE É MEIO AMBIENTE? 
Para esta pergunta poderemos obter as mais diferentes e variadas 
respostas, que indicam as representações sociais, o conhecimento científico, as 
experiências vividas histórica e individualmente com o meio natural. Para a 
realização da educação ambiental popular, é importante termos um conceito que 
oriente as diferentes práticas. Assim, definimos meio ambiente como o lugar 
determinado ou percebido onde os elementos naturais e sociais estão em 
relações dinâmicas e em interação. Essas relações implicam processos de 
criação cultural e tecnológica e processos históricos e sociais de transformação 
do meio natural e construído. 
Nesta definição de meio ambiente fica implícito que: 
1 - Ele é "determinado": - quando se trata de delimitar as fronteiras e os 
momentos específicos que permitem um conhecimento mais aprofundado. Ele é 
"percebido" quando cada indivíduo o limita em função de suas representações 
sociais, conhecimento e experiências cotidianas. 
2 - As relações dinâmicas e interativas indicam que o meio ambiente está 
em constante mutação, como resultado da dialética entre o homem e o meio 
natural. 
3 - Isto implica um processo de criação que estabelece e indica os sinais 
de uma cultura que se manifesta na arquitetura, nas expressões artísticas e 
literárias, na tecnologia, etc. 
4 - Em transformando o meio, o homem é transformado por ele. Todo 
processo de transformação implica uma história e reflete as necessidades, a 
distribuição, a exploração e o acesso aos recursos de uma sociedade. 
A definição de meio ambiente acima exige um aprofundamento teórico 
que conta com a contribuição de diferentes ciências que se aglutinam no que se 
convencionou chamar de Ciência Ambiental. Tem se tornado cada vez mais claro 
e consensual que a Ciência Ambiental só se realizará através da perspectiva 
interdisciplinar. 
A problemática ambiental não pode se reduzir só aos aspectos 
geográficos e biológicos, de um lado, ou só aos aspectos econômicos e sociais, 
 
 
 
de outro. Nenhum deles, isolado, possibilitará o aprofundamento do 
conhecimento sobre essa problemática. À Ciência Ambiental cabe o privilégio de 
realizar a síntese entre as ciências naturais e as ciências humanas, lançando 
novos paradigmas de estudo onde não se "naturalizarão" os fatores sociais e 
nem se "socializarão" os fatores naturais. Diferentes áreas de estudo de 
disciplinas diversas podem contribuir para o desenvolvimento da Ciência 
Ambiental dentro da ideia de interdisciplinaridade. 
No entanto, esta ideia enfrenta algumas dificuldades para se concretizar, 
tanto em nível teórico como em nível prático. Se, atualmente, temos cada vez 
mais trabalhos teóricos que se baseiam no conhecimento acumulado nas 
diferentes ciências (incluindo as exatas), podemos ainda notar a dificuldade para 
muitos autores se lançarem nas ciências que não dominam com a mesma 
profundidade atingida nas suas especialidades. Esses autores não ousam trilhar 
por ciências onde não terão o mesmo reconhecimento de seus pares e ainda 
serem alvos fáceis de críticas dos especialistas dessas outras ciências. 
Devemos também considerar o extremo corporativismo ainda presente nos 
meios acadêmicos e científicos, que impede a troca de experiências e 
informações entre cientistas de especialidades diferentes e supostamente 
antagônicas. 
A Ciência Ambiental exige dos atores envolvidos conhecimento 
aprofundado, espírito curioso e modéstia diante do desconhecido. Na sua fase 
atual, que é de busca da síntese e da perspectiva interdisciplinar, é fundamental 
a troca de conhecimentos de origens científicas diversas, possibilitando dar 
algumas respostas às complexas questões que fazem parte do seu quadro 
teórico. 
2. ALGUNS PARADIGMAS DA CIÊNCIA AMBIENTAL 
Observamos que nos últimos anos o conceito de desenvolvimento 
sustentado tem substituído na literatura especializada os conceitos de 
desenvolvimento alternativo e ecodesenvolvimento. Porém, esses conceitos são 
originados da Conferência de Estocolmo de 1972, sendo que o de 
 
 
 
desenvolvimento alternativo lhe é anterior. A partir dessa Conferência, o 
ecodesenvolvimento foi o conceito mais fundido na literatura especializada, até, 
principalmente, a publicação do Report Brundtland em 1987. 
Pearce et al (1989) observam que existem diferentes definições de 
desenvolvimento sustentado que ilustram as diferentes perspectivas 
apresentadas, sobretudo na segunda metade da década de 80, na literatura 
anglo-saxônica. À parte esta questão de conceitualização, o que nos parece 
importante enfatizar é que atualmente as propostas de desenvolvimento 
econômico que não levam em consideração os fatores ambientais estão 
condenadas ao esquecimento. 
As recentes mudanças no cenário político internacional têm mostrado que 
tanto sob o capitalismo como sob o socialismo a questão ambiental tem um peso 
político muito grande que interessa tanto a uns quanto a outros. Motivo pelo qual 
a ideia de desenvolvimento sustentado tem estado presente nos debates e 
acordos internacionais. Porém, ela não se apresenta de forma homogênea, 
como já foi assinalado por Pearce et al (1989). 
Nas sociedades capitalistas periféricas, a ideia de desenvolvimento 
sustentado não pode se restringir à preservação de recursos naturais, visando o 
abastecimento de matérias primas às gerações futuras, como tem sido 
enfatizado nos países de capitalismo avançado. Elementos básicos das 
necessidades humanas e intimamente dependentes da problemática ambiental, 
como transportes, saúde, moradia, alimentação e educação, estão longe de 
terem sido resolvidos. 
Nos pontos comuns e divergentes entre sociedades capitalistas 
desenvolvidas e periféricas, podemos considerar que, para a realização do 
desenvolvimento sustentado em nível global, é de fundamental importância o 
estabelecimento de uma nova ordem econômica e ecológica, onde países dos 
hemisférios Norte e Sul possam dialogar em igualdade de condições. Porém, 
esse diálogo (se ocorrer) não serásem dificuldades, pois a falta de 
homogeneidade dos países do Terceiro Mundo e a passividade frente ao poderio 
econômico (e militar) dos países do Norte são duas dificuldades evidentes. 
 
 
 
Em face disso, qualquer que seja o conceito de desenvolvimento, 
dificilmente podemos garantir, pacificamente, às gerações futuras de qualquer 
parte do globo, o patrimônio natural e cultural comum da humanidade. 
3. PARTICIPAÇÃO SOCIAL 
Os movimentos ecológicos surgidos nas sociedades capitalistas 
desenvolvidas nos anos 70 se caracterizam inicialmente por uma crítica ao 
modelo de sociedade industrial. A esse início "contracultura", foram se 
aglutinando tanto os movimentos preservacionistas de espécies animais e 
vegetais, como movimentos pacifistas e anti-nucleares. 
O surgimento e a evolução desses movimentos devem ser vistos dentro 
do contexto da participação civil em sociedades democráticas. A organização de 
grupos e a posterior constituição de "partidos verdes" só se tornaram possíveis 
graças à crescente mobilização da população frente a decisões do Estado. Nos 
países onde a democracia é incipiente, a organização da população se faz com 
resultados menos satisfatórios, mas não menos combativos. É importante 
assinalar que a visão de Estado e da participação da sociedade civil nas 
diferentes ideologias políticas, que se posicionam nos países da América Latina, 
influi na prática de organizações civis frente à questão ambiental. Se o que 
aparece com mais frequência é a ideia de autonomia frente ao Estado, no 
entanto ela apresenta conotações ideológicas muito diferentes. Num primeiro 
momento, tivemos a influência das ideias autonomistas surgidas nos anos 60, 
onde se caracteriza a perspectiva crítica ao Estado centralizador e autoritário, às 
suas opções de desenvolvimento e de saque ao meio ambiente com as suas 
consequências sociais. 
No entanto, esta posição mais crítica foi perdendo terreno nos últimos 
anos a favor de tendências que, embora contrárias à interferência do Estado, se 
posicionam e atuam no terreno das ideias neo-liberalizantes. A participação da 
população nas questões ambientais tem basicamente se destacado nos grandes 
centros urbanos, mas também fora deles, aglutinando diferentes camadas 
sociais em torno de questões específicas. 
 
 
 
Inúmeras entidades ecológicas e/ou ambientalistas surgiram no 
continente nos últimos anos, porém com penetração mais localizada, e muitas 
delas atreladas a interesses econômicos e políticos nem sempre muito claros. 
Podemos considerar que essa quantidade de novas organizações ocorre 
devido ao processo de democratização. A atuação de cada um desses 
movimentos e a sua continuidade ficará por conta daqueles que: apresentarem 
respostas aos graves problemas ambientais puderem discuti-las 
democraticamente e tiverem meios econômicos e técnicos para viabilizá-las. 
Várias propostas de participação têm sido colocadas à sociedade, porém 
só a autonomia dos movimentos sociais frente ao Estado, aos partidos políticos, 
meios de comunicação de massa, monopólios econômicos e seitas religiosas 
poderá garantir o seu potencial crítico ao modelo de desenvolvimento, 
favorecendo a consolidação da democracia no continente. Isso não ocorrerá, no 
entanto, sem o desenvolvimento da consciência de cidadania, possível através 
da educação popular ambiental. 
 
 
 
 
4. A POPULAÇÃO E O CONSUMO EXAGERADO 
 
Fonte: www.mamaeeukero.com.br 
Pode-se afirmar que o rápido crescimento populacional em todo o mundo 
causa uma necessidade muito grande de bens de consumo. A cada momento, 
surgem novos modelos, novas tecnologias, novos produtos, sempre 
aumentando o consumismo. 
O consumo excessivo, por sua vez, gera desperdício. Existe uma 
diferença entre o consumo por necessidade e aquele de significado simbólico. O 
consumo de significado simbólico é aquele pelo qual o cidadão tende a desejar 
sempre um novo modelo de aparelho ou produto sem ter em vista a sua real 
finalidade. Cita-se como exemplo, um telefone celular que tem como fim, efetuar 
e receber ligações. No entanto, existem diversos modelos, cada vez mais 
modernos, mais avançados e que desempenham não só a sua função principal, 
mas também inúmeras outras. Juntamente com a mídia e a publicidade, as 
empresas “criam necessidade” destes bens, induzindo o cidadão ao consumo, 
muitas vezes, desnecessário. De acordo com Branco (2002): O consumismo é 
 
 
 
um processo eticamente condenável, pois faz com que as pessoas comprem 
mais do que realmente necessitam. Por meio de complexos sistemas de 
propaganda, que envolvem sutilezas psicológicas e recursos espetaculares, 
industriais e produtores induzem a população a adquirir sempre os novos 
modelos de carros, geladeiras, relógios, calculadoras e outras utilidades, 
lançando fora o que já possuem. 
Organizações internacionais não governamentais calcularam que a 
extrapolação das taxas de consumo em países desenvolvidos alcançaram 
índices, que serão necessários três planetas Terra para satisfazer o 
consumismo. O consumismo exagerado, somado ao aumento populacional no 
globo terrestre, faz com que existam cada vez maiores indústrias. Estas, por sua 
vez, consomem grande quantidade de energia elétrica e matérias prima, gerando 
grandes quantidades de lixo, causando enormes impactos ambientais. Além 
disto, ocorre um esgotamento de recursos não-renováveis, aqueles que uma vez 
consumidos não podem ser repostos, como o petróleo e os minérios. 
O crescimento populacional leva a um grande crescimento industrial e 
consequentemente a um crescimento das cidades, acarretando poluição. É 
inegável que a sociedade contemporânea vê o processo de industrialização 
como um processo positivo, uma vez que gera desenvolvimento econômico e 
social, e neste contexto pode ser realmente vista como tal. A grande 
problemática diz respeito aos recursos naturais que são utilizados como se 
fossem infinitos e a falta de preocupação com os impactos ambientais que são 
gerados. Uma ótima solução para este problema pode ser encontrada na 
educação, que diante desta concepção pode mudar o atual paradigma da 
sociedade atual com o conceito de desenvolvimento sustentável, que será 
descrito posteriormente. 
Existe uma informação popular de que as cidades são ecossistemas 
urbanos. Entretanto, para ser um ecossistema é necessário que ele seja 
autossuficiente. Isto quer dizer que deve possuir uma fonte primária – ou 
produtores - representada pelas plantas que tem a função de produzir energia. 
Deve possuir também uma fonte secundária, representada pelos animais - os 
consumidores - que consomem a energia produzida pelas plantas, gerando 
 
 
 
excrementos. Por fim, estes excrementos são decompostos por bactérias e 
outros microrganismos - os decompositores - que geram componentes 
essenciais para a vida das plantas. 
Conforme texto escrito por Branco (2002), a cidade corresponde 
simplesmente à etapa consumidora do sistema. Ela não canaliza o fluxo de 
energia, pois recebe elementos químicos, organizados de forma orgânica, de 
fora. Da lavoura vem os vegetais, e da pecuária, a carne, o leite e outros produtos 
para o consumo alimentício, das florestas, a madeira; das áreas de mineração 
toda a fonte de matérias primas. Sobretudo, não há reciclagem, não há retorno 
desses componentes químicos, uma vez que os resíduos da cidade são 
soterrados em aterros sanitários de lixo ou simplesmente lançados ao solo, aos 
rios na forma de esgoto, e na atmosfera, na forma de gases, fumaças e poeiras. 
Pode-se constatar, diante desta problemática, que o consumo exagerado 
causa poluição dos rios, do solo e do ar. Afirmar que um ecossistema está 
poluído é o mesmo que dizer que ele está alterado em sua composição e 
estrutura por materiais que o ambiente não é capaz de assimilar. Diante de tal 
situação, o grande desafio é que todo cidadão passe a pensar seriamentena 
necessidade de reciclar, adotar um novo estilo de vida e de padrões de consumo. 
Esta missão é um dever de todos: do cidadão, do governo e das empresas. 
Surge então, o conceito de desenvolvimento sustentável que apareceu pela 
primeira vez durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento em 1992 no Rio de Janeiro. 
 
 
 
5. O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
 
Fonte: revistadominus.com.br 
Uma das questões mais abordadas relacionadas ao meio-ambiente é a 
do desenvolvimento sustentável, uma forma de desenvolvimento econômico que 
prega que se deve atender às necessidades do presente sem comprometer as 
gerações futuras. O desenvolvimento sustentável não diz respeito a abandonar 
o consumo para preservar os recursos naturais, o que seria totalmente inviável 
na sociedade atual, mas sim de mudar hábitos e padrões de consumo e 
produção para suprir as necessidades da população, como moradia, educação, 
saúde e alimentação, mas também diminuir o desperdício e o consumismo 
desenfreado. 
A educação para o consumo sustentável tem papel fundamental na 
mudança do paradigma antropocêntrico que prega que o desenvolvimento 
econômico é mais importante. O grande desafio deste tipo de desenvolvimento 
é a busca do equilíbrio entre a preservação ambiental e a economia de um país. 
A dominação e extrapolação devem dar espaço ao zelo, o cuidado e a 
responsabilidade. 
 
 
 
Gomes (2006)17, relata em seu artigo: O paradigma antropocêntrico faz 
com que o crescimento econômico seja visto como a solução de todos os 
problemas. A questão é que a economia está interligada aos demais 
subsistemas e é dependente da biosfera finita que lhe dá suporte. Assim, a 
economia não é um sistema fechado, e todo o crescimento econômico afeta o 
meio ambiente e é por ele afetado, já que economia e meio ambiente são um 
sistema único e consequentemente interagem. Deste modo, é preciso mudar a 
trajetória do progresso e fazer uma transição para a economia sustentável, para 
que o futuro do planeta não reste comprometido. 
A sustentabilidade existe para garantir uma melhor qualidade de vida para 
todas as gerações futuras, combinando interesses ecológicos, sociais 
oferecendo oportunidades de negócios para empresas que possam melhorar a 
vida das pessoas e do mundo. 
Branco (2002)18, relata que: (...) desenvolvimento sustentável, ou 
desenvolvimento autossustentado, é obtido de forma compatível com a 
preservação dos recursos naturais de um determinado país. Em outras palavras, 
trata-se de um desenvolvimento não-predatório. Aconselha-se o planejamento 
de um país ou região, baseado em um levantamento de todas as suas 
necessidades, comparando-as com todas as suas potencialidades, isto é, com 
sua capacidade de fornecimento dessas necessidades, de forma sustentável, 
sem desgastes, obedecendo à sua capacidade e velocidade de renovação ou 
reciclagem natural. 
Outra grande importância do desenvolvimento sustentável é a questão 
preventiva. Se assim ocorresse, não ocorreriam tantos gastos com medidas 
corretivas ambientais que são um tanto onerosas. Estima-se que nos Estados 
Unidos são investidos cerca de 400 dólares per capita, por ano, com a 
preservação ambiental. Neste contexto, pode-se levantar a questão do consumo 
sustentável, que segue a mesma linha de pensamento citada anteriormente 
quando se conceituou o desenvolvimento. 
O consumo sustentável tem como objetivo a preservação do meio 
ambiente de modo que o consumidor também é responsável, repensando as 
atitudes da empresas que fabricam os produtos, as reais necessidades de 
 
 
 
consumo, evitando o desperdício e a produção excessiva de resíduos sólidos. 
Além das questões ambientais o consumo sustentável também leva em 
consideração a questão das desigualdades sociais, a publicidade que cria 
necessidade com relação a produtos nem tão essenciais assim, além da saúde 
e segurança do consumidor. 
O consumidor deve ser incentivado a fazer com que seu ato de consumo 
seja, também, um ato de cidadania. Cada cidadão deve analisar o que consome 
e fazê-lo de modo que a coletividade atual ou futura não seja prejudicada. Neste 
caso deve haver uma maior conscientização através da informação e da 
educação. Deste modo, a sociedade não mais compactuará com empresas não 
éticas, que não tem preocupação clara com o meio ambiente, que explorem o 
trabalho infantil e escravo e que respeitem as leis trabalhistas e ambientais. 
6. A ÉTICA E O CONSUMO 
Os hábitos de consumo refletem diretamente na atitude das empresas. O 
consumo consciente faz com que a responsabilidade social e empresarial 
aumentem significativamente. Para a empresa conquistar e manter uma boa 
imagem no mercado, não basta apenas prestar bons produtos ou serviços e 
pagar seus tributos. Necessita também ter consciência ética e ambiental. 
Em países onde as desigualdades sociais são evidentes, como no Brasil, 
a questão da ética no consumo é bastante abordada. Ética é uma palavra difícil 
de conceituar. No entanto a sua etimologia grega diz respeito a fazer o bem. Por 
isto, pode-se relacionar ética com o bem coletivo em detrimento ao bem próprio. 
Uma empresa considerada ética, na sociedade atual, é aquela que, além 
de prestar bom serviços, fornecer bons produtos e pagar seus impostos, também 
leva em consideração às questões sociais e o respeito à legislação. Cita-se como 
questões sociais que devem ser respeitadas, a exploração do trabalho infantil e 
escravo, boas condições de trabalho para seus funcionários, respeito ao meio 
ambiente, condições adequadas de segurança, entre outras. 
No que diz respeito ao consumo, o INMETRO (2002)25, afirma que: 
Comprar eticamente significa que o consumidor faz suas escolhas de compra de 
 
 
 
forma consciente, recusando produtos e serviços produzidos que não atuam de 
forma ética na sociedade – ou seja, não respeitam leis de proteção ao 
consumidor, ao meio ambiente, trabalhistas, entre outras. Para consumir com 
ética é necessário que o consumidor procure informação a respeito do produto 
que está comprando. Estas informações podem ser obtidas no Serviço de 
Atendimento ao Consumidor (SAC) da própria empresa, nos Órgãos de Defesa 
do Consumidor e em outras associações de consumidores. 
Outra questão fundamental para que a empresa seja ética é o 
cumprimento do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Este assegura todos 
os direitos básicos do consumidor em seu art. 6O, como a saúde e segurança 
do consumidor, a informação e educação, a proteção contra publicidade abusiva 
e enganosa, entre outros. O CDC também protege o consumidor contra práticas 
e cláusulas contratuais abusivas, além de assegurar que os produtos viciados 
sejam substituídos ou ressarcidos. Segundo o INMETRO (2002) (...) empresas 
que desrespeitam a lei, adulterando instrumentos de medição – balanças, 
bombas de combustível, taxímetro, ou falseando as informações de peso, 
metragem e quantidades anunciadas na embalagem dos produtos nunca 
poderão ter a pretensão de se denominar socialmente responsáveis ou éticas. 
A preservação do meio ambiente e o cumprimento da legislação 
direcionada a este assunto também é levada em conta. Neste contexto, as 
empresas que minimizam as agressões ambientais, economizam energia e 
água, desenvolvem produtos ou embalagens recicláveis, retornáveis ou 
biodegradáveis, são consideradas éticas. Infelizmente, ainda existem cidadãos 
que acreditam que o cuidado de não poluir o ambiente é da empresa. Além disso, 
nem sempre esta questão é vista como um diferencial na hora de optar por outro 
fabricante. O consumidor deve dar preferência às empresas que não explorem 
o trabalho infantil e escravo, e também que tenham preocupação com o meio 
ambiente, que desenvolvam e apoiem campanhas e projetos educativos 
voltados para os seus empregados e para a comunidade. 
O consumidor deve também reclamar seus direitos sempre quese sentir 
lesados ou ameaçado em seus direitos, não compactuar com a ilegalidade, não 
consumindo produtos ilícitos ou piratas, entre outras ações. 
 
 
 
7. O PAPEL DA EDUCAÇÃO NA MUDANÇA DE PARADIGMA DA 
SOCIEDADE ATUAL 
Segundo Gomes (2006), existe uma grande crise na educação, que tem 
suas causas no modelo capitalista atual. Dá-se mais valor ao “ter” do que ao 
“ser”. O consumismo desenfreado, a falta de preocupação como o ser humano 
e a falta de análise crítica são problemas evidentes entre os jovens. Além disso 
a mídia e a publicidade incitam o consumidor a ter sempre um produto novo, 
jogando fora o anterior e assim aumentando a produção de lixo. Esta crise impõe 
a necessidade de novos modelos que possam substituir as antigas estruturas 
vigentes que hoje, encontram-se defasadas. Visa-se atualmente, uma educação 
que enfatize a ética, a preocupação com o meio ambiente e a responsabilidade. 
As novas dimensões educativas colocam ênfase no componente ético e 
são orientadas à transformação do indivíduo: educação para a paz, para a 
saúde, para o consumo e para educação ambiental. A educação ambiental é 
necessária na formação de indivíduos com uma nova racionalidade ambiental, 
capaz de superar a crise global presenciada atualmente. 
A educação ambiental também entra como grande aliada na 
conscientização do consumo responsável. Ela tem como objetivo fazer com que 
o ser humano se sinta parte da natureza, utilize o consumo sustentável como 
recurso, compreenda o meio ambiente como problema e também como o 
sistema em que se vive e consequentemente, depende-se dele. Tem-se a 
importância de buscar uma nova ética na educação, focada na ideia do consumo 
sustentável e da preservação ambiental, uma vez que a saúde e a qualidade de 
vida da espécie humana estão fortemente ligadas a estas questões. 
8. COMO EVITAR O DESPERDÍCIO E SER UM CONSUMIDOR 
CONSCIENTE 
Consumo da água 
A água é um elemento essencial a vida do ser humano e de todas as 
espécies. Com relação ao corpo humano, cerca de 70% dele é formado por este 
 
 
 
elemento. A superfície terrestre também apresenta esta proporção. No entanto 
97,2% corresponde aos oceanos que possuem apenas água salgada, não 
podendo ser utilizada como água potável. Sendo assim, apenas 2,8% da água 
do planeta está disponível para uso do ser humano. 
Como evidenciado anteriormente, o crescimento populacional vertiginoso 
levou a um consumo excessivo deste elemento tão importante, essencial para a 
vida no planeta. Estima-se que em 2010, cerca de 70% da população mundial 
terá falta de água potável, que é a água própria para ser bebida, geralmente, 
submetida a processos de tratamento. 
A maior parte da água consumida é dada pelas indústrias. Somente 10% 
do consumo é feito pela população em suas residências. Mesmo assim, a 
economia de água nos domicílios domésticos pode fazer diferença significativa 
segundo o Instituto Nacional de Metrologia – INMETRO (2002), uma vez que 
uma pessoa pode chegar ao consumo absurdo de 300 mil litros de água por dia 
em banho, cuidados com a higiene, comida, lavagem de louça e roupa, etc. 
Ainda existe o grande problema que diz respeito às águas contaminadas. 
Segundo o Instituto Nacional de Metrologia – INMETRO (2002): ...“a crescente 
urbanização provoca a concentração de geração de dejetos humanos, que 
normalmente, não são coletados para tratamento ou são despejados nos rios in 
natura. Os rios são vítimas de conceito muito antigo que são elementos de 
dispersão do esgoto... Há quantidade de lixo, esgoto e produtos químicos, que 
tornam suas águas contaminadas. Os esgotos domésticos também são uma 
grande ameaça à saúde pública, e a falta de tratamento adequado é a causa da 
alta mortalidade infantil nos países subdesenvolvidos.” 
Pequenas atitudes podem reverter esse quadro. Apoiar e divulgar 
algumas atitudes e incentivar a população a consumir com responsabilidade este 
recurso podendo fazer grande diferença. Sugere-se: evitar vazamentos e 
torneiras pingando; limitar o tempo do banho; não escovar os dentes com a 
torneira aberta, usar a máquina de lavar com a carga máxima, economizando 
assim, não só a água, mas também energia elétrica; usar balde em vez de 
mangueira para lavar carros; exigir que os órgãos de controle ambiental e 
 
 
 
indústrias se responsabilizem pelos resíduos tóxicos que produzem, entre 
outros. 
Geração de resíduos sólidos 
 
Fonte: areal.rj.gov.br 
Como relatado anteriormente, a crescente industrialização e 
concentração de populações nos grandes centros urbanos, o lixo passou a ser 
um problema, uma vez que não consideramos o lixo com material reutilizável. 
Como exemplo, podemos citar os metais, que utilizam grande quantidade de 
matéria-prima e energia, e logo após o uso são jogados no lixo, poluindo, assim 
o meio ambiente. O lixo orgânico também apresenta uma séria problemática, 
pois ocorre muito desperdício. Por isso, existe a necessidade de mudar a cultura 
do cidadão atual. Deve-se considerar a premissa de que o lixo é um recurso 
natural a ser novamente utilizado pela natureza, e não como algo que será 
simplesmente jogado fora. 
Segundo o Instituto Nacional de Metrologia – INMETRO (2002), a 
produção de lixo é diretamente proporcional ao nosso consumo. Quanto mais 
uma população consome, mais recursos naturais são utilizados e muito mais lixo 
é gerado. O lixo produzido nos grandes centros urbanos tem como destino, os 
aterros sanitários e os lixões. O lixão é um lugar onde se concentra, a céu aberto, 
 
 
 
grande parte de resíduos, sem controle ambiental e sanitário algum. Isso gera 
contaminação do solo, da água, dos animais e da população em geral. O aterro 
sanitário é onde são depositados os resíduos sólidos e orgânicos em solo 
impermeabilizado, possibilitando um melhor controle de proteção ambiental e a 
saúde. Ainda assim os aterros não dão conta de receber tamanha quantidade de 
lixo e, além disso, as áreas que foram ou estão sendo utilizadas como aterros 
não podem ser reutilizadas, sendo totalmente perdidas. 
O lixo hospitalar e resíduos industriais perigosos, em regra, são 
mandados para os incineradores, que é a queima do lixo. Na atualidade, uma 
alternativa para estes métodos, e que hoje em dia é considerada a melhor forma 
de reaproveitar o lixo é a reciclagem. Segundo INMETRO (2002): A reciclagem 
reduz o consumo dos recursos naturais, o consumo de energia, o volume de lixo 
e a poluição do globo terrestre. Além disso, a reciclagem pode ser tornar uma 
poderosa fonte de lucro. 
Os resíduos orgânicos podem ser reutilizados na forma de adubos e 
rações animais pela técnica de compostagem, ou mesmo no uso doméstico. A 
técnica de compostagem consiste em fazer um composto para adubação com 
material orgânico, com solo e dimensões apropriadas. Os resíduos sólidos que 
podem ser reciclados são: 
· as latas de aço; 
· embalagens PET, ou seja, as garrafas de plástico utilizadas em 
refrigerantes, entre outros produtos; 
· vidro, material 100% reciclável. Uma tonelada de vidro reciclado gera 
uma tonelada de vidro, economizando 1300 quilos de matéria-prima em 
minérios; 
· latas de alumínio, também 100% reciclável. Poupa-se 95% de energia 
que necessária para produzi-la; 
· embalagens multicamada conhecidas como “longa vida” ou tetra Pack. 
Uma tecnologia já desenvolvida permite que esses embalagens possam 
ser reutilizadas com um substituto da madeira, entre outros materiais: 
· papel, material que utiliza 2.385 quilos de madeira para sua confecção, 
além de 44 mil litros de água e 7.600 quilowatts de energia. Sem considerar os 
 
 
 
poluentes atmosféricos e detritos produzidos. Com sua reciclagem economiza-
se 60% da água e 20% de energia utilizada em sua fabricação; 
· pneus. O Conselho Nacional do Meio Ambiente atribui aos fabricantes 
de pneus e importadores a responsabilidade pelo destino dos que não tiverem 
mais condiçõesde uso. A reutilização de pneus pode ser evidenciada no próprio 
setor automotivo, na construção civil, em parques, entre outros; 
· pilhas e baterias. A resolução do Conama de julho de 2000 estabelece 
que as baterias de telefone devem ser destinadas aos postos de coleta dos 
fabricantes. 
Energia 
 
Fonte: baianafm.com.br 
Grande parte da energia elétrica utilizada nas cidades provém das Usinas 
Hidrelétricas. A geração de energia pelas usinas hidrelétricas consiste em 
aproveitar as quedas de água, que por sua vez, é convertida em tal energia 
através de turbinas. 
O aumento do consumo de energia e a falta de investimentos do governo 
gera crises desde o ano de 2001, os chamados apagões. Nestes casos, 
 
 
 
drásticas medidas devem ser tomadas. Os reservatórios das hidrelétricas de 
certas regiões praticamente se esgotaram em épocas de estiagem. 
Outro fato marcante foi à crise do petróleo ocorrida na década de 70 do 
século passado. Este acontecimento pôs em alerta os países consumidores 
devido ao embargo deste produto pelos países produtores. Neste contexto, tanto 
por causa da crise do petróleo como também por causa dos apagões, toda a 
mídia e veículos de comunicação iniciaram uma intensa campanha para a 
redução do consumo de energia elétrica. As lâmpadas comuns foram 
substituídas pelas fluorescentes, os sistemas elétricos de aquecimento foram 
substituídos pelos sistemas a gás ou coletores de energia solar, além do 
consumo consciente de chuveiros elétricos e eletrodomésticos. 
Outra alternativa é a utilização de fontes de energia renováveis. 
Pesquisadores brasileiros tem estudado a produção de energia a partir de 
biomassa de combustíveis, como a energia advinda do bagaço de cana-de-
açúcar, gerando álcool. Outras fontes de energia renováveis são o sol, o vento, 
a água, o carvão vegetal, o álcool e o biogás. É importante que o consumidor de 
energia elétrica tome pequenas medidas como reduzir o consumo durante os 
horário de pico que se dá entre as 18h00min e 21h00min, observar o selo de 
energia Procel dos eletrodomésticos, aproveitar o máximo da luz do sol durante 
o dia, entre outros. 
Consumir produtos que contribuam para a conservação das florestas. 
Deve-se sempre verificar a procedência dos produtos consumidos, 
verificando se estão de acordo com a legislação ambiental. A ISSO 14000 são 
regras que tratam da gestão ambiental. A certificação ISSO 14000 significa que 
a Instituição possui um sistema de gestão documentado. 
Utilizar a máquina de lavar roupa com sua capacidade máxima. 
Verificar o consumo de energia pelos eletrodomésticos através do selo de 
energia Procel, que classifica estes produtos do menos eficientes até o mais 
eficiente. 
Procure andar a pé, principalmente quando for a algum lugar que se 
localize perto da sua casa. Este hábito é saudável e ajuda a conservação de 
meio ambiente. 
 
 
 
Procure oferecer carona aos seus colegas, familiares ou amigos. Muitas 
vezes, não há necessidade de sair de casa com mais de um carro. 
Imprima suas minutas em rascunhos ou revise-as na tela do computador. 
A indústria de papel é a que mais degrada o meio ambiente com o corte de 
árvores, sem falar no consumo excessivo de água e energia. 
Utilize as folhas frente e verso. 
Separe o lixo seco do lixo orgânico. 
Reutilize materiais, plásticos, vidros, papéis e etc. 
Troque as sacolas plásticas doadas no mercado por uma sacola de pano 
ou de palha que possam ser utilizadas diversas vezes. 
Evite desperdícios de comida e de qualquer espécie. Restos de comida 
representam 60% do lixo que vem dos lares brasileiros. 
Regule o termostato da geladeira. 
Prefira lâmpadas led (light emitting diode). Elas conjugam a alta tecnologia 
de consumo de energia. 
Lave a seco quando possível. 
Prefira pilhas recarregáveis. 
A maioria dos blackouts, no Brasil, ocorre entre 18h30min e 21h30min, 
por isso, deve-se reduzir o consumo, especialmente nesses horários. 
Janelas fechadas e paredes pintadas com cores escuras aumentam a 
necessidade de luz artificial no quarto. Além disso, uma janela grande e aberta 
faz com que o ar circule mais, propiciando bem-estar e contribuindo com o meio 
ambiente. 
Caso necessário deixar o computador ligado todo o tempo (downloads de 
músicas, vídeos, etc.), lembre-se de deixar o monitor desligado. Esta peça é a 
responsável por até 70% do consumo de energia. 
Reutilize. Antes de jogar fora, pergunte a alguém se está interessado, 
compre coisas usadas quando possível, reaproveite sacos plásticos e materiais 
de vidro. 
Mude a dieta. Ao menos uma vez por semana, procure não consumir 
carne vermelha. A produção deste alimento é responsável por 18% das 
 
 
 
emissões de gases no planeta e para processar 1 kg de carne vermelha são 
gastos 200 litros de água. 
BURGOS (2007) em seu artigo, ressalta a importância da utilização de 
novas tecnologias, como a utilização de álcool como combustível, uma vez que 
um motor a álcool chega a emitir menos da metade (56%) de poluentes na 
atmosfera em comparação com a gasolina. Além disso, cita-se também a 
utilização da energia eólica em larga escala e energia solar em casos mais 
imediatos, como o uso de eletrodoméstico. Porém BURGOS enfatiza: A nova 
receita para salvar o mundo é investir com vontade em novas tecnologias. 
Algumas foram inventadas, mas precisam de ajustes para se tornarem 
economicamente atraentes. Já outros desafios para diminuir o impacto negativo 
do homem no ambiente demandam de pequenas revoluções tecnológicas. De 
uma forma ou de outra, é preciso muito dinheiro para obter grandes avanços no 
curto espaço de tempo que temos. A solução apontada pelo autor da matéria 
está no investimento em pesquisas e oportunidades econômicas que estão 
gerando lucro para grandes empresas. Tecnologias limpas e “energia verde” 
prosperarão e serão transformadas em grandes cifras. 
Além disso, a o comportamento sustentável utilizados por algumas 
empresas, não só é bom para a publicidade, podendo também minimizar custos. 
Uma gigante do ramo de higiene pessoal mudou o formato das embalagens de 
um xampu, economizando o equivalente a 15 milhões de recipientes por ano; 
várias empresas de coleta de lixo no mundo estão não só reciclando com 
também transformando dejetos orgânicos em combustível por meio de mini 
usinas; shoppings estão trocando seus vasos sanitários por novos modelos que 
consomem 6 litros de água por descarga (cerca de cinco vezes menos que os 
modelos domésticos). 
BURGOS (2007), no entanto, não isenta o consumidor de mudar seus 
hábitos, uma vez que deixar a responsabilidade ambiental apenas nas mãos do 
governo e das grandes empresas, esperando uma solução milagrosa para a 
salvação do planeta, até agora, não gerou resultados positivos. 
 
 
 
9. BIODIVERSIDADE E SEU POTENCIAL ECONÔMICO 
 
Fonte: www.jornaldebrasilia.com.br 
O Brasil é considerado o primeiro país em biodiversidade do globo. Ainda 
assim, de acordo com estimativas do Ibama, nem 1% das espécies brasileiras 
são conhecidas pela ciência. Boa parte dessas espécies podem vir a ser extintas 
antes mesmo de serem descritas por pesquisadores. A bioprospecção e o 
desenvolvimento de bioprodutos são alternativas de desenvolvimento 
socioeconômico que justificam a preservação dos biomas nativos, 
impulsionando ainda o conhecimento sobre a biodiversidade. 
No século XXI, o mercado mundial abre perspectivas totalmente inovadoras, 
nas quais direciona-se grande esforço na busca de novos produtos para fins 
medicinais, cosméticos, suplementos nutricionais, produtos agrícolas, entre 
outros, voltados ao prolongamento da vida com qualidade. Exemplos dessas 
inovações não faltam. Só em 1998, os medicamentos movimentaram 300 bilhões 
de dólares em todo o mundo, sendo que 40% dos produtos têm origem direta ou 
indiretamente de fontes naturais. No Brasil, as vendas atingiram a marca de 11 
bilhões de dólares, havendoainda um espaço enorme para ampliação desse 
mercado. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) estimou em pelo 
menos 2 trilhões de dólares o valor potencial do banco genético brasileiro. 
 
 
 
Só na floresta tropical, pesquisas recentes apontam para um potencial de 
mais de trezentos novos bioprodutos, derivados de produtos naturais 
disponíveis. Dados da Organização Mundial de Saúde apontam para a utilização 
de plantas na cura de enfermidades por parte de 85% da população mundial 
(cerca de 4 bilhões de pessoas). Cerca de 20% de todo o faturamento das 
empresas de produtos farmacêuticos é empregado na descoberta de novas 
drogas. Dentre estas, o mercado de produtos de higiene pessoal, perfumaria, 
cosméticos, principalmente no que se refere às lifestyles drugs, drogas que 
reúnem saúde e rejuvenescimento, vem apostando alto nas inovações, 
especialmente na diversificação de insumos naturais provenientes das florestas 
tropicais. O faturamento nacional desse setor atingiu, em 1999, a marca dos 12 
milhões de dólares. Dentro desse processo, os produtos farmacêuticos de 
origem natural ganham terreno e já representam 17% do mercado mundial. 
As florestas tropicais úmidas são, também, ricas fontes de 
microrganismos, fontes potenciais de novos compostos de ação antibiótica e de 
drogas imunodepressoras, as quais, entre outros importantes resultados, 
aumentam consideravelmente o grau de sucesso de transplantes de órgãos. 
Outra área de interesse é a pesquisa de toxinas encontradas em venenos e 
peçonhas de animais. No escritório de Patentes do Governo dos Estados Unidos, 
foram registradas, recentemente diversas patentes de toxinas de aranhas e 
escorpiões, sendo algumas de bioinseticidas seletivos, princípios 
neurobloqueadores e substâncias terápicas para doenças cardíacas; além de 
registros de patente de toxinas de serpentes, sendo a maioria voltada para o uso 
em terapias de controle de pressão arterial. 
10. BIODIVERSIDADE E SEU POTENCIAL ECONÔMICO PARA O 
DESENVOLVIMENTO LOCAL E REGIONAL 
O futuro do desenvolvimento do país depende da forma como serão 
administradas suas potencialidades. Pouco vale o desenvolvimento de novos 
produtos que gerem bilhões de dólares em lucros no mercado internacional se 
esses lucros não se refletirem em benefícios sociais, principalmente às 
 
 
 
comunidades locais, e em especial, aquelas que detém o conhecimento 
tradicional sobre a biodiversidade. 
Uma política de indução e fomento ao uso sustentável dos componentes 
da biodiversidade, com o apoio da biotecnologia, deve ser concretizada como 
um novo norteador de estratégias produtivas, que não favoreçam novas 
economias de enclave, mas permitam o estabelecimento de cadeias produtivas 
que unam o interior aos centros urbanos que forem abrigar as atividades finais 
das cadeias. Nesse sentido, é preciso vencer a distância que separa grande 
parte das iniciativas extrativistas de hoje, pouco vinculadas ao restante da cadeia 
produtiva, e a bioindústria emergente, em geral pouco comprometida com as 
populações da floresta. Para isso, torna-se fundamental vencer o desafio, não 
solucionado nos ciclos econômicos regionais anteriores, de orquestrar o 
funcionamento conjunto da ciência com a produção, acoplando às cadeias 
produtivas as cadeias de conhecimento correspondentes. 
Apesar do modelo econômico vigente ser predatório, algumas iniciativas 
contemplam o desenvolvimento econômico de forma sustentável, com o manejo 
de produtos florestais, principalmente nos estados do Acre, Amapá e Amazonas. 
No Acre, foram atendidas mais de quatro mil famílias de seringueiros, índios e 
ribeirinhos, no fortalecimento dos segmentos de cadeias produtivas de produtos 
da floresta. O processo foi iniciado pela borracha e castanha, e já ampliou o 
leque de produtos explorados com os estudos de mais treze cadeias produtivas, 
com o apoio do Probem. Os estímulos do governo levaram mais de três mil 
famílias a retornarem para essa atividade produtiva, sendo que destas, cerca de 
mil famílias voltaram a morar na floresta, deixando a periferia de cidades. 
Aproximadamente 500 famílias manejam hoje a copaíba para extração 
sustentável de óleo. Outras quinhentas se beneficiam da coleta da castanha de 
andiroba, que é comercializada para a usina de óleos florestais dos índios 
Yawanawá. 
Na Floresta Nacional de Tapajós, a produção de couro ecológico e a 
extração de óleo de andiroba vêm crescendo a cada ano, possibilitando o 
aumento da renda familiar em atividades compatíveis com o manejo daquela 
unidade de conservação. Em parceria com o MMA, a Ong Amigos da Terra 
 
 
 
montou um banco de dados na internet, onde coloca o produtor amazônico em 
contato com o comprador. São 20 empreendimentos comunitários e 400 
produtos. 
Para que esta nova política pública seja ampliada para toda a região e 
alcance resultados até então atingidos por programas em escala demonstrativa, 
visualizam-se as seguintes demandas, a serem atendidas: 
Necessidade de fomento ao desenvolvimento de instrumentos que 
permitam a implantação de novos modelos econômicos, estabelecidos com base 
na utilização sustentável dos recursos da biodiversidade regional; 
Direcionamento da atual tendência de crescente uso econômico da 
biodiversidade, atendendo à necessidade de fomentar o ramo/setor e disciplinar 
suas atividades, com base em prioridades estabelecidas a partir de políticas 
públicas direcionadas à equidade social e à sustentabilidade ambiental; 
Zelo pela geração e repartição de benefícios socioeconômicos e 
ambientais aos atores sociais participantes; 
Necessidade de capacitação para o aprimoramento socioeconômico e 
tecnológico das comunidades e demais atores econômicos que efetiva e 
potencialmente vivem deste ramo/setor de atividades, para que suas atividades 
ganhem escala; 
Importância de se estabelecer estudos e conhecimento sobre as cadeias 
produtivas de bioprodutos, como base para se estruturar as ações de 
intervenção das políticas públicas; 
Atender à necessidade de alavancar a competência e capacitação 
regional para atender ao atual crescimento da biotecnologia e da bioindústria, 
principalmente no que se refere a: 
 Manejo e utilização sustentável dos componentes da biodiversidade; 
 Pesquisa e desenvolvimento direcionados à obtenção de bioprodutos; 
 Formação e desenvolvimento de novos empreendimentos 
(bioempreendimentos). 
 
 
 
11. SITUAÇÃO E TENDÊNCIAS DO PAPEL DAS COMUNIDADES 
Sem dúvida, a utilização sustentável de componentes da biodiversidade 
constitui o novo desafio a encarar, condição essencial para o progresso na 
apropriação dos meios de produção, atualmente limitados pela pequena 
variedade de espécies da floresta manejados e comercializados, o que vem 
colocando a chamada “economia da floresta em pé” ainda em condições de 
desvantagem em relação às práticas agrícolas e agroflorestais baseadas na 
substituição da floresta. 
Duas dinâmicas econômicas em crescimento, cujos atores são, 
predominantemente, pequenos produtores, os sistemas extrativistas e a 
chamada colonização agrícola, necessitam urgentemente de novas alternativas 
de geração de renda a partir da floresta, de forma a valorizar cada vez mais a 
biodiversidade ainda presente, ao mesmo tempo em que possibilitem a 
recuperação econômica de grandes extensões de áreas degradadas, criadas a 
partir de tecnologias inadequadas às condições naturais existentes. 
Tal desafio vem esbarrando no despreparo dessas organizações 
populares para tratar o tema da biodiversidade, cujas nuances envolvem 
princípios legais e padrões tecnológicos relativamente novos, cujo 
desenvolvimento e definições ainda não estão completas. Alguns temas, como 
o acesso ao conhecimento tradicional e a repartição de benefícios derivados, 
contêm indefinições legais com frentes de discussão ainda abertas no nível 
internacional. Além disso, a atual legislaçãode regularização de novos produtos, 
cujo ordenamento é de responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária – Anvisa, torna este processo proibitivo para pequenos 
empreendedores, dados os custos, que alcançam, em média, cerca de dez mil 
dólares para validação de um novo produto. 
Para inserir de forma plena estas comunidades no processo de 
apropriação dos componentes da biodiversidade, constituindo o controle social 
necessário para evitar a formação de novos enclaves econômicos na região, e 
garantir a repartição dos benefícios oriundos dessa nova dinâmica, faz-se 
necessário um amplo processo de capacitação desse segmento social, com 
 
 
 
base na resolução dos obstáculos à construção de novas cadeias produtivas, 
sob os aspectos legais, tecnológicos, institucionais e organizacionais. Tal 
processo precisa ser construído de forma participativa, onde as demandas sejam 
identificadas pelos próprios atores, com apoio dos especialistas nas diversas 
áreas a serem abordadas. 
12. SITUAÇÃO E TENDÊNCIAS DE P&D 
O Brasil pertence a uma minoria de países que se distingue pelo nível de 
desenvolvimento da pesquisa científica, que inclui um sistema acadêmico 
complexo e instituições de pesquisa consolidadas. Para se ter uma ideia da 
capacidade técnico-científica do país, a publicação de artigos na imprensa 
especializada internacional cresceu a uma taxa 57% superior à média mundial e 
o número de doutores no Brasil dobrou, nos últimos anos. 
No entanto, é importante ressaltar que os rumos do desenvolvimento 
científico e tecnológico adotados nas últimas décadas não foram suficientemente 
convergentes para produzir o necessário conhecimento demandado para mudar 
com agilidade o panorama da ocupação das regiões rurais, sobretudo as 
amazônicas. O conhecimento da composição da biodiversidade e do 
funcionamento dos ecossistemas ainda é deficiente, e as informações 
levantadas encontram-se de forma fragmentada e dispersa. 
Na atual conjuntura, em que o mundo começa a sofrer uma mudança de 
paradigma tecnológico de grandes proporções (de commodity para speciality), o 
país, e sobretudo a Amazônia, ainda sem conseguir resolver os problemas 
causados pelos antigos paradigmas, vê-se à frente de um grande desafio: 
adequar suas estruturas de produção econômica, científica e tecnológica às 
novas estratégias de transformação de recursos naturais. 
Alguns fracassos ocorreram em tentativas passadas de encontro entre 
ciência e desenvolvimento regional, como no caso da implantação do Plano de 
Valorização Econômica da Amazônia - PVEA, que começou a ser implantado no 
início da década de 50. Tais fracassos foram ocasionados principalmente pela 
disritmia entre uma estratégia de desenvolvimento mal desenhada e os prazos 
 
 
 
necessários para geração dos conhecimentos requeridos, que extrapolavam em 
muito a própria duração prevista do Plano. Assim, um sistema regional de C&T 
ainda em formação foi desestruturado, cristalizando um divórcio entre as 
necessidades locais e as prioridades científicas, cujo entendimento é necessário 
e a reversão, difícil. 
Em quadros como esse, de pouca sintonia entre produção científica e 
estratégia de desenvolvimento, a ciência regional desenvolveu-se de forma 
difusa e no dia-a-dia, foi deixando de lado a concentração e a objetividade que 
caracterizam os grandes progressos tecnológicos em países do primeiro mundo, 
onde a ciência sempre andou lado a lado e integrada ao desenvolvimento 
econômico e sociocultural. 
Especialmente no campo da biotecnologia, o país já entra, inicialmente, 
na condição de vagão atrelado a uma locomotiva. Este atrelamento, que agora 
parece inevitável, abre também um interessante e importante espaço para o país 
construir caminhos que lhe sejam próprios e peculiares. Este caminho de dupla 
influência só vai funcionar, entretanto, se dentro de um determinado espaço 
existir diálogo entre os dois empreendimentos do binômio C&T, ou seja, pode-
se estar novamente frente a uma situação recorrente: a inexistência de 
conhecimentos suficientes nas regiões, e de difícil produção nos prazos 
requeridos, para sustentação das estratégias de desenvolvimento. 
Essa pauta de trabalho deve ter a capacidade de mobilizar a ciência 
regional para um processo de desfragmentação, ou seja, de mobilização e 
convergência em torno de uma ação de resgate dos fragmentos de 
conhecimento existentes e sua complementação. Essa ação deve ocorrer no 
sentido de responder às demandas do processo tecnológico pretendido pela 
sociedade, em consonância com os princípios da justiça ambiental, 
contemplando inclusão social. Trata-se de ação complexa e gradual, onde o 
empreendimento biotecnológico não pretende substituir a estrutura de pesquisa 
existente no País e, mais especificamente, na região amazônica, mas interligar 
as diversas competências nacionais. Os resultados desse esforço não se 
apresentarão imediatamente, o que obrigará a estabelecer alternativas de 
transição, que atendam às demandas de mais curto prazo. 
 
 
 
Sem dúvida, alguns avanços ocorridos recentemente precisam ser 
consolidados e fortalecidos, como a criação de fundos setoriais, uma grande 
conquista na modernização e fortalecimento do sistema de financiamento da 
ciência, tecnologia e inovação brasileiras, crescendo a sinergia entre as diversas 
instâncias de governo, e destas com a sociedade, a partir da proliferação de 
novas instituições executivas, novos fundos e novos fóruns. 
Nesse sentido, é preciso fortalecer, cada vez mais, as práticas de projetos 
cooperados, organizados em redes interdisciplinares, envolvendo empresas e 
instituições de P&D, capacitando localmente e replicando experiências bem 
sucedidas. Tais projetos podem ser fortalecidos a partir de sua discussão em 
fóruns locais que integrem as diversas demandas, estabelecendo instâncias que 
possibilitem a decisão transparente sobre as prioridades e a viabilização de 
recursos por meio de ampla participação dos diversos setores envolvidos. 
O empreendimento biotecnológico carrega em si a necessidade de 
articular produção, ciência, desenvolvimento tecnológico e ocupação sustentável 
do espaço, além da necessidade de consolidar-se como uma alternativa 
concreta às soluções atualmente existentes. Conjugar a construção do espaço 
regional com o caminhar da ciência é, neste sentido, o principal desafio histórico 
a ser superado. 
13. SITUAÇÃO E TENDÊNCIAS DO PAPEL DOS EMPREENDIMENTOS 
INDUSTRIAIS E COMERCIAIS 
Existem entraves reais à locação de bioindústrias em algumas regiões do 
Brasil, especialmente na Amazônia, cuja superação, embora não seja 
impossível, necessita enfrentar sérias dificuldades, quais sejam: 
Ausência de uma rede de centros de pesquisa de excelência, considerada 
a principal condição para a intensa geração de inovações que esta indústria 
depende; 
Ausência de complexa estrutura de serviços à produção, cruciais para a 
trajetória entre a pesquisa básica e produto, tais como: indústrias de 
equipamento para desenvolvimento conjunto de processos produtivos; 
 
 
 
distribuidores, que têm papel decisivo nas relações produtor/usuário; firmas de 
advocacia especializada em direitos de propriedade intelectual, repartição de 
benefícios e bioparcerias; firmas especializadas na captação e alocação de 
capital de risco; rede de hospitais e centros de pesquisa capazes de realizar 
testes controlados de fármacos e outros produtos; etc. 
 Distância de aglomerados de outras atividades industriais cujos 
produtos ou processos de produção integram ou são parcialmente 
paralelos às cadeias produtivas da bioindústria; 
 Baixíssima oferta de capital humano com o espectro de qualificações 
necessário ao preenchimento dos requisitos da indústria, de 
pesquisadores de ponta e pessoal de nível médio; 
 Distância dos centros de decisão, matrizes, e mesmo de filiais, das 
empresas existentes nosdiversos ramos da bioindústria atuantes no território 
brasileiro. 
Para enfrentar tais disparidades e dar partida em um processo 
considerado de fundamental importância na correção de rumos do 
desenvolvimento regional, há que se trabalhar com atividades cujos padrões 
tecnológicos podem resultar, com maior grau de sucesso, em geração 
significativa de renda em empregos em bem mais curto prazo. Tal direção 
recomenda priorizar, inicialmente, o desenvolvimento de fitoterápicos, 
cosméticos, bebidas, alimentos e suplementos alimentares, considerando todo 
o espectro de subsetores, produtos e processos associados a estas cadeias 
produtivas. Tal estratégia compreende diversas vantagens: 
 A rede de instituições de pesquisa atual tem condições de atuar nas 
áreas; 
 Trata-se de nichos de mercado adequados às empresas nacionais 
de pequeno e médio porte, muitas já atuantes na região e no país; 
 Os benefícios em termos de emprego, distribuição e multiplicação 
da renda por unidade investida são maiores; 
 O potencial de geração de inovações competitivas é elevado; 
 
 
 
 A disseminação ampla de tecnologias permite a elevação posterior 
dos patamares tecnológicos dos sistemas, por meio de políticas ativas de 
benchmarking, entre outros fatores. 
Esse esforço pode ser executado sem, necessariamente, abandonar-se 
as hipóteses concretas de utilização de tecnologias intensivas em conhecimento, 
mas em uma etapa intermediária, voltar-se à adaptação ou mesmo imitação de 
tecnologias bem sucedidas, buscando a compreensão, o uso e a modificação 
destas tecnologias, promovendo soluções que possam imediatamente ser 
transferidas para a extensão, inclusive porque as pesquisas destas soluções já 
partem de problemas concretos. Estes padrões tecnológicos, ao mesmo tempo 
em que são facilmente assimiláveis pelos produtores, demandam e contribuem 
para a formação de grande número de técnicos de nível médio. 
14. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A CONSERVAÇÃO E O 
APROVEITAMENTO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE 
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) desenvolve diversas ações 
voltadas para a prevenção dos danos e riscos ambientais causados, de uma 
maneira geral, pelo crescimento socioeconômico predatório, e uma má utilização 
dos recursos naturais, dentre outros fatores. Dentre as principais metas deste 
Ministério estão a conservação dos recursos naturais e dos ecossistemas, que 
tem sido concretizada em ações que garantam o controle e a redução das taxas 
de desmatamento e do extrativismo predatório, poluição dos ecossistemas 
naturais, entre outros danos ao meio ambiente, assim como a valorização do 
conhecimento tradicional, no uso e manejo da biodiversidade, realizado pelos 
povos autóctones brasileiros. 
Por esses motivos, tradicionalmente, as ações de natureza ambientalista, 
sejam do governo ou de organizações da sociedade civil se concentram em 
controlar ou impedir as atividades que causem danos relevantes ao meio 
ambiente. Atualmente, o MMA tem assumido uma postura mais ativa em ações 
diretamente relacionadas ao desenvolvimento social e econômico do país, por 
meio de uma série de políticas transversais voltadas para o desenvolvimento 
 
 
 
sustentável. Essas ações são baseados em princípios de inclusão social e de 
justiça ambiental, sendo fomentada a substituição de práticas predatórias ao 
meio ambiente por práticas de consumo e produção sustentável, e de 
desenvolvimento social e econômico por meio do aproveitamento sustentável 
dos recursos naturais, o que pode ser caracterizado como sendo a garantia da 
manutenção das “florestas em pé”. 
De uma maneira geral, pode-se dizer que o movimento ambientalista e os 
órgãos governamentais de meio ambiente estão desenvolvendo uma 
compreensão, nas últimas décadas, que a melhor estratégia de se evitar a 
degradação ambiental é a promoção do aproveitamento social e econômico da 
biodiversidade. Diversos trabalhos nas áreas ambientais têm demonstrado que 
o manejo sustentável dos recursos da biodiversidade dos biomas, preservados 
ao longo do tempo geológico e ecológico, traz mais retorno sob diversos pontos 
de vista, tais como: social, econômico, cultural e ambiental. Constata-se, cada 
vez mais, que o uso predatório da natureza tem trazido benefícios apenas a curto 
prazo, não sendo garantidas as condições de sustentabilidade para as gerações 
futuras. Além disso, os benefícios do uso predatório da natureza, de uma 
maneira geral, são socialmente excludentes, contribuindo para perpetuação das 
desigualdades. 
A ação de governo federal, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, no 
que toca a política de utilização do patrimônio genético, deve se constituir por 
dois componentes: 
A normatização e regulamentação; 
O fomento e a indução. 
O componente normalização e regulamentação é competência do CGEN, 
Conselho de gestão do Patrimônio Genético, órgão colegiado ao MMA, que tem 
sua Secretaria Executiva inserida no DPG, Departamento do Patrimônio 
Genético, vinculada à Secretaria de Biodiversidade e Florestas (MMA). O 
principal programa no componente do fomento e indução é o Probem, vinculado 
à Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável (MMA) 
 
 
 
15. APRESENTAÇÃO DO PROBEM 
O PROBEM - Programa Brasileiro de Bioprospecção e Desenvolvimento 
Sustentável de Produtos da Biodiversidade é voltado para inserção de projetos 
e ações relacionados ao aproveitamento sustentável dos recursos da 
biodiversidade brasileira. Os projetos e ações de desenvolvimento sustentável 
nessa linha dependem de pesquisas básicas e da articulação com organizações 
governamentais, organizações sociais e populares, instituições de pesquisa, 
comunidades, organizações não governamentais e outros segmentos envolvidos 
nos processos. 
O Programa visa fomentar e induzir o desenvolvimento econômico e 
socioambiental no país a partir do acesso e utilização sustentável dos recursos 
genéticos da biodiversidade. Portanto, deve ser concebido e estruturado com 
base nas cadeias produtivas, buscando integrar de modo transversal, todas as 
etapas econômicas, sociais e ambientais que movimentam e direcionam o uso 
dos recursos da biodiversidade. A concepção de Programa faz com que este 
seja de natureza fundamentalmente transversal, interagindo com todo um amplo 
conjunto de atores (governamentais e não-governamentais) envolvidos na 
cadeia produtiva de bioprodutos – desde o acesso para sua identificação e 
extração na natureza, passando pela organização social da produção 
econômica, até a realização econômica de seu valor no mercado, assim como o 
conjunto de atores envolvidos na cadeia do conhecimento, que é empregado a 
cada etapa da cadeia produtiva, promovendo a transformação dos recursos em 
produtos de maior valor agregado. 
As atividades prioritárias do Probem são voltadas para a articulação de 
projetos-piloto nos biomas brasileiros, com a priorização do desenvolvimento das 
cadeias produtivas de recursos estratégicos da biodiversidade. Nesses 
processos são priorizadas as inovações técnicas, tecnológicas e culturais no 
aproveitamento da biodiversidade, e do conhecimento tradicional associado. 
As diretrizes dessas ações incluem um modelo de uso múltiplo e integrado 
da biodiversidade, com agregação de valor e conhecimento das suas 
potencialidades, inclusão social, justa repartição dos benefícios e justiça 
 
 
 
ambiental. Assim, as ações do Programa são adaptadas aos biomas e as 
comunidades locais de cada polo. 
Todas as etapas das cadeias produtivas devem se realizar de forma 
ambientalmente sustentável e socialmente justa, em conformidade com os 
princípios e diretrizes estabelecidos pela Convenção da Diversidade Biológica e 
da Agenda 21 Brasileira. Assim, as ações do programa devem contribuir para a 
conservação dos ecossistemas, com a preservação das espécies e da 
variabilidade genética. 
O Programa desenvolve ações e projetosem polos de Bioprospecção e 
desenvolvimento Sustentável de Produtos da Biodiversidade, onde são 
implementadas as cadeias produtivas da biodiversidade eleitas como 
estratégicas com a participação das comunidades e instituições parceiras. Dessa 
forma os Polos Probem se baseiam em 3 redes interligadas, a fim de se 
desenvolver integralmente as cadeias produtivas: 
1- Rede de Coleta, Inventário e Cultivo; 
2 – Rede de Pesquisa e Desenvolvimento; 
3 – Rede de Marketing e Comercialização. 
Diretrizes gerais para o Manejo: deve ser fomentando o 
desenvolvimento de conhecimento e a implementação de técnicas de manejo 
que minimizem o impacto e maximizem a produção e o aproveitamento desses 
recursos. Para tanto, serão estabelecidos sistemas de aproveitamento múltiplo 
e integrado da biodiversidade, priorizando bioprodutos estratégicos 
(especialmente os endêmicos), por meio da associação de técnicas de sistemas 
agroflorestais, agroecologia, permacultura, etc. 
Diretrizes gerais para o Beneficiamento: o beneficiamento deve ser 
realizado, numa primeira etapa preferencialmente por cooperativas de 
produtores para que estes tenham o máximo de autonomia possível, ampliando 
a renda das comunidades, e evitando a concentração dos lucros pelos 
atravessadores. Na etapa de beneficiamento biotecnológico (se presente) serão 
priorizadas as instituições de P&D nacionais, sobretudo aquelas credenciadas 
nas redes Probem. 
 
 
 
Diretrizes gerais para o Comércio: os produtos devem ser devidamente 
certificados pelos órgãos responsáveis, e registrados e autorizados pelo CGEN, 
quando necessário. Deve ser promovida a educação ambiental e o marketing 
ecológico. No caso de conhecimento tradicional associado ao bioproduto deve 
ser implementadas as normas de repartição de benefícios previstas na 
legislação. 
O diferencial do Probem, em relação a outras políticas públicas de uso 
sustentável dos recursos genéticos, é a agregação de valor e conhecimento a 
biodiversidade. Para tanto, devem estar associadas as etapas das cadeias 
produtiva e do conhecimento. 
Deste modo, este Programa deve ter como Objetivos (Macro Objetivos): 
 Promover uma estrutura permanente de análise e promoção de 
cadeias produtivas de recursos derivados da biodiversidade dos 
biomas brasileiros, com vistas à sua ampliação e diversificação, 
com ênfase na sustentabilidade ambiental e na inclusão social; 
 Promover o desenvolvimento das cadeias do conhecimento acerca 
dos potenciais produtos da biodiversidade brasileira e da 
tecnologia agregada para a utilização dos recursos genéticos de 
forma sustentável; 
 Articular projetos-piloto de desenvolvimento de bioprodutos, em 
especial voltados à inserção das populações tradicionais em processos 
produtivos derivados da bioprospecção e ao zelo pela justa repartição dos 
benefícios; 
Gerar subsídios para a formulação de políticas públicas para a 
bioprospecção e o uso sustentável do patrimônio genético. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Desenvolvimento sustentável: Como aliar meio ambiente e economia 
Cláudio Mendonça 
 
O desenvolvimento da ciência e da tecnologia, no século 20, serviu tanto 
para promover a melhoria da qualidade da vida do ser humano, quanto para 
ampliar a sua capacidade de autodestruição. Entre as heranças nefastas do 
último século, encontram-se o desgaste sem precedentes dos recursos naturais, 
os efeitos lesivos da poluição do ar e das águas, a destruição das matas e da 
biodiversidade do planeta. 
No início da década de 1960, os movimentos ecológicos já advertiam 
sobre as graves ameaças que estavam impostas à biosfera. As manifestações e 
discussões naquela década apontavam, também, para a insustentabilidade do 
modelo de desenvolvimento baseado no ideal de consumo e crescimento 
econômico acelerado. Assim, aos poucos, os temas ambientais foram sendo 
incorporados aos programas de governo das nações, aos partidos políticos e à 
agenda dos organismos internacionais. 
 
Movimentos ambientalistas 
As Organizações Não-Governamentais (ONGs) começaram a surgir a 
partir da década de 1960. O WWF ("World Wildlife Fund"), a primeira ONG 
ambientalista de espectro mundial, foi criada em 1961. Está voltada para a 
defesa de espécies ameaçadas de extinção, de áreas virgens e ao apoio a 
educação ambiental. Em 1971, o Greenpeace - criado para impedir um teste 
nuclear na costa do Alasca, nos Estados - passou a ser o movimento 
ambientalista de maior projeção internacional. 
Desse modo, a discussão ambiental ganhou amplitude e adeptos em todo 
o mundo ao colocar em pauta a questão da própria sobrevivência humana e 
assinalar a necessidade de mudanças nos nossos valores sociais e culturais, 
bem como no modelo econômico das nações de um modo geral. 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/alasca-estado-norte-americano.htm
 
 
 
Conferência de Estocolmo 
 
O primeiro grande debate mundial sobre os temas ambientais tem como 
referência a Conferência de Estocolmo, promovida pela ONU, na Suécia, em 
1972 (1ª Conferência Internacional para o Meio Ambiente Humano). Até então, 
esse foi o maior evento de dimensão internacional dedicado exclusivamente à 
avaliação das relações sociedade e natureza. O dia 5 de junho, que marcou o 
início dos trabalhos da Conferência, foi oficializado pela ONU como o "Dia 
Mundial do Meio Ambiente". 
Na década de 1970, o mundo vivia no auge da Guerra fria. Os 
países socialistas ligados à hoje extinta União Soviética não compareceram ao 
evento de Estocolmo. Esses países boicotaram a conferência, em solidariedade 
à Alemanha Oriental, cuja participação foi vetada pela ONU. 
Sem a presença dos países socialistas, o principal embate do encontro de 
Estocolmo ocorreu entre os países desenvolvidos do hemisfério Norte e os 
países subdesenvolvidos do Sul. Enquanto os países do Norte, de modo geral, 
defendiam a necessidade de implementar políticas ambientais rigorosas, os 
países do Sul reclamavam o direito de perseguir o desenvolvimento econômico 
e investir na industrialização. 
O mundo subdesenvolvido não demonstrou nenhum interesse em adotar 
mecanismos de proteção ambiental que bloqueassem as suas metas de 
crescimento econômico. Os representantes desses países argumentavam que o 
crescimento econômico era prioritário e necessário para modificar a condição 
social precária em que vivia boa parte dos povos do mundo. 
 
Uma conclusão contraditória 
Essas divergências levaram a resultados práticos pouco promissores. 
Para contemplar as diversas posições, a "Declaração de Estocolmo" 
estabeleceu uma carta de princípios em que os países desenvolvidos 
concordavam com a necessidade de transferir tecnologia e dar apoio financeiro 
aos países dispostos a adotarem medidas ambientais corretas. Contudo, em 
contradição com o próprio princípio e objetivo da conferência, considerava que 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/reino-da-suecia-pais-da-europa.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/guerra-fria---inicio-da-segunda-guerra-mundial-as-primeiras-hostilidades.htm
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/urss---o-fim-boris-ieltsin-e-o-fim-do-regime-socialista-na-russia.htm
 
 
 
a conquista do desenvolvimento econômico era uma meta tão prioritária quanto 
a preservação do meio ambiente. 
Nesse sentido, a posição brasileira na Conferência de Estocolmo foi 
tristemente exemplar, ao declarar que o país abria as suas portas para a 
instalação das indústrias poluidoras que tanto incomodavam a população dos 
países do Norte. Deixava clara a ideia de que o Brasil preferia promover o 
crescimento econômico a qualquer custo a se dedicar a políticas ambientais. 
Na verdade, o grande avanço de Estocolmo foi o de sensibilizar a 
sociedade mundial para os graves problemas ambientais que podiam e ainda 
podem colocar em risco a sobrevivência da humanidade. A criaçãodo PNUMA - 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - foi um de seus resultados 
concretos. O PNUMA passou a ser a agência da ONU responsável pela 
promoção de ações internacionais e nacionais relacionadas à proteção do meio 
ambiente. 
 
Visões de meio ambiente 
Pelo menos três concepções sobre a relação da sociedade humana com 
o meio ambiente, foram bem estabelecidas nessa primeira grande discussão 
internacional. Para começar, podemos citar o desenvolvimentismo, que defende 
o crescimento econômico a qualquer custo e não considera os danos ambientais 
nem a possibilidade de esgotamento dos recursos naturais. Essa concepção 
confunde crescimento econômico com desenvolvimento e estimula o consumo 
crescente de energia e de recursos naturais. 
Em um lado totalmente oposto, encontra-se o preservacionismo, 
amparado na ideia de que -no atual estágio do desenvolvimento da produção - 
é necessária uma postura radical de preservação ambiental. Essa corrente teve 
origem nos Estados Unidos, na verdade, ainda no século 19. Ela foi responsável 
pela criação de importantes parques nacionais destinados à salvação da 
natureza original, como são os casos do Parque Nacional de Yellowstone (1872), 
do Sequoia Park (1890) e muitos outros. Em outras palavras, o preservacionismo 
defende a proteção integral de determinado ecossistema com o objetivo de 
garantir a sua intocabilidade. 
 
 
 
Já o conservacionismo é um meio termo entre as duas correntes 
anteriores. Admite a exploração dos recursos naturais, de forma racional e 
eficiente. Conservar significa, portanto, utilizar a natureza, mas garantindo a sua 
sustentabilidade. Não significa guardar os recursos naturais e sim consumir 
adequadamente: atender às necessidades do presente, levando em 
consideração a necessidade do uso desses recursos no futuro. A visão 
conservacionista tem caracterizado a maioria dos movimentos ambientalistas e 
tornou-se consenso entre a maioria dos países, sendo o princípio que norteia a 
política de desenvolvimento sustentável. 
 
Recursos renováveis e não-renováveis 
Tanto preservacionistas quanto conservacionistas consideram que a 
questão ambiental não está restrita aos tipos de recursos utilizados - renováveis 
ou não-renováveis - e sim aos recursos naturais em geral. Recursos renováveis 
são aqueles que, uma vez utilizados, podem ser recuperados, como a 
vegetação, a água, o ar e o solo. Os recursos não-renováveis são aqueles que 
se esgotam, ou seja, que não podem ser repostos, como os minérios: o petróleo, 
o carvão, o ferro, o manganês, o alumínio e outros. 
De fato, essa classificação encontra limitações, pois a exploração intensa 
de uma floresta, a utilização de extensas áreas para produção agropecuária ou 
a poluição de um rio pode levar à destruição irreversível de um ecossistema. É 
também o caso do ar, cuja qualidade tem sido comprometida com a emissão de 
gases que alteram a sua composição natural e tem provocado alterações 
climáticas em todo o planeta. Portanto, apesar de serem classificados como 
renováveis, alguns recursos não podem ser utilizados de forma inadequada sem 
uma atitude que vise a sua conservação em longo prazo. 
 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
Em 1973, um ano após a Conferência de Estocolmo foi elaborado o 
conceito de ecodesenvolvimento, mencionado pela primeira vez por Maurice 
Strong, Secretário Geral da Estocolmo/72. O ecodesenvolvimento - cujos 
princípios básicos foram formulados posteriormente por Ignacy Sachs - valoriza 
 
 
 
as possibilidades de um desenvolvimento capaz de criar um bem-estar social, a 
partir das particularidades e anseios das populações locais. É contra a 
padronização do modelo de desenvolvimento dos países ricos ocidentais, 
baseado na sociedade de consumo. Propõe também a necessidade de um 
modelo de desenvolvimento apoiado na preservação dos recursos naturais. 
Em 1983 a ONU criou a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, presidida pela primeira-ministra norueguesa, Gro Harlem 
Brundtland. Essa comissão realizou uma ampla avaliação dos problemas 
ambientais relacionadas ao desenvolvimento econômico. Seu trabalho resultou 
na publicação de um extenso relatório intitulado "Nosso Futuro Comum", 
publicado em 1987 (Relatório Brundtland). Nele, ficou consolidado o conceito 
de desenvolvimento sustentável, apoiado em políticas conservacionistas 
capazes de promover o desenvolvimento, sem a dilapidação dos recursos do 
planeta. Enfim, um modelo de desenvolvimento que garanta a qualidade de vida 
hoje, mas que não destrua os recursos necessários às gerações futuras. 
Algumas de suas recomendações propunham a redução do uso de 
matérias-primas e energia, uso de fontes de energia renováveis, limitação do 
crescimento populacional, combate à fome, preservação dos ecossistemas, 
industrialização ecologicamente equilibrada, satisfação de necessidades 
básicas para toda a humanidade, modificação dos valores e padrões da 
sociedade de consumo e a responsabilidade do Estado na implementação de 
políticas baseadas na justiça e equidade social. A sua viabilização depende da 
inclusão de políticas ambientais no processo de tomada de decisões 
econômicas. 
O conceito de desenvolvimento sustentável, apoiado numa visão ética 
indiscutível, comprometida em preservar a natureza para as gerações futuras, 
tornou-se consensual em quase todo o mundo. No entanto, a sua viabilidade 
prática ainda precisa ser avaliada, pois é difícil definir até que ponto a exploração 
econômica é compatível com a manutenção de um ambiente saudável. 
Na tentativa de chegar ao DS, sabemos que a Educação Ambiental é 
parte vital e indispensável, pois é a maneira mais direta e funcional de se atingir 
pelo menos uma de suas metas: a participação da população. 
 
 
 
A preocupação da comunidade internacional com os limites do 
desenvolvimento do planeta data da década de 60, quando começaram as 
discussões sobre os riscos da degradação do meio ambiente. Tais discussões 
ganharam tanta intensidade que levaram a ONU a promover uma Conferência 
sobre o Meio Ambiente em Estocolmo (1972). 
No mesmo ano, Dennis Meadows e os pesquisadores do "Clube de 
Roma" publicaram o estudo Limites do Crescimento. O estudo concluía que, 
mantidos os níveis de industrialização, poluição, produção de alimentos e 
exploração dos recursos naturais, o limite de desenvolvimento do planeta seria 
atingido, no máximo, em 100 anos, provocando uma repentina diminuição da 
população mundial e da capacidade industrial. 
O estudo recorria ao neo-malthusianismo como solução para a iminente 
"catástrofe". As reações vieram de intelectuais do Primeiro Mundo (para quem a 
tese de Meadows representaria o fim do crescimento da sociedade industrial) e 
dos países subdesenvolvidos (já que os países desenvolvidos queriam "fechar a 
porta" do desenvolvimento aos países pobres, com uma justificativa ecológica). 
Em 1973, o canadense Maurice Strong lançou o conceito de 
ecodesenvolvimento, cujos princípios foram formulados por Ignacy Sachs. Os 
caminhos do desenvolvimento seriam seis: satisfação das necessidades 
básicas; solidariedade com as gerações futuras; participação da população 
envolvida; preservação dos recursos naturais e do meio ambiente; elaboração 
de um sistema social que garanta emprego, segurança social e respeito a outras 
culturas; programas de educação. Esta teoria referia-se principalmente às 
regiões subdesenvolvidas, envolvendo uma crítica à sociedade industrial. Foram 
os debates em torno do ecodesenvolvimento que abriram espaço ao conceito de 
desenvolvimento sustentável. 
Outra contribuição à discussão veio com a Declaração de Cocoyok, das 
Nações Unidas. A declaração afirmava que a causa da explosão demográfica 
era a pobreza, que também gerava a destruição desenfreada dos recursos 
naturais. Os países industrializados contribuíam para esse quadro com altos 
índices de consumo.

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