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Dto Adm Aplicado - Questões Discursivas de Licitação

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QUESTÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO APLICADO (LICITAÇÃO)
01- Um dado Ente Federativo pretendia reformar uma ponte que ligava dois municípios em que havia intenso trânsito de veículos. A previsão seria de um gasto estimado de R$ 5.000.000,00. Assim, publicou edital de licitação. Várias empresas apresentaram documentação de habilitação com as respectivas propostas. Porém, nenhum licitante foi considerado habilitado. A Administração concedeu prazo de 08 dias para a regularização da documentação. Mesmo assim, ao final, nenhuma empresa conseguiu ser habilitada, sendo a licitação revogada. Passado algum tempo, nova licitação foi inaugurada com vários interessados comparecendo e apresentando envelopes de habilitação e proposta. Contudo, desta vez houve licitantes habilitados, mas ao examinar a proposta nenhuma delas estava compatível com o edital. Porém, no decorrer do segundo procedimento licitatório realizado, o Estado foi submetido a fortes chuvas, vindo a ponte a ser interditada, pois estava em iminente perigo de desmoronamento. Analise o caso concreto abordando: 
a) A modalidade de licitação que deve a licitação ser feita.
R: A De acordo com o artigo 23,C da Lei Federal n. 8.666/93, a modalidade a qual a licitação deverá ser realizada é de Concorrência (para obras de engenharia com valor acima de R$ 1.500.000,00), pois a obra tem uma estimativa no valor de R$ 10.000.000,00
b) O ato de conceder prazo para regularizar documentação tem fundamento legal?
R: De acordo com o artigo 48, parágrafo 3°, da Lei 8.666/93, quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referida neste artigo, facultada , no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. 
c) Qual a atitude a Administração pode tomar diante da não compatibilidade das propostas com o edital e o fechamento da ponte por motivo das fortes chuvas.
R: De acordo com o inciso IV do Art. 24, da Lei 8.666/93 é dispensável a licitação nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa epara as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
02- As obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvas algumas situações prevista em lei. Suponha que a Administração de um Município do Estado de Santa Catarina tenha resolvido contratar, para apresentações durante as festas juninas, a cantora Paula Fernandes. Diante dessa situação e considerando o tema do texto acima, responda de maneira fundamentada, acerca da necessidade de licitação nesse caso específico.
R: Se a Administração não puder, por exemplo, realizar a obra ou o serviço diretamente, necessitando de terceiros para tanto, deve realizar procedimento licitatório para escolha da proposta mais vantajosa, por expressa disposição constitucional insculpida no art. 37, XXI, da CF/88, resalvadas algumas situações previstas em lei. As ressalvas que autorizam a chamada contratação direta, sem precendente licitação, estão dispostas nos arts. 17, 24 e 25 da lei 8.666/93.
O art. 25, III, aduz que é exigível a licitação, entre outros casos, para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. Ao que parece, a contratação diretamente da referida cantora pode ser feita diretamente, por inexigibilidade de licitação, fudamentada no art. 25, III.
03- As obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvas algumas situações prevista em lei. Em um Município do Sul do País, houve um grande incêndio no almoxarifado do hospital municipal. A direção do referido hospital necessita repor o mais rápido possível o estoque de medicamentos, sob pena de por em risco a saúde da população. Diante da situação hipotética e considerando o tema do texto acima, responda de forma fundamentada se a Administração do hospital precisa fazer procedimento licitatório para adquirir medicamentos.
R: A resolução da questão passar pelo art. 24, IV da lei n. 8.666/93, o qual apresenta um rol taxativo aduzindo que é dispensável a licitação, entre outros, nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários os atendimentos da situação emergencial ou calamitosa.
Ao que parece, a contratação dispensa licitação, fundamentada no art. 24, IV.
04- Determinado Município lançou o projeto Casa Própria, que visa diminuir a demanda das classes média e baixa por moradia. Para isso, destacou uma grande área para esse assentamento, o qual foi devidamente parcelado em lotes de 500 metros quadrados. Foi aprovada a lei municipal autorizando a venda ou a concessão de direito real de uso para esses moradores e já houve a avaliação desses imóveis. No entanto, o prefeito não sabe se utilizará ou não o procedimento de licitação. Considerando a situação hipotética, responda, de forma fundamentada, se haverá a necessidade de licitação.
R: Os bens públicos têm tratamento especial, tanto na CF/88, a qual deixa expressamente proibida sua aquisição por intermédio de usucapião, quanto na legislação infraconstitucional, quando o Código Civil estabelece a alienabilidade condicionada aos requisitos da Lei.
A regra é que a alienação de bem imóvel pertence à administração Pública Direta depende da existência de interesse público devidamente justificado, autorização legislativa, avaliação prévia e licitação na modalidade de concorrência.
Entretanto, a licitação é dispensada pela própria lei, entre outros casos, quando houver alienação, gratuita ou onerosa, bem como concessão de direito real de uso de bem imóveis residenciais construídos, destinados ou utilizados em programas habitacionais, o certame é dispensado
05- Ao realizar uma concorrência pública, a autarquia AGX exigiu que fossem comprovadas, com documentos, a regular constituição, a capacidade financeira e, também, a capacidade técnica das empresas interessadas na execução do objeto da licitação. Uma das empresas licitantes foi desclassificada pela comissão de licitação por não haver, satisfatoriamente, comprovado possuir capacidade financeira. Considerando essa situação, avalie, com base na legislação pertinente, se agiu corretamente a comissão de licitação.
R: O procedimento licitatório, regido pela Lei n. 8.666/93, basicamente é composto das fases de lançamento do edital, habilitação, julgamento, homologação e adjudicação, aplicáveis à modalidade de concorrência e ajustando-se, no que couber, às demais modalidades (art. 43, §4). Quanto à modalidade pregão, regida pela lei federal n. 10.520/2002, há que se destacar a inversão de fases de habilitação e julgamento.
A fase de habilitação é aquela na qual as condições pessoais dos licitantes são verificadas através de comprovação documental. Nessa fase, para continuar na disputa, o licitante deverá comprovar habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e se está cumprindo o disposto no art. 7º, inciso XXXIII, da CF/88.
A Lei8.666/93, nos arts. 28 a 31, estabelecem um rol máximo de documentos que podem ser exigidos pela administração nesta fase, ou seja, não há necessidade da exigência, numa licitação, de todos os documentos descritos, podendo ser exigidos apenas alguns documentos. O que vai determinar essa exigência é a complexidade do objeto do certame.
Há possibilidade, nas modalidades de convite, concurso, leilão e no fornecimento de bens de pronta entrega, que esta documentação seja dispensada, no todo ou em parte, conforme o art. 32, § 1º.
Na fase de habilitação, aquele licitante que não contemplar as exigências previstas no edital e na Lei deverá ser considerado inabilitado, devendo a Comissão devolver-lhe o envelope de propostas comerciais devidamente lacrado, caso não haja recurso ou for denegado, forte no Art. 43, inciso II, da Lei.
Portanto, não agiu corretamente a referida Comissão, tendo em vista que na fase de habilitação, o licitante deve ser considerado inabilitado. A desclassificação de um licitante é procedimento a ser realizado, havendo justo motivo, na fase de julgamento das propostas.
06- O Município X, que possui órgão de procuradoria instituído, pretende contratar um escritório de advocacia para promover a defesa judicial perante o STF, de determinada causa em que figurou como parte o Município. Considerando os critérios de notória especialização, experiência na área, localização, entre outros, contratou, sob o fundamento de inexigibilidade de licitação, o conceituado e bem estruturado escritório de advocacia Y, em Brasília, cuja área de atuação é exatamente na matéria tratada na referida ação. O Ministério Público, em razão de denúncia recebida, promoveu ação civil pública com o propósito de impedir a celebração desse contrato, sob o fundamento de que deveria haver licitação. Nessa situação hipotética, a atitude do MP foi correta? Que argumentos de mérito poderiam ser utilizados em favor da contratação? Fundamente sua resposta.
R: O escritório de advocacia em sua peça contestatória deveria invocar o art. 25 da Lei 8.666/93, inciso II, a seguir transcrito:
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
O dispositivo legal supramencionado prevê as hipóteses em que a licitação é inexigível, sendo uma das hipóteses no caso de contratação de serviços técnicos. Complementando a redação desse artigo, o art. 13 da mesma lei define quais são serviços técnicos considerados para a presente finalidade.
Destarte, por estar enquadrado nas condições de serviços técnicos profissionais especializados que sua contratação não exige licitação (por força dos artigos, 25, II e 13, inciso V, da Lei 8.666/93), a ação civil pública promovida pelo Ministério Público não deve prosperar.
07- O Estado de Santa Catarina desencadeou procedimento licitatório para a construção de uma escola pública, tendo saído vencedora a empresa X. Homologado o procedimento e adjudicado o objeto em favor da referida empresa, a Administração Pública anulou o certame em razão de constatar a ocorrência de irregularidade, por fato não imputável à Administração. Inconformada com a medida, a empresa impetrou mandado de segurança sob o fundamento de que, após a adjudicação, teria o direito líquido e certo de contratar com o poder público. Postulou, desse modo, a concessão da segurança, para impor à Administração o dever de celebrar o contrato ou, alternativamente, para que fosse reconhecido o seu direito à indenização pelos prejuízos suportados em decorrência da anulação. Considerando essa situação hipotética, apresente, com a devida fundamentação, os argumentos indispensáveis à impugnação do pedido formulado pela empresa impetrante. 
R: Deve-se destacar que a licitação, como qualquer outro procedimento administrativo, é passível de anulação (na hipótese de ilegalidade) ou de revogação (por razões de conveniência e oportunidade).
A administração pública, de acordo com o art. 49 da Lei n.º 8.666/1993, tem o dever de anular o procedimento licitatório quando constatada a ocorrência de ilegalidade. O STF também já firmou entendimento no sentido da possibilidade de a administração pública anular seus atos quando eivados do vício da ilegalidade (Súmulas n.ºs 346 e 473).
O ato de homologação bem como o de adjudicação não conferem à empresa vencedora do certame o direito líquido e certo de contratar com o poder público, visto que a adjudicação constitui, apenas, o ato pelo qual a administração pública atribui ao vencedor o objeto da licitação.
Também não há fundamento para o pedido de indenização. Isso porque, uma vez constatada a ocorrência de ilegalidade, não imputada à própria Administração, não há que se falar em direito do licitante à indenização. O § 1.º do art. 49 da Lei n.º 8.666/1993 é expresso ao consignar que a anulação do procedimento licitatório, por motivo de ilegalidade, não gera obrigação de indenizar.

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