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Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela - CEP 40.110.100 – Salvador - BA– Brasil Tel/Fax: 55 0713263 3002/ 3331-5072 | Email: redecegonhaics@labimuno.org.br | UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Instituto de Ciências da Saúde Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela - CEP 40.110.100 – Salvador - BA– Brasil Tel/Fax: 55 0713263 3002/ 3331-5072 | Email: redecegonhaics@labimuno.org.br | UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Instituto de Ciências da Saúde Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular REDE CEGONHA PROGRAMA DE TRIAGEM PRÉ NATAL EM PAPEL FILTRO O QUE É PROGRAMA DE TRIAGEM PRÉ NATAL EM PAPEL FILTRO É um programa que utiliza a tecnologia da análise do sangue seco em papel filtro para identificar doenças no período gestacional. Essa tecnologia é a mesma utilizada para a realização da Triagem Neonatal – Teste do Pezinho. QUAL O OBJETIVO? Diagnosticar doenças genéticas, infecto contagiosas e/ou que possam comprometer a saúde materno infantil no período pré natal e, com isso, possibilitar a adoção de medidas que minimizem os efeitos desta e/ou evitem a transmissão vertical das doenças da mãe para o bebê. COMO É REALIZADA A TRIAGEM PRÉ NATAL? O primeiro passo é a coleta do sangue em papel filtro através da punção digital. As amostras de sangue são analisadas no laboratório da LABIMUNO UFBA e as gestantes com exames alterados serão reconvocadas para nova coleta, a fim de realizar a confirmação diagnóstica. Os casos confirmados serão acompanhados por equipe médica referenciada dos municípios e/ou estado, conforme os protocolos de cada doença. QUAIS AS DOENÇAS POSSIVEIS DE SER INVESTIGADAS E OS EXAMES REALIZADOS NO PROGRAMA DE TRIAGEM PRÉ NATAL? 1. Toxoplasmose 2. Citomegalovírus 3. Sífilis 4. HIV 5. Hepatite B 6. Hepatite C 7. HTLV 8. Doença Falciforme Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela - CEP 40.110.100 – Salvador - BA– Brasil Tel/Fax: 55 0713263 3002/ 3331-5072 | Email: redecegonhaics@labimuno.org.br | UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Instituto de Ciências da Saúde Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular PROTOCOLOS DO PROGRAMA DE TRIAGEM PRÉ NATAL AS INFECÇÕES TRIADAS E CONDUTAS 1. Toxoplasmose A toxoplasmose é causada pelo Toxoplasma Gongii (TG) e adquire especial relevância quando atinge a gestante, visto o elevado risco de acometimento fetal. Os 40% (quarenta por cento)das mulheres que adquirem infecção aguda durante a gestação, se não tratadas, transmitirão a doença aos filhos. A incidência da infecção fetal é maior quando essa é adquirida no terceiro trimestre (59%). A gravidade da doença é maior quando a infecção materna é adquirida no primeiro trimestre, apesar do menor risco de transmissão (14%). No Brasil, entre 25% e 40% das gestantes são soronegativas para Toxoplasmose. O risco de infecção aguda durante a gestação é de aproximadamente 1%. A transmissão fetal ocorre em 30% dos casos levando à infecção fetal de gravidade variável. Verifica-se que 90% das crianças infectadas são assintomáticas as nascer e destas, 80 a 90% vão desenvolver doença ocular ou neurológica até a idade adulta. Entre os agravos anatômicos e funcionais decorrente dessa afecção podem ser observados retardos de crescimento intra uterino, morte fetal, prematuridade e/ou toxoplasmose congênita (microftalmia, microcefalia, com ou sem hidrocefalia, retardo mental, pneumonite, hepatoesplenomegalia, icterícia, erupção cutânea, calcificações cerebrais, coriorretinite, alterações de LCR e dificuldades respiratória. Em relação ao diagnóstico clínico, a anamnese é pouco fidedigna em determinar o passado da toxoplasmose. Por isto, a hipótese dessa doença deve ser lembrada em todos os processos febris ou adenomegálicos que acometem a gestante. Linfoadenomegalia, febre e mal estar, juntos a história de contato com felinos, manuseio de terra ou carne crua (sem proteção com luvas), são alterações sugestivas de contaminação pelo TG. O exame físico pode contaminar os dados anamnese, mas, pela baixa especificidade desses dados, o exame sorológico é necessário para fechar o diagnóstico. Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela - CEP 40.110.100 – Salvador - BA– Brasil Tel/Fax: 55 0713263 3002/ 3331-5072 | Email: redecegonhaics@labimuno.org.br | UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Instituto de Ciências da Saúde Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular 2. Citomegalovírus Em adultos, a infecção causada pelo citomegalovírus (CMV), apresenta expressão clínica de destaque somente em pacientes com imunodepressão, a exemplo do que ocorre com pacientes sob terapia imunodepressora ou portadores da síndrome da imonudeficiência adquirida. O CMV é um vírus da família Hespesviridae, cujo genoma é constituído por DNA de dupla hélice. Apesar de se conhecer apena um genótipo, já foram descritos quatro subtipos, baseando-se na variação da glicoproteína B. Pode ocorrer a infecção por mais de um subtipo deste vírus, visto que não há resistência cruzada entre eles. Em geral as taxas de soroprevalência do CMV sapo maiores Mem países não industrializados. Sobre a dispersão desse vírus, considera-se que seja facilitada pelo contato com secreções, excreções e fluidos corporais (transmissão sexual), além de contaminação com sangue, instrumentos ou tecidos que contenham o vírus e também verticalmente (transplacentária e amamentação). Com este potencial de dispersão, as chances de se chegar a vida adulta sem contato com o CMV, em nosso país, são extremamente baixas ou nulas. Infelizmente, não é possível prever quais são as pacientes que terão infecção congênita, muito menos malformações. Não existem provas sorológicas que possam determinar recorrência ou reinfecção com segurança. No entanto, entende-se que, mesmo em comunidades nas quais a soro prevalência do CMV entre gestantes é baixa, sua busca visando detectar a soro conversão talvez possa apresentar uma relação custo-benefício favorável. 3. Sífilis Considerada como exemplo de infecção sexualmente transmissível, a sífilis vem desafiando os serviços de saúde pública ao longo dos anos. Apesar de ter agente etiológico conhecido (Treponema pallidum), tratamento simples e eficaz (penicilina) e meios diagnósticos já determinados, não se consegue o seu controle. Para o obstetra a importância dessa doença transcende seus aspectos Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela - CEP 40.110.100 – Salvador - BA– Brasil Tel/Fax: 55 0713263 3002/ 3331-5072 | Email: redecegonhaics@labimuno.org.br | UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Instituto de Ciências da Saúde Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular clínicos (lesão primaria, lesões de pele e neuro sífilis), aduzindo a complexa abordagem dessa doença a transmissão vertical (TV) de seu agente etiológico. O Treponema pallidum (PT) não sobrevive do hospedeiro e pode ser destruído facilmente por calor, sabão ou água. Por este motivo, para que ocorra a transmissão horizontal desse microorganismo é necessárioque haja íntimo contato entre os parceiros sexuais, não ocorrendo de forma indireta como o uso comunitário de toalhas ou roupas íntimas. A transmissão do TP também pode ocorrer através da exposição parenteral a sangue ou instrumentos contaminados e disseminação hematogênicatransplacentária, responsável por perdas gestacionais e pela sífilis congênita. Apesar de a sífilis ter sido descoberta há mais de um século e o tratamento ser uma realidade há pelo menos 50 anos, a doença ainda se mantem como um sério problema de saúde pública em todo o mundo. As estimativas apontam 900 mil casos novos de sífilis por ano no Brasil. A taxa de prevalência de sífilis em gestantes é de 1,6%. Com essa prevalência, em três milhões de partos realizados a cada ano calculam-se cerca de 48.000 parturientes com sífilis e a ocorrência de 12.000 casos de sífilis congênita. Estima-se ainda que 50% dos abortamentos tardios e partos prematuros com mortalidade peri-natal no Brasil têm como causa a sífilis e que 40% dos casos de sífilis congênita morrem ou ficam com seqüelas graves. A legislação estabelece notificação compulsória para este agravo e a definição de caso adotada pelo Ministério da Saúde não depende de instrumentos sofisticados. Não obstante, apenas 30% dos casos de sífilis congênita são notificados anualmente no País sendo a subnotificação a regra, e não a exceção. De acordo com as estatísticas, a sífilis congênita transmitida ao bebê pela gestante infectada, provocou a internação de 24.761 crianças entre 2000 e 2005, custando aos cofres públicos soma superior a R$ 10 milhões. A Organização Mundial de Saúde considera que a sífilis congênita é eliminada quando a ocorrência é de um caso para cada mil nascidos vivos. A maioria dos municípios brasileiros, porém, esta muito longe dessa meta. 4. Infecção pelo HIV No Brasil, a soroprevalência da infecção pelo HIV, entre as gestantes testadas, foi de 0,9%, em outubro de 1998. Estima-se que sem qualquer intervenção 15% a 30% das crianças nascidas de mães soropositivas para o HIV adquirem o vírus na gestação ou trabalho de parto ou parto, ou através de amamentação. Há evidências de que a maioria dos casos de transmissão vertical do HIV ocorre mais tardiamente na gestação, durante o trabalho de parto e no parto. Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela - CEP 40.110.100 – Salvador - BA– Brasil Tel/Fax: 55 0713263 3002/ 3331-5072 | Email: redecegonhaics@labimuno.org.br | UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Instituto de Ciências da Saúde Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular Um dos maiores avanços na prevenção da transmissão vertical do HIV foi demonstrado no estudo multicêntrico realizado nos Estados Unidos e na França, em gestantes que não amamentaram, o qual mostrou a redução de aproximadamente 70% com o uso do AZT na gestação, parto e no recém nascido. (Protocolo ACTG 076). O diagnostico do HIV na gestação possibilita os melhores resultados em relação à transmissão vertical, constituindo-se na intervenção mais eficaz, visando garantir a erradicação do HIV neonatal. Para tanto, é fundamental uma maior adesão dos profissionais de saúde e das usuárias na detecção, aumentando o número de gestantes testadas. A identificação de gestantes soropositivas para o HIV é fundamental para um acompanhamento adequado no ciclo gravídico-puerperal e no período neonatal. Oferecer o teste anti HIV a toda gestante, com aconselhamento pré e pós- teste, independentemente da situação de risco da mulher para a infecção pelo HIV. O teste deve ser sempre voluntário e confidencial. Como agir nos casos de gestante com HIV I e II reativo Encaminhar para confirmação diagnóstica. Neste processo de triagem, no caso específico da detecção de anticorpos anti HIV I e II, se os exames forem reagentes ou inconclusivos serão submetidos aos testes previstos na Portaria 59 MS/GM de 28 de janeiro de 2003, na etapa I Triagem Sorológica e etapas II e III da mesma portaria. Referenciar para o Centro de Referência Municipal ou Estadual de DST/AIDS. As mulheres infectadas devem ser informadas e aconselhadas sobre o risco de transmissão do HIV durante a amamentação e orientadas quanto ao uso de substitutos do leite materno, ou, quando disponível, o uso de leite de bancos de leite credenciados pelo Ministério da Saúde. Nenhuma criança deve receber aleitamento cruzado (leite de outra mulher). Orientar gestante/puérpera quanto ao uso de preservativo em todas as relações sexuais. O parceiro deve sempre ser aconselhado e testado 5. Hepatite B As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos, com tropismo primário pelo tecido hepático, que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratórios semelhantes e importantes Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela - CEP 40.110.100 – Salvador - BA– Brasil Tel/Fax: 55 0713263 3002/ 3331-5072 | Email: redecegonhaics@labimuno.org.br | UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Instituto de Ciências da Saúde Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular particularidades. As hepatites virais tem grande importância pelo número de indivíduos atingidos e pela possibilidade de complicação das formas agudas e crônicas. A distribuição das hepatites virais é universal, sendo que a magnitude dos diferentes tipos varia de região para região. No Brasil, há grande variação regional na prevalência de cada um dos agentes etiológicos; deve existir cerca de dois milhões de portadores de hepatite C. A maioria das pessoas desconhece seu estado der portador e constitui elo importante na cadeia de transmissão do vírus da hepatite B (HBV) ou do vírus da hepatite C (HCV) que perpetua as duas infecções. A transmissão do vírus da hepatite B (HBV) se faz por via parenteral, e, sobretudo, pela via sexual, sendo considerada doença sexualmente transmissível. A transmissão vertical (materno infantil) também é causa freqüente de disseminação do vírus. Alguns trabalhos evocam a transmissão horizontal do HBV em áreas de alta prevalência. O hábito de compartilhar alimentos e objetos (frutas, chicletes, chimarrão, escovas de dente, lâminas), dormir na mesma cama ou rede (fômites), fatores culturais (escarificação, mutilações), doenças de pele (leishmaniose, escabiose **) e fatores ecológicos (vegetação, insetos) são os mais citados. De maneira semelhante às outras hepatites, as infecções causadas pelo HBV são habitualmente anictéricas. Apenas 30% dos indivíduos apresentam a forma ictérica da doença, reconhecida clinicamente. Aproximadamente 5% a 10% dos indivíduos infectados tornam-se portadores crônicos do HBV. Caso a infecção ocorra por transmissão vertical, a chance de cronificação é de cerca de 70 a 90%. Cerca de 20 a 25% dos casos crônicos com replicação viral evoluem para doença hepática avançada (cirrose). O HBsAG é o primeiro marcador que aparece no curso da infecção pelo HBV. Na hepatite aguda ele declina a níveis indetectáveis rapidamente. Sua presença por mais de seis meses é indicativa de hepatite crônica. O Anti-HBc é marcador de longa duração, presente nas infecções agudas e Crônicas. Representa contato prévio com o vírus. 6. Hepatite C O vírus da hepatite C é o principal agente etiológico da hepatite crônica anteriormente denominada não-A não-B. Sua transmissão ocorre principalmente por via parenteral. Em percentual significativo de casos não é possível identificar a via de infecção. São consideradas populações de risco acrescido para a infecção pelo Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela - CEP 40.110.100 – Salvador - BA– Brasil Tel/Fax: 55 0713263 3002/ 3331-5072 | Email: redecegonhaics@labimuno.org.br | UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Instituto de Ciências da Saúde Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular HCV por via parenteral, indivíduos que receberam transfusão de sangue e/ou hemoderivados antes de 1993, usuários de drogas intravenosasou usuários de cocaína inalada que compartilham os equipamentos de uso, pessoas com tatuagem, piercing ou que apresentam outras formas de exposição percutânea (por exemplo: atendentes de consultórios odontológicos, podólogos, manicures, etc.que não obedecem as normas de biossegurança). A transmissão sexual é pouco freqüente (risco de 2 a 6% para parceiros estáveis) e, ocorre principalmente em pessoas com múltiplos parceiros e com prática sexual de risco (sem uso de preservativo). A coexistência de alguma DST – inclusive o HIV – constitui-se em um importante facilitador dessa transmissão. A transmissão da hepatite C de mãe para filho (vertical) ocorre em 3-5% dos casos. Entretanto, já se demonstrou que gestantes com carga viral do HCV elevada ou co-infectadas pelo HIV, apresentam maior risco de transmissão da doença para os recém nascidos. Após contato com o HCV a chance de cronificação da infecção é de 710 a 85% dos casos, sendo que, em média, um quarto a um terço deles evolui para formas histológicas graves no período de 20 anos. O restante evolui de forma mais lenta e talvez nunca desenvolva hepatopatia grave. O Anti-HCV indica contato prévio com o vírus da hepatite C, mas não define se recente ou tardio. O diagnóstico de infecção aguda só pode ser feito com a viragem sorológica documentada. Na prática, os testes de biologia molecular qualitativos (HCV-RNA), quantitativos (carga viral) e de genotipagem são utilizados pelos especialistas, sobretudo para confirmação diagnóstica e acompanhamento dos caos crônicos. 7. HTLV Os Human T CellLeukaemia/LymphomaVirusType I andType II (HTLV-I e HTLV- II) pertencem a família retroviridaee apresentam todos os componentes básicos da estrutura dos retrovírus. Dentre estes componentes básicos, esta o envelope, a fita única de RNA que codifica DNA com a ajuda da transcriptase reversa e os genes que codificam as proteínas estruturais (gag), transcriptaseresersa (pel) e o envelope (env). Sabe-se que os retrovírus se dividem em grupos dos oncovírus. Os estudos indicam que o HTLV-I quanto o HTLV-II podem ser transmitidos por: Contato sexual, contemplando todas as formas. Transmissão vertical, mais freqüente por amamentação natural Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela - CEP 40.110.100 – Salvador - BA– Brasil Tel/Fax: 55 0713263 3002/ 3331-5072 | Email: redecegonhaics@labimuno.org.br | UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Instituto de Ciências da Saúde Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular Transfusão sanguínea e de hemoderivdos. Utilizando instrumentos invasivos contaminados, a exemplo do que ocorre entre usuários de drogas injetáveis ilícitas que partilham seringas. Ainda não existem dados definitivos sobre a taxa de transmissão vertical (TV) do HTLV e os parcos resultados existentes referem-se ao HTLV-I. As informações disponíveis indicam que a transmissão intra-útero varia de 2,0 a 3,2%, enquanto aquela derivada do aleitamento materno depende do tempo de amamentação. Amamentação até três meses pode apresentar até 3,9% de infecção neonatal, ao passo que em crianças que amamentaram por mais de seis meses a taxa de TV chegou a 20,3%. 8. Doença Falciforme A Doença Falciforme faz parte de u m grupo de doenças genéticas conhecidas como Hemoglobinopatias que apresentam alterações na molécula da Hemoglobina (Hb). Esta alteração pode ser estrutural como acontece na Doença Falciforme (DF). A Doença Falciforme mais conhecida e de maior incidência em populações afro descendentes é a Anemia Falciforme (AF) que é de herança autossômica recessiva. Na (AF) a alteração da Hemoglobina é estrutural, a Hemoglobina normal chamada de HbA não esta presente nas hemácias e sim a Hemoglobina S em dose dupla (homozigose) e não tem nenhum exemplar da hemoglobina normal (HbA). Neste caso o exame apresenta o resultado: HbSS. Outras formas de doenças falciformes se caracterizam pela ausência da Hemoglobina A e pela presença de Hemoglobinas variantes, como HbS, HbC, HbD, e outros, os resultados encontrados podem ser: HbSC, HbCC, HbSD, HbCD, etc. As técnicas disponíveis para detecção de alterações de Hemoglobina permitem a identificação precoce da maioria das Hemoglobinopatias e também a identificação dos indivíduos portadores de traços de hemoglobinas variantes em dose única (heterozigose), com um exemplar da Hemoglobina A, como por exemplo: HbAS, HbAC, HbAD, etc. Estes indivíduos não são doentes nem tem qualquer limitação na sua vida ou saúde. A Anemia Falciforme apresenta quadro clínico de: anemia crônica, crises hemolíticas, vaso-oclusiva e crises álgicas. O diagnóstico e tratamento precoce melhoram a evolução da doença e qualidade de vida das pessoas com Doença Falciforme. Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela - CEP 40.110.100 – Salvador - BA– Brasil Tel/Fax: 55 0713263 3002/ 3331-5072 | Email: redecegonhaics@labimuno.org.br | UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Instituto de Ciências da Saúde Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular A incidência das Hemoglobinopatias depende da composição étnica da população estudada. No Brasil estima-se que nasce 1 a cada 1000 nascidos vivos. Na Bahia esta incidência é de 1 a 650, o que caracteriza a maior incidência no Brasil. Isto se deve a nossa importante ascendência africana e nossa miscigenação. A gestação com o diagnóstico de DF devem realizar pré natal em maternidades de referencia com profissionais preparados, pois algumas condutas diferenciadas devem ser adotadas a fim de diminuir os riscos para a gestante e para o feto. As gestantes que apresentam traço de HbS ou outra variante, ou seja, com resultado HbAS, HbAC, HbAD, etc, não necessitam acompanhamento especializado, pois o traço não caracteriza doença e não esta associado a complicações na gestação. Apenas para lembrar, todos os recém nascidos das gestantes já testadas para DF devem fazer o “teste do Pezinho” – Triagem Neonatal que inclui o diagnóstico de várias doenças inclusive da Doença Falciforme e que o tratamento precoce dos bebes com Doenças Falciforme diminui morbi mortalidade destas doenças genéticas melhorando a sobrevida e a qualidade de vida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Coordenação DST e AIDS. Aconselhamento em DST, HIV e AIDS: diretrizews e procedimentos básicos. 4. Ed. Brasília, 2000. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Programa NACIONAL DE Controle de DST/AIDS. Diretrizes para o controle da sífilis congênita da sífilis congênita. Brasília, 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas da Saúde. Coordenação DST e AIDS. Manual de controle das doenças sexualmente transmissíveis. 4. Ed. Brasília, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de gestão de políticas estratégicas. Área técnica de saúde da mulher. Manuel técnico de gestação de alto risco. 3.ed. Brasília, 2000. Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela - CEP 40.110.100 – Salvador - BA– Brasil Tel/Fax: 55 0713263 3002/ 3331-5072 | Email: redecegonhaics@labimuno.org.br | UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Instituto de Ciências da Saúde Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Programa Nacional de hepatites virais. Hepatites Virais. O Brasil está atento. 1. Ed. Brasília, 2003. COUTO. JCF, Andrade, GMQ, Tonelli E, Freire LMS. Infecções perintias. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan S.A, 2006. DUARTE, Geraldo. Diagnóstico e conduta nas infecções ginecológicas e obstétricas. Ribeirão Preto. 2.ed. FUNPEC Editora, 2004. PASSOS, Mauro Romero Leal. Deessetologia, DST 5. 5. Ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2005. BRASIL, Ministério da Saúde. Coordenação da Política Nacional de Sangue e Hemoderivados/DAE/SAS/MS. Gestação em Mulheres com Doença Falciforme.Ed. MS/CGDI/SAA/SE – Brasília/DF, 2006. WWW.saude.gov.br/bvs Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela - CEP 40.110.100 – Salvador - BA– Brasil Tel/Fax: 55 0713263 3002/ 3331-5072 | Email: redecegonhaics@labimuno.org.br | UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Instituto de Ciências da Saúde Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular PROGRAMA DE TRIAGEM PRÉ NATAL PROCEDIMENTOS 1. PREENCHIMENTO DA FICHA E DO FILTRO DE COLETA É obrigatório o preenchimento completo e legível de todos os campos da ficha da Triagem Pré Natal e a identificação prévia do filtro de coleta. Cada ficha, protocolo de resultados e filtro compõe um conjunto único. Para a sua utilização é necessário seguir a seguinte rotina: Preenchimento dos dados solicitados na ficha e protocolo de resultados sem destacá-los do filtro. O nome da gestante também deverá constar no filtro. Após confirmar o nome da gestante, sem destacar o filtro da ficha, realizar a coleta. Para admissão da amostra é fundamental o preenchimento de todos os campos da ficha. É muito importante que o posto de coleta mantenha todos os dados referentes ao paciente, principalmente o endereço e telefone, para facilitar reconvocação quando necessário. 2. COLETA O profissional para coleta deve ser da área de saúde, estar inscrito junto ao seu órgão de classe e habilitado para realizar o procedimento. A coleta deve ser realizada no primeiro trimestre da gestação. Para a triagem de Toxoplasmose e HIV, além da coleta no primeiro trimestre, é OBRIGATÓRIO realizar a segunda coleta no último trimestre (a partir da 27ª semana) da gestação. Para a triagem de sífilis, além da coleta no primeiro trimestre, é OBRIGTÓRIA a realização da segunda coleta no último trimestre (a partir da 27ª semana) da gestação e no parto. Antes da coleta, conferir e confirmar nome da gestante. Fazer assepsia do dedo com álcool etílico (70%). NUNCA utilize álcool iodado; Enxugar antes de puncionar; Abrir a lanceta na presença da gestante chamando sua atenção para o fato; Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela - CEP 40.110.100 – Salvador - BA– Brasil Tel/Fax: 55 0713263 3002/ 3331-5072 | Email: redecegonhaics@labimuno.org.br | UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Instituto de Ciências da Saúde Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular Puncionar o dedo com lanceta descartável, fornecida pelo CEDIP da LABIMUNO UFBA; Aguardar a formação de uma grande gota. Levemente, encoste um dos lados do filtro em uma gota grande de sangue. Deixe o sangue impregnar no papel até preencher o círculo. Observe a parte reversa do papel para ter certeza de que o mesmo foi embebido; NUNCA faça qualquer tipo de compressão durante a coleta, pois poderá causar hemólise ou diluição do sangue. Durante a coleta só utilizar algodão SECO. 3. SECAGEM, ARMAZENAGEM E ENVIO DAS AMOSTRAS Após a coleta deixar o papel filtro na posição horizontalsecando durante duas horas ou até o sangue atingir a cor marrom avermelhada, em temperatura ambiente distante da luz direta do sol de outras fontes de calor e de líquidos. Após secagem acondicioná-los em saco plástico antes de armazená-los na geladeira (2-8°C). Enviar para o LABIMUNO UFBA os filtros coletadas semanalmente. Os mesmos devem ser acompanhados de listagem (anexo 1) onde consta nome da gestante, idade gestacional, em semanas, data de nascimento, nome e telefone da unidade de coleta e nome do responsável. Uma cópia da lista deve ficar com a unidade de coleta para posterior conferência. Não é necessário refrigerar durante o transporte, mas caso deseje fazê-lo, só utilizar gelo reciclável. O envio do material pode ser via SEDEX ou através de portador. O CEDIP da LABIMUNO UFBA tem convênio com os CORREIOS para envio gratuito das amostras da Triagem Pré Natal por parte dos municípios. DISPOSIÇÕES FINAIS 1) PRAZO DE ENTREGA DOS RESULTADOS O prazo para emissão dos laudos é de 08(oito) dias úteis. Os laudos serão encaminhados de listagem (anexo 02) No caso do não recebimento do laudo no período previsto, é possível solicitar imediatamente pelo telefone (71) 3331-5072 ou e-mail redecegonhaics@labimuno.org.br 2) SISTEMA DE CONSULTA Através de contato telefônico, e-mail ou pessoalmente, é possível solicitar 2ª via de laudo. Todos os dados deverão ser fornecidos, para que no prazo máximo de 48 horas, o mesmo já esteja disponível. Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela - CEP 40.110.100 – Salvador - BA– Brasil Tel/Fax: 55 0713263 3002/ 3331-5072 | Email: redecegonhaics@labimuno.org.br | UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Instituto de Ciências da Saúde Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular 3) FLUXO DE ENVIO DAS AMOSTRAS O posto de coleta deverá encaminhar ao LABIMUNO, as amostras colhidas semanalmente, via SEDEX, com todos os campos devidamente preenchidos e com listagem nominal das gestantes. 4) PACIENTE RECONVOCADOE E AMOSTRA INADEQUADA O posto de coleta receberá os laudos seguidos de relação constando o nome das gestantes. Para reconvocação de gestantes com exames alterados, a unidade de coleta deverá seguir os procedimentos, conforme orientação abaixo. Reconvocado por resultado de HBS Ag alterado Quando na primeira amostra o resultado de HBS Ag for “reagente”, colher nova amostra de sangue em papel filtro para realização do Anti-HBC. Se o resultado do Anti-HBC for “reagente”, encaminhar a gestante para realizar a sorologia para Hepatite B. Reconvocado por resultado de PKU alterado Quando na 1ª amostra o resultado da fenilalanina for maior que 3,5mg/dl, encaminhar a gestante para confirmação diagnóstica no LABIMUNO UFBA. Reconvocado por resultado de Toxoplasmose, Rúbeola, Citomegalovírus, Sífilis, Chagas, HTLV, Hepatite C ou HIV alterados. Quando na 1ª amostra o resultado for “reagente”, encaminhar a gestante para coleta de sangue para realizar sorologia específica. 4. COMO COLABORAR Orientando a gestante durante o pré natal sobre a importância da realização dos exames, do retorno para recebimento do laudo e acompanhamento com o médico. 5. NOSSO CONTATOS Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela - CEP 40.110.100 – Salvador - BA– Brasil Tel/Fax: 55 0713263 3002/ 3331-5072 | Email: redecegonhaics@labimuno.org.br | UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Instituto de Ciências da Saúde Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular Nome Função Telefone E-mail Prof. Dr. Roberto José Meyer Coordenador Geral (71) 3235-9682 rmeyer@ufba.br Beneli Miranda dos Santos Biomédica (71) 3235-9682 beneli@labimuno.org.br Luana Rêgo Assistente Administrativo (71) 3263-3002 lrego@labimuno.org.br Manoela Almeida Assistente Administrativo (71) 3263-3002 manoelaalmeida@labimuno.org.br Marcos Leôncio Técnico de Laboratório Clinico (71) 3235-9682 marcosleoncio@labimuno.org.br Milton Galdino Neto Biólogo (71) 3235-9682 milton.neto@labimuno.org.br Rafaela Brinco Administradora Hospitalar (71) 3331-5072 (71) 9966-9013 rafaela@labimuno.org.br Simone Porto Enfermeira (71) 3331-5072 simone.porto@labimuno.org.br Thiago Peixoto Assistente Administrativo (71) 3331-5072 thiago.p@labimuno.org.br
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