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PESQUISA E ANÁLISE DO MITO NARCISO CAROLINA ALMANÇA O mito de narciso faz parte da mitologia grega. Narra a história de um jovem de beleza inquestionável. Narciso era filho do deus do rio Cephius e da ninfa Liríope. A sua beleza despertava interesse e a paixão de homens e mulheres. Porém, Narciso se apresentava sempre sozinho e era bastante arrogante, constantemente desprezava todos ao seu redor, incluindo seus pretendentes. Pensava ele, que ninguém era digno de seu afeto, seu amor. Até que um dia, uma ninfa chamada Eco apaixonou-se por Narciso. Eco era muito tagarela e foi condenada por Hera devido ao seu ciúmes, assim, ela sempre repetia a última palavra do que as pessoas diziam a ela. Um dia, narciso caminhava próximo a uma fonte límpida, quando percebeu o reflexo de um jovem belo e por dias lhe contemplou. Narciso não compreendia o motivo pelo qual o jovem lhe rejeitava, ele se afastava quando narciso se afastava e também sumia quando ele se punha de pé. Ao fundo, estava sempre Eco, repetindo as últimas palavras a que lhe eram dirigidas, criando a imagem perfeita a qual narciso precisava. Narra o mito, em que um certo dia Narciso estava cansado e com sede, lançou-se sobre as águas do lago e deu de cara com a sua própria imagem, sucumbindo de amores pelo seu próprio reflexo, indo de encontro com a sua morte, morrendo de inanição. Em seu lugar nasceu uma flor com o seu nome. Um mito sempre traz uma linguagem simbólica, contendo uma narrativa metafórica que nos possibilita, através da leitura correta um modo de ser-ver no mundo. Assim temos a formação da mitologema, que possui uma dimensão pessoal e coletiva. É notável no mito do narciso a presença da rejeição do outro, o distanciamento nas relações. A persona de Narciso se constrói em volta de sua beleza. Eco completa a ideia da relação de narciso com o outro. Ele encontra-se impossibilitado de se reconhecer. Narciso apresenta-se na narrativa envolto por um paradoxo, ele deixa-se seduzir pela sua imagem refletida, assim demonstra uma divisão, um confronto do seu mundo, encontrando assim a sua persona e o mundo que ainda que seja seu, permanece sendo um estranho, sendo esse a sua sombra. Narciso como personagem do mito, apresenta-se na narrativa o equivalente ao ego, sendo o ego para Jung o que executa a vontade do Self e forma de expressão do mesmo. Os opostos apresentados como narciso e seu reflexo tem uma função importante no processo de individuação. Dado os defeitos de Narciso, a perfeição atua como defesa que esconde os seus aspectos negativos, se preocupando em mostrar sempre uma aparência completamente perfeita, e assim é a sua persona. Sua sombra é marcada pela sua vulnerabilidade e seus defeitos, sua incompletude que também é vista como uma ferida do herói. Em uma reflexão sobre o mito de Narciso, é presente uma interpretação de que quando nos vemos presos demais a uma imagem que temos de nós mesmos, nos vemos impedidos, e distantes de poder nos relacionarmos com o outro. Essa capacidade de aproximação nos é limitada. Em uma sociedade em que os encontros virtuais são cada vez mais frequentes, se torna comum buscar no outro, nas pessoas a nossa volta, a nossa verdadeira essência. Assim enfrentamos o perigo de ficarmos reféns de nosso próprio reflexo que não demonstram nossa essência em si. A nossa verdadeira imagem, em contrapartida, encontra-se na profundidade de nós mesmos. A presença da ninfa Eco no conto, também nos trás a reflexão daquele que torna-se apenas uma repetição das outras pessoas, sem autenticidade. Pensando em um contexto clínico, podemos observar em Narciso alguém que possui uma questão pendente consigo mesmo construída em volta de sua vulnerabilidade, necessidade de aprovação que apesar de apresentar corriqueiramente atitudes de auto suficiência, não detém independência em relação ao outro. Logo, em um olhar clínico, Narcísico em busca do self, poderia representar a superação da condição narcísica. Assim estabeleceria a capacidade de amar a si próprio e poder amar o outro. Em um ponto de vista negativo, resultaria em um completo fechamento em si mesmo e o distanciamento e dificuldade de se relacionar com o outro. REFERÊNCIAS SANTIAGO, Renato. O Simbolismo de Narciso. Psicologia Complexa, Janeiro, 2014. Disponível em: <http://psi-imaginacao.blogspot.com/2014/01/o-simbolismo-de-narciso.html>. Acesso em: 13 abril. 2020. BARBOZA, Albérico. O Mito de Narciso. Albérico Barbosa, Mai.2008. Disponível em: <http://albericobarboza.blogspot.com/2008/05/o-mito-de-narciso.html> . Acesso em: 13 abril. 2020. GUBERMAN, Monica. Relação do Mito Narciso com a Atualidade, Novembro. 2009. Disponível em: <https://projetoesperanca2013.wordpress.com/relacao-do-mito-narciso-com-a-atuali dade/>. Acesso em: 17 abril. 20200. http://psi-imaginacao.blogspot.com/2014/01/o-simbolismo-de-narciso.html http://albericobarboza.blogspot.com/2008/05/o-mito-de-narciso.html https://projetoesperanca2013.wordpress.com/relacao-do-mito-narciso-com-a-atualidade/ https://projetoesperanca2013.wordpress.com/relacao-do-mito-narciso-com-a-atualidade/
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