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DISSECAÇÃO EM CÃO PRONTO (1) (1)

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DISSECAÇÃO EM CÃO: PARTE I - CABEÇA E PESCOÇO DE PEQUENOS ANIMAIS
Disciplina: Anatomia Médico Cirúrgica
Professor (a): Patrícia Cristina Ferro Lopes
Ana Carolina Venâncio RA: 11718703 
Isabele Giovana Castilho Pereira de Campos RA: 11514267
Kamila de Souza Reis Cruz RA: 11718172
Laura de Araújo Ferreira RA: 11718114
Monike Cristina de Mattos RA: 11718891
Sabrina Chiste Silva RA: 11717679
Thainara Milena de Castro Ramalho Bueno RA: 11717521
6° Semestre, Turma B – Noturno.
Jaguariúna, setembro de 2019.
Nesta primeira parte do trabalho, foram dissecados a cabeça e pescoço de um cão, sendo possível a visualização das estruturas que serão apresentadas a seguir.
Nas legendas, as estruturas serão nomeadas de acordo com a cor dos alfinetes posicionados em cada uma. Em caso de danos que impossibilitem a visualização de determinada estrutura haverá uma substituição desta por algum material como barbante.
Fig. 1. Cão utilizado para a dissecação em aula durante o semestre.
Fig. 2: Preto – Glândula salivar parótida; Azul claro – Ramo bucal dorsal do nervo facial (por falhas na dissecação foi substituído por um barbante); Laranja – Músculo masseter; Branco: Ducto parotídeo; Azul escuro – Ramo bucal ventral do nervo facial (também substituído por um barbante devido a falhas na dissecação); Amarelo – Glândula salivar mandibular; Roxo – Linfonodo mandibular; Verde – Veia linguofacial; Vermelho – Veia facial; Rosa – Veia jugular externa; Marrom – Veia maxilar.
O músculo masseter está localizado lateralmente à mandíbula, se origina na região maxilar do crânio e do arco zigomático, possuindo uma vasta inserção na parte mais caudal da mandíbula. É frequentemente um músculo multipenado cruzado por fortes lâminas tendíneas. Possui um efeito geral de elevar a mandíbula e tracioná-la para o lado ativo, pois a mastigação se restringe a um lado de cada vez nas espécies domésticas.
A glândula salivar mandibular é grande e ovoide e está localizada dentro de uma cápsula fibrosa, caudal e ventralmente à glândula parótida, se localiza entre as veias linguofacial e maxilar e quando estas se fundem para se juntar à veia jugular externa. Esta glândula também drena por um ducto grande e único que segue ventral à membrana mucosa do assoalho da boca, perto do frênulo da língua, se abrindo na carúncula sublingual.
A veia jugular externa percorre o trajeto pelo pescoço ocupando um sulco (jugular) entre o braquicefálico dorsalmente, o esternocefálico ventralmente nas grandes espécies, enquanto no cão fica sobre o esternocefálico.
O ramo bucal dorsal do nervo facial, pode tomar a forma de uma correia de ramos divergentes, cruzando o masseter em direção ao focinho. O ramo bucal ventral do nervo facial, pode tomar uma via semelhante, em um nível ligeiramente mais ventral. Juntos, os ramos bucais suprem os músculos da bochecha, dos lábios e narinas.
No cão, o ducto parotídeo toma o curto atalho através da superfície lateral do masseter e abre-se no vestíbulo da boca, oposto ao terceiro e quarto dente pré- molar superior.
A glândula parótida recebe esse nome pela sua relação com a orelha se ajustando ao redor da parte ventral da cartilagem auricular, no cão é pequena confinada às proximidades da cartilagem.
A glândula sublingual é comumente mista e às vezes constituída de partes: uma compacta (monostomática) e drenado por um único ducto e a outra difusa (polistomática) e se abrindo por vários pequenos ductos. No cão, a parte compacta se encaixa sobre a extremidade rostral da glândula mandibular. O ducto que sai dessa parte segue junto ao ducto mandibular e desemboca ao longo do mesmo ou através de uma abertura comum.
Procedimento: A mucocele salivar é uma coleção de saliva que vazou de uma glândula ou dos ductos salivares danificados, é circundada por tecido de granulação. Mucocele sublingual constitui uma coleção de saliva no tecido sublingual caudal às aberturas dos ductos sublingual e mandibular. No procedimento da mucocele sublingual, as glândulas salivares mandibulares sublinguais devem ser excisadas juntas devido a associação íntima dos ductos, a remoção individual de uma dela poderia traumatizar a outra. Para o início do procedimento deve-se localizaer a glândula salivar mandibular entre as veias linguofacial e maxilar, quando elas se juntam a veia jugular externa, durante a remoção dos ductos deve-se dissecar as estruturas até a identificação do ramo lingual do nervo trigêmio, devendo evitar traumatizar os nervos lingual e hipoglosso.
Fig. 3. Vermelho - Músculo miloióideo; Marrom - Músculo digástrico; Branco - Músculo esternocefálico; Amarelo - Músculo esternoióideo; Verde - Músculo esternotireóideo; Azul - Traqueia; Preto - Glândula tireóide.
O músculo digástrico vai do crânio, caudal à articulação temporomandibular, até o ângulo da mandíbula e consiste em duas pares dispostas uma atrás da outra, a porção é suprida pelo nervo mandibular, a porção caudal pelo facial.
A traqueia situa-se à frente da laringe, através do espaço visceral do pescoço, adentra o mediastino na entrada torácica e continua até a bifurcação terminal sobre o coração. A parede da traqueia é composta de uma mucosa mais interna, uma camada fibrocartilagionosa e uma adventícia (no pescoço) e serosa (no tórax).
O músculo miloióideo encontra-se entre os músculos digástricos. O músculo esternoióideo encontra-se recobrindo a traqueia. O músculo esternotireóideo está localizado entre a traqueia e o músculo esternoióideo e recobre a glândula tireóide. O músculo esternocefálico se encontra sobre o músculo esternoióideo.
Procedimento: Traqueotomia – é uma incisão na parede traqueal e é realizada para dar acesso ao lúmen traqueal, para remover obstruções, coletar amostras ou facilitar o fluxo aéreo, pode-se fechar a incisão traqueal ou deixar que ela cicatrize por segunda intenção; traqueostomia – é a criação de uma abertura temporária ou permanente no interior da traqueia para facilitar o fluxo aéreo, dessa forma, o ar entra na traqueia distal ao nariz, boca, nasofaringe e laringe, deve-se realizar uma traqueotomia e inserir uma sonda ou criar um estoma.
Fig. 4. Vermelho - Veia jugular interna (substituída por um barbante); Verde - Artéria carótida comum; Amarelo - Tronco vagossimpático.
A artéria carótida comum se origina separadamente no cão e por um curto tronco comum nos ungulados. Cada uma delas cruza a face ventrolateral da traqueia ao subir pelo pescoço, onde é acompanhada pelo tronco vagossimpático. A artéria termina se dividindo acima da laringe em artérias carótidas externas e interna.
A veia jugular interna profunda segue com a artéria carótida comum no espaço visceral do pescoço.
Fig, A: Vermelho – forame mandibular; Preto – forame mentoniano
Na região da cabeça, o bloqueio nervoso é realizado em diferentes nervos, cada um com sua finalidade, compreendendo: o nervo supra-orbitário, para intervenções a nível de pálpebra superior e adjacências; nervo infra-orbitário, para extrações dentárias dos incisivos superiores, excisões tumorais, manipulações de narinas; nervo mentoniano, para anestesia de lábios inferiores e mucosa gengival rostral com acesso pelo forame mentoniano; nervo mandibular, para insensibilização da mandíbula e todas as suas estruturas dentárias;
Fig. B: Face medial da mandíbula, localização do nervo mandibular.
O nervo mandibular é um nervo misto originário do quinto par craniano (do nervo trigêmeo) e inerva internamente a mandíbula para penetrar no forame mandibular, utilizando assim para a insensibilizar a mandíbula e todas as estruturas dentárias 
Para localizar o nervo mandibular pode ser obtida por cruzamento de duas linhas imaginárias, uma no eixo de encontro dos molares superiores com os inferiores e outra descendo pela parte oposta ao canto do olho, formando assim ângulo de 90°. A anestesia é feita no leito mandibular interno e pode ser efetuada facilmente com uma agulha
Fig. C: Margem caudal do ramo da mandíbula; Estruturas palpáveis : Articulação temporomandibula, forame mandibular.
Fig. D: Desensibilizaçãodo nervo mandibular
O acesso ao nervo mandibular ocorre na face medial da mandíbula, criando se duas linhas virtuais, que no cruzamento está localizado o nervo. Uma linha passa entre o eixo dentário inferior e superior e a outra perpendicular passando na cmissura lateral do olho.
Fig. E: Vermelho – Nervo auriculo palpebral; Roxo – Nervo lacrimal; Amarelo – Nervo zigomático; Branco – Nervo infratroclear; Branco – Nervo supraorbitário; Rosa – Nervo infraorbitário; Laranja – Nervo mentoniano; Azul – Nervo mandibular.
O nervo auriculo palpebral é um ramo do nervo facial (VII par dos nervos cranianos), está localizado entre o ramo dorsal e ventral, situados na depressao da borda tempporal do arco zigomático, imediatamento abaixo do processo condilar da mandíbula.
Procedimento: chamado aquinesia palpebral, a insensibilização deste nervo gera perda do movimento da palpebra, que associado a analgesia das palpebras é util para diversos procedimentos, como por exemplo: exame oftálmico, alivio de espasmo palpebral, administração de medicamentos de uso oftálmico por via subconjuntival, remoção de corpo estranho na córnea e estruturas adjacentes, colheita de material para histologia e/ou biópsia e para cirurgias oftálmicas e suturas pálpebras.
O nervo lacrimal é ramo do nervo oftálmico originado do nervo trigêmio (V par), está localizado na comissura lateral do olho.
Procedimento: o nervo lacrimal promove a analgesia da palpebra superior, associado a insensibilização de mais outros 3 nervos (nervo supraorbitário e nervo infratroclear). O farmaco deve ser introduzido no tecido subcutâneo para a analgesia do nervo lacrimal.
	O nervo zigomático é ramo do nervo maxilar, ramo primário do nervo trigêmio (V par), situado entre a comissura lateral e medial do olho, 0,5 a 1 cm ventral a pálpebra inferior
	Procedimento: o nervo zigomático promove analgesia da pálpebra inferior e comissura medial juntamente com o nervo infratroclear, podendo ser administrado 2 ml de anestésico no local.
	O nervo infratroclear é ramo do nervo oftálmico, ramo primário do nervo trigêmio (V par). Está localizado 1 cm dorsal e lateral á comissura medial do olho.
	Procedimento: O nervo infratroclear + nervo zigomático geram, quando insensibilizados a analgesia da pálpebra inferior e comissura medial do olho, sendo administrado de 3 – 5 ml de anestésico.
	O nervo supraórbitario é originado do nervo trigêmio, localizado no forame supraorbitário, 6 cm dorsal a comissura medial do olho.
	Procedimento: introduz se a agulha em direção dorso ventral (analgesia de 2/3 medial da pálpebra superior); bloqueio do nervo lacrimal e quando associado ao bloqueio de mais 2 nervos causa analgesia completa da pálpebra superior.
	O nervo infraorbitário, ramo do nervo maxilar originado do ramo primário do nervo trigêmio, está localizado no forame infraorbitário, abaixo do músculo elevador nasolabial superior, 4 cm dorsal e rostral á borda anterior da crista facial.
	Procedimento: quando administrado anestésico no forame ocorre a desensibilização de maior área, diferente da administração no tecido subcutâneo, gerando analgesia do nariz e incisivos. No geral, sua desensibilização, promove analgesia dos dentes pré molares, caninos, incisivos superiores, pele, palato, mucosa oral e nasal.
	O nervo mentoniano é um ramo do alveolar inferior, ramo do nervo mandibular e originado do ramo primário do nervo trigêmio. Está localizado no forame mentoniano, porção lateral do ramo anterior da mandíbula, no espeaço interdentário entre o canino inferior e o pré molar.
	Procedimento: promove analgesia dos lábios inferiores, ramo anterior da mandíbula, dentes incisivos e pré molares inferiores.
	O nervo mandibular é ramo primário do nervo trigêmio, sua localização em equinos é de dificil acesso, pois se encontra na face medial da mandíbula, portanto para acessa-lo, deve se fazer duas linhas virtuais, uma passando entre o eixo dentário inferior e superior e outra perpendicular passando na comissura lateral do olho, e no cruzamento das duas linhas linhas está localizado o nervo mandibular, na face medial.
	Procedimento: Utiliza se uma agulha 150x12 (profundidade em torno de 10 cm – volume: 10 ml), proporcionando analgesia dos dentes molares inferiores, suficiente para extração dentária.
Fig. F: Divertículo da tuba auditiva 
O divertículo da tuba auditiva é a bolsa gutural que fica localizado na cabeça do equino que fica próximo à faringe, se divide em duas bolsas, uma ao lado direito e outra no esquerdo. No interior tem algumas estruturas importantes que estão relacionadas com alguns nervos craniais, tronco simpático cranial, artéria carótida interna e ramos da artéria carótida externa. A bolsa gutural tem o papel de resfriar o cérebro, regular a pressão sanguínea cerebral, ajudar na deglutição, audição e equilíbrio.
DISSECAÇÃO EM CÃO: PARTE II – ESTRUTURAS DO TÓRAX, ABDOME E MEMBROS TORÁCICO E PÉLVICO DE PEQUENOS ANIMAIS
Disciplina: Anatomia Médico Cirúrgica Professor (a): Patricia Cristina Ferro Lopes
Jaguariúna, novembro de 2017.
Na parte II deste trabalho, foram dissecados no cão, estruturas do tórax, abdome e membros torácico e pélvico, sendo possível a visualização das seguintes estruturas que serão apresentadas a seguir.
Fig. 5: verde, m. oblíquo externo do abdome; azul, m. oblíquo interno do abdome; preto, m. transverso do abdome; branco, peritônio parietal
A cavidade abdominal é relativamente menos volumosa nos pequenos animais do que nas grandes espécies domésticas e possui a forma de um cone, com base cranial bulbosa, seu eixo longitudinal se inclina em sentido cranioventral.
A cavidade abdominal é formada pelos músculos da parede abdominal, sendo estes o músculo oblíquo externo do abdome, dorsalmente a ele o músculo oblíquo interno do abdome, dorsalmente a ele o músculo transverso do abdome e por último, o peritônio parietal, pelas costelas e pelo diafragma. É revestida pelo peritônio, que envolve a cavidade peritoneal.
A parede abdominal ventrolateral é constituída de acordo com o padrão comum, com poucas características de distinção. As principais distinções se referem a linha alba e a bainha do reto do abdome, pois muitas incisões abdominais são medianas ou paramediana.
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 A linha alba é a estrutura fibrosa onde as aponeuroses dos músculos oblíquo e transverso do abdome direito e esquerdo se unem. Os músculos retos do abdome de cada lado estão tão estreitamente incluídos dentro de sua bainha que sua borda medial pode ser facilmente deslocada em sentido lateral, fora da linha alba. As incisões através da linha branca poupam os músculos, vasos e nervos; existe uma vantagem adicional no fato de que o peritônio parietal não se retrai a partir das bordas e uma incisão mediana, como acontece em outros lugares. O ligamento falciforme e o ligamento mediano da bexiga unem-se à superfície dorsal na linha alba cranial e caudal ao umbigo, respectivamente
Fig.6 Azul, m. reto do abdômen; Rosa, m. oblíquo externo; Roxo, m.grande dorsal; Verde, m. Trapézio; Amarelo, m. peitoral profundo.
O músculo reto do abdome forma uma ampla faixa ao lado da linha branca do abdome. Emerge das superfícies ventrais das cartilagens das costelas e do esterno, inserindo-se na borda púbica por meio de um tendão pré-púbico. A parte carnosa, que é mais larga aproximadamente no meio do abdome, divide-se em uma série de segmentos por septos transversos irregulares, as interseções tendíneas.
O tendão pré-púbico funciona como uma inserção comum para os músculos abdominais e a linha branca. A bainha do reto é formada pelas aponeuroses dos músculos oblíquos e transverso do abdome. No cão, a porção mais cranial da aponeurose do oblíquo interno destaca uma lâmina adicional que passa dorsalmente na face profunda do reto. Na outra extremidade do abdome, a porção mais caudal da aponeurose do transverso muda a posição para a superfície ventral, deixando a superfície dorsal do reto coberta apenas pela fáscia transversal e pelo peritônio. O músculo reto é aderenteà sua bainha somente nas interseções tendíneas.
A cavidade peritoneal, assim como as cavidades pleural e pericárdica, é um espaço fechado, no macho é completamente fechada, e na fêmea existe uma comunicação potencial com o exterior, na abertura abdominal de cada tuba uterina. A cavidade peritoneal é revestida por uma membrana serosa e contém apenas uma pequena quantidade de líquido seroso, essas membranas serosas são finas camadas de tecido conjuntivo frouxo revestidas por uma camada de mesotélio, o peritônio é derivado das camadas somática e mesodérmica esplâncnica que por sua vez, revestem o celoma embrionário.
Fig.7: preto, peritônio parietal; branco, peritônio visceral.
O peritônio parietal é a camada que reveste a parede corpórea, sendo incisado para abrir a cavidade peritoneal, é contínuo e dorsalmente com o peritônio visceral, onde por sua vez suspende e envolve os órgãos da cavidade abdominal. Todos os órgãos são revestidos por peritônio visceral. A fáscia transversa reforça o peritônio e o fixa aos músculos abdominais e ao diafragma. É comum designar como intraperitoneais aqueles órgãos que ficam suspensos do teto abdominal dentro de reflexões peritoneais. Existem uma série de pregas duplas que ligam a parte parietal à visceral, estas pregas em conjunto são conhecidas como mesentérios, mas no sentido correto este termo está restrito à prega que suspende o intestino delgado, mais especificamente apenas para o jejuno e o íleo.
A cavidade peritoneal é quente e úmida, portanto ela proporciona condições ideais para uma proliferação bacteriana, sendo que a inflamação do peritônio jamais pode ser considerada despreocupante. As lâminas serosas inflamadas tendem aderir umas às outras, e com o passar do tempo, essas aderências podem se tornar organizadas e permanentes, por este motivo, ao fechar uma incisão, o cirurgião vira as bordas da ferida, deixando as superfícies serosas em contato. A aderência entre órgãos, que normalmente são livres para deslizar uns sobre os outros, constitui uma possível sequela sendo indesejável de infecção ou traumatismo do peritônio.
Peritonite é a inflamação do revestimento mesotelial da cavidade peritoneal, podendo ser parietal e/ou visceral. Pode ser classificada como primária ou secundária, aguda ou crônica e localizada ou generalizada. A peritonite primária é incomum, resultando de uma infecção direta através da disseminação hematógena do agente causal,podendo ser facilitada pela imunidade deficiente do animal. A peritonite secundária é dividida em asséptica, séptica e mista.
Procedimentos cirúrgicos: a abdominocentese corresponde à remoção percutânea de fluido da cavidade abdominal, geralmente para propósitos diagnósticos, embora possa ser ocasionalmente terapêutica. É indicada em caso de choque sem causa aparente, doença não diagnosticada com sinais que envolvem a cavidade abdominal, suspeita de deiscência gastrintestinal pós-operatória, lesões abdominais rombas ou penetrantes (ferimentos de bala, mordedura de cães, acidentes automobilísticos) e dor abdominal não diagnosticada. Deve-se usar cateter multifenestrado para potencializar a coleta de fluido. Exames físicos e radiográficos devem ser realizados antes de ser feita a abdominocentese para descartar casos em que ela pode não ser segura afim de orientar o posicionamento da agulha. Se a abdominocentese simples não obtiver sucesso na remoção do fluido, pode-se realizar paracentese em quatro quadrantes. Esta técnica é semelhante à abdominocentese simples, exceto no que se avaliam locais abdominais múltiplos por meio de divisão abdominal em quatro quadrantes através do umbigo e punção de cada uma dessas quatro áreas. Se os métodos anteriores não alcançarem êxito na obtenção de fluido para análise, em animais com suspeita de peritonite, deve-se realizar lavagem peritoneal diagnóstica; a celiotomia é uma incisão cirúrgica no interior da cavidade abdominal, o termo laparotomia é usado quase sempre como sinônimo, embora se refira tecnicamente a uma incisão realizada no flanco do animal.
Fig. 8: vermelho, m. peitoral profundo; amarelo, m. peitoral superficial.
Fig.9: :branco, m. grande dorsal; preto, m. peitoral profundo; verde, ligamento falciforme.
Fig.10: Azul, m. reto do abdômen; rosa, m. oblíquo externo; roxo, m. grande dorsal; verde, m. trapézio; amarelo, peitoral profundo.
Fig,11: Amarelo, m. escaleno; Verde, serrátil ventral
Fig.12: Rosa, m. intercostal externo; azul, m. intercostal interno.
O ligamento falciforme é uma prega de peritônio que passa do umbigo ao diafragma. Une-se também ao fígado, entre os lobos medial esquerdo e quadrado. Em espécimes obesos, encontra-se um grande acúmulo de tecido adiposo nesse remanescente do mesentério ventral embrionário. Em animais jovens, o ligamento redondo do fígado ainda pode ser visível na borda livre do ligamento falciforme. Caudal ao umbigo, a prega do peritônio é o ligamento mediano da bexiga. No feto, a veia umbilical segue cranialmente na borda livre do ligamento falciforme para entrar no fígado, enquanto o úraco e as artérias umbilicais ficam na borda livre do ligamento mediano da bexiga.
O músculo grande dorsal localizando-se dorsalmente no cão e o músculo peitoral profundo localizando-se ventralmente no cão, são peças fundamentais para procedimentos, como por exemplo a toracotomia intercostal, onde faz-se uma incisão no músculo grande dorsal, podendo ser encontrado ventralmente ao músculo peitoral profundo; em seguida, deve-se transeccionar os músculos escaleno e peitoral, separar as fibras musculares do músculo serrátil ventral e para finalizar, realizar a incisão do músculo intercostal externo e músculo intercostal interno.
O músculo peitoral profundo encontra-se revestido parcialmente pelos músculos peitorais superficiais. Origina-se ao longo do esterno e das cartilagens costais e se insere nos tubérculos maior e menor do úmero. Tem uma importante participação na formação do aparelho suspensor do tronco. Retrai o membro e, com este fixo, propulsiona o tronco. Sua inervação se dá nervos peitorais caudais.
O músculo grande dorsal é um grande músculo e de superfície triangular, entre os maiores e mais potentes do animal. Contribui por moldar a parede torácica, a qual cobre laterodorsalmente. Origina-se amplamente na fáscia toracolombar e, por meio desta, nos processos espinhosos lombares e nos últimos processos espinhosos torácicos. Desde sua ampla origem, as fibras vão se direcionando até inserirem na tuberosidade do redondo maior do úmero (a inserção é comum com o músculo redondo maior). Movimenta o membro caudalmente e flexiona o ombro (é antagonista do músculo braquiocefálico). Se o membro está fixo, traciona o tronco para frente. Sua inervação se dá pelo nervo toracodorsal.
Os músculos peitorais superficiais (M. peitoral descendente e M. peitoral transverso) se encontram parcialmente fusionados no cão. O músculo peitoral descendente se origina no manúbrio do esterno, enquanto o músculo peitoral transverso se origina mais caudalmente, na face lateral do esterno, entre a primeira e a terceira cartilagem costal. Ambos os músculos se inserem na crista do úmero. Contribui na formação do aparelho suspensor do tronco entre as extremidades anteriores. São adutores do membro. Sua inervação se dá pelos nervos peitorais craniais.
Fig.13: preto, m. glúteos; verde, m. tensor da fáscia lata; branco, m. reto femoral; amarelo, m. vasto lateral; vermelho, m. bíceps femoral; rosa, m. semitendinoso; laranja, m. semimembranoso; lilás, m. sartório (porção cranial); azul escuro, m. gastrocnêmio; azul claro, m. adutor.
Os membros pélvicos são divididos em regiões que podem ser atribuídas as seguintes principais regiões a esses membros: região glútea e região coxofemoral, região perineal, região femoral, região do joelho, região crural, região do tarso, região do metatarso, região falângica. Considerando a osteologia, pode- se afirmar que o membro pélvico é composto pelo cíngulo pélvico (ílio, ísquio e púbis), fêmur, fíbula e tíbia (esqueleto da perna) e tarso, metatarsoe falanges (bases ósseas do pé).
O cíngulo pélvico consiste em dois ossos coxais que se encontram ventralmente na sínfise pélvica e se articulam firmemente com o sacro na direção dorsal. Juntamente com o sacro e as primeiras vértebras caudais, eles formam a pelve óssea, delimitando a cavidade pélvica. A pelve tem papel fundamental na postura e locomoção, no sentido de assegurar uma transmissão eficaz da força dos membros pélvicos para o tronco.
Fig. 14: azul escuro, artéria femoral; verde, veia femoral; branco, nervo femoral.
Fig.15: Roxo, m. Semitendinoso; rosa, m. Semimembranoso.
O membro pélvico recebe sangue da a. ilíaca externa. Quando a a. ilíaca externa passa o canal inguinal e chega na região medial do fêmur passa a se chamar a. femoral, que irriga a musculatura da coxa e segue o trajeto distalmente acompanhada pela veia femoral e pelo n. femoral, essa região é chamada trígono femoral. Quando a a. femoral chega na altura do joelho passa a se chamar a. poplítea, que por sua vez se divide em a. tibial cranial e a. tibial caudal. A artéria tibial cranial atinge a região do tarso e passa a se chamar a. dorsal do pé, que se ramifica para os dedos de acordo com cada espécie.
A musculatura do membro pélvico inclui as fáscias e ambas, a musculatura do cíngulo do membro pélvico e os músculos intrínsecos do membro. Musculatura da cintura pélvica ou extrínseca: m. psoas menor, m. iliopsoas, m. quadrado lombar,
M. psoas maior (representa a parte lombar), m. ilíaco (representa a parte ilíaca). Musculatura intrínseca do membro pélvico: músculos femorais, músculos do joelho, músculos do tarso, músculos do dedo. Musculatura Femoral: músculos externos do quadril (m. glúteo superficial, m. gluteo femoral, m. glúteo médio, m. piriforme, m. glúteo profundo, m. tensor da fáscia lata), músculos femorais caudais (m. bíceps femoral, m. abdutor crural caudal, m. semitendíneo, m. semimembranáceo), músculo femorais mediais (m. sartório, m. grácil, m. pectíneo, m. adutores), músculos pélvicos internos (m. obturador interno, m. obturador externo, m. gêmeos, m. quadrado femoral, m. femoral articular).
M. bíceps femoral é um músculo longo e espesso, cuja porção carnosa se estende desde a face lateral da pelve até a face lateral da coxa e do joelho. Insere- se na fáscia lata, e por meio de uma larga aponeurose na patela, no ligamento lateral da patela, na crista e face lateral da tíbia e no túber do calcâneo, por meio doe um tendão calcanear comum. Quando o membro se encontra apoiado no solo, ele estende a articulação do quadril, do joelho e do tarso. Com os membros livres flexiona as articulações do quadril e do joelho.
O m. semitendíneo é longo, se origina na borda caudal do túber isquiático, dirige-se distalmente na face caudal da coxa, no terço proximal da coxa inclina-se medialmente situando-se abaixo do músculo bíceps femoral e se insere por um largo e delgado tendão na tuberosidade da tíbia, e por uma aponeurose que se une a face medial do tendão calcanear comum. Estende a as articulações do quadril, do joelho e do tarso quando o membro esta fixo no solo, com o membro livre flexiona o joelho e produz rotação medial para a perna e puxa o membro para trás. O músculo semimembranoso	possui	 dois ventres.
O músculo abdutor crural caudal é delgado e muito fino que se origina na tuberosidade isquiática e se insere na margem cranial da tíbia. O músculo quadríceps femoral é divido em vasto lateral (é o maior de todos, tem origem por um tendão no trocânter maior do fêmur), vasto intermédio (situa-se na face cranial do fêmur e é o mais medial dos ventres, sua borda caudal borda caudal esta parcialmente fundida ao músculo pectíneo), reto femoral (se origina no ílio, e é bastante desenvolvido) e vasto medial. O músculo vasto lateral e reto femoral encontra-se fundidos exceto em suas origens, o músculo vasto intermédio está aderido á face cranial do fêmur, profundamente ao vasto lateral e reto femoral, já o vasto medial situa-se na face medial da coxa. Todos exceto o reto femoral têm origem do fêmur, mas sem exceção se inserem na patela. Estendem o joelho e flexiona a articulação do quadril. O m. sartório, apenas nos carnívoros, apresenta uma porção cranial e uma caudal – duas fitas musculares. O m. grácil é amplo e delgado, não tem origem em osso, mas sim aponeurose (tecido conjuntivo) proveniente da sínfise pélvica. Insere-se na tuberosidade calcanear. O m. pectíneo é pequeno e fusiforme, com tendão longo e estreito.
A musculatura lateral do membro corresponde à musculatura da região glútea, fazem abdução do membro pélvico, restrito em grandes animais. O m. glúteo superficial é o mais fino, o m. glúteo médio é o mais forte e o m. glúteo profundo é bem raso em forma de leque. O m. glúteo superficial encobre parcialmente o m. glúteo médio, que por sua vez encobre completamente o m. glúteo profundo.
O m. glúteo superficial nos ruminantes está fundido ao bíceps femoral, e nos pequenos ruminantes apenas se une a este mesmo, podendo ser identificado separadamente. O m. glúteo médio é um músculo que ocupa a face lateral da pelve. Tem origem por uma curta aponeurose do músculo longíssimo sacral na tuberosidade sacral e no ligamento sacrotuberal, e se insere no trocânter maior do fêmur.
Sua porção profunda (glúteo acessório) é um pouco separada, tem origem e inserção no local de todo o músculo ou próximos a eles. Esse músculo estende a articulação do quadril, em conjunto com o glúteo acessório produz a rotação lateral.
O m. glúteo profundo é um músculo de forma aproximadamente triangular, que se origina na espinha da escapula e ligamento sacrotuberal e se insere na borda cranial e face lateral do trocânter maior. Auxilia na flexão e abdução da articulação do quadril. O m. tensor da fáscia lata é um músculo triangular que se origina no tuber coxal e se insere na fáscia lata do fêmur, na patela. Flexiona a articulação do quadril e estende o joelho. O m. gastrocnêmio apresenta duas porções: medial e lateral, encobre o m. flexor superficial dos dedos, formam o tendão calcâneo comum, com inserção na tuberosidade calcanear. O músculo adutor possui origem na face ventral da pelve e no tendão do músculo grácil e inserção na margem medial do fêmur, possui função de adução.
Fig.16: verde, nervo isquiático.
O nervo isquiático inerva o membro pélvico, origina-se no tronco lombossacral, nos ramos ventrais do sexto e sétimo nervos lombares e do primeiro nervo sacral. O nervo isquiático desce pela coxa entre o trocânter maior do fêmur e a tuberosidade isquiática, entre o músculo glúteo superficial, glúteo bíceps, glúteo profundo, bíceps femoral e abdutor caudal crural.
Fig. 17: verde, n. fibular; vermelho, n. Tibial (ambos substituídos por barbantes).
Em relação à distribuição do nervo isquiático, são observados cranialmente ramos suprindo os músculos glúteo bíceps e glúteo médio. Seguindo seu percurso caudalmente têm-se ramificação para os músculos bíceps femoral, semitendíneo, glúteo profundo, gêmeos, quadrado femoral, adutor magno e para o músculo semimembranáceo observam-se vários ramos distribuindo-se em todo o músculo. Na região lateral, o nervo isquiático emite o nervo cutâneo lateral da sura, que supre toda a superfície lateral da pele. Na região medial da coxa o isquiático se bifurca em nervo tibial, suprindo os músculos caudais à tíbia e a fíbula e emite ramos para o joelho, e em nervo fibular comum que segue seu trajeto ramificando-se em nervo fibular superficial e profundo, suprindo os músculos flexores do tarso e extensores dos dedos.
Fig.18: branco, veia safena.
A veia safena medial é dividida em 2 ramos (caudal e cranial) e acompanha a a. safena, desembocando na veia femoral. A veia safena lateral é dividida em 2 ramos (caudal e cranial), ao nível do m. semitendinoso, em contato com o linfonodo poplíteo, corre em sentido oblíquo e desemboca na veia femoral.
Fig. 19: Roxo + azul, m. cleidocefalico; rosa, m. cleidobraquial; roxo, m. deltoide; amarelo, m.deltoide escapular; verde, m.tríceps braquial cabeça longa; branco, m. tríceps braquial cabeça lateral; azul, m. bíceps braquial; branco + azul, m. braquiocefalico, verde + rosa, m. trapézio.
O músculo trapézio é um músculo plano e triangular, dividido em duas porções (cervical e torácica) por uma aponeurose intermediária. Sua ampla origem na rafe fibrosa dorsal média do pescoço (em comum ao músculo contralateral) e no ligamento supraespinhal abrange desde a 3ª vértebra cervical até a 9ª vértebra torácica. Insere-se na espinha da escápula. É elevador e fixador da escápula, além de contribuir no deslocamento cranial da extremidade. Inervação se dá pelo nervo acessório.
As faturas e luxações resultantes de acidentes de trânsito contribuem para o grande número de atendimento a cães e gatos com problemas nos membros torácicos. A variação etária é considerável na ocorrência dos diferentes acontecimentos, com tendência maior ao desenvolvimento mais precoce nas raças de pequeno perto, em comparação com as de grande porte. Para facilitar o estudo dos membros torácicos, alguns autores os dividem em regiões: região escapular, região da articulação do ombro e região axilar, região braquial lateral, região braquial medial, região do cotovelo. Região do antebraço: região cranial do antebraço, região medial do antebraço, região caudal do antebraço, região do carpo, região do metacarpo e regiões distais.
Considerando a osteologia, pode-se afirmar que o membro torácico é composto pela cintura escapular (reduzida à escápula), úmero (base óssea do braço), rádio e ulna (base óssea do antebraço) e carpo, metacarpo e dedos (bases ósseas da mão).
A união do membro torácico ao tronco se dá pela cintura escapular, a qual não apresenta articulação óssea com o esqueleto axial, mas está unida a ele por meio de potentes músculos, permitindo que o membro torácico funcione como membro amortecedor e direcionador durante a locomoção.
Os músculos do membro torácico compreendem o cinturão torácico escapular ou musculatura extrínseca, entre o membro torácico e o tronco, e a musculatura intrínseca do membro, que forma uma ponte entre uma ou mais articulações no membro. O membro torácico é unido ao esqueleto axial por uma disposição de músculos, tendões e fáscias (sinsarcose). Os músculos fortes do cinturão escapular unem o membro ao tronco sem formar uma articulação convencional. Elas formam uma faixa dinâmica que sustenta o corpo entre os membros torácicos no animal ereto e controla o balanço do membro durante a progressão.
Os músculos do cinturão escapular se originam nas regiões do pescoço, dorso e do tórax e se fixam á escápula ou ao úmero. Eles situam-se em posição superficial em relação aos músculos intrínsecos do tronco cranial e podem ser divididos em uma camada superficial e uma camada profunda. Camada superficial da musculatura extrínseca: m. trapézio, m. esternocleiodomatóideo (m. esternocefálico; m. braquiocefálico (m. cleidobraquial e m. cleidocefálico)],
m. omotransversário, m. grande dorsal, m. peitoral superficial. Camada profunda da musculatura extrínseca: m. peitoral profundo, m. subclávio, m. romboide, m. serrátil ventral.
O músculo omotransversário, desde sua origem na asa do atlas se direciona caudalmente até sua inserção no acrômio da escápula e na fáscia do braço. Encontra-se revestido, exceto em sua parte mais caudal, pelo músculo braquiocefálico. Sua inervação se dá pelo nervo acessório.
O músculo braquiocefálico é um músculo potente e alongado que une a cabeça e também o pescoço com o braço. Está dividido em duas partes pela interseção clavicular (resto vestigial da clavícula). A parte mais caudal é o m. cleidobraquial, que está disposto entre a interseção clavicular e a crista do úmero. A parte mais cranial o m. cleidocefálico, une a interseção clavicular com a cabeça e o pescoço. Por sua vez, o m. cleidocefálico apresenta duas porções bem diferenciadas: a parte cervical, que é superficial, se dispõe entre a interseção clavicular e a metade cranial da rafe fibrosa dorsal média do pescoço onde se insere juntamente com o músculo contralateral; a parte mastoidea, mais profunda, se localiza entre a interseção clavicular e o processo mastoide do osso temporal. Quando a cabeça e o pescoço estão fixos, o músculo é um potente extensor da articulação do ombro e flexor do membro torácico. Quando o membro está fixamente apoiado no solo, movimenta a cabeça e o pescoço lateral e ventralmente. O músculo cleidocefálico é inervado pelo nervo acessório e por ramos ventrais dos nervos cervicais. O músculo cleidobraquial está inervado pelo nervo braquiocefálico (é um dos nervos do plexo braquial, que procede do 6º nervo cervical).
O músculo tríceps braquial possui quatro porções: cabeça longa, que possui origem na margem caudal da escápula; cabeça acessória, que possui origem no colo do úmero; cabeça medial, que possui origem na tuberosidade redonda maior; cabeça lateral, que possui origem na crista tricipital do úmero. Os músculos flexores do cotovelo são: bíceps braquial, que possui origem no tubérculo supraglenóise e inserção na tuberosidade do rádio; braquial, que se encontra lateral ao bíceps, com origem no colo do úmero e inserção na tuberosidade do rádio.
A cápsula da articulação do ombro envolve o tendão do bíceps onde cruza a face cranial da articulação, unido embaixo por um ligamento transverso que se estende entre os tubérculos do úmero. Pode-se puncionar a articulação a meio caminho entre o acrômio e o tubérculo maior, passando-se uma agulha medialmente através do deltoide.
Luxação da articulação e fraturas da escápula são relativamente raras. Fraturas do úmero são muito mais comuns e ocorrem principalmente ao nível médio da diáfise. A articulação do cotovelo é formada pelo côndilo do úmero com a incisura troclear da ulna e a cabeça do rádio. Fraturas do antebraço são relativamente comuns e ocorrem com maior frequência na metade distal. A fratura do olecrano também é relativamente comum.
As faces medial e lateral da articulação do cotovelo são acessíveis. O vértice do olecrano está localizado abaixo da extremidade ventral do quinto espaço intercostal no cão em estação. É fácil palpar os epicôndilos medial e lateral, bem como as partes adjacentes do úmero. É possível palpar o feixe dos vasos branquiais e nervo mediano contra a face medial do osso, entre o bíceps e o tríceps. Um pequeno feixe formado pelos vasos ulnares colaterais e nervo ulnar pode ser localizado contra o tendão do bíceps e o olecrano. Também é fácil palpar os ligamentos colaterais que se originam dos epicôndilos. O côndilo do úmero é menos acessível. A face medial do rádio é subcutânea; a face cranial é palpável distalmente. A ulna situa-se mais profundamente.
A veia cefálica é o local mais empregado para injeções intravenosas. Acompanha a borda cranial do antebraço, onde se pode palpá-la ao ser elevada mediante a compressão sobre o cotovelo. Este vaso repousa sobre o extensor radial do carpo, o maior dos músculos extensores que ser originam do epicôndilo lateral do úmero e da crista mais proximal. Os vasos medianos, que são continuações da braquial, e nervo ficam inclusos entre os flexores do carpo e dos dedos, próximos à borda medial do rádio. Em gatos, a artéria braquial e o nervo mediano passam por um forame medial proeminente (supracondilar) na extremidade distal do úmero, em direção caudocranial. Portanto, tais estruturas são vulneráveis a fraturas e em cirurgias nesta localização.
O plexo braquial representa um conjunto de nervos motores e sensitivos originados a partir dos ramos ventrais dos nervos espinais cervicais e torácicos [C6 (C5) a T1 (T2)] que se encontram na região axilar. Estes nervos são responsáveis pela inervação motora da musculatura intrínseca e extrínseca do membro torácico, e pela recolha da sensibilidade cutânea do membro torácico. No entanto, a inervação cutânea da região dorsal à articulação do ombro está a cargo dos ramos dorsais ou ventrais dos nn. cervicais e/ou torácicos.
Fig. 20: Branco, nervo radial; amarelo, veia cefálica
O nervo radial(C7-T1) supre os extensores do cotovelo, do carpo e as articulações dos dedos. Deixa a axila mergulhando no tríceps, mais ou menos no meio do braço. Após emitir ramos para o tríceps, acompanha o músculo braquial em torno da face lateral do úmero, até chegar à superfície flexora do cotovelo. Nesta parte de seu trajeto, é extremamente vulnerável em fraturas e aos tumores que costumam atingir o úmero. Divide-se em ramos superficial e profundo antes de deixar o braço. O superficial prossegue em direção distal, primeiro entre o braquial e o extensor radial do carpo, em seguida entre o supinador e a cápsula articular, inervando os extensores do carpo e do dedo na parte superior do antebraço. O profundo divide-se em ramos medial e lateral, que emergem da borda cranial da cabeça lateral do tríceps, seguindo um trajeto subcutâneo, um de cada lado da veia cefálica; ambos entram na pata com a veia cefálica acessória.
O ramo superficial supre a pele na superfície dorsal do antebraço e da pata, compartilhando a parte mais proximal dessa região com o nervo axilar.
 Caso o nervo sofra lesão grave proximal à sua origem nos ramos tricipitais, o animal não pode mais fixar o cotovelo e o membro torna-se incapaz de suportar peso, ficando em flexão com as articulações e as superfícies dorsais dos dedos voltadas para o solo. Lesões mais distais são menos graves, pois os cães logo aprendem a compensar a perda dos extensores dos dedos movimentando rapidamente a pata erguida para frente, de modo que se apoie sobre os coxins.
Procedimentos cirúrgicos: as fraturas da diáfise umeral resultam em ruptura da continuidade do osso cortical da diáfise e, geralmente ocorrem devido aos acidentes automobilísticos, arma de fogo ou queda. Os pacientes com fraturas de diáfise umeral são geralmente incapazes de sustentar o peso e mostram vários graus de edema do membro. Dor e crepitação podem ser desencadeadas à manipulação do membro. Os animais afetados quase sempre arrastam a pata ao andar e podem não levantá-la durante a verificação da propriocepção. O tratamento clínico ou conservador não é indicado, pois talas e moldes não imobilizam de maneira eficaz a articulação escapuloumeral. Podem ser utilizados pinos intramedulares, estes em conjunto com fixação esquelética externa, fixadores esqueléticos externos somente e placas ósseas para o reparo da fratura. A lesão do nervo radial é bastante frequente, sobretudo causada diretamente pelas fraturas umerais, devido ao trauma e à inflamação associada. Embora a sensibilidade cutânea esteja presente (r. superficial), a função motora do membro torácico (r. profundo) é readquirida em quase todos os animais dentro de uma a seis semanas, uma vez estabilizada a fratura e caso não haja secção do nervo radial. As consequências que podem advir de uma lesão alta desse nervo (proximal aos ramos musculares para o m. tríceps) é grave. Não permite fixar o cotovelo em extensão, mantém hiperflexão do carpo, e o membro não consegue sustentar o peso. Como as articulações do carpo e dos dedos se encontram flectidas, o animal arrasta a face dorsal da mão no solo. Ocorre igualmente uma analgesia da face cranial e lateral do antebraço e dorsal do carpo, metacarpo e dedos. Normalmente, pode ser necessário a amputação do membro torácico para corrigir esta situação. Uma lesão baixa do nervo radial, unicamente no seu ramo profundo, pode ocorrer de forma iatrogênica durante a manipulação cirúrgica da fratura umeral. Neste caso, a sintomatologia esperada será a incapacidade do animal fazer a extensão do carpo e dos dedos, tendo tendência a apoiar a face dorsal da mão no chão. No entanto, durante a locomoção, o animal aprende a lançar a pata de forma solta para a frente, conseguindo apoiar a palma no chão, compensando o déficit neurológico. A componente de sensibilidade cutânea mantém-se intacta.
Fig.21: Lilás, omento menor; laranja, omento maior; preto, estômago; rosa, baço; vermelho, fígado; azul claro, bexiga; azul escuro, rim esquerdo (o rim direito encontra-se na foto dorsalmente com o lobo direito, o corpo do pâncreas e o duodeno descendente e cranialmente com os lobos lateral direito e caudado do fígado); verde, diafragma; amarelo, mesentério.
O omento menor liga o estômago, a partir da curvatura menor, ao duodeno e fígado. O omento maior liga o estômago, a partir da curvatura maior, ao diafragma, baço e cólon transverso, recobrindo todas as alças intestinais. O omento maior é uma grande reflexão do peritônio que tem sua localização normal entre o intestino e a parede ventral do corpo. Na aparência tem formato de renda com listras características da gordura. O omento maior do cão volta-se caudalmente entre as vísceras e o assoalho abdominal. É a primeira estrutura a aparecer quando o assoalho abdominal é aberto. Na maioria das espécies, o omento maior é rendilhado, efeito produzido pela deposição de gordura em estrias ao longo do trajeto dos vasos sanguíneos. O omento não possui uma capacidade intrínseca para movimento, mas é passível de ser deslocado no abdome pelos movimentos de outras estruturas. Como tem a tendência comum às membranas serosas de aderir quando inflamadas, frequentemente é encontrado em regiões de infecção e ajuda a mantê-las isoladas.
O cirurgião pode suturar o omento maior sobre a incisão fechada de uma víscera como garantia extra contra vazamento.
O estômago está localizado caudalmente ao esôfago e cranialmente ao duodeno. Nos animais monogástricos (animais com apenas um estômago – cavalos, porcos, cães e gatos), o alimento, após deglutição, desce pelo esôfago até chegar ao estômago. O bolo alimentar entra no estômago através de uma abertura chamada cardia ou ósteo cárdico. Uma vez processado, o bolo alimentar sai do estômago através de uma abertura chamada de piloro ou ósteo pilórico. O estômago é dividido em quatro regiões: cardia ou região cárdica, fundo ou região fúndica, corpo piloro ou região pilórica – esta ainda se subdivide em: antro pilórico – parte mais expandida da região pilórica e canal pilórico – parte mais estreita da região pilórica. O estômago apresenta duas curvaturas: a curvatura menor e a curvatura maior. Na curvatura menor há um ângulo bem fechado em direção à região pilórica do estômago chamada de incisura angular.
Internamente, o estômago é todo rugoso e revestido por diversas glândulas com diferentes funções tais como: secreção de ácido gástrico, a secreção de muco, dentre outros. Os cães e gatos têm um estômago simples, ou seja, sua parede interna é todo recoberta por glândulas. Já os cavalos e porcos têm estômagos compostos, ou seja, apresentam uma porção desprovida de glândulas chamada de porção ou região aglandular. Essa porção é revestida por tecido epitelial pavimentoso. A linha divisória entre a região aglandular e a região glandular é chamada de margem pregueada.
Os vasos responsáveis pelo suprimento sangüíneo do estômago originam-se da artéria celíaca, primeiro ramo da aorta abdominal, localizada na região do hiato aórtico. Assim, dirigem-se à superfície do estômago as artérias gástricas esquerda e direita, as artérias gastroepilóicas esquerda e direita e as artérias gástricas curtas.
O baço está localizado no quadrante cranial esquerdo do abdome, em uma orientação dorso ventral. É macio, altamente vascularizado e possui cor vermelho- vivo. Está diretamente interposto entre a circulação portal e sistêmica. Possui função de filtração e fagocitose, reservatório sanguíneo, imunológica, hematopoese extramedular e estocagem de plaquetas. Problemas no baço são um sinal de alguma doença subjacente no cão, como por exemplo: torison esplênica, hemorragia, hemangiossarcoma e lymphosarcoma.
O fígado é um órgão que pode ser considerado intratorácico, por conta da face cranial deste órgão possuir uma concavidade que fica na região torácica, porém ele é um órgão abdominal, (isso ocorre pelo fato do abdômen começar caudal a última costela, tendo com limite o músculo diafragmático) mas sua maior parte fica intratorácica. O fígado fica no lado direito do plano mediano,no lado esquerdo encontra-se o estômago e parte esquerda do fígado. Ou seja, num corte transversal nessa região entre fígado e estomago é possível observar porção do fígado e estômago.
A relação dorso caudal do fígado será diretamente com o rim direito por ele estar mais cranial que o rim esquerdo, tanto que o fígado possui uma impressão renal nessa região. A borda ventral do fígado se estende ligeiramente além do arco costal, porém não é tão evidente além desta região exceto em situações patológicas.
Caudalmente o fígado faz relação com o estômago e cranialmente com o diafragma. Observa-se pela face diafragmática o hilo hepático onde temos a entrada e saída de vasos importantes como a veia porta, artéria hepática, ducto biliar, juntamente com os ligamentos hepáticos e o falciforme.
Embora o colo da bexiga canina estenda-se por um pequeno trecho pela cavidade pélvica, a maior parte do órgão é visível assim que o assoalho do abdome é removido, pois é deixada descoberta pelo omento maior. Seu tamanho varia muito e, quando excessivamente distendida, pode chegar ao umbigo ou mesmo ultrapassá-lo. A bexiga pode ser identificada à palpação abdominal, quando moderadamente (ou mais amplamente) distendida. Deve ser manipulada com cuidado, pois sua parede rompe-se com facilidade em grande distensão. A bexiga do gato situa-se sempre inteiramente no abdome e é sucedida por uma uretra proporcionalmente mais longa que no cão.
A localização vesical varia dependendo da quantidade de urina que ela contém; quando vazia se situa completamente, ou quase completamente dentro da cavidade pélvica. A bexiga distendida, tem formato periforme e apresenta um vértice cranial (ápice), um colo, que a conecta com a uretra e corpo e recebe 25 seu suprimento sanguíneo a partir das artérias vesicais cranial e caudal, que são ramos das artérias umbilical e urogenital, respectivamente. A inervação simpática provém dos nervos hipogástricos, enquanto a inervação parassimpática ocorre pelo nervo pélvico. O nervo pudendo supre a inervação somática para o esfíncter vesical externo e a musculatura estriada uretral.
Procedimento cirúrgico: A cistotomia é a incisão cirúrgica no interior da bexiga, enquanto, a cistectomia é a remoção de uma porção da bexiga. O trígono vesical é uma porção triangular lisa da membrana mucosa, na base da bexiga (ou seja, próximo à uretra), onde os ureteres drenam.
Os rins estão localizados: na região sublombar nos lados da artéria aorta (esquerdo) e veia cava caudal (direito); no espaço retroperitoneal fazendo com que apenas as suas faces ventrais fiquem cobertas pelo peritônio. Ambos possuem o formato que lembra o de um grão de feijão. Apresenta duas superfícies ou faces lisas - dorsal e ventral, sendo a ventral mais convexa, duas extremidades ou polos - cranial e caudal e duas bordas - lateral (convexa) e medial (côncava) onde se encontra o hilo renal que por sua vez se abre no seio renal. Os vasos e nervos renais e o ureter passam pelo hilo renal. O hilo renal localiza-se no centro da borda medial e é relativamente largo.
O rim esquerdo, sujeito a alguma variação na posição (devido à sua frouxa inserção ao peritônio e pelo grau de deslocamento do estômago), localiza-se ventralmente à segunda, terceira e quarta vértebras lombares; enquanto o rim direito, localizado mais cranialmente aproximadamente metade do comprimento vertebral, está ventral à T12 e às três primeiras vértebras lombares - a décima terceira costela geralmente cruza seu polo cranial. Zonas cortical e medular são prontamente distinguidas em secção. O córtex renal tem aproximadamente 2 cm de espessura.
O rim esquerdo está sujeito a uma maior variação na sua localização, principalmente no gato. Correlaciona-se ventralmente com o cólon descendente e cranialmente com a extremidade dorsal do baço e lobo esquerdo do pâncreas. Sua extremidade cranial está oposta ao hilo do rim direito e podendo estar oposta ao polo caudal do rim direito devido ao grau de preenchimento ou distensão do estômago. Sua superfície dorsal se relaciona com os músculos sublombares. O rim direito se relaciona ventralmente com o lobo direito o corpo do pâncreas e o duodeno descendente e cranialmente com os lobos lateral direito e caudado do fígado onde deixa uma profunda impressão - é o mais fixo em posição já que fica unido à impressão renal do fígado pelo ligamento hepatorrenal. Pelo menos sua metade cranial está situada na impressão renal e a metade caudal se relaciona dorsalmente aos músculos sumblombares.
O diafragma separa as cavidades do tórax e abdome, ele se origina pelos pilares direito e esquerdo das primeiras vértebras lombares e se liga à superfície medial das costelas, próximo ao arco costal e ao esterno. Tem a forma de cúpula, sendo convexo em todas as direções em sua superfície cranial, e salienta-se cranialmente sob o revestimento das costelas aumentando a cavidade do abdome à custa da cavidade do tórax. Portanto, sua convexidade faz com que tenha sua extensão mais cranial no nível da sexta ou sétima costela. Há três aberturas no diafragma. A mais dorsal, o hiato aórtico, situa-se entre as vértebras lombares e os tendões dos pilares. Dá passagem à aorta, à veia ázigo e ao ducto torácico. O hiato esofágico se localiza mais ventralmente, entre as duas divisões mediais do pilar direito; por ele passam o esôfago, os troncos vagais dorsal e ventral que o acompanham e os vasos que o nutrem. A terceira abertura, o forame da veia cava, situa-se no centro tendíneo, um pouco dorsal ao vértice e à direita do plano mediano; conduz a veia cava caudal e tem uma natureza bem diferente das outras aberturas, uma vez que, a adventícia do vaso se funde com o tendão, não deixando qualquer espaço circundante.
O mesentério é um órgão em forma de leque que dá suporte ao jejuno e ao íleo. Faz parte do peritôneo, sendo formado por tecido conjuntivo denso extraperitoneal, vasos sanguíneos, nervos, vasos e gânglios linfáticos.
Procedimentos cirúrgicos: a toracocentese é a perfuração cirúrgica da parede torácica para remover ar (pneumotórax) ou fluido (derrame pleural do espaço pleural). A pleurodese é a criação de aderências entre as pleuras visceral e parietal, causada por instalação de agentes irritantes no interior da cavidade pleural ou danificação mecânica da pleura em cirurgia; a toracotomia é uma incisão cirúrgica da parede torácica, ela pode ser realizada incisando-se entre as costelas (intercostal ou lateral) ou rompendo-se o esterno (esternotomia mediana); a lobectomia pulmonar é a remoção de um lobo pulmonar (completo) ou uma porção de um lobo pulmonar (parcial); a pneumonectomia é a remoção de todo tecido pulmonar em um lado da cavidade torácica.
Fig.22. verde, a. troncopulmonar.
Fig. 23. Verde, nervo intercostal; vermelho, a. Intercostal dorsal
Fig. 24. Preto, a. Aorta; vermelho, a. Trocobraquiocefálica; amarelo, a. Subclávia esquerda.
Os espaços intercostais apresentam a construção comum. Os principais vasos e nervos intercostais ficam caudomediais às costelas, sob a fáscia endotorácica. Vasos adicionais emergindo dos troncos torácicos internos acompanham as bordas craniais das costelas nas partes ventrais dos espaços. Essas localizações devem ser lembradas quando se pretende realizar uma incisão ou punção. Assim, as artérias intercostais se situam caudalmente à costela adjacente, em conjunto com uma veia e um nervo satélite. Um nervo intercostal típico começa onde o ramo dorsal do nervo torácico se divide e corre distal entre as fibras do músculo intercostal interno. Na maior parte dos espaços intercostais, os vasos e os nervos intercostais são cobertos medialmente somente pela pleura.
O suprimento sanguíneo do esterno provém das artérias torácicas internas e das artérias intercostais dorsais. As artérias torácicas internas surgem das artérias subclávias e correm caudoventralmente ao longo de ambos os lados do esterno, Elas repousam no interior dos músculos torácicos transversos finos, que correm bilateralmente pela extensão do esterno.. As artérias torácicas internasfornecem ramos para o esterno, os nervos frênicos, o timo, a pleura mediastinal e os espaços intercostais e terminam nas artérias musculofrênicas e epigástricas craniais.
As primeiras três artérias intercostais dorsais surgem de um ramo do tronco costocervical; as remanescentes surgem da aorta. Os ramos dorsais surgem imediatamente e suprem os músculos epaxiais e as vértebras. As artérias intercostais continuam seu curso nos espaços intercostais ao longo da borda caudal de cada costela. Ventralmente, elas se anastomosam com os ramos intercostais ventrais provenientes das artérias torácicas internas. A drenagem venosa do esterno é proporcionada pelas veias intercostais. Essas veias drenam dorsalmente na veia ázigo e ventralmente nas veias torácicas.
Procedimentos cirúrgicos: a toraconcentese é a perfuração cirúrgica da parede torácica para remover ar (pneumotórax) ou fluido (derrame pleural do espaço pleural). A pleurodese é a criação de aderências entre as pleuras visceral e parietal, causada por instalação de agentes irritantes no interior da cavidade pleural ou danificação mecânica da pleura em cirurgia; a toracotomia é uma incisão cirúrgica da parede torácica, ela pode ser realizada incisando-se entre as costelas (intercostal ou lateral) ou rompendo-se o esterno (esternotomia mediana); a lobectomia pulmonar é a remoção de um lobo pulmonar (completo) ou uma porção de um lobo pulmonar (parcial); a pneumonectomia é a remoção de todo tecido pulmonar em um lado da cavidade torácica.
Fig. H: Vermelho: Escapúla. Verde: Úmero (esqueleto do braço). Azul: Ulna e Rádio (esqueleto do antebraço). Rosa: Ossos do carpo (esqueleto do joelho). Preto: Ossos do metacarpo (esqueletos da canela). Laranja: Falange (esqueleto do dedo).
No rádio, a tuberosidade radial, está localizada na região proximal da face cranial. A ulna dos carnívoros acompanha toda a extensão do rádio, bem como em ruminantes e suínos. Portanto, o processo estiloide lateral pertence à ulna. Em equinos, o processo estiloide lateral pertence ao rádio, já que a ulna se estende apenas até a diáfise do rádio. Processo ancôneo se encaixa na fossa do olecrano. Nos pequenos animais, o processo coronóide medial é maior que o lateral. Em grandes animais, ocorre o inverso. O espaço interósseo é ocupado pelo m. pronador quadrado. Pronador redondo sai do epicôndilo medial do úmero e vai até o rádio. Dos animais domésticos, apenas os carnívoros apresentam o primeiro dedo, com falange média ausente.
Fig. I: Azul: Escápula. Laranja: Úmero. Verde: Rádio.
A articulação do ombro é a Escápula + Úmero (cavidade glenóide + cabeça do úmero).Tubercúlo maior do úmero e tuberosidade deltoide são as estruturas palpáveis . A tuberosidade deltoide é a inserção do musculo deltoide.
O úmero tem uma função fundamental no movimento do membro torácico, sendo que sua superfície é modelada pela fixação de músculos fortes e seus tendões, os quais levam ao desenvolvimento de protuberâncias e sulcos ósseos proeminentes. Ele pode ser dividido em três segmentos básicos: extremidade proximal com a cabeça do úmero e tubérculos, corpo do úmero com a tuberosidade deltoide, extremidade distal com o côndilo do úmero. O úmero é um osso longo, em forma de espiral. Na vista cranial, lateralmente vemos um tubérculo maior e medialmente um tubérculo menor, entre eles está o sulco intertubercular ou intertuberal para passagem do m. bíceps braquial. Na região distal do úmero, sua superfície articular é formada pelo côndilo (capítulo/ lateral e tróclea/ medial). Proximal à tróclea e o capítulo existe uma fossa radial. Na vista caudal do úmero vemos a cabeça umeral, tubérculo maior e menor. Em carnívoros existe o forame supratroclear, que comunica a fossa do olecrano com a fossa radial.
Fig. J: Escápula Canina. Rosa: Espinha da escápula. Verde: Acrômio. Amarelo: Borda cranial. Azul: Ângulo dorsal.
A escápula é um osso que tem a forma triangular apresentando duas faces, três bordas e três ângulos. Sendo a face dorsal que tem a espinha da escápula, acrômio, fossa supra-espinhosa e a fossa infra-espinhosa. Já a face costal tem a fossa subescapular. A borda superior, borda lateral e borda medial. Na borda superior tem a incisura escapular e o processo coracoide. O ângulo inferior, superior e lateral.
Cavidade Glenóide que é uma escavação da escápula que se articula com o úmero. Tubérculo Supra-Glenoidal que se localiza acima da cavidade glenóide e o tubérculo Infra-Glenoidal que se localiza abaixo da cavidade glenóide.
Fig. K: Branco: osso carpo. Vermelho: ossos metacarpo. Azul: 1°Falange. Verde: 2°Falange. Rosa: 3°Falange.
O carpo é constituído por sete ossos, sendo três na fileira proximal e quatro na distal. Os ossos do carpo se articulam por cima com o rádio e ulna e por baixo com os metacarpianos. São cinco os ossos metacarpianos. O mais curto é o primeiro, enquanto o terceiro e o quarto são os mais longos. Estão muito próximos entre si por cima, mas divergem um pouco distalmente. Articulam-se por cima com a fileira superior dos ossos do carpo e por baixo com as falanges. Cada dedo é dotado de três falanges, exceto o primeiro que tem apenas duas. Este é muito curto, denominado erroneamente pelos criadores de “quinto dedo”, e é extraído logo no nascimento do cão, em diversas raças por razões estéticas. O terceiro e o quarto dedos são mais longos. A primeira falange de cada dedo se articula com a segunda e está com a terceira.
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