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1-Existe alguma medida judicial para auxiliar o devedor na superação da crise econômico financeira? Sim, conforme artigo 47 da Lei 11.101/2005, pode requerer a recuperação judicial, que tem por objetivo viabilizar a situação de crise econômico-financeira do devedor. II). Existem requisitos para que possamos pleitear esta medida? Sim, no ato do pedido da recuperação judicial, conforme o artigo 48 da Lei 11.101/2005, no momento de pedido deve exercer regularmente sua atividade há mais de dois anos; Não deve ser falido, e se foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; Não ter, há menos de 5(cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; Não ter sido condenada ou não ter como administrador ou sócio controlador pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei; Precisa estar ao menos cinco anos sem receber concessão recuperação judicial com base no plano especial que trata da recuperação judicial para microempresas e empresas de pequeno porte. III). Onde deveria ser proposta a ação judicial? O artigo 3º da Lei 11.101/2005 remete a competência para homologar o plano de recuperação extrajudicial e deferir a recuperação judicial, o juízo local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil; Pelo entendimento doutrinário o principal estabelecimento do devedor, para fins de competência, é aquele de que é considerado o local onde são tomadas as principais decisões da sociedade, onde se mantém a direção da organização, o nível mais elevado da administração; A cidade de São Paulo lugar onde se encontra a alta administração, possui juízo especializado em recuperação judicial e falência, a ação judicial deve ser proposta neste juízo na cidade já citada. IV). Como seriam os pagamentos dos credores como bancos, fornecedores e trabalhadores? A Lei 1101/2005, em seu artigo 54, indica que o plano de recuperação judicial não pode prever prazo superior há um ano, aos créditos trabalhistas e aos decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação judicial. No mesmo artigo diz que, o plano não poderá prever, prazo superior a 30 (trinta) dias para o pagamento, até o limite cinco salários mínimos por trabalhador, dos créditos de origem estritamente salarial vencidos nos três meses anteriores ao pedido de recuperação judicial; No que diz respeito aos demais credores, não há preferência, é de escolha do devedor. V). Se algum credor não concordar, o que ele pode fazer? Ele deve apresentar sua objeção ao juiz no prazo de 30 dias contados da publicação da lista de credores realizada pelo administrador judicial. Havendo objeção, o juiz convocará assembleia geral de credores, oportunidade na qual este mesmo credor poderá votar com o intuito de rejeitar o plano ou até mesmo aprová-lo. VI- Existe risco de o juiz decretar a falência da sociedade? O juiz poderá declarar falência nos termos do artigo 73 da Lei 11.101/2005 durante o processo de recuperação judicial; Por deliberação da assembleia geral de credores nos termos do artigo 42 desta Lei; Conforme artigo 53 da Lei 11.101/2005, a não apresentação de um plano para a recuperação judicial no prazo de 60 (sessenta) dias improrrogável; Também haverá convolação em falência, de acordo com § 4º do artigo 56 da mesma lei, caso seja rejeitado o plano de recuperação pela assembleia geral de credores. Quando houver sido rejeitado o plano de recuperação pela assembleia geral de credores nos termos do §4° do artigo 56 desta Lei; Por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação nos 2(dois) anos subsequentes contados da concessão da recuperação judicial, conforme §1º do artigo 61. VII-Existe algum custo para a propositura da medida? Conforme o artigo 5° da Lei 11.101/2005 não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência; I as obrigações a título gratuito; II- Despesas que credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial salvo custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor. No artigo 63 desta mesma lei especifica que cumpridas as obrigações vencidas no prazo previsto no caput do artigo 61, o juiz decretará por sentença o encerramento da recuperação judicial e determinará; I- O pagamento do saldo de honorários ao administrador judicial, somente podendo efetuar a quitação dessas obrigações mediante prestação de contas, no prazo de 30(trinta) dias, e aprovação do relatório previsto no inciso III do caput deste artigo; II-A apuração do saldo das custas judiciais a serem recolhidas. VII- Quem é o administrador judicial previsto na legislação? Ele será o administrador da empresa neste período? Segundo o artigo 21 da Lei 11.101/2005 o administrador judicial será ´profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada. No artigo 22 da mesma Lei informa que o administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do comitê, além de outros deveres que esta Lei lhe impões; Como especifica o artigo 64 da mesma Lei durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor e seus administradores serão mantidos na condução da atividade empresarial, sob fiscalização do comitê, se houver, e do administrador judicial. IX- Se os credores concordarem com a proposta da empresa, quais as consequências? Se os credores concordarem com a proposta segundo os termos do artigo 58 da Lei 11.101/2005 cumprindo as exigências, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo o plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do artigo 55 desta Lei. X-Existe alguma alternativa diferente do processo judicial? Existe alguma medida fora do Poder Judiciário? A recuperação extrajudicial é uma alternativa que permite uma negociação extrajudicial do devedor com seus credores e pode ser submetida á homologação judicial. Conforme o artigo 161 da Lei 11.101/2005 o devedor que preencher os requisitos do artigo 48 desta lei poderá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial.
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