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Direito de Recuperação e Falência de Empresas

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Direito de Recuperação e 
Falência de Empresas
Prof. Andre Lacerda
prof.andrelacerda@gmail.com
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UNIDADE I.
Da Lei nº 11.101/05
Parte Histórica e evolução.
Procedimentos pré-falimentares.
Natureza Jurídica.
Legitimidade Ativa.
Legitimidade Passiva.
Foro competente.
Princípios.
 
Da Recuperação
Recuperação Judicial.
Requisitos, plano e petição inicial.
Plano de recuperação especial para microempresas e empresas de pequeno porte.
Recuperação extrajudicial.
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UNIDADE II
Do Processo Falimentar
Administrador judicial.
Comitê de credores.
Assembleia.
Arrecadação e custódia dos bens do falido.
Habilitação, verificação e classificação dos créditos. 
 
Da Sentença de falência
Procedimentos.
Efeitos da sentença de falência.
Obrigações do devedor.
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BIBLIOGRAFIA
CRUZ, André Santa. Direito empresarial. 9. ed. Rio de Janeiro: Metodo, 2019. 
(Minha Biblioteca Virtual – Uninorte) 
(Biblioteca física: 8. ed. 2018 – ref.: 342.2-C955d)
NEGRÃO, Ricardo. Recuperação de empresas, falência e procedimentos concursais administrativos. Vol. 3. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. 
(Minha Biblioteca Virtual – Uninorte)
SACRAMONE, Marcelo Barbosa. Comentários à lei de recuperação de empresas e falência. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. 
(Minha Biblioteca Virtual – Uninorte)
Direito de Recuperação e Falência de Empresas
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Bibliografia Complementar:
CAMPINHO, Sérgio. Curso de direito comercial: falência e recuperação de empresa. 9. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. 
(Minha Biblioteca Virtual – Uninorte)
MAMEDE, Gladston. Direito empresarial brasileiro: falência e recuperação de empresas. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2019. 
(Minha Biblioteca Virtual – Uninorte)
SALOMÃO, Luis Felipe. Recuperação judicial, extrajudicial e falência: teoria e prática. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017. 
(Minha Biblioteca Virtual – Uninorte)
TEIXEIRA, Tarcisio. Direito empresarial sistematizado: doutrina, jurisprudência e prática. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. 
(Minha Biblioteca Virtual – Uninorte)
TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial: falência e recuperação de empresas. Vol. 3. 6. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. 
(Minha Biblioteca Virtual – Uninorte)
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Código Comercial de 1850 (tratava da insolvência comercial)
Decreto-Lei n.º 7.661 de 1945: disciplinou o procedimento falimentar para os casos de crise sem solução e a CONCORDATA para os casos de se tentar sair da situação de crise.
Insolvência Civil: arts. 748 e 750, do CPC.
Falência: Lei n° 11.101/05
Lei 11.101/2005: Projeto de Lei de 1993 somente foi aprovado em 2005.
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FALÊNCIA: do latim fallere (faltar com o prometido)
Termo associado: caloteiro, golpista, crise, quebra, bancarrota.
Termo técnico-jurídico: impossibilidade do devedor arcar com a satisfação de seus débitos, dado a impotência de seu patrimônio para geração de recursos e meios necessários aos pagamentos.
Termo pejorativo finalidade
Resgatar o empresário e/ou sociedade empresarial
Fim econômico social, interesse público, viabilizar a situação de crise
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MOTIVOS DE INSOLVÊNCIA:
Econômico – vendas não ocorrem na quantidade necessária à manutenção do negócio; 
Financeiro – falta à sociedade dinheiro em caixa para pagar suas obrigações; falta de liquidez que se exterioriza pela impontualidade; e, 
Patrimonial – ativo inferior ao passivo, configurando situação de insolvência econômica que leva à falência se não se apresentar uma solução de mercado.
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Sergio Campinho: “Falência revela-se como um conjunto de atos ou fatos que exteriorizam, ordinariamente, um desequilíbrio no patrimônio do devedor.”
Rubens Requião: “A falência propõe uma solução para a empresa comercial arruinada: ou a liquida ou proporciona a sua recuperação.”
Carvalho de Mendonça: “a falência não se restringe aos domínios do direito comercial, penetra nos do direito público, civil, internacional público e privado, penal, processual (...) a falência interessa não somente à economia individual como à pública, pois perturba o crédito público, produz a dispersão de capitais, trazendo dano para economia geral.”
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A FALÊNCIA é EXECUÇÃO COLETIVA que tem por finalidade de liquidar o passivo (dívidas) a partir da realização (venda) do patrimônio da empresa.
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A Lei n. 11.101/05 adota dois processos especiais: 
o processo de Recuperação Judicial e o de Falência.
A Natureza Jurídica:
Processual: é um processo de execução coletiva.
Material: gera efeitos aos contratos, aos bens e ao falido.
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Execução Singular: 
Disciplinado no CPC - execução por quantia líquida e certa contra devedor solvente, procedendo apreensão judicial ou penhora.
Execução Coletiva ou Extraordinária ou Concursal ou Universal:
Lei 11.101/05 abrange os credores do devedor e também sobre os bens do devedor. 
Possui um procedimento de arrecadação dos bens, rateio dos valores, preferências legais e há um concurso de credores.
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Recuperação Judicial:
Apresenta-se como um somatório de providências de ordem econômica- financeira, produtiva, organizacionais e jurídicas, para que a empresa possa ser reestruturada e aproveitada, alcançando uma auto-sustentabilidade, superando a crise. 
Tem o intuito da manutenção da fonte produtora, dos empregos, dos interesses dos credores.
Prevalece a autonomia privada da vontade das partes interessadas com base em um plano de recuperação.
O juiz é apenas um guardião da legalidade do plano (acordo).
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AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 60, PARÁGRAFO ÚNICO, 83, I E IV, c, E 141, II, DA LEI 11.101/2005. FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL. INEXISTÊNCIA DE OFENSA AOS ARTIGOS 1º, III E IV, 6º, 7º, I, E 170, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL de 1988. ADI JULGADA IMPROCEDENTE. I - Inexiste reserva constitucional de lei complementar para a execução dos créditos trabalhistas decorrente de falência ou recuperação judicial. II - Não há, também, inconstitucionalidade quanto à ausência de sucessão de créditos trabalhistas. III - Igualmente não existe ofensa à Constituição no tocante ao limite de conversão de créditos trabalhistas em quirografários. IV - Diploma legal que objetiva prestigiar a função social da empresa e assegurar, tanto quanto possível, a preservação dos postos de trabalho. V - Ação direta julgada improcedente.
(STF - ADI: 3934 DF, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 27/05/2009, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-208 DIVULG 05-11-2009 PUBLIC 06-11-2009 EMENT VOL-02381-02 PP-00374)
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Beneficiários da Lei nº 11.101/05
Art. 1º. Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do EMPRESÁRIO e da SOCIEDADE EMPRESÁRIA, doravante referidos simplesmente como devedor.
*Independente de estar regularmente constituída (posicionamento mitigado)
EIRELI (Lei n° 12.441/11)
MEI (Lei Complementar nº 128/08)
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EXCEÇÕES: 
Aplica-se a Lei n° 11.101/05 quando a Falência for requerida pelo credor ao Empresário que cessou suas atividades, dentro do prazo de dois anos contados do arquivamento. 
Aplica-se a Lei nº 11.101/05 quando a Falência for requerida pelo credor ao Espólio, dentro do prazo de um ano contado do falecimento do empresário. No caso da recuperação, é possível o Espólio solicitar.
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Art. 2º. Esta Lei não se aplica a:
I - empresa pública e sociedade de economia mista;
II – 
instituição financeira pública ou privada, 
cooperativa de crédito, 
consórcio, 
entidade de previdência complementar, 
sociedade operadora de plano de assistência à saúde, 
sociedade seguradora, 
sociedade de capitalização e
 outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
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EXCEÇÕES: 
Art. 197. Enquanto não forem aprovadas as respectivas leis especificas, esta Lei aplica-se subsidiariamente, no que couber, aos regimes previstos:
Decreto-lei 73/66 (Sistema Nacional de Seguros Privados), 
Lei 6.024/74 (Instituições Financeiras), 
Decreto-lei 2.321/87 (Instituições Financeiras) e 
Lei 9.514/97 (Sistema Financeiro Imobiliário).
 
Art. 198. Os devedores proibidos derequerer concordata nos termos da legislação específica em vigor na data da publicação desta Lei ficam proibidos de requerer recuperação judicial ou extrajudicial nos termos desta Lei.
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EXCEÇÕES: 
Companhias de Seguro (LC 109/01 e Lei 10.190/01) poderão pedir falência somente se estiver em liquidação compulsória ou extrajudicial, e se o ativo não for suficiente para o pagamento de pelo menos a metade dos credores quirografários ou quando fundados indícios da ocorrência de crime falimentar.
Operadoras de plano de saúde (art. 23 da Lei 9656/98 e MP 2177/44-01 da Agência Nacional de Saúde) poderão pedir falência somente se estiver em liquidação compulsória ou extrajudicial, e se o ativo não for suficiente para o pagamento de pelo menos a metade dos credores quirografários ou quando fundados indícios da ocorrência de crime falimentar. 
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EXCEÇÕES: 
Produtor Rural, somente estarão sujeitos aqueles que optar por efetuar sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis (art. 971 e 984 do CC). 
Cooperativas (CC, artigo 982, parágrafo único, e Lei nº 5.764/71, lhes atribuem natureza civil muito embora ela se registra na Junta Comercial). 
Porém, já há decisões autorizando a recuperação judicial de cooperativas (que não são de crédito) em razão do princípio da preservação da empresa. Processo 0009255.05.2011 da Comarca de Alpinópolis/MG. 
Quanto à Falência, está excluída por força da lei que a disciplina (art. 2º, da Lei 5.764/71), que a submete a liquidação extrajudicial.
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Princípios:
1. Princípio da maximização dos ativos do falido
2. Princípio da Celeridade
3. Princípio da Economia Processual
4. Princípio do Juízo Universal ou da Indivisibilidade do juízo 
5. Princípio do Vencimento Antecipado das Obrigações ou do conditio creditorum
6. Princípio da universabilidade de bens
7. Princípio da universabilidade de credores
8. Princípio da preservação da empresa
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