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Aula 01 - Homicídio simples, qualificado, qualificadoras, Crime de Aborto - Rogério Sanches

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Aula 01 – Apostila para Defensoria Pública – Concursos 
Se você quer, você consegue.
Vocês terão comigo aulas da parte especial do CP e iremos trabalhar os principais tipos incriminadores que são mais cobrados nas provas da Defensoria Pública, se você olharem para as provas pretéritas da Defensoria, perceberá que eles cobram mais os crimes contra a vida, crimes contra o patrimônio, crimes contra a dignidade sexual, contra a paz publica e fé publica e crimes contra a administração pública. 
São esses os crimes que vamos trabalhar nesses sete encontros. E hoje vamos trabalhar o crime de Homicídio. Não há uma prova da Defensoria Pública que não seja cobrado. 
Então vamos lá, quando eu trabalho homicídio eu gosto de ver a topografia do art. 121, o caput anuncia o homicídio doloso simples, o parágrafo primeiro homicídio doloso privilegiado, o parágrafo segundo homicídio doloso qualificado, o parágrafo terceiro homicídio culposo, o parágrafo quarto são as causas majorantes da pena, o paragrafo quinto perdão judicial, o parágrafo sexto fala sobre as majorantes específicas do grupo de extermínio ou milícia armada (Lei n. 12.720/12) e o parágrafo sétimo fala sobre as majorantes do feminicídio. 
Antes de falar da topografia do art. 121 do CP preciso dizer o seguinte: O Homicídio preterdoloso? – Não está no art. 121 o homicídio preterdoloso, pois ele é igual à lesão corporal seguida de morte, art. 129 §3º do CP. Então o crime preterdoloso nada mais é que uma lesão corporal seguida de morte, não é crime contra a vida. Ele é crime contra a incolumidade particular, não vai a julgamento popular, então não é competência do tribunal do júri. 
Obs- Não existe homicídio de menor potencial ofensivo, mas nós temos 01 homicídio de MÉDIO potencial ofensivo. Quer dizer que nenhum homicídio será objeto de transação penal pelo JECRIM. Mas eu disse que temos um homicídio de médio potencial ofensivo, apesar de não ser competência do JECRIM, vai admitir suspensão condicional do processo lá do art. 89 da lei 9.099/95, qual é esse crime Rodrigo? Homicídio culposo, figurado no §3º do art. 121. 
TOPOGRAFIA do ART. 121 do CP:
Caput – Homicídio doloso simples
Vamos lá, vamos começar pelo homicídio simples, reparem que a pena é de 06 a 20 anos, estamos diante de uma infração penal de MAIOR potencial ofensivo, não admite qualquer medida despenalizadora da lei 9099/95. Mas ai o examinador vai perguntar, o crime de homicídio simples é hediondo? A sua resposta é “Em regra não! Salvo quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio” onde está essa resposta? Esta no art. 1º, inciso I, primeira parte da lei n 8072/90. Você sabe como esse homicídio simples é chamado pela doutrina? Ele é chamado de homicídio condicionado. 
SUJEITOS
Você acha que os sujeitos envolvidos neste crime necessitam de condições e qualidades especiais? A Resposta é não! Qualquer um pode ser sujeito ativo, estamos diante de um crime comum e do mesmo modo o sujeito passivo também pode ser qualquer indivíduo. Mas quero que você se preocupe com uma situação, você precisa ter no seu manual caseiro o diferencial. O examinador quer o diferencial, menos aquela mesmice, você vai chamar a atenção do examinador respondendo assim.
“ Magalhaes Noronha aponta o Estado como vítima IMEDIATA do homicídio ao lado da pessoa morta” Porquê Rodrigo? Ora, todos nós sabemos que a vítima MEDIATA é o Estado, mas ele alega que além de ser vítima MEDIATA, ele é também uma vítima IMEDIATA. Pois no homicídio, esse autor fala que o Estado tem interesse na conservação da vida humana porque é condição da sua própria existência. Esse é um diferencial para colocar na sua resposta.
 CONDUTA
“ Matar alguém – tirar a vida de alguém” – Estamos falando de vida extrauterina. 
	VIDA
	INTRAUTERINA
	EXTRAUTERINA
	
- Abortamento
	
- homicídio 
- infanticídio – Crime privilegiado, aquele que a mãe tira a vida de seu filho logo após o parto durante o estado puerperal. 
				 INICIO DO PARTO 
Vejam – Precisamos saber detectar no problema se o agente ceivou uma vida intrauterina ou extrauterina. Mas Rodrigo, quando eu fico sabendo quando ela deixou de ser uma vida intrauterina e passou a ser extrauterina. Resposta é com o início do parto. 
O crime de homicídio é um crime de conduta livre, ou seja, ele pode ser praticado por qualquer meio que atinja o objetivo que é matar. O que é importante você saber é se existe dolo na voluntariedade. 
O Homicídio é punido a titulo de dolo (direito ou eventual)
Dolo direito – aquele que o agente tem o interesse de chegar ao resultado. 
Dolo eventual – ele não tem o interesse em chegar o resultado, mas assume o risco. 
Obs- O art. 121 caput não exige finalidade especifica do agente, em principio pouco importa o motivo que te levou a matar alguém. Alias, a depender do motivo, pode caracterizar uma privilegiadora ou qualificadora, mas continua sendo homicídio. O que te levou a matar alguém pouco importa, matou? O crime existe.
Rodrigo, mas estamos estudando para a Defensoria Pública. Então eu preciso estudar os casos que frequentemente apareceram na Defensoria Pública e que você precisa saber. 
1 – Embriagues ao volante com resultado morte?
2 – “Racha” com resultado morte?
Esses dois casos seriam homicídios com dolo eventual? Ou homicídio culposo punido lá no código de transito brasileiro? E nestes casos seria punido com culpa consciente?
O direito penal não é matemática! Tem livros que gostam de resolver o problema com formulas matemáticas, tem livros que falam: EMBRIAGUES AO VOLANTE + MORTE = CULPA CONSCIENTE ou então afirmam que RACHA + MORTE = DOLO EVENTUAL. 
Você não pode fazer isso de forma alguma. Antes de tudo você precisa analisar o problema. Analisar o caso concreto, só assim você terá elementos para decifrar se será culpa consciente ou dolo eventual. 
Quer ver um exemplo: Um motorista embriagado com resultado morte. No momento do acidente ele imprimia alta velocidade? Não! No local existem marcas de frenagem que demonstram que o agente tentou parar o carro antes do acidente? Sim! Ele tentava mesmo embriagado dirigir com cuidado? Sim! Então estaríamos diante de uma culpa consciente. 
No mesmo problema se as respostas fossem: Sim, estava em alta velocidade, não, ele não freou o carro para tentar evitar o acidente. Ele dirigia em zique zague. Aí estamos diante de um dolo eventual.
 Então lembre-se! Independente do caso 1 ou 2 eu tenho que analisar o caso concreto e analisar ainda as situações que envolveram o acidente para concluir pelo dolo eventual ou pela culpa consciente.
“O doutrinador Rogério Grecco tem uma importante afirmação sobre o tema e que deve ser levada em consideração no Tribunal do Juri, ele fala: Denunciar um motorista por homicídio com dolo eventual é afirmar que o motorista é um suicida.” 
CONSUMAÇÃO 
O homicídio se consuma com a morte da vitima, estamos diante de um delito material, Rodrigo e quando se dá a morte? A morte se consuma com a cessação da atividade cerebral, cessação da atividade encefálica – Lei 9434/97.
TENTATIVA 
O crime admite tentativa, pois a execução pode ser fracionada em vários atos, nós estamos diante de um delito plurissubsistente, eu estou afirmando que o crime exige uma ação consistente em vários atos. 
Só lembrando – quando o crime exigir apenas um ato, estamos diante de um crime unissubsistente. 
Pronto, agora vamos para os parágrafos do art. 121 do CP. O que você precisava saber sobre o caput você relembrou. 
§1º - HOMICÍDIO DOLOSO PRIVILEGIADO
Vamos a leitura desse parágrafo: 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Veja que nós estamos diante das chamadas privilegiadoras, elas são causas especiais de diminuição de pena, o juiz examina estas situações na 3ª fase do cálculo da pena. Rodrigo, tá dizendo aí que o juiz PODE aplicar a redução? Claro que não! Se presentes os requisitos reconhecidos pelos jurados, ojuiz DEVE reduzir a pena. Na verdade a discricionariedade do juiz limita-se ao quantum da redução que pode variar de 1/3 a 2/3.
Então são privilegiadoras: 
1ª – RELEVANTE VALOR SOCIAL – A pessoa mata por relevante valor social, cuidado! Eu tenho que estar diante de um motivo RELEVANTE, não é qualquer motivo, se faltar a relevância do valor social, esquece essa privilegiadora. 
Mas o que seria relevante valor social – O agente mata considerando os interesses da coletividade. Ex. Matar perigoso bandido que ronda a vizinhança. Esse é um exemplo palpável. Tem doutrina sobre o tema que fica viajando, dizendo como exemplo “matar o traidor da pátria” Aqui no Brasil alguém trai a pátria? Não né!
2ª - RELEVANTE VALOR MORAL – Novamente cuidado! Tem que ser relevante! Faltando a expressão relevante, esqueça essa privilegiadora. 
O que seria relevante valor moral – O agente mata considerado seus próprios interesses particulares, porém ligados ao sentimento ou aos sentimentos de compaixão, misericórdia e piedade. 
Temos exemplo clássico: Eutanásia. Esse exemplo é ótimo para caracterizar o homicídio, embasado por relevante valor moral porque é o exemplo dado pela própria exposição de motivos do nosso código . Mas precisamos ser atentos e lembrar que a eutanásia pode ser ATIVA e PASSIVA. Vejamos: 
Ativa – Quando estivermos diante de atos positivos com o fim de matar alguém, eliminando ou aliviando seu sofrimento. Uma pessoa diagnosticada com uma doença terminal e degenerativa. Ela não quer passar pela evolução da doença e pede para alguém eliminar a sua vida. E assim, a pessoa vai, aplica veneno na vítima para reduzir seu sofrimento. 
PASSIVA – Quando temos omissão de tratamento ou de qualquer meio capaz de prolongar a vida humana e irreversivelmente comprometida, acelerando o processo morte. Aqui é o seguinte: Não quero mais esse tratamento, não aguento mais esse tratamento. Quero parar com esse tratamento, eu estou sofrendo! Aí o agente deixa de fazer atos que poderiam prolongar sua vida. 
CUIDADO – Eutanásia x Ortotanásia 
Eutanásia – Essa eu acabei de falar – é crime, punido pelo art. 121 do CP, aplicando-se a privilegiadora do §1º. 
Ortotanásia – A Ortotanásia tem certa relação com a eutanásia passiva, mas apresenta significado distinto desta. O termo Ortotanásia indica a morte certa , justa, em seu momento oportuno. Destarte, corresponde à supressão de cuidados de reanimação em pacientes em estado de coma profundo e irreversíveis, estado terminal ou vegetativo. 
Então a diferença básica é essa: A eutanásia antecipa a morte natural, enquanto a ortotanásia deixa de prolongar a vida artificial. 
3ª – HOMICÍDIO EMOCIONAL – E aquele praticado sob o domínio de violenta emoção logo em seguida da injusta provocação da vítima. Se te perguntarem o que um homicídio emocional, você vai falar dessa privilegiadora. Mas ela tem 03(três) requisitos, são eles:
a)- Domínio de violenta emoção: Quando o agente, imbuído de uma cegueira emocional tão intensa que pratica o ato por impulso, naquele momento ele não sabia discernir o que estaria fazendo e se soubesse seu próprio sentimento estava dominado pela emoção. Neste caso, precisamos entender o artigo, ele não fala apenas no domínio da violenta emoção, ele fala também que deve ser praticado logo em seguida da injusta provocação da vítima. Ou seja, sem intervalo temporal. 
O legislador não falou qual o tempo, aí veio à jurisprudência e falou o seguinte. 
“ Enquanto perdurar o domínio da violenta emoção, qualquer reação será considerada imediata” 
Frisa-se que pode ser qualquer conduta desafiadora, ainda que atípica(neste caso a conduta do outro agente é determinada como crime) .
Aqui vamos analisar: Como sempre digo, analise o caso concreto! O legislador não falou que deve ser um minuto, dois minutos, um mês ou um ano. Ele disse que é logo em seguida. Assim vamos dar um exemplo: 
Ex-1 Um pai chega em casa e pega o estuprador de sua filha no ato em que ele acabara de praticar crime de estupro. Ele ao se deparar com aquela situação mata o autor do crime de estupro. Esse pai reagiu logo em seguida a injusta provação da vítima. Neste caso o estupro é uma conduta desafiadora e típica.
EX-2 Esposa que chega em casa e mata o marido por tê-lo surpreendido na cama com outro(a) Neste caso, vejam que o adultério é uma conduta desafiadora atípica, mas capaz de gerar em alguém um domínio de violenta emoção, ou seja, um estado de cegueira. 
obs- Domínio de violenta emoção não se confunde com mera influência de violenta emoção, a mera influência de violenta emoção é uma ATENUANTE de pena, para que seja uma privilegiadora tem que ser domínio de violenta emoção. O sujeito está cego! É mais intenso. 
Para terminarmos é bom lembrar que todas essas privilegiadoras são elementos subjetivos e são incomunicáveis a quaisquer outros autores ou partícipes de crime. Conforme descrição do art. 30 do CP.
Igual o caso em que citei agora. Se o pai, chega em casa e chama o vizinho para matar o estuprador de sua filha que ainda está dentro da sua casa. Neste caso só o pai está envolvido pelo domínio o de violenta emoção. O vizinho não se beneficia com isso. 
§ 2º - HOMICÍDIO DOLOSO QUALIFICADO
Vamos lá, agora iremos trabalhar o homicídio qualificado que há pouco tempo atrás tinha apenas cinco incisos, mas agora temos 7, vejamos a redação deste parágrafo. 
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:             (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:             (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:           (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - violência doméstica e familiar;            (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.           (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
Antes de falar qualquer coisa sobre essas qualificadoras você vai lembrar que homicídio qualificado é HEDIONDO e não importa qual seja a qualificadora, ele sempre será hediondo, isso porque o inciso I do artigo 1º da Lei n. 8027/90 disse claramente.
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes:
I - Homicídio (art.121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121 §2º, I,II, III, IV, V, VI, e VII);
Feita estas considerações, vamos ver cada uma dessas qualificadoras e o que temos a dizer sobre elas. 
I - MEDIANTE PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA, OU POR OUTRO MOTIVO TORPE;
Aqui vamos estudar o que é motivo torpe! O que seria esse motivo torpe? Motivo torpe é motivo vil, repugnante, abjeto(quase sempre espelhando na ganância) Rodrigo me dá um exemplo?
Eu não preciso te dar exemplo, porque o legislador deu esse exemplo de torpeza. Aquele que mata mediante paga ou promessa de recompensa está matando por motivo torpe. 
Percebe que o próprio legislador tratou de exemplificar o que seria essa torpeza. O legislador primeiro dá o exemplo da torpeza e depois encerra de forma genérica, podendo existir diversos outros motivos torpes. Ele deixa o juiz analisar o caso concreto para identificar outras torpezas. E como chama esse instrumento? Chama interpretação analógica.O inciso trabalha com interpretação analógica, exemplos seguidos de fechamento genérico. 
Rodrigo, a interpretação analógica não fere o princípio da legalidade? Claro que não! Não confunda interpretação analítica com analogia, na primeira nós temos lei para o caso. Se tivermos lei para o caso é ela que será aplicada, dentro da legalidade. 
O juiz, ao analisar o caso concreto, deve ficar atento aos exemplos dados pelo legislador, não podendo rotular como torpe qualquer motivo. Mas aqueles que são semelhantes aos exemplos do inciso. Isso não é uma carta em branco para o juiz. 
Precisamos tomar cuidado! Vingança e ciúme são motivos torpes?
Cuidado! A vingança e o ciúme por si só não é considerado motivo torpe. Como eu sempre falo! Não existe regra matemática. Precisamos analisar o caso concreto e identificar o que gerou esse ciúme, do que gerou essa vingança. Aí o juiz tem que aquilatar as peculiaridades do caso concreto ok? 
Eu quero aprofundar neste assunto, vamos tirar como exemplo aquele que o próprio legislador deu. Homicídio Mediante Paga ou Processa De Recompensa –Neste caso estamos diante do chamado HOMICÍDIO MERCENÁRIO ele é um crime plurissubjetivo onde eu necessariamente tenho concurso de pessoas. (mandante e executor) então ele é de concurso necessário. Tenho dois figuras aí! E na sua prova vao ter perguntar o que? 
“A qualificadora da torpeza se comunica ao mandante ou seria apenas daquele que pratica o crime?” 
Cuidado – A atual posição do STJ é no sentido de que a comunicabilidade depende do caso concreto! Isso é uma evolução, porque até pouco tempo o STJ entendia que a torpeza do executor se comunicava ao mandante e os dois responderiam por homicídio qualificado pela torpeza. Há algum tempo eu venho defendendo o contrário. Nem sempre o mandante deverá ter a qualificadora de torpeza. Exemplo disso é o pai que não tem coragem de matar o estuprador de sua filha, paga para um executor matar. Esse pai não age por motivo torpe. Por isso a jurisprudência do STJ evoluiu e agora ela determina a análise do caso concreto. Isso foi uma vitória para os advogados e Defensores Públicos. 
Rodrigo qual é a natureza da paga ou processa de recompensa? Prevalece que deve ser necessariamente econômica. E se não for econômica? Olha o que eu vou falar! Grave isso! Se não for econômica não é homicídio mercenário, mas poderá ser homicídio torpe, não cai no exemplo dado pelo legislador, mas cai no fechamento genérico do inciso I! Lembra que eu acabei de dizer que o Magistrado poderá fazer a interpretação analítica? Então! Se ele não entra no exemplo, poderá cair na intepretação. 
II – MOTIVO FÚTIL;
Aqui temos que pensar assim: No crime praticado existe a real desproporção entre o delito e sua causa moral – “pequeneza do motivo”
Exemplo – Brica de trânsito – Matar por conta de uma briga de trânsito. Se existe uma situação onde o motivo é fútil e na tal briga de trânsito. É totalmente desproporcional uma discussão de trânsito culminar em um homicídio. 
Então falar em motivo fútil é dizer que existe motivo para fulano matar beltrano, mas o motivo é pequeno, totalmente desproporcional, jamais você imaginaria que aquele motivo fizesse alguém matar outra pessoa. Aí vem alguém e pergunta?! Rodrigo. E se alguém não tiver nenhum motivo para matar outra pessoa. Aí eu vou dizer que essa pessoa é louca! Se ela mata e não tem nenhum motivo para ter matado, ela é louca, doente.
Mesmo assim alguns autores discutem o assunto e desta discussão nasceram duas correntes: São elas:
1)- Ausência de motivos deve ser equiparada a motivo fútil – (Não adotar essa corrente), salvo se você for prestar concurso para o M.P. Essa corrente adota a seguinte formula, se aquele que mata por motivo pequeno deve qualificar, então subtende-se que aquele que mata sem motivo algum deve ser qualificado também como motivo fútil, inclusive por ser mais grave. Legal esse pensamento, mas ele está violando a legalidade. Você está equiparando a ausência de motivos a motivo fútil sem previsão legal. 
2)- Ausência de motivos não equipara a motivo fútil e não qualifica o crime por falta de previsão legal. (essa é a corrente a ser seguida) César Roberto Bitencurt adota essa corrente, ele diz: 1ª corrente! Vocês estão fazendo analogia em malam partem, isso não pode! 
Superada estas considerações, vamos para outra situação importante que você deve ficar atento:
Motivo Fútil x Motivo Injusto
Qualifica o crime			Não qualifica o crime
Lembrem-se pessoal todo crime, TODO crime, é tratado como injusto penal, ou seja, todo crime praticado será considerado motivo injusto, por isso o legislador colocou aquela atividade tipificada no código. Se fosse assim todo homicídio seria qualificado, inclusive o do caput do artigo 121. Matar alguém é injusto penal, mas nem sempre qualificado. 
III- COM EMPREGO DE VENENO, FOGO, EXPLISIVO, ASFIXIA, TORTURA OU OUTRO MEIO INSIDIOSO OU CRUEL, OU DE QUE POSSA RESULTAR PERIGO COMUM
Eu coloquei esse finalzinho do inciso III em vermelho não foi atoa, perceba que o legislador tratou o inciso terceiro da mesma forma que tratou o inciso primeiro, ou seja, deu exemplos e depois fechou o artigo de forma genérica. Concedeu ao juiz o poder de fazer a interpretação analógica. Ele fez isso porque não tem como prever todos os meios cruéis.
Destas situações tratadas no inciso III a que mais é cobrada em provas é o emprego de veneno, também chamado de venefício e por isso precisamos entender que: 
O que é veneno? Substância biológica ou química, animal, mineral ou vegetal capaz de perturbar ou destruir as funções vitais do organismo humano. 
Não fique pensando em veneno com o sendo remédio para matar, rato, barata, carrapato e etc. Se você ministra propositadamente para o diabético açúcar com a finalidade de mata-lo. Você utilizou veneno. 
Cuidado – Para caracterizar a qualificadora do venefício, é imprescindível que a vítima desconheça estar ingerindo ou que nela está sendo ministrado veneno, ou seja, o venefício pressupõe incidia. Porque eu estou te falando isso? Porque se a pessoa que estiver tomando o veneno souber que está ingerindo aquilo, não irá incidir a qualificadora do venefício. EX. o agente coloca a arma na cabeça da vítima e fala: Beba esse veneno e ela toma. Neste caso não existe qualificadora do emprego de veneno. Poderá ter outras qualificadoras, tais como: recurso que dificulta a defesa do ofendido e etc. 
IV- À TRAIÇÃO, DE EMBOSCADA, OU MEDIANTE DISSIMULAÇÃO OU OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO OFENDIDO. 
Pessoal novamente o legislador trabalhando com interpretação analógica, novamente ele faz a mesma coisa que fez nos demais incisos, o que significa traição, emboscada e dissimulação? Vamos tratar cada uma aqui!
TRAIÇÃO – É o ataque considerado desleal, por exemplo. Atirar na vítima pelas costas. 
EMBOSCADA – Aqui pressupõe ocultamento do agente para atingir o fim a que se destina. Qual seja, matar. É aquele que ataca a vítima com surpresa. Neste caso o agente se esconde. Ex. O agente com o intuito de matar alguém se esconde no matagal e quando a vítima passa por este matagal o agente sai e desfere o golpe.
DISSIMULAÇÃO – Aqui o agente oculta a sua intenção. É aquele fingimento. Lembre-se daquele caso: O companheiro(a) diz que te ama, na maioria das vezes a gente acredita, mas no fundo isso é mentira. Ele(a) está dizendo isso de forma dissimulada para conquistar você. Rs. É o mesmo modo. Aqui o agente, por exemplo: Convida a vítima para um almoço, mas a vítima nem imagina que a real intenção dele é matá-la e que aquela será a sua última ceia. 
Obs- Pegadinha de prova – a 
1- A premeditação qualifica o crime de homicídio?
Não pessoal! A premeditação por si só não qualifica o crime de homicídio, não raras vezes você se depara com uma denuncia formulada pelo M.P onde ele qualifica o homicídio por ele ter sido premeditado. E você como Advogado de defesa ou Defensor Público vai dizer o que? Nananinanina! O homicídio premeditado não é por si só um homicídio qualificado e pedir para o juiz excluir a qualificadoraimputada ao seu assistido.
2- A idade da vítima torna o crime qualificado?
Exemplo – Matar vítima de pouca idade ou idade avançada? .Também não pessoal! O legislador não falou nada disso. Aí tem pegadinha de prova que se apega naquela redação “ou outro recurso que impossibilite a defesa da vítima” Aqui ele fala em recurso, idade mínima ou máxima não é recurso empregado. É a natureza, o ciclo vital da vítima. Então! A idade da vítima por si só não possibilita a aplicação da qualificadora do inciso IV, pois constitui característica da vítima e não recurso utilizado pelo agente. 
V- PARA ASSEGURAR A EXECUÇÃO, A OCULTAÇÃO, A IMPUNIDADE OU VANTAGEM DE OUTRO CRIME 
Aqui eu tenho o homicídio qualificado pela CONEXÃO com outro crime, então eu tenho aqui Homicidio + OUTRO CRIME e ela pode ser teleológica( aquele que mata para assegurar a execução de outro crime) ou ela pode sequencial( aquele que mata para assegurar a ocultação ou a impunidade ou ainda a vantagem de outro crime. 
Vamos começar pela:
Conexão teleológica – Pessoal, neste caso o agente busca de todas as formas atingir a execução de outro crime, esse crime está relacionado ao FUTURO. Exemplo: A mata o segurança para assegurar o estupro do artista que ele é apaixonado. O crime de estupro é futuro e ele teve que matar para conseguir ou pelo menos tentar realizar o estupro. 
Cuidado – O crime de homicídio continuará sendo qualificado mesmo que o outro crime futuro ( estupro) não acontecer. Se ele cometer o crime ele terá CRIME DE HOMICIDIO QUALIFICADO + CRIME DE ESTUPRO. 
Cuidado 2 – O crime futuro não precisa ser praticado(executado) pelo homicida, não exige identidade de executor, basta que tenha feito o homicídio para que outro também atinja a finalidade de estuprar. Exemplo: Eu mato o segurança para que meu irmão estupre a artista que ele adora. 
Conexão Consequencial – Nesta conexão o agente não mata para assegurar um crime futuro, neste caso ele matou para assegurar um crime já praticado. Ele fez o crime de homicídio porque a vítima era um empecilho para a perfeição do crime já praticado. Exemplo: O agente mata a testemunha de crime passado onde ele figura como suspeito. (Crime homicídio + conexão com o crime anteriormente praticado)
Cuidado – Aqui também o crime passado não exige identidade do sujeito ativo. Ou seja, eu posso matar a testemunha de um processo em que figura um suspeito que seja o meu irmão. 
E para nós encerrarmos o inciso V eu preciso alertá-los que a conexão ocasional não qualifica o homicídio – Neste caso o homicídio é praticado por ocasião de outro crime, sem vínculo finalístico. Tenho como o exemplo do agente que está estuprando uma pessoa, entra seu desafeto no local e o agente o mata. (Veja que não há vinculo entre os crimes) 
Atenção 2 – Matar para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de contravenção penal também não qualifica o crime. Ele fala OUTRO CRIME e não contravenção – Não qualifica o homicídio pelo inciso V (mas pode caracterizar outros incisos do artigo. 121. Não este, exemplo – motivo fútil)
Feminicídio 
VI- CONTRA MULHER POR RAZÕES DA CONDIÇÃO DE SEXO FEMININO; 
Cuidado, vejamo que o legislador não pune mais gravemente o homicídio contra mulher, ele qualifica o homicídio quando praticado contra a mulher por razoes da condições de sexo feminino. 
Entenda – FEMICÍDIO X FEMINICÍDIO não são sinônimos e você precisa guardar isso para a hora da prova. 
FEMICÍDIO – é matar mulher e obviamente matar mulher não merece pena maior que matar homem. Não interessa se é homem ou mulher, matar é matar! Não interessa quem. Não é ssa a razão do legislador ter incluído esse inciso. O bem precioso (vida) da mulher não é mais preciso que o bem (vida) homem. É tudo a mesma coisa! Então pra encerrar esse assunto – FEMICÍDO é matar mulher pronto.
FEMINICÍDIO – é totalmente diferente do primeiro, aqui é matar mulher por razoes da condição de SEXO feminino. Ai sim, aqui está o fundamento da qualificadora, mas Rodrigo o que significa isso matar mulher por razões da condição de sexo feminino? A chave está aqui! Lembre-se aqui existe preconceito, discriminação ou menosprezo quanto ao sexo feminino. 
Eu quero dizer uma coisa uma coisa aqui antes de prosseguir. O parágrafo 2º-A do artigo 121 assim descreve: 
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:
I - violência doméstica e familiar,
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.       
O entendimento do doutrinador Rogério Sanches é que o legislador foi infeliz em criar esse parágrafo segundo do art. 121, sabe por quê? Ele confunde a idade de femicídio e feminicídio. Quando ele diz que considera razões para o crime de feminicídio a “violência doméstica e familiar”
Pode existir feminicídio fora do ambiente familiar, lembra-se do “maníaco do parque” quando ele matava suas vítimas ele estava praticando feminicídio. E não era no ambiente familiar. Ele matava porque tinha menosprezo, era tinha descriminação à condição de mulher. E nem o contrário. Nem sempre um crime praticado contra a mulher no ambiente familiar será considerado feminicídio. 
Do mesmo modo o inciso II do deste parágrafo foi infeliz porque ele é redundante, veio dizendo algo que estava descrito no parágrafo segundo. 
Agora, lembre-se que se o assunto envolve feminicídio você não vai trabalhar com os casos de aumentos de pena (majorantes) do parágrafo 4º do 121 do CP, você vai lá no paragrafo 7º do CP, porque ele trata especificamente do assunto. 
 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;       
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;   
 III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;   
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.    
Em todas essas ocasiões previstas como majorantes do crime de feminicídio tem que existir o dolo, se esta condicionante não estiver presente o dolo. 
Já se discute na doutrina se a pessoa transexual pode ser vítima de feminicídio. Aí vai depender do conceito de MULHER - porque muitos doutrinadores trabalham o conceito de mulher como sendo conceito biológico outros juristas trabalham a ideia de conceito jurídico. Para essa corrente, seria necessário que esse transexual tenha o direito reconhecido perante o Poder Judiciário, inclusive modificando seu gênero em seus registros. (E vem prevalecendo esse entendimento jurídico)
VII- HOMÍCIDIO FUNCIONAL 
Temos aqui um homicídio mais específico e punido de maneira mais severa. Vejamos a redação deste inciso:
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.
Temos aqui um homicídio praticado contra pessoas específicas, levando em consideração a qualidade funcional da vítima ou praticado contra seus familiares. 
Vejamos as circunstâncias que justificam a punição mais severa:
a)- autoridade ou agente descritos nos art. 142 e 144 da Constituição Federal:
As pessoas relacionadas no art. 142 da CR/88 São aqueles das Forças Armadas (marinha, exercito e aeronáutica) e o art. 144 complementa dizendo que se forem praticados contra órgãos de segurança pública – Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militares, Polícia Ferroviária Federal e Polícia Rodoviária Federal. 
Art. 144 [...]
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
Mas o examinador não vai teperguntar dessas pessoas, ele quer saber da pegadinha, ele vai te perguntar se abrange o guarda municipal metropolitano e guarda municipal. 
Cuidado – Os guardas municipais estão abrangidos pela qualificadora, pois previsto no art. 144 §8º da CR/88, nós não podemos esquecer que o estatuto geral das guardas municipais no seu artigo 5º § único dispõe que a guarda municipal colaborará com órgãos de segurança pública. Então a GM é um órgão de segurança pública. Assim acontece com os demais (agentes de trânsitos?) Bitencourt também configura homicídio funcional. 
Art. 144 [...] – CR/88
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
Agora veja o Estatuto geral das guardas municipais:
Art. 5º [...]
Parágrafo único. No exercício de suas competências, a guarda municipal poderá colaborar ou atuar conjuntamente com órgãos de segurança pública da União, dos Estados e do Distrito Federal ou de congêneres de Municípios vizinhos e, nas hipóteses previstas nos incisos XIII e XIV deste artigo, diante do comparecimento de órgão descrito nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal , deverá a guarda municipal prestar todo o apoio à continuidade do atendimento.
b)- integrantes do sistema prisional - aqui estamos falando dos agentes penitenciários. 
Os agentes prisionais estão sim enquadrados como agravante do crime de homicídio, mas precisamos lembrar que não são só esses que estão envolvidos na execução da pena pelo condenado, existem ouras pessoas que também fazem parte dessa caminhada. É o exemplo daqueles que atuam como membro da comissão técnica de classificação ou membros da comissão de exames criminológicos. Matar essas pessoas também é qualificadora, homicídio funcional. 
C)- integrantes da Força Nacional de Segurança Pública 
A força nacional em resumo abrange um grupamento de polícia da União, composta pelo quadro mais destacado das polícias de cada Estado e da Polícia Federal que serve justamente para exercer seu trabalho em determinados momentos. Assume inclusive atividade típica das polícias militares, atuando em casos emergenciais. ( chacina em presídios) 
Atenção: Nos três casos citados acima, você terá que entender o seguinte: A qualificadora pressupõe que o crime tenha sido cometido contra o agente no exercício da função ou em decorrência dela. Se o crime não foi cometido no exercício da função ou em decorrência dela, mesmo que ele seja policial, não incide a qualificadora. (Ex – Matar o policial durante a discussão de uma partida de futebol)
Atenção2 : O legislador lembrou dos familiares desses agentes, caso você pratique crimes(homicídio e lesão) contra parentes consanguíneo até o 3º grau, mas cuidado! Alerta o legislador ser indispensável que o crime tenha sido praticado com a intenção de atingir o agente investido naquela condição. Ou seja, o homicida escolheu matar a vítima exatamente por ser ela parente de policial. 
E filhos adotivos, por exemplo? – O legislador dormiu por não falar sobre essa questão e o interprete não pode abrange-los, sob pena de aplicar a analogia in malam partem, o que é vedado no Código Penal. Todavia, Bitencourt aceita essa analogia em abranger esse filho adotivo. Mas Rogério Sanches discorda. Logo, analisar o caso concreto e colocar as duas posições. 
Terminamos os sete incisos e agora precisamos examinar se é possível a existência de mais de uma qualificadora, por exemplo: posso ter um homicídio por motivo fútil e executado por meio cruel? Claro que sim! Mas neste caso um dos incisos qualifica o crime onde a pena passa ser de 12 a 30 anos e os demais atuam como agravantes se previstos ou como circunstâncias judiciais do art. 59 do CP. Um dos incisos qualifica o outro agrava a pena. 
É possível homicídio privilegiado e também qualificado? Essa questão já caiu muito em prova. 
São três as qualificadoras:
	Privilégios - §1º - art. 121
	Qualificadoras §2º 
	
- relevante valor social
- relevante valor moral
- homicídio emocional 
Obs- são todas Circunstâncias subjetivas. 
	
- motivo torpe – (subj.)
- motivo fútil– (subj.)
-meio mais gravoso– (obj)
-modo surpresa – (obj)
-vinculo finalístico – (subj.)
-feminicídio – (subj.) ou (obj)
-homicídio funcional – (obj)
Obs- Admite-se homicídio qualificado/privilegiado desde que a qualificadora seja objetiva, os jurados votam primeiro o privilégio. Se eles aceitam o privilegio o juiz automaticamente deve refutar as qualificadoras subjetivas. Ele só está autorizado qualificadoras objetivas constantes na pronúncia. 
A dúvida aqui é só quanto ao Feminicídio – Para Rogério Sanches – Ele acha que é subjetivo, pois tem que haver intenção na psique do agente de preconceito e menosprezo pela vítima ser mulher, todavia, existem inúmeros autores que reconhecer ser objetiva, inclusive o TJDFT entendeu em recente julgado que é critério objetivo. Pelo que percebi o pensamento dele é relevante, mas deve ser tratado com cautela, caso caia em alguma prova. Você deve colocar essas duas correntes. 
Obs2 – Prevalece que o homicídio qualificado/privilegiado não é hediondo, seja porque não há previsão legal ou porque estaríamos diante de uma incompatibilidade axiológica, como pode um homicídio privilegiado ser hediondo?

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