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MEDICALIZAÇÃO DA 
EDUCAÇÃO: PERSPECTIVA 
SOCIO-HISTÓRICA E 
NEUROPSICOLÓGICA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Reginaldo Daniel da Silveira 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Movimento stop DSM, fórum sobre medicalização da educação e da 
sociedade e outros movimentos 
A busca de conhecimentos para entender os processos de medicalização 
apresenta entre seus fatores o forte crescimento nos diagnósticos psiquiátricos 
protocolados com o apoio de manuais como o DSM-5, considerado a bíblia da 
psiquiatria, e o CID-11, com a inclusão de uma classificação de “patologias 
mentais”. 
A diagnosticação, junto com a prescrição não devidamente controlada de 
psicotrópicos, são elementos combatidos em movimentos que juntam pessoas e 
instituições, estabelecem datas para lembrar a luta contra a medicalização, 
criticam o tecnocientificismo e a postura reducionista biomédica, procuram 
alternativas e discutem os desafios existentes nos processos de 
desmedicalização. 
TEMA 1 – OS MANUAIS DIAGNÓSTICOS E A MEDICALIZAÇÃO 
A concepção de que problemas cotidianos podem ser diagnosticados pela 
medicina é uma tendência presente que vem dos tempos remotos da existência 
humana até os dias atuais. A nosso ver, ela está associada à condição de 
orientar para medicar aqueles que apresentam comportamentos não 
aceitáveis. Além desse caráter evolutivo, a medicalização dos comportamentos 
humanos considerados socialmente indesejáveis, de acordo com Conrad (2007, 
citado por Figueira; Caliman, 2014), se estende a quase todos os domínios da 
existência. 
Comportamentos que entram no espectro das queixas médicas, 
moléstias, enfermidades, doenças crônicas, distúrbios, limitações funcionais, 
deficiência e incapacidade para o trabalho se inserem no rol de fenômenos 
complexos e mal definidos (Di Nubila; Buchalla, 2008). Para essas autoras, 
diferentes sistemas conceituam deficiência ou incapacidade de acordo com 
necessidades e regulações próprias, embora as definições em geral careçam de 
critérios específicos. Nesse contexto, o uso de manuais como os códigos da CID-
11 ou DSM-5 tornam-se fontes de consulta, e é necessário que se estabeleçam 
limites, dentro de um amplo conjunto de situações. 
 
 
3 
Di Nubila e Buchalla (2008) argumentam que a deficiência muitas vezes 
não é observada diretamente, mas permite ser inferida com base em causas 
presumidas (prejuízos, danos) e possíveis consequências – ou seja, uma 
restrição ou incapacidade para desempenhar normalmente vários papéis, 
principalmente de trabalho. Danos causadores de deficiência precisam ser 
avaliados medicamente, e a certificação clínica do dano, nem sempre 
necessária, não garante propriedade com vistas a atestar a incapacidade para o 
trabalho ou elegibilidade para benefícios. A certificação de deficiência ou 
incapacidade assume poder litigioso por não se saber de fato quais são suas 
definições legais, administrativas, sociais e culturais, já que, a nosso ver, estas 
correspondem a visões hierarquizadas por setores, dessa ou daquela área. Tais 
definições são feitas com regulações que não asseguram critérios precisos, e as 
perguntas que precisariam ser mais bem respondidas seriam: Quem é e quem 
não é elegível? Que critérios podem ser estabelecidos? 
Uma classificação de doenças pode ser definida como um sistema de 
categorias às quais são remetidas as entidades mórbidas de acordo 
com algum critério estabelecido. Há muitas escolhas possíveis destes 
critérios. O anatomista, por exemplo, desejaria talvez uma 
classificação baseada na localização da afecção, ao passo que o 
patologista está principalmente interessado na natureza do processo 
mórbido, o médico sanitarista na etiologia e o clínico na manifestação 
particular objeto de sua assistência. Em outras palavras, existem 
muitos eixos de classificação e o interesse do investigador determinará 
aquele eixo a ser escolhido. A classificação estatística das doenças e 
dos traumatismos depende, portanto, do uso que terão os dados a 
serem colhidos. (OMS; Centro da OMS para Classificação de Doenças 
em português; Ministério da Saúde/Universidade de São Paulo; Opas, 
1980, p. 6) 
As duas referências mundiais de manuais para consulta de diagnósticos 
de doenças são o CID e o DSM. O CID está em sua décima primeira edição, e o 
DSM, na quinta. CID-11 quer dizer Classificação Internacional de Doenças, e o 
número 11 é a versão (mais atualizada). Já o DSM-5 significa Diagnostic and 
Statistical Manual (Manual de Diagnóstico e Estatístico), com o número 5 
representando a edição. 
O manual CID-11 é o critério adotado no Brasil pelo Sistema Único de 
Saúde (SUS). Ele abrange todas as doenças, incluindo os transtornos mentais, 
e foi elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Já o DSM-5, que se 
refere aos transtornos mentais, é utilizado em pesquisas e possui itens 
detalhados em forma de tópicos; foi elaborado pela Associação Americana de 
Psiquiatria (Ferri; Galduróz, 2017). 
 
 
4 
O ceticismo e não aceitação plena de profissionais da saúde e usuários 
para os diagnósticos do DSM-5 foi noticiado há alguns anos por matéria 
jornalística da CNN: 
“Acreditamos que agora existem evidências esmagadoras de que o 
DSM-5 não é cientificamente confiável [e] estatisticamente não 
confiável", disse o psicólogo clínico Peter Kinderman, diretor do 
Instituto de Psicologia, Saúde e Sociedade da Universidade de 
Liverpool. Ele está ajudando a organizar a campanha internacional 
com pedidos de petição nos Estados Unidos, Reino Unido e França. 
(Gray, 2013) 
O CID-11 é mais amplo que o DSM-5 em seu escopo e autoria porque 
abranger, além de doenças médicas propriamente ditas, também os transtornos 
mentais. Entre as diferenças entre os dois manuais, Cuncic (2020) cita que o 
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), até então não 
considerado, foi adicionado ao CID-11, uma vez que esse diagnóstico foi 
realizado principalmente nos Estados Unidos. Isso vem afetando as taxas de 
diagnósticos desse transtorno em todo o mundo. Outro ponto é o Transtorno de 
Estresse Agudo (TEA), que não é mais incluído no CID como transtorno mental, 
mas como uma reação ao trauma, o que contrasta com o DSM-5. 
TEMA 2 – OS MOVIMENTOS CONTRA A MEDICALIZAÇÃO 
Profissionais envolvidos com as áreas da saúde e educação, como este 
que escreve estas linhas, psicólogos, psiquiatras, especialistas e interessados 
em geral sobre como lidar com nossas subjetividades sem cair na armadilha da 
patologização, preocupam-se com o aumento do número de diagnósticos 
médicos e responsivamente medicalizantes em crianças, jovens e adultos. 
Diagnósticos e prescrições médicas precisam ser reavaliados em situações 
nomeadas como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), 
Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), Transtorno Obsessivo-Compulsivo 
(TOC) e mesmo situações de obesidade e dislexia que estão entre a relação de 
distúrbios em nossas salas de aula. 
Movimentos por um protagonismo mais amplo para discutir a 
patologização e o excesso de diagnósticos presentes nos processos de 
medicalização ainda são embrionários no Brasil, mas há exemplos importantes. 
É o caso do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, cujo 
objetivo é articular entidades, grupos e pessoas para o enfrentamento e 
 
 
5 
superação desses problemas, além de mobilizar a sociedade para uma visão 
crítica (Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, 2013). 
Material disponibilizado pelo Fórum orienta e explica conceitos sobre 
medicalização, políticas públicas, diretrizes governamentais, projetos de lei e 
outros. Pontos críticos como o reducionismo da dislexia a uma doença 
neurológica, para explicar fracasso escolar, são explicitados, ao lado de 
recomendações aos profissionais da educação e da saúde. 
Derivam de iniciativas com o Fórum movimentos como a 
institucionalização de uma data para registrar a luta contraatos de diagnosticar, 
prescrever, patologizar e controlar. Na cidade de São Paulo, Projeto de Lei n. 
15.554, de autoria do vereador Eliseu Gabriel, sancionou em 2012 a data de 11 
de novembro como o Dia Municipal de Luta contra a Medicalização da Educação 
e da Sociedade, que passou a fazer parte do calendário oficial do município (São 
Paulo, 2012). O movimento nacional em torno desse dia vem se expandindo no 
Brasil e ganhando seguidores, como acontece em todo o mundo. A data de 11 
de novembro passou a ser estadualizada em São Paulo, foi instituída também 
em Salvador e já se espalha por outras cidades como Campinas e Sorocaba. 
Pela nossa ótica, o ato de se estabelecer uma data para registrar a 
importância de lutar contra a medicação é relevante para despertar a atenção, 
informar e conscientizar profissionais e cidadãos comuns. Com base em 
medidas como essa, cria-se motivação a fim de que entidades, movimentos e 
grupos se articulem e discutam o tema. 
Para movimentar-se, valem várias estratégias. A Associação Brasileira de 
Cientistas para Desconstrução de Diagnósticos e Desmedicalização (AbCd) 
apresenta-se como uma rede de escolas comprometidas com a infância 
saudável e desmedicalizada. Ela anuncia estar aberta à inscrição de instituições 
que queiram se responsabilizar por acolher os estudantes sem o discurso e a 
prática medicalizante em diagnósticos de dificuldades de aprendizagem 
pedagogicamente e epistemologicamente infundados. 
A AbCd apresenta alguns fatores críticos em favor da desmedicalização. 
Após a publicação do TDAH no DSM-3, milhares de crianças do mundo inteiro 
passaram a ser medicadas com Ritalina ou Concerta, submetendo-se a efeitos 
colaterais perversos como crise de ansiedade, insônia, disritmia cardíaca, 
depressão e perda de criatividade. Esses fatos não foram publicizados, como já 
 
 
6 
vimos em tópicos anteriores. O alerta é para a inexistência de fundamento 
científico ou pedagógico que caracterize o TDAH, dislexia ou TOD. 
A área médica, no entanto, apresenta com frequência procedimentos 
complexos como tomografias computadorizadas por emissão de pósitrons 
(PETs), “mostrando” como o cérebro TDAH funciona de forma distinta do cérebro 
“normal”, o que impulsiona a ideia de transtorno para o público em geral. De 
acordo com a AbCd ([s.d.]), invariavelmente os sintomas de TDAH e TOD estão 
atrelados ao ambiente escolar e não aparecem de forma evidente em consultas 
médicas. Danos cerebrais são inferidos exclusivamente com base em sinais 
comportamentais sem qualquer evidência neurológica de dano. 
O modo de se estabelecerem ações contrárias à medicalização varia de 
acordo com a autoridade social ou cultural e o nível de mobilização das pessoas 
que denota resistência à intervenção médica. Sobre isso, Minakawa e Frazão 
(2018) reforçam a visão de que Estado e sociedade são as forças motrizes entre 
a modernidade e a pós-modernidade, e isso significa que o ambiente pode ser 
propício à desmedicalização tanto quanto à medicalização. Nesse sentido, é 
preciso combater o que Tesser (2006) nomeia como iatrogênese clínica (danos 
ao indivíduo pela tecnologia médica, diagnóstica e terapêutica), Iatrogênese 
social (efeito social danoso da medicina) e iatrogênese cultural (destruição do 
potencial cultural para agir de modo autônomo na doença, dor e morte). 
TEMA 3 – OS MOVIMENTOS SOBRE MEDICALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO 
Em uma metáfora na qual alunos são bonecos sem faces triturados em 
um moedor de carne, Machado e Freitas (2014) fazem referência a um desenho 
do cartunista italiano Francesco Tonucci denominado “a grande máquina 
escolar”, no livro Com olhos de criança, publicado em 1997 no Brasil. A 
lembrança nos remete a aulas de pós-graduação que ministramos 
presencialmente, em todo o Brasil, e também a distância. Usávamos um 
videoclipe da música “Another Brick in the Wall”, de Pink Floyd, para caracterizar 
o ensino difundido no século XVIII pelo Iluminismo, no qual o aluno era 
submetido a normas e proibições e em que a prioridade era acatar tudo o que 
viesse do professor, sem qualquer restrição. 
Esse resgate nos encaminha à crítica de Foucault ao controle da 
existência e à economia do poder, uma fixação para levar o indivíduo a produzir 
sob ordens pedagógicas, tecnológicas e programas e dispositivos institucionais 
 
 
7 
diversos (Machado; Freitas, 2014). Lembrar Pink Floyd, “Another Brick in the 
Wall”, usado em nossas aulas como crítica ao ensino rígido e tradicional, é 
emblemático para tratar da medicalização em trechos que ouvimos. 
[…] 
I don't need no arms around me. 
[Eu não preciso de braços ao meu redor.] 
And I don't need no drugs to calm me. 
[E eu não preciso de drogas para me acalmar.] 
I have seen the writing on the wall. 
[Eu vi os escritos no muro.] 
Don't think I need anything at all. 
[Não pense que preciso de algo, absolutamente.] 
 
No! Don't think I'll need anything at all. 
[Não! Não pense que eu preciso de alguma coisa afinal.] 
All in all it was all just bricks in the wall. 
[Tudo era apenas um tijolo no muro.] 
All in all you were all just bricks in the wall. 
[Todos são somente tijolos na parede.] (Pink Floyd, 1979) 
 Entendemos que movimentos pela medicalização são estruturais, 
expansivos e fortemente vinculados a um processo histórico e que estiveram 
presentes no discurso higienista dos séculos XIX e XX, conforme comentam 
Figueira e Caliman (2014) ao citar Caponi (2007). Tal tendência se caracterizou 
como um ramo da higiene pública. Os autores reportam que na sequência de 
movimentos veio o processo de psiquiatrização, que viu o domínio particular de 
desvios no indivíduo como uma ameaça social. Isso ganhou ares numa 
higienização de todo corpo social, uma espécie de “medicina do não patológico”, 
como já manifestara Foucault (Figueira; Caliman, 2014). Nesse seguimento, 
regras de conformidade e ordem social que apresentassem algo desviante 
passavam imediatamente para o processo de psiquiatrização. 
Servindo-se da escola tradicional, disciplinadora e reducionista, 
ilustramos o entendimento de que essas características a transformaram em um 
instrumento a serviço da medicalização. Para Machado e Freitas (2014), a 
máquina escolar objetivou trabalhar as virtualidades do sujeito internalizado na 
forma de poder sobre a criança. Aliado a isso, a concepção de falta e imperfeição 
predominante na organização ocidental serviu ao interesse de práticas e 
políticas pedagogizantes. Atendeu-se, portanto, aos interesses do capitalismo 
pela socialização do corpo como objeto e força de produção e de trabalho 
(Machado; Freitas, 2014). Rego (2006) é citado pelos autores em termos de 
doença do não aprender, que, ao precisar de tratamento, leva o medicamento a 
ser a palmatória química (Machado; Freitas, 2014). 
 
 
8 
Outra tendência caracterizadora de movimento medicalizador foi a 
transfiguração da família do século XVIII: de transmissora do nome e dos bens, 
passou a ser agente de normatização, discriminadora da sexualidade e corretora 
da anormalidade (Machado; Freitas, 2014). Para as autoras, os pais ficaram com 
a missão de diagnosticar doenças nos filhos, a exemplo de terapeutas e agentes 
de saúde; para isso, o controle familiar deveria ser sempre submisso à 
intervenção do saber médico conforme a visão foucaultiana. 
Deve ainda ser discutida a tendência tecnológica e biopolítica na medicina 
moderna, com efeitos agindo sobre o caráter político econômico, a ênfase na 
medicalização da saúde pública, a regulação moral do corpo e a normalização 
da população. Martins (2012) entende que essa disposição faz com que a vida 
seja regulada pelo discurso médico e induz os indivíduos a adotarem 
determinadas formas de viver, pensar e se comportar. 
TEMA 4 – OS MOVIMENTOS SOBRE ALTERNATIVAS PARA 
DESMEDICALIZAÇÃO 
As alternativas sobre desmedicalização podem ser vistas, pela nossa 
ótica, no sentido de impedir a medicalizaçãona família, no trabalho e na escola 
como forma de movimentos contrários. O Fórum sobre Medicalização da 
Educação e da Sociedade propõe cursos e seminários para favorecer a 
compreensão das necessidades na educação, saúde e vida de crianças, 
adolescentes, familiares e seus grupos sociais. Essas ações servem para: (1) 
apoiar a abordagem desmedicalizante das necessidades individuais e coletivas 
no trabalho de profissionais e serviços de educação e saúde; e (2) fornecer 
instrumentos potencializadores de práticas de educação e cuidados em saúde 
que contemplem a diversidade, nas formas de ser e aprender, respeitando os 
direitos das crianças e adolescentes (Fórum sobre Medicalização da Educação 
e da Sociedade, 2013). 
Com vistas a agir no sentido de reverter posturas profissionais 
medicalizantes, duas hipóteses apontadas por Minakawa e Frazão (2018) 
podem ser úteis para aplicação na saúde pública: (1) avaliar determinantes 
sociais, qualidade de vida e projeto de felicidade, tendo em conta a influência de 
noção de saúde por mecanismos sociopolíticos; e (2) definir de que forma são 
distribuídos os recursos (a nosso ver, não só financeiros, mas também técnicos, 
 
 
9 
científicos e culturais) para implementar estratégias de saúde e provisão de 
programas. 
Pela nossa percepção, a realidade brasileira no plano “público” espelha 
um modelo de atenção de saúde ao cidadão construído num contexto 
sócio-histórico de erros e acertos em que a prática assistencialista se esconde 
debaixo de um véu explorativo de procedimentos biomédicos. Nesse viés, 
entendemos que o nexo saúde-doença não pode estabelecer uma relação de 
dependência que ameace a dignidade individual e torne o sujeito dependente 
exclusivamente da governabilidade que o administra. 
A proposta inicial seria identificar os determinantes sociais que trafegam 
entre o assistencialismo (doutrinamento dominador, manipulador e estimulador 
de subserviência) e a assistência social (política pública, preventiva e protetiva 
padronizada e organizada). O assistencialismo é impeditivo à desmedicalização, 
por ser paliativo e perpetuador de favores mantenedores de quem está no poder; 
a assistência social, por outro lado, se vale de procedimentos técnico-científicos, 
visando ao atendimento especializado e generalista, ao mesmo tempo que leva 
o usuário a ser protagonista diante de situações de riscos e vulnerabilidade 
social. A assistência social é usada para orientar, elaborar estudos, relatórios, 
pareceres e laudos, estimular serviços, programas e políticas sociais etc. Os 
determinantes sociais seriam observados também em sua associação com o que 
Minakawa e Frazão (2018) chamam de menores níveis de saúde, além de 
formular estratégias à população como um todo. 
 A segunda proposta por nós interpretada seriam ações para a monitoria 
do equilíbrio entre fatores políticos, sociais e econômicos, uma tarefa de 
profundidade sujeita a desvios no fluxo de conscientização, mas bastante 
necessária. Nessa linha, o sentido geral estaria vinculado às características 
estruturais de governabilidade responsável pela gestão de saúde, em que o 
Estado fiscaliza, monitora e age sobre o próprio governo, uma espécie de 
ouvidoria de apoio estratégico, especializado, mediador imparcial e 
independente na busca de soluções de divergência e agente de mudanças. O 
sentido específico seria identificar suscetibilidades e exposição a riscos da 
população com a adoção de medidas assistenciais (não assistencialistas) para 
proteção. Aqui, o econômico e o social causadores da doença devem ser 
enfrentados por estratégias econômicas e sociais. 
 
 
10 
Movimentos contra a medicalização podem ser desmedicalizadores 
surgidos por iniciativa dos próprios usuários, como a Associação Brasileira de 
Cientistas para Desconstrução de Diagnósticos e Desmedicalização (AbCd), ou 
planejados e organizados no âmbito da saúde pública – nesse caso, podemos 
citar as estratégias conhecidas como Clínica Ampliada (CA), Método Clínico 
Centrado na Pessoa (MCCP) e a Prevenção Quaternária (P4) no Programa de 
Saúde da Família (PSF) do Sistema Único de Saúde (SUS). Estas últimas têm 
um caráter efetivo, por não anular o serviço médico, e sim transformá-lo em favor 
de uma consciência individual mais plena e saudável no sentido sistêmico. 
A exemplo do que falamos no parágrafo anterior, Freitas e Amarante 
(2017) sugerem a possibilidade de se instituírem nos Centros de Atenção 
Psicossocial (Caps) e na Estratégia Saúde da Família (ESF) iniciativas como a 
feita por ex-pacientes psiquiátricos, ao produzir cartilhas-guia para usuários se 
livrarem de drogas psiquiátricas. O autor cita ainda o Projeto Icarus, uma 
iniciativa em parceria com a Freedom Center, uma ONG americana que elaborou 
uma cartilha com 52 páginas informativas sobre os danos com drogas 
psiquiátricas. São mais de dez anos de trabalho com apoio de sobreviventes 
tratados com drogas profissionais, além de famílias, profissionais e 
organizações. 
TEMA 5 – OS DESAFIOS DA DESMEDICALIZAÇÃO 
Quando se pensa no contexto brasileiro, é possível que o primeiro desafio 
da desmedicalização deva ser a desigualdade socioeconômica do país. Bianchi 
(2018), ao se referir à América Latina, frisa a evidência das desigualdades: por 
um lado, grandes setores da população têm acesso limitado a serviços e 
medicamentos básicos, o que faz da saúde um direito restrito; de modo 
concomitante, por outro lado, há um excessivo uso de drogas (psiquiátricas) e 
serviços nos setores mais economicamente favorecidos. Isso quer dizer que 
existe uma curva cujos extremos são a exclusão de alguns setores, e, numa 
outra alçada, a supermedicalização e hiperconsumo de medicamentos de 
terceiros. 
Por um lado, temos a atmosfera favorável ao uso de mecanismos 
manipuladores para viabilizar o controle e o assistencialismo; por outro, há o 
reconhecimento de uma psiquiatria dominante na esteira de um vetor capitalista 
e biomédico. Nessa premissa básica, muitos usuários enfrentam dificuldade em 
 
 
11 
se abrir para uma mudança de paradigma, até mesmo por um obstáculo 
apresentado por Freitas e Amarante (2017): ao se confiar nos recursos pessoais 
dos indivíduos, teme-se que isso possa vir a ameaçar os poderes já constituídos. 
Há aqui uma questão de consciência. Para ilustrar, poderíamos considerar que 
a tomada de consciência sobre tomar drogas psiquiátricas diz respeito tanto às 
doses regulares como às altas dosagens. O desafio é como libertar as pessoas 
desse problema (Freitas; Amarante, 2017), uma vez que a propaganda oficial 
afirma serem as drogas ilegais uma de nossas maiores desgraças. Um fator 
complementar a acrescentar é que, em função do número de consumidores de 
drogas legais adquiridas na farmácia, muito provavelmente as psiquiátricas são 
as que mais danos produzem. 
As inflexões até este momento nos levam a refletir sobre o fato de que, 
em um exemplo oportuno, gastos com o narcotráfico mundial são extremamente 
altos, o que nos faz perguntar com desprazer: quanto isso rivaliza com a 
expansão dos lucros financeiros da indústria farmacêutica? O crescimento no 
consumo de drogas ilegais, como diz Birman (2014, p. 27), é “foco insistente da 
crítica da mídia internacional e está no centro da política de estados 
hegemônicos, em contrapartida, não se fala quase nada desta segunda 
expansão, de forma significativa” (os ganhos financeiros da indústria 
farmacêutica). A ideia é de que existe uma legitimidade efetiva, pois as drogas 
legais são produzidas para a promoção do bem – e não do mal –, assim isso não 
seria um problema, mas a melhoria das perturbações psíquicas nas populações 
(Birman, 2014). 
Um complemento a Birman (2014) é a construção e banalização de 
dispositivos tecnológicos vindos discursivamente da ciência por meio da 
psicofarmacologia em especial. Tais dispositivos tecnológicos indicam a 
perspectiva deinstalação de laboratórios químicos de produção de drogas ilícitas 
em regiões como a Floresta Amazônica e o Afeganistão, e, em outra perspectiva, 
o incremento de novas misturas passíveis de ganho econômico dos 
narcotraficantes. 
É oportuno ainda ressaltar “o volume de notícias circulando na mídia e 
contribuindo para ampliar o contingente de adeptos de pretensas soluções 
geradoras de bem-estar e de níveis mais elevados de saúde” (Barros et al., 2008, 
p. 31), fator que revela a publicidade sob controle da indústria farmacêutica como 
um enorme obstáculo à medicalização. Acrescentamos aqui, pelo nosso ponto 
 
 
12 
de vista, a busca do bem-estar como um processo determinado pela tendência 
do mercado capitalista. 
Por fim, a psiquiatrização da existência humana é, sem dúvida, o grande 
desafio para a desmedicalização. Entretanto, a nosso ver ela se instaurou como 
decorrência do Estado de bem-estar social, em que o Estado se tornou o agente 
regulamentador da vida social, política e econômica. Para isso, estabeleceu 
parceria com empresas privadas e sindicados, e o que vimos pode ser entendido 
no texto abaixo sobre o Estado mínimo. 
[...] desde o final dos anos 1970 a proposição do Estado mínimo se 
impôs ao Estado do bem-estar social, deixando à economia toda a 
liberdade para a sua expansão, que passou então a comandar o 
funcionamento efetivo dos diferentes Estados-nação. Estes perderam 
então o poder de realizar decisões fundamentais no que tange às suas 
populações, ficando à mercê de decisões tomadas alhures pelas 
empresas transnacionais. Vale dizer, com a constituição do Estado 
mínimo o poder soberano dos diversos Estados foi restringido, em 
nome do poder assumido pela economia e pelo mercado. Com isso, 
enfim, a política foi esvaziada em nome da gestão e a governança 
passou a regular assim as práticas do Estado neoliberal. (Birman, 
2014, p. 30) 
Freitas e Amarante (2017) nos acenam uma inflexão sobre o usuário, 
consumidor da psiquiatria tóxica. No passado, o desafio da reforma da 
assistência psiquiátrica era como reintegrar milhares de pacientes que haviam 
passado parte significativa de suas vidas em instituições asilares e que sofriam 
os efeitos do próprio tratamento. Hoje em dia, o número de pacientes crônicos 
que dependem de tratamento medicamentoso para o resto da vida é muito maior 
do que os internados em manicômios. Nesse sentido, de que maneira os 
cronificados poderão se recuperar e levar uma vida livre dessa medicação 
psiquiátrica da qual dependem? 
NA PRÁTICA 
Qualquer ação executada para desmedicalizar leva em conta a realidade 
histórica, social, econômica e política. No Brasil, a desigualdade socioeconômica 
não é ignorada e se apresenta como desafio a ser superado. O capitalismo 
tornou-se norteador para o controle do capital e os meios de produção. Por estar 
sob domínio de políticos, empresários e donos de indústrias, criou-se um lado 
perverso a serviço de uma pequena parcela da população. Ainda assim, 
observa-se que ações em níveis e esferas diferentes mobilizam recursos por 
intermédio de comunidades, e isso expande fontes de resistência. Ao mesmo 
 
 
13 
tempo, em nossa percepção, há o poder de formar uma contra-hegemonia 
baseada em propostas, debates, formas de comunicação e redes de discussão 
para transformações. 
FINALIZANDO 
Nossa análise final vê os processos de medicalização e desmedicalização 
envoltos na prática marcada por uma dialética. Ação biomédica é indispensável 
para atender às demandas dos usuários e, ao mesmo tempo, apresenta-se 
inadequada, incompleta e danosa, especialmente por uma postura médica 
iatrogenicamente cultural. 
A dualidade lógica nos coloca diante de uma perspectiva na qual não 
podemos aceitar o biologismo reducionista que desconsidera a cultura sobre a 
constituição psíquica. De igual modo, não podemos excluir ação médica vigente, 
pois isso seria não levar em conta contribuições que, de uma forma ou de outra, 
têm servido para tratar doenças graves. Incluem-se aqui algumas contribuições 
em medicamentos imprescindíveis para tratamentos graves e a parcela de 
contribuição diagnóstica do DSM-5 e CID-11. 
 
 
 
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