Buscar

trabalho 16 - pavimentação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UTILIZAÇÃO DE MATERIAL FRESADO COMO AREIA ARTIFICIAL E PÓ DE PEDRA EM 
DOSAGENS DE CBUQ 
Isabel da Silva Meneses 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso IFMT 
Departamento da Área da Construção Civil 
Enio Fernandes Amorim 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte IFRN 
 
RESUMO 
A fresagem é uma técnica de reabilitação em que pavimentos desgastados ou envelhecidos têm suas camadas 
substituídas ao invés de sobrepostas. Com a retirada dessas camadas do pavimento, observou-se que mesmo se 
tratando de um pavimento deteriorado, o material fresado é considerado nobre, pois o mesmo possui agregados 
de alta resistência e material betuminoso. Surgiu então a necessidade de reaproveitar esse material que muito 
provavelmente seria descartado de maneira incorreta. Consubstanciado neste fato, formas alternativas vem sendo 
pesquisadas para o reaproveitamento dessas camadas de revestimentos extraídas. A Resolução n.º 307 do 
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) destaca que a redução, reutilização, reciclagem e a 
destinação final de resíduos como um todo, deve ser encarada como uma solução prioritária, uma vez que a 
teoria do desenvolvimento sustentável preza pelo bem estar das futuras gerações. O objetivo desse trabalho é 
avaliar a viabilidade técnica do uso de material fresado em substituição a areia de rio e do pó de pedra 
convencionais por uma areia e pó de pedra artificiais produzidos a partir dos resíduos da fresagem de pavimentos 
asfálticos em novas dosagens de CBUQ. A metodologia adotada baseou-se em ensaios de caracterização e 
comportamento mecânico, conforme recomendações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte 
(DNIT) utilizando o método de dosagem Marshall. Com relação aos resultados obtidos, pode-se observar que o 
material em análise apresenta um potencial de utilização em obras viárias, pois o mesmo alcançou os valores de 
estabilidade exigidos em normas, porém a mistura apresentou um volume de vazios muito baixos, o que pode ser 
devido ao excesso de ligante, tornando necessário um novo estudo de dosagem já que o objetivo principal era 
obter uma dosagem que alcançasse uma economia de ligante sem perder a estabilidade da mistura. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Fresagem; Areia Artificial; CBUQ. 
 
 
ABSTRACT 
Milling is a technique for rehabilitation of pavement which have their worn or aged substituted layers rather 
than overlap. With the removal of these layers of the pavement, it was observed that even when dealing with a 
deteriorated pavement, the milled material is considered noble, because it has high strength aggregates and 
bituminous material. There is then the need to reuse that material which most likely would be discarded 
improperly. Embodied this fact has been researched alternative ways to reuse these extracted layers of coatings. 
Resolution no. 307 of the National Council of Environment (CONAMA) points out that the reduction, reuse, 
recycling and disposal of waste as a whole should be seen as a priority solution, since the theory of sustainable 
development values the well-being of future generations. The aim of this study was to assess the technical 
feasibility of using milled material to replace river sand and stone dust by a conventional sand and stone powder 
artificial produced from waste milling asphalt pavements in new dosages CBUQ . The methodology was based 
on laboratory characterization and mechanical behavior, as recommended by the National Department of 
Transport Infrastructure (DNIT) using the method of dosing Marshall. Concerning the results obtained, it can be 
seen that the material in question presents a potential use in road works, because it has reached the required 
values of stability standards, but the mixture presented a very low void volume, which can be due to excess 
ligand, requiring a new study dosage since the main objective was to obtain a dose that reached an economy 
binder without losing the stability of the mixture. 
 
Keywords: milling; artificial sand; cbuq. 
 
1. INTRODUÇÃO 
A Fresagem é uma técnica de reabilitação em que se realiza o corte ou desbaste de 
uma ou mais camadas do pavimento asfáltico, por processo mecânico a frio. (DNIT 159/2011 
ES). Essa técnica reciclagem de pavimentos surgiu na década de 70 nos Estados Unidos, num 
 
período em que o petróleo registrava valores muito elevados, fazendo com que se refletissem 
seus custos na pavimentação asfáltica. 
 
A reciclagem de material fresado se da basicamente de duas formas, a quente e a frio. 
Utilizando o método a quente, os agregados fresados são aquecidos e posteriormente 
misturados com cimento asfáltico de petróleo CAP e agente rejuvenescedor (AR). No método 
a frio, é utilizada emulsão asfáltica de petróleo EAP, agente rejuvenescedor emulsionado 
(ARE) e agregados fresados na temperatura ambiente. 
 Outro método para a reciclagem do material fresado seria a extração do betume do 
agregado, no entanto o método químico de reciclagem acaba por ser nocivo ao homem e ao 
meio ambiente além de gerar novos resíduos (os solventes). De acordo Tereza Neuma de 
Castro Dantas et al., o procedimento mais utilizado para a extração de asfalto de misturas 
betuminosas é o preconizado pela norma americana ASTM D2172 (extração de asfalto de 
misturas betuminosas). Ele determina cinco formas para a extração do betume, no entanto a 
extração por centrifugação, com um elevado consumo de solventes, e a extração por refluxo 
são os métodos mais utilizados. Há ainda o método de extração de asfalto a vácuo, porém este 
não foi amplamente difundido. 
De acordo com Burr et al, 1990 (apud Dantas et al, 2007 ) o método de extração por 
refluxo pode causar um maior envelhecimento do asfalto. 
Para Célia Melo Cunha em sua tese de mestrado em Engenharia Civil, o estudo da 
formulação da mistura e da taxa de material fresado a ser utilizado na nova dosagem é uma 
etapa importante na reciclagem, pois ela diz respeito à porcentagem de material fresado que 
será incorporado na nova mistura betuminosa, ou seja, a proporção de material reciclado. 
A quantidade de material fresado a se incorporado na nova mistura também vai 
depender do tipo da central ou processo escolhido para fazer a reciclagem. Nas centrais 
contínuas ou centrais de tambor secador misturador, a mistura do material fresado com os 
agregados novos é feita no mesmo tambor utilizado para o aquecimento e secagem desses 
mesmos agregados, a quantidade de fresado incorporado é de 10% a 50%. 
 Nas centrais descontinua, a mistura do material fresado com os agregados novos é 
feita em uma unidade específica denominada de misturador; se o método for a frio, a 
porcentagem de material fresado é de 10 a 30%. Se o método de reciclagem for a quente, a 
quantidade chega a 70%. E se o método de reciclagem for o Recyclean, onde material fresado 
é aquecido através do contato com os agregados já quentes, a quantidade de material fresado 
incorporada é de 40%. 
Com tudo isso, a reciclagem do material fresado enfrenta algumas dificuldades, 
como a temperatura de mistura, a averiguação do comportamento do pavimento a ser 
reabilitado através de uma analise granulométrica do material com ou sem ligante, a 
caracterização do ligante antigo, a incorporação de novos agregados para a correção da 
granulometria, a incorporação de agentes rejuvenescedores e a porcentagem de material 
fresado que será incorporado à nova mistura. 
Como a técnica de reabilitação de pavimentos por fresagem vem se difundindo 
amplamente, outro problema encontrado é a destinação correta desses resíduos, pois mesmo 
havendo um plano de reciclagem desse material fresado, a quantidade máxima de fresado que 
se pode incorporar a novas misturas é de 70%, ou seja, restam 30% de material que será 
descartado muitas vezes de maneira incorreta em aterros ou áreas de bota fora. 
Partindodesses impasses, o principal objetivo desse trabalho é a reciclagem de 100% 
do material fresado em novas dosagens de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) 
utilizando o método de dosagem Marshall. 
Nessa nova dosagem o material fresado será incorporado com granulometria 
diferente da obtida no processo de fresagem, porém sem a retirada do betume por nenhum 
 
processo químico. Assim a nova dosagem busca também uma economia na quantidade de 
cimento asfáltico de petróleo a ser incorporado na nova dosagem. 
 
2. RECICLAGEM DE PAVIMENTOS UTILIZANDO ASFALTOS MODIFICADOS 
 A reciclagem com espuma de asfalto é hoje uma realidade no Brasil (Valmir Bonfim, 
Junho de 2012), e esse produto da reciclagem do material fresado com espuma asfalto recebe 
o nome de RAP - Reclaimed Asphalt Pavement RAP espumado. 
 Segundo Alexandro Cunha et al., o uso de reciclagem de asfaltos utilizando o método 
a frio “in situ”com o uso de emulsões inicio no Brasil, em 1993, na rodovia BR 393/RJ e foi 
realizada pelo antigo DNER. Trata-se de uma técnica interessante quando se busca uma 
economia de energia, pois não há gastos para se aquecer os agregados. Porém para se fazer 
esse tipo de reciclagem, é necessário analisar o tipo do pavimento a ser reciclado. Geralmente 
é utilizado em pavimentos com trincamentos e deformações. 
 Para o Eng.º Civil Paulo Fonseca, na reciclagem com emulsão betuminosa onde as 
espessuras são superiores a 12 cm é sempre conveniente juntar alguma percentagem de 
cimento ou cal, para acelerar o processo de cura da camada (1 a 2%). A percentagem de 
emulsão a utilizar, irá depender da percentagem de betume e da percentagem de finos 
existentes no material reciclado. 
 A técnica de reciclagem à frio com asfalto modificados incide no reaproveitamento de 
estruturas de pavimento danificadas através da adição de agregados pétreos, cimento Portland 
e de espuma de asfalto obtendo-se, assim, bases recicladas de boa qualidade (DNER - ES 
405/2000). Porem há algumas barreiras no uso de espumas asfaltos para a reciclagem, como 
por exemplo, a incompatibilidade de trafego, áreas sujeitas a alagamentos, pavimentos com 
problemas no subleito, revestimento asfáltico com revestimento inferior a 4 cm ou a 
degradação precoce do revestimento. 
 
3. AGREGADO RECICLADO 
Agregado Reciclado – é o material granular proveniente do 
beneficiamento de resíduos de construção que apresentem 
características técnicas para a aplicação em obras de edificação, de 
infra-estruturar, em aterros sanitários ou outras obras de engenharia, 
como por exemplo, temos os resíduos de construção e demolição 
RCD. (RESOLUÇÃO CONAMA Nº 307, DE 5 DE JULHO DE 
2002). 
Conforme Balbo, J. T.(2007) nos últimos anos tem-se analisado fortemente o emprego de 
agregados reciclados de entulho de demolição e construção bem como o produto originado da 
fresagem de pavimentos existentes. 
 
4. DOSAGEM MARSHAL 
Segundo BERNUCCI et. al., 2008 o método de dosagem mais utilizado no Brasil é o 
método Marshall onde a mistura asfáltica é compactada através de golpes. Neste método os 
parâmetros mecânicos analisados são a Estabilidade e Fluência. 
 
A norma DNER–ME 043/95 Misturas betuminosas a quente Ensaio Marshall define 
Estabilidade como sendo a resistência máxima à compressão radial apresentada pelo corpo-
de-prova quando moldado e ensaiado de acordo com o processo estabelecido neste método, 
sendo expressa em N (Newtons) ou (Kgf.). 
Já a Fluência Marshall é a deformação total apresentada pelo corpo-de-prova, desde a 
aplicação de carga inicial nula até a aplicação da carga máxima, expressa em milímetros 
(equivalentes em centésimos de polegada). Dessa forma, o ensaio de Fluência tem como 
 
finalidade saber o quanto essa mistura asfáltica é passível de se “mover”. Se uma massa 
asfáltica se “movimentar” muito, ocasionará o esmagamento da mistura, como conseqüência 
pode ocorrer ondulações na pista. Porem se uma massa asfáltica após aplica não se “mover”, 
ou mover-se pouco, ela pode vir a sofrer com a ação de carregamentos que sejam elevados. 
De acordo com a norma DNER-ES 318/97 Pavimentação – Concreto Betuminoso 
Reciclado a Quente na Usina, para a verificação de vazios, estabilidade e fluência, da mistura 
reciclada deve se utilizar o Método Marshall DNER ME 043, de acordo com a tabela 1. 
 
Tabela 1: Comparação entre NORMA DNIT 031/2006 - ES Pavimentos flexíveis – Concreto 
asfáltico. NORMA 318/2006 DNIT ES Concreto Betuminoso Reciclado a Quente na Usina. 
 
Camada de rolamento 
 
NORMA 
031/2006 DNIT 
ES 
 
DNER-ES 318/97 
 
Porcentagemde vazios 
VV 
3 a 5 3 a 5 
Relação betune/vazios 
RBV 
75 a 82 75 a 82 
 
Estabilidade mínima 
Kgf 
500 (75 golpes) 
350 (75 golpes) 
250 (50 golpes) 
Fluencia (mm) - 2,0 a 4,5 
 
 
5. PROCEDIMENTOS 
 
O material fresado utilizado nessa pesquisa é originário do pavimento da Rua Juliano 
da Costa Marques, na região do bairro Bela Vista, Cuiabá - MT. 
 
 
 
 
Figura 1: Rua Juliano da Costa Marques. 
 
 
A máquina fresadora utilizada é do tipo W 100 F da Wirtgen. Após a remoção do 
pavimento o mesmo ficou disposto em um terreno próximo a Rua Juliano da Costa Marques. 
Para a realização desse estudo, foram coletadas quantidades suficientes de material fresado, 
 
tomando-se o cuidado para que o material coletado fosse livre de impurezas como madeira, 
plástico, solo ou qualquer outro tipo de material que pudesse vir a prejudicar a pesquisa. 
 Feita a coleta, o material fresado foi levado para o laboratório de asfalto do Instituto 
Federal de Mato Grosso - IFMT, para que fossem realizados os devidos ensaios. Foi realizado 
o ensaio de extração de betume de acordo com a norma DNER ME 053/94, encontrando um 
valor de 5,5% que é uma media de três ensaios. 
 Para a transformação do material fresado em pó de pedra e areia artificial, foi 
utilizado o triturador de mandíbulas em sua menor abertura, onde o material fresado passou 
por três vezes, em seguida determinou-se a sua granulometria de acordo com a norma DNER-
ME- 83/1998 - Análise granulométrica de agregados, obtendo-se assim as curvas 
granulométricas das figuras 2 e 3. Segundo Motta e Leite, o material passante na peneira de nº 
200 vem sendo designado como pó. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
9.56.34.82.01.20,420,180,075
%
 R
e
ti
d
a
 A
c
u
m
u
la
d
a
Abertura das Peneiras (mm)
curva granulometrica da areia artificial de pavimento 
fresado.
Amostra Limites
 
 
 
 
De acordo com a classificação granulométrica, foi produzido o pó de pedra e a areia 
artificial, seguindo as seguintes porcentagens mostradas na tabela 2. 
 
 
 
Tabela 2: Porcentagens de fresado utilizado para produção do pó de pedra 
E da areia artificial. 
 
Abertura da 
peneira 
Porcentagem de 
fresado areia 
artificial 
Porcentagem de 
fresado pó de 
pedra. 
 
4,8 4% - 
2,4 12% 4,3% 
1,2 22% 38% 
0,6 20% 25,5% 
0,3 25% 10,1% 
0,15 10% 5,8% 
Fundo 7% 16,4% 
 
Após a confecção da areia e pó de pedra, foram feitos os estudos para produção dos corpos de 
provas. 
O método de dosagem utilizado é o de dosagem Marshall, por ser de cunho nacional 
e muito conhecido pelo meio técnico, e por muitas vezes servir de embasamento para as 
especificações regionais. Com o estudo de agregados enquadrados na faixa C do DNIT, foram 
feitas dosagens com as seguintes porcentagens de ligante: 3,5%, 4,0%, 4,5% e 5,0%. 
 A escolha da faixa “C” do DNIT para a composição granulométrica se deve ao fato de 
esta ser usada pelas companhias de pavimentação no estado de Mato Grosso. Para se 
determinar a granulometria especificada, São feitos cálculos onde são obtidos gráficos 
analíticos. Esses métodos permitem obter uma curva granulométrica resultante, dentro dafaixa especificada, com tolerâncias estabelecidas em relação à mistura dosada, partindo de 
materiais que, individualmente, não satisfazem à especificação estabelecida. 
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
9.56.34.82,41,20,60,30,15
%
 R
e
ti
d
a
 A
c
u
m
u
la
d
a
Abertura das Peneiras (mm)
curva granulométrica do pó de pedra de pavimento 
fresado
Amostra Limites
 
 
 
 
 
Figura 4: Composição granulométrica DNIT 031/2006: traço de concreto asfáltico usinado a 
quente. 
 
 
A temperatura de mistura do ligante corresponde à viscosidade 85±10 SSF (107ºC a 
177ºC); e a temperatura do agregado de10º a 15ºC acima da temperatura do ligante. Foram 
moldados três corpos de prova de cada porcentagem de ligante. No preparo dos corpos-de-
prova para o ensaio Marshall, os agregados e o ligante foram aquecidos separadamente, até a 
temperatura especificada e então, misturados. A mistura betuminosa foi colocada no molde, 
numa única camada, e compactada com 75 golpes com o soquete padrão em cada face do 
corpo de prova. Após 24 horas do tempo de moldagem, os corpos-de-prova foram 
desmoldados, e tiveram suas massas seca e submersa determinadas. Com estes valores 
determina-se a massa específica aparente dos corpos de prova (Gmb), que por comparação com 
a massa específica máxima teórica (Gmm = DMT), vai permitir obter as relações volumétricas 
típicas da dosagem. 
Determinados esses parâmetros, os corpos de prova foram submetidos a banho em 
água na temperatura de 60 ºC, por 30 minutos para a realização do ensaio de Estabilidade e 
Fluência Marshall. 
Determinados todos os parâmetros volumétricos, Volume de Vazios (VV), Gmb 
(massa especifica aparente), Densidade Máxima Teórica (DMT), Relação Betume Vazios 
(RBV), Vazios Com Betume (VCB), Vazios de Agregado Mineral (VAM) e parâmetros 
mecânico (Estabilidade e Fluência), é possível determinar o teor de projeto de ligante 
asfáltico. No Brasil, a escolha do teor de projeto corresponde a um Volume de Vazios de 4%. 
É importante ressaltar que a distinção de procedimentos para a definição do teor de projeto 
depende do órgão, empresa ou instituto. É comum também a escolha se dar a partir da 
estabilidade Marshall, da massa específica aparente e do Vv. Nesse caso, o teor de projeto é 
uma média de três teores, correspondentes aos teores associados à máxima estabilidade, à 
massa específica aparente máxima da amostra compactada e a um Volume de vazios de 4% 
(ou média das especificações). 
 
 
 
 
 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,00 0,01 0,10 1,00 10,00Peneiras abertura em mm
Faixa "C" Mistura Faixa de Traballo Granulometria Ideal
 
6. RESULTADOS 
 
A tabela 3 apresenta os resultados dos ensaios obtidos dos corpos de provas 
moldados com areia artificial e pó de pedra de origem de pavimento fresado. 
Observando os dados da tabela vemos que o resultado obtido para o volume de 
vazios da mistura betuminosa possui valores muito baixos, não apresentando conformidade 
com a norma 318/2006 DNIT ES Concreto Betuminoso Reciclado a Quente na Usina que 
estabelece um volume de vazios entre 3 e 5 % . 
Com relação ao RBV, os valores encontrados estão de acordo com os valores 
especificados na norma que é de 75 a 82%, com exceção das dosagens cujas porcentagens de 
ligante são de 4,0% e 5,0%. 
 
Com relação aos ensaios de Estabilidade realizados nos corpos de prova utilizando 
material fresado reciclado, todas as dosagens apresentaram valores em conformidade com as 
normas, já o ensaio de Fluência apresentou valor muito baixo do especificado. 
 
 
Tabela 3: Parâmetros volumétricos da dosagem Marshall utilizando material fresado. 
 
Volume do cp 491,13 484,33 490,63 486,75 
Densidade máxima 
teórica 3,19 3,05 3 2,96 
Volume de vazios 2,586 2,151 2,063 1,78 
VCB (%) 8,15 9,41 10,55 11,96 
VAM (%) 10,73 11,56 12,61 13,74 
RBV (%) 75,91 81,39 83,63 87,04 
GMB (%) 2,36 2,39 2,38 2,43 
 
Tabela 4: Rompimento dos corpos de prova. 
 
Porcentagem de CAP 3,5% 4,0% 4,5% 5,0% 
Estabilidade corrigida N 5.393,50 6.550,70 6.537,20 6.112,80 
Fluência (mm) 0,10 0,08 0,05 0,09 
Fator de correção do 
anel 1,949 1,949 1,949 1,949 
 
 
Com todos os valores dos parâmetros volumétricos e mecânicos determinados, são 
plotadas 6 curvas em função do teor de asfalto, que são usadas para a definição do teor de 
asfalto de projeto. 
Para a determinação do teor de projeto de asfalto, são considerados os seguintes 
parâmetros: porcentagem de asfalto que corresponda à maior estabilidade, maior Gmb, 
volume de vazios correspondente a 4% e a média do valor para as dosagens cujo RBV esteja 
entre 75 e 82%. Dessa forma o teor de projeto de asfalto encontrado é de 4,0%. Ou seja, 1,5% 
a menos do que normalmente utilizado nas dosagens de Concreto Betuminoso Usinado a 
Quente (CBUQ) em Mato Grosso. 
 
 Os gráficos a seguir expressam os resultados da dosagem utilizando areia e pó de 
 
pedra de pavimento asfáltico fresado. 
 
(a) Estabilidade Marshall 
 
 
 
 
(b) Volume de Vazios; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
0 
1000 
2000 
3000 
4000 
5000 
6000 
7000 
(3,5% 4,0% 4,5% 5,0%)
Es
ta
b
ili
d
ad
e 
N
Teor de asfalto
0 
0,5 
1 
1,5 
2 
2,5 
3 
(3,5% 4,0% 4,5% 5,0%)
V
o
lu
m
e 
d
e 
V
az
io
s
Teor de Asfalto
 
 
 
(c) Vazios do Agregado Mineral 
 
 
 
(d) Relação Betumes Vazios 
 
 
(e) Densidade Máxima Teórica 
 
 
0 
2 
4 
6 
8 
10 
12 
14 
16 
(3,5% 4,0% 4,5% 5,0%)
V
a
zi
o
s 
d
o
 A
gr
e
ga
d
o
 M
in
er
al
 %
Teor de Asfalto
70 
72 
74 
76 
78 
80 
82 
84 
86 
88 
(3,5% 4,0% 4,5% 5,0%)
R
el
aç
ão
 B
et
u
m
e 
V
az
io
s
Teor de Asfalto
2,8 
2,85 
2,9 
2,95 
3 
3,05 
3,1 
3,15 
3,2 
3,25 
(3,5% 4,0% 4,5% 5,0%)
D
en
si
d
ad
e 
M
áx
im
a 
Te
ó
ri
ca
Teor de Asfalto
 
 
 
(f) Massa Específica Aparente. 
 
 
 
 
 
7. CONCLUSÕES 
Os resultados mostram que a pesquisa foi satisfatória, pois mesmo se tratando de 
material reciclado, o mesmo apresentou valores aceitáveis de estabilidade de acordo com as 
duas normas, DNIT ES 031/2006 Pavimentos flexível- Concreto Asfáltico, que estabelece um 
valor de 500 kgf. e a DNER-ES 318/97 Pavimentação – Concreto Betuminoso Reciclado 
Quente em Usina, cujo valor mínimo de estabilidade é de 350 kgf., ambas para75 golpes. 
Mostrou também que ao trabalhar com esse material é possível obter uma dosagem 
econômica de ligante já que o teor ótimo de CAP encontrado foi de 4,0%, valor este menor 
que normalmente se utiliza no Estado de Mato Grosso. No entanto alguns resultados foram 
insatisfatórios como o Volume de Vazios e a Fluência, que apresentaram valores muito baixos 
dos especificados em normas. 
 Dessa forma pode-se concluir que com um novo estudo de dosagem, podem-se 
diminuir ainda mais a quantidade de ligante utilizado, já que um baixo Volume de Vazios 
pode significar um excesso de ligante. 
No entanto, apesar de alguns percalços, essa técnica de reciclagem é bem promissora, 
pois alem dar uma destinação correta ao material fresado, utilizando-o 100% em novas 
dosagens de CBUQ, ela proporciona uma economia considerável de ligante asfáltico, matéria 
prima esta de grande custo nas obras de pavimentação. 
Assim com base nos resultados obtidos, seria de grande valia que mais pesquisas 
sobre esse assunto sejam feitas afim de uma melhor compreensão do comportamento das 
misturas recicladas com material fresado. Também seria importante um estudo de viabilidade 
econômica, já que o material fresado precisaria ser transportado a uma usina e processado até 
se tornar uma areia artificial e pó de pedra, havendo dessa forma custos. 
 
 
 
 
 
 
 
2,32 
2,34 
2,36 
2,38 
2,4 
2,42 
2,44 
(3,5% 4,0% 4,5% 5,0%)
M
as
sa
 E
sp
e
cí
fi
ca
 A
p
ar
e
n
te
 G
M
B
Teor de Asfalto
 
 
 
 
REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR: 10520 Informação e documentação – 
Citações em documentos – Apresentação. Rio de janeiro 2002. 
Cunha, C.M. Reciclagem de Pavimentos Rodoviários Flexíveis Diferentes Tipos de Reciclagem. Julho de 2010. 
Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil na Área de especialização de 
Vias de Comunicação e Transportes. 
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. 
 
Bonfim, Valmir; Pavimentação Sustentável: reaproveitamento do resíduo da construção civil e de material 
fresado com espuma de asfalto18º RPU; Junho de 2012. 
 
DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. DNER ME-42 Método de ensaio da 
determinação da estabilidade e fluência Marshall. 
 
DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. DNER ME 043/95. Misturas betuminosas 
a quente- ensaio Marshall. 
 
DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM 
DIRETORIA DE DESNVOLVIMENTO TECNOLÓGICO – IPR DIVISÃO DE CAPCITAÇÃO 
TECNOLÓGICA. DNER-ES 318/97: Pavimentação – concreto betuminoso reciclado a quente na usina. 
 
DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. DNIT 031/2006: ES 
Especificação de serviço Pavimentos flexíveis - Concreto asfáltico. 
 
DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. DNIT 159/ 2011: ES 
Pavimentos asfálticos – fresagem á frio especificação de serviço. 
DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. DNIT 033/2005-ES 
Pavimentos flexíveis – Concreto asfáltico reciclado a quente na usina. Rio de janeiro 2005. 
 
Fonseca. P.; Reciclagem de Pavimentos Rodoviários. 
 
LIMA, ANDRÉ THEOPHILO. Caracterização Mecânica de Misturas Asfálticas Recicladas a Quente. 99 f. 
2003. 
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Transportes) Programa de Mestrado em Engenharia de Transportes, 
Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2003. 
 
Pavimentação asfáltica: formação básica para engenheiros / Bernucci, L. B. [et al.]. – Rio de Janeiro: 
PETROBRAS: ABEDA, 2006. 504 f.: il. 
 
Reciclagem de Pavimentos Rodoviários Flexíveis Diferentes Tipos de Reciclagem Dissertação para obtenção do 
grau de Mestre em Engenharia Civil na Área de especialização de Vias de Comunicação e Transportes Julho de 
2010 
Reciclagem de material asfáltico fresado com a utilização de solventes e micro emulsões. 
Dantas, T. N. C.; Neto, E. L. B., Filho, F. F. G., Souza, R.I.P. Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
Natal/RN 2007. 
 
RECICLAGEM A FRIO “IN SITO” COM ESPUMA DE ASFALTO 
Cunha, A. Peçanha, C. Leão, L. F.; Medeiros, T. Universidade Federal de Minas Gerais 
Curso de Especialização em Construção Civil

Continue navegando