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APLICAÇÕES DE MISTURAS SOLO-ESCÓRIA DE ACIARIA-CINZA VOLANTE EM PAVIMENTOS CONVENCIONAIS: CLASSIFICAÇÃO MCT E RESISTÊNCIA MECÂNICA VIA MINI-CBR Marina de Oliveira Silva Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), Campus Alto Paraopeba. Robson Rodrigues Leite Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), Campus Alto Paraopeba. Taciano Oliveira da Silva Universidade Federal de Viçosa (UFV), Campus Universitário. Departamento de Engenharia Civil. Heraldo Nunes Pitanga Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), Campus Alto Paraopeba. Departamento de Tecnologia em Engenharia Civil, Computação e Humanidades. RESUMO Esta pesquisa analisou a influência da adição de escória oxidante de aciaria elétrica e cinza volante na classificação MCT e nas propriedades mecânica e hidráulica de quatro amostras de solos residuais, representativos da região do Alto Paraopeba, Minas Gerais, para fins de emprego em obras de pavimentação. Os solos analisados englobaram o Solo 01, de textura silto-areno-argilosa, o Solo 02, de textura areno-silto-argilosa, o Solo 03, de textura silto-arenosa, e o Solo 04, de textura areno-silto-argilosa. Para tanto, efetuou-se mistura envolvendo 80% de escória oxidante de aciaria elétrica e 20% de cinza volante, em massa seca. Essa mistura foi adicionada aos solos analisados na proporção de 30% em relação às massas desses solos secos. O programa experimental dessa pesquisa contou com os seguintes ensaios de laboratório: (i) Compactação Mini-MCV e Perda de massa por imersão para a classificação MCT dos solos analisados no estado natural e com adição da mistura; (ii) Mini-CBR, nas energias do Proctor Intermediário e Modificado, para determinação das características de resistência mecânica e expansão dos solos no estado natural e com adição da mistura. A avaliação dos resultados desse estudo permitiu concluir que a mistura proposta apresentou potencial significativo como estabilizante de solos, observando-se que: (i) a adição da mistura de escória oxidante de aciaria elétrica e cinza volante aos solos analisados foi responsável por ganhos significativos nas suas resistências mecânicas, sem período de cura dos corpos de prova, obtendo melhores resultados com os solos de texturas areno-silto-argilosas; (ii) com relação à expansão medida no ensaio Mini-CBR, observou-se pequeno acréscimo para o solo com textura silto-areno-argilosa e decréscimo para o solo de textura areno-silto-argilosa; (iii) as misturas solo-escória oxidante de aciaria-cinza volante não responderam bem ao aumento da energia de compactação, em termos dos parâmetros Mini-CBR e expansãoMini-CBR. Palavras-Chave: Solos; Estabilização; Resíduo siderúrgico; Pavimentação. ABSTRACT This research examined the influence of the addition of electric oxidant steel slag and fly ash in MCT classification and the mechanical and hydraulic properties of four samples of residual soils, representative of the Alto Paraopeba, Minas Gerais, for employment purposes in pavement. The soils analyzed encompassed the Soil 1, texture silty-sandy-clay, the Soil 2, Texture-sandy-silty-clay, Soil 3, silty-sandy texture, and Soil 3, texture sandy-silty-clay. Therefore, we performed mixing involving 80% of electric oxidant steel slag and 20% fly ash, in dry mass. This mixture was added to the soil analyzed in a proportion of 30% in relation to the masses of these dry soils. The experimental program of this research included the following laboratory tests: (i) Compaction Mini-MCV and Mass loss by immersion for the MCT classification of the analyzed soils in their natural state and with the addition of the mixture, (ii) Mini-CBR (California Bearing Ratio), the energies of Intermediate and Modified Proctor, to determine the characteristics of mechanical resistance and swelling of soils in their natural state and with the addition of the mixture. The evaluation of the results of that study showed that the proposed mix showed significant potential as a soil stabilizer, noting that: (i) adding the mixture of electric oxidant steel slag and fly ash soils analyzed was responsible for significant mechanical resistance gains, without curing time of the test samples, getting better results with soil texture sandy-silty-clay, (ii) with respect to swelling measured on test Mini-CBR, observed small addition to soil texture silty-sandy-clay soil and to decrease the texture-sandy- silty-clay, (iii) the soil- electric oxidant steel slag -fly ash not responded well to increased compaction energy, in terms of the parameters Mini-CBR and swellingMini-CBR. Keywords: Soil; Stabilization; Steel waste; Pavement. 1. INTRODUÇÃO Pode-se afirmar que são muitas as perspectivas do emprego de agentes de estabilização que permitem a execução de pavimento rodoviário em uma visão tradicional. Assim, é de interesse realizar estudos que sejam direcionados à busca de novos materiais de construção rodoviária, em especial considerando a técnica de estabilização química de solos, com a finalidade de minimizar os custos com o transporte de materiais de jazidas de empréstimo, bem como de reduzir os impactos ambientais proporcionados pela exploração de agregados minerais. A região Sudeste do Brasil é responsável por, aproximadamente, 95% da produção brasileira de aço bruto (IBS, 2012). Neste contexto, a região do Alto Paraopeba, no estado de Minas Gerais, é reconhecido pelo seu caráter minero-siderúrgico, evidenciado pela presença expressiva de empresas mineradoras e indústrias siderúrgicas, cujas atividades geram inevitáveis impactos ambientais negativos ao meio físico, seja pelas atividades diretas de extração de minério de ferro, seja pelos resíduos resultantes de seus processos de beneficiamento. Desta forma, a viabilização da utilização das escórias de aciaria na engenharia rodoviária é vantajosa não só sob o ponto de vista econômico, mas também pela preservação do meio ambiente, visto que possibilita a redução do volume de extração de matérias-primas não renováveis, a redução da emissão de poluentes e do consumo energético. Para as misturas com resíduos siderúrgicos, a exemplo de escória oxidante de aciaria elétrica, e cinza volante atenderem as exigências técnicas de estabilização química de solos visando o uso na engenharia civil, é necessário que se desenvolvam metodologias de ensaios para a sua caracterização como um material passível de uso em obras de engenharia. Ainda dentro da perspectiva de aplicação da escória de aciaria na engenharia rodoviária, estudos recentes têm apontado para a possibilidade de mobilização de suas boas propriedades mecânicas e hidráulicas quando combinada com cinza volante. Segundo Núñez (2007), a cinza volante é uma pozolana artificial, produzida geralmente em termelétricas que queimam carvão mineral ou matéria orgânica. A pozolana é definida pela ASTM (American Society for Testing and Materials) como um material silicoso ou sílico-aluminoso que, por si só, possui pouca ou nenhuma capacidade de cimentação, porém, em forma finamente dividida e na presença de umidade, reage quimicamente com hidróxidos alcalinos e alcalinos terrosos à temperatura ambiente para formar ou ajudar na formação de compostos possuindo propriedades cimentantes. Diante do exposto, esta pesquisa avaliou a influência da adição de mistura de resíduo siderúrgico, escória oxidante de aciaria elétrica, e cinza volante na classificação MCT e nas propriedades mecânica e hidráulica, de quatros amostras de solos residuais de gnaisse, representativos da região do Alto Paraopeba, Minas Gerais. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1. Materiais 2.1.1. Solos As quatro amostras utilizadas nessa pesquisa são de solos residuais maduros e jovens, representativos, respectivamente, dos horizontes B e C, provenientes do intemperismo de rochas gnáissicas. As jazidas onde foram coletadasas amostras de solos situam-se no município de Ouro Branco, na região do Alto Paraopeba, Minas Gerais. As referidas amostras foram coletadas no estado deformado, mediante escavação com ferramenta manual, em quantidade suficiente para a realização de todos os ensaios de laboratório previstos. A escolha destes solos foi fundamentada na prévia constatação experimental que os mesmos possuem características de significativa erodibilidade e baixa capacidade de suporte, reforçando a necessidade de melhoria das propriedades física e mecânica destes materiais para emprego na engenharia rodoviária. 2.1.2. Escória oxidante de aciaria elétrica A amostra de escória oxidante de aciaria foi oriunda do processo de usina semi-integrada que produz o aço a partir da fusão de metálicos (sucata, gusa e/ou ferro – esponja) em aciaria elétrica na unidade siderúrgica da VSB (Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil) localizada no município de Jeceaba-MG, na região do Alto Paraopeba, Minas Gerais. A amostra desse material foi coletada depois de decorridas as 72 horas desde a sua geração, transporte para a planta de britagem, processamento para a retirada da fração metálica e descarte em pilha de estocagem. A Tabela 01 apresenta a constituição química da amostra de escória oxidante de aciaria elétrica utilizada nessa pesquisa. Essa amostra foi acondicionada em tonéis (bombonas) adequadamente vedados, em quantidade suficiente para a realização de todos os ensaios de laboratório previstos. Também foi moída em um equipamento de moinho de bolas para redução da granulometria inicial a faixa granulométrica, em torno de, 0,6 mm. Tabela 01 – Composição química da amostra de escória de aciaria elétrica Composto Concentração (%) CaO 37,65 SiO2 11,72 MgO 9,72 Al2O3 2,32 FeO 31,40 MnO 5,78 P2O5 1,00 TiO2 0,41 2.1.3. Cinza volante A cinza volante utilizada nessa pesquisa foi proveniente da empresa Comércio de Cinzas Lima Ltda, situada no município de Capivari de Baixo - SC, em quantidade suficiente para a realização de todos os ensaios previstos no programa experimental desse trabalho. Esse material foi produzido pela queima de carvão mineral em usinas termoelétricas, atendendo aos requisitos da norma técnica NBR 12653 (ABNT, 2012). A Tabela 02 apresenta algumas propriedades da cinza volante utilizada nessa pesquisa. Tabela 02 – Propriedades da cinza volante utilizada nessa pesquisa Propriedades Cinza volante NBR 12653 SiO2 + Al2O3 + Fe2O3 > 70,0% > 70,0% SO3 < 5,0% < 5,0% Teor de umidade < 0,05% < 3,0% Perda ao fogo < 2,0% < 6,0% Álcalis disponíveis em Na2O < 1,5% < 1,5% Índice de atividade pozolânica com cimento aos 28 dias > 75,0% > 75,0% Índice de atividade pozolânica com cal aos 7 dias > 6,0 MPa > 6,0 MPa Água requerida < 110,0% < 110,0% 2.2. Métodos 2.2.1. Ensaios de caracterização geotécnica As quatro amostras de solos residuais utilizadas nessa pesquisa foram coletadas, destorroadas, passadas nas peneiras #4 (4,8mm), secas ao ar e acondicionadas em sacos plásticos, para posterior caracterização geotécnica. Os ensaios que foram realizados para fins de caracterização física das amostras de solos no estado natural são os que seguem: i) Granulometria conjunta - NBR 7181 (ABNT, 1984a) ii) Limites de Atterberg : limite de liquidez - NBR 6459 (ABNT, 1984b) e limite de plasticidade – NBR 7180 (ABNT, 1984c); iii) Massa específica dos grãos do solo - NBR 6508 (ABNT, 1984d). 2.2.2. Dosagem da mistura de escória oxidante de aciaria elétrica e cinza volante Os teores de escória oxidante de aciaria elétrica e cinza volante na mistura desses materiais foram na proporção de 4:1 (80% de escória oxidante de aciaria elétrica e 20% de cinza volante) em relação à massa seca da mistura, uma vez que, a escória oxidante de aciaria elétrica demanda um maior reaproveitamento, devido a sua maior produção no processo siderúrgico de fabricação do aço. Foi adotada a proporção de 30% da mistura de escória oxidante de aciaria elétrica e cinza volante, em relação à massa seca de cada amostra de solo analisado. Primeiramente, homogeneizou-se manualmente o solo mais a mistura desses materiais, em seguida, adicionou-se água a essas combinações em quantidades pré- determinadas para cada tipo de ensaio de laboratório. 2.2.3. Classificação MCT Para a classificação geotécnica das amostras de solos no estado natural e combinações destes com a mistura de escória oxidante de aciaria elétrica e cinza volante proposta nesse estudo, de acordo com a Metodologia MCT foram utilizados coeficientes empíricos obtidos nos seguintes ensaios da Metodologia MCT, conforme os procedimentos prescritos em CLA 259 (DNER, 1996): i) Ensaio de compactação dinâmica Mini-MCV – ME 258 (DNER, 1994a); ii) Ensaio de perda de massa por imersão – ME 256 (DNER, 1994b). 2.2.4. Ensaios de Compactação Os ensaios de compactação foram realizado nas energias do Proctor Intermediário e Modificado, de acordo com a metodologia descrita na norma técnica NBR 7182 (ABNT, 1986), para determinação do peso específico aparente seco máximo (γmáx) e da umidade ótima (Wot) dos solos analisados no estado natural e quando combinados com a mistura proposta de escória oxidante de aciaria elétrica e cinza volante. 2.2.5. Ensaios de Índice de Mini-CBR e ExpansãoMini-CBR Definidos os parâmetros ótimos de compactação, foram determinados os valores dos parâmetros do índice Mini-CBR e expansão das amostras dos solos e combinações solo- escória de aciaria-cinza volante nas energias de ensaio Proctor intermediário e Proctor modificado, de acordo com a metodologia descrita nas normas rodoviárias ME 228 (DNER,1994c) e ME 254 (DNER, 1997). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 03 apresenta as informações referentes à distribuição granulométrica, os limites de Atterberg e o peso específico dos grãos das quatro amostras de solos analisadas. Em que, diante das características texturais, as amostras dos solos analisados são definidas a seguir: Solo 01 - silte-areno-argiloso; Solo 02 - areno-silte-argiloso; Solo 03 - silto-arenoso e Solo 04 - areno-silte argiloso. Tabela 03 - Resultados dos ensaios geotécnicos: granulometria, limites de Atterberg e peso específico dos grãos dos solos Propriedades analisadas (Caracterização geotécnica) Amostras de solos Solo 01 Solo 02 Solo 03 Solo 04 Frações granulométricas (%) Argila (φ ≤ 0,002 mm) 4 8 0 8 Silte (0,002 < φ ≤ 0,06mm) 61 22 58 41 Areia fina (0,06 < φ ≤ 0,2mm) 22 42 9 13 Areia média (0,2 < φ ≤ 0,6mm) 12 24 29 32 Areia grossa (0,6 < φ ≤ 2 mm) 0 3 4 5 Pedregulho (φ > 2 mm) 1 1 0 1 Limites de Atterberg (%) LL 59 35 46 35 LP 38 31 40 30 IP 21 4 6 5 Peso específico (kN/m³) γs 28,65 29,72 28,65 28,65 A Tabela 04 contém os resultados das classificações geotécnicas convencionais USCS (Unified Soil Classification System) e TRB (Transportation Research Board System) das amostras de solos investigadas nesse trabalho, levando em consideração os índices plásticos (LL, LP e IP). As classificações de solos USCS e TRB são amplamente difundidas e conhecidas pelos profissionais ligados a obras rodoviárias, motivo pelo qual considerou-se conveniente aplicá-las as amostras de solos analisadas nessa pesquisa, embora tais classificações não retratem, na maioria dos casos, as propriedades geotécnicas dos solos finos tropicais. As amostras de solos investigadas foram classificadas pela USCS pertencentes aos seguintes grupos: Solos 02 e 03 – ML, siltes com baixa compressibilidade e baixa plasticidade; Solo 01 - MH, silte altamente plástico e Solo 04 - SM, areia siltosa. Para a classificação TRB obteve- se os seguintes resultados: Solo 02 e 04 – grupo A-4, solo siltoso não plástico ou moderadamente plástico; Solo 03 – grupo A-5, solo siltoso e Solo 01 – subgrupo A-7-5, solo argilo-arenoso elástico.Encontra-se, também, na Tabela 04, o índice de grupo (IG), valor atribuído ao solo pela classificação TBR, o qual varia inversamente à capacidade de suporte do subleito, sob boas condições de drenagem e compactação, ou seja, se o solo possuir IG igual a zero será considerado bom material e, quando mais elevado for o seu valor, pior será este material como camada para composição de estrutura de pavimentação (Pastore e Fortes, 1998). Tabela 04 - Classificação dos solos segundo os sistemas USC e TRB Classificações Designação das Amostras Geotécnicas Tradicionais Solo 01 Solo 02 Solo 03 Solo 04 USC MH ML ML SM TBR (IG) A-7-5 (16,2) A-4 (3,9) A-5 (5,5) A-4 (2,6) Na Tabela 05, encontram-se informações sobre a classificação geotécnica das amostras de solo investigadas, no estado natural, segundo a Metodologia MCT. A partir dos resultados obtidos na classificação MCT, a amostra do solo 01 pertence ao grupo LG’, que de acordo com Nogami e Villibor (1995) se caracterizam por argilas e argilas arenosas do manto superficial maduro, horizonte B, e que se devidamente compactados apresentam elevada capacidade de suporte, baixa permeabilidade, pequena expansibilidade por imersão em água e resistência a erosão hidráulica, propriedades essas que podem possibilitar o seu uso em bases e sub-bases de pavimentos. As amostras dos solos 02 e 04 são pertencentes ao grupo NA’ que caracterizam as areias com finos passando na peneira de 0,075 mm, de comportamento não laterítico. Segundo Nogami e Villibor (1995), quando a areia é mal graduada, como são os casos das referidas amostras de solo, estes podem ser inapropriados para base de pavimentos, sendo muito expansivos e sujeitos à erosão hidráulica. A amostra de solo 03 foi classificada como pertencentes aos grupos NS’ que compreende os solos saprolíticos silto-arenoso resultado do intemperismo tropical nas rochas eruptivas e metamórficas e quando compactado apresentam baixa capacidade de suporte quando imerso em água, elevada erodibilidade e expansibilidade, segundo Nogami e Villibor (1995). Tabela 05 - Índices classificatórios e classificação das amostras segundo a Metodologia MCT para os solos no estado natural Amostras Índices Classificatórios Classificação MCT c' d' Pi (%) e' Solo 01 1,88 64,15 0,00 0,68 LG' Solo 02 1,06 19,90 52,20 1,15 NA' Solo 03 1,04 5,18 32,00 1,61 NS' Solo 04 0,93 19,46 52,00 1,16 NA' Devido à dificuldade de interpretação das classificações geotécnicas USCS e TRB para solos tropicais, Barroso (1997) elaborou uma escala de adjetivos, em ordem decrescente de eficácia, referente ao emprego desses solos em pavimentos, conforme a seguir: excelente, excelente a bom, bom, bom a regular, regular a mau e muito mau. A Tabela 06 apresentada a proposta de hierarquização qualitativa das amostras de solo analisadas quanto aos seus usos como subleitos compactados com relação aos sistemas de classificação geotécnica tradicionais de solos e a metodologia MCT, conforme proposto por Barroso (1997). Tabela 06 – Proposta de hierarquização qualitativa de classes de solo quanto aos seus usos como subleito compactado com relação aos sistemas de classificação USCS, TRB e a metodologia MCT Com base na escala qualitativa apresentada na Tabela 06, foram atribuídos às amostras de solos naturais analisadas comportamentos quando empregados em pavimentação, de acordo com as classificações geotécnicas tradicionais TRB, USCS e metodologia MCT, conforme apresentados na Tabela 07. Tabela 07 – Comportamento das amostras de solos naturais quando empregados em pavimentação, de acordo com as classificações TRB, USC e metodologia MCT proposta por BARROSO (1997) Comportamento Designação das Amostras correspondente à classificação Solo 01 Solo 02 Solo 03 Solo 04 USCS Muito mau (MH) Regular a mau (ML) Regular a mau (ML) Bom a regular (SM) TBR Muito mau (A-7-5) Bom a regular (A-4) Regular (A-5) Bom a regular (A-4) MCT Bom (LG’) Regular (NA’) Muito mau (NS’) Regular (NA’) Na Tabela 08, apresentam-se informações sobre a classificação das amostras de solo quando combinadas com a mistura de escória oxidante de aciaria elétrica e cinza volante, segundo a Metodologia MCT. Nesta tabela encontram-se também os comportamentos das referidas amostras quando empregados em pavimentação, segundo a escala qualitativa proposta por Barroso (1997), conforme apresentada na Tabela 06. As amostras de solo 01 e 03 quando combinadas com a mistura de escória oxidante de aciaria elétrica e cinza volante permaneceram no mesmo grupo da classificação MCT dessas amostras no estado naturais. Já as amostras de solo 02 e 04 passaram do grupo NA’ para o grupo LA’ quando combinadas com a mistura supracitada. De acordo com Nogami e Villibor (1995), o grupo LA’ caracteriza-se por solos tipicamente arenosos e constituintes do horizonte B, dão cortes firmes (pouco ou não erodíveis), nitidamente trincados, quando expostos às intempéries e quando devidamente compactados, adquirem elevada capacidade de suporte, razoável coesão e pequena expansibilidade por imersão em água. Portanto, quando combinados com a mistura proposta os solos 02 e 04 adquirem propriedades geotécnicas que habilitam os seus usos em camadas de bases e sub-bases de pavimentos. Qualidade como subleito compactado USC TRB MCT Excelente GW, GC, SC, SW e GP A-1 LA’ Excelente a bom GM A-2 LA Bom SP A-3 LG’ Bom a regular SM A-4 NA Regular - A-5 NA’ Regular a mau ML e CL A-6 NG’ Muito mau OL, CH, MH, OH e PT A-7 NS’ Tabela 08 - Classificação das amostras segundo a metodologia MCT e correspondentes comportamentos, segundo a escala qualitativa proposta por Barroso (1997) Para os ensaios de compactação, fez-se os mesmos na Energia do Proctor Intermediário para as amostras de solo no estado natural, posteriormente, acrescentou-se 30% da mistura proposta, em relação a massa seca das amostras de solos no estado natural. Na Tabela 09, encontram-se os resultados dos parâmetros de umidade ótima (Wot) e peso específico aparente seco máximo (γdmáx) para as amostras de solos no estado natural e quando combinadas com a mistura proposta. A partir desses valores apresentados, notou-se que com a adição de mistura todos os valores de umidade de ótima diminuíram em relação aos dos solos naturais e os valores dos pesos específicos máximos aumentaram. Tabela 09 - Resultados dos ensaios de compactação na energia do Proctor intermediário Para avaliar o efeito da energia de compactação na resistência mecânica das amostras dos solos no estado natural e quando combinados com a mistura de escória oxidante de aciaria elétrica e cinza volante, procedeu-se a compactação das mesmas obtendo-se os parâmetros ótimos na energia do Proctor modificado, conforme apresentado na Tabela 10. Mais uma vez, observou-se que todos os valores de umidade ótima diminuíram e os valores dos pesos específicos aumentaram quando comparados com os resultados das amostras de solos acrescidos da mistura proposta e as amostras de solos no estado natural. Comparando os resultados dos parâmetros ótimos encontrados para as energias do Proctor intermediário e modificado, constatou-se que na maioria dos casos os valores das umidades ótimas diminuiram e os valores dos pesos específicos máximos aumentaram, excetuando-se o caso do Solo 03 no estado natural em que para a energia do Proctor intermediário a Wot = Amostras Índices Classificatórios Classificação MCT Comportamento do solo c' d' Pi (%) e' Solo 01 + Mistura 1,85 37,45 0,00 0,95 LG’ Bom Solo 02 + Mistura 1,15 55,00 12,40 0,79 LA’ Excelente Solo 03 + Mistura 1,39 5,40 31,50 1,58 NS’ Muito mau Solo 04 + Mistura 1,16 25,00 2,25 0,93 LA’ Excelente Parâmetros doEnsaio de Compactação na energia do ensaio Proctor intermediário Amostras Umidade ótima Wot (%) Peso específico aparente seco máximo γdmáx (kN/m 3 ) Solo 01 24,57 15,50 Solo 02 15,30 16,97 Solo 03 15,65 16,00 Solo 04 14,40 17,26 Solo 01 + Mistura 20,30 16,87 Solo 02 + Mistura 13,70 18,25 Solo 03 + Mistura 15,40 17,66 Solo 04 + Mistura 13,00 18,05 15,65% aumentou para Wot = 17,90% e para o caso do Solo 02 quando combinado com a mistura proposta em que os valores das umidades ótimas são os mesmos para as duas energias de compactação, Wot = 13,70%. Tabela 10 - Resultados dos ensaios de compactação na energia do ensaio Proctor modificado Definidos os parâmetros ótimos de compactação para as amostras de solo no estado natural e quando combinadas com a mistura proposta, para as energias do Proctor intermediário e modificado, determinaram-se os valores das resistências mecânicas via Mini-CBR e expansão Mini-CBR de corpos de prova, nas condições de ensaio de Mini-CBR com embebição e sem sobrecarga e com embebição e com sobrecarga. Na Tabela 11, é possível observar a influência da adição da mistura nas amostras de solo, trabalhando-se na energia do ensaio Proctor intermediário e na condição de ensaio Mini-CBR com embebição e sem sobrecarga. Em todas as misturas, observou-se que ocorreram ganhos nos valores das resistências mecânicas via Mini-CBR e diminuições dos valores das expansões Mini-CBR quando comparados com as amostras de solo no estado natural. Tabela 11 - Resultados dos ensaios de Mini-CBR e ExpansãoMini-CBR na energia do ensaio Proctor intermediário com embebição e sem sobrecarga no teor de ótimo de umidade Trabalhando-se com as mesmas amostras de solos no estado natural e combinações desses com a mistura proposta, para os mesmos parâmetros ótimos de compactação, energia do Proctor intermediário, e na condição de ensaio Mini-CBR com embebição, mas com o acréscimo da sobrecarga, é possível observar, na Tabela 12, que em todas as misturas, ocorreram pequenos incrementos nos valores da resistência mecânica via Mini-CBR e Parâmetros do Ensaio de Compactação na energia do ensaio Proctor modificado Amostras Umidade ótima Wot (%) Peso específico aparente seco máximo γdmáx (kN/m 3 ) Solo 01 21,69 16,38 Solo 02 14,83 17,66 Solo 03 17,90 16,48 Solo 04 11,40 17,95 Solo 01 + Mistura 15,50 18,25 Solo 02 + Mistura 13,70 18,54 Solo 03 + Mistura 14,30 18,25 Solo 04 + Mistura 9,45 18,34 Parâmetros do Ensaio de Mini-CBR e ExpansãoMini-CBR na energia do ensaio Proctor intermediário com embebição e sem sobrecarga no teor de ótimo de umidade Amostras Mini-CBR (%) ExpansãoMini-CBR (%) Solo 01 1,45 0,87 Solo 02 0,62 5,78 Solo 03 0,45 10,13 Solo 04 0,52 7,11 Solo 01 + Mistura 1,54 0,21 Solo 02 + Mistura 1,49 0,93 Solo 03 + Mistura 0,88 3,64 Solo 04 + Mistura 1,54 1,40 razoáveis diminuições nos valores das expansõesMini-CBR quando comparados com as amostras de solos no estado natural e desses combinados com a mistura proposta na condição de ensaio sem sobrecarga. Tabela 12 - Resultados dos ensaios de Mini-CBR e ExpansãoMini-CBR na energia do ensaio Proctor intermediário com embebição e com sobrecarga no teor de ótimo de umidade Na Tabela 13, é possível observar a influência da adição da mistura proposta nas amostras de solo, trabalhando-se na energia do Proctor modificado e na condição de ensaio Mini-CBR com embebição e sem sobrecarga. O efeito do aumento da energia de compactação no comportamento dos parâmetros do Mini-CBR pode ser avaliado de duas maneiras: (i) ganho de resistência em função de um melhor arranjo de partículas e maior redução dos vazios dos solos e (ii) perda de resistência em função da ocorrência de esmagamento de partículas das amostras de solo analisadas. No que tange a esse item, quando as amostras compactadas nas energias do Proctor intermediário e modificado e na condição de ensaio Mini-CBR com embebição e sem sobrecarga, para as amostras dos solos 01, 02, 01 + Mistura, 02 + Mistura e 04 + Mistura houve um ganho na resistência, devido ao aumento da energia de compactação, já que para as amostras dos solos 03 e 04, houve redução nos valores de Mini-CBR. Para os valores de expansão Mini-CBR com o aumento da energia de compactação, para a maioria das amostras, ocorreram uma razoável queda, excetuando-se a amostra do solo 03 + Mistura, este comportamento pode estar associado à textura do silte-arenosa em junção com a elevada energia utilizada. Tabela 13 - Resultados dos ensaios de Mini-CBR e ExpansãoMini-CBR na energia do ensaio Proctor modificado com embebição e sem sobrecarga no teor de ótimo de umidade Parâmetros do Ensaio de Mini-CBR e ExpansãoMini-CBR na energia do ensaio Proctor intermediário com embebição e com sobrecarga no teor de ótimo de umidade Amostras Mini-CBR (%) ExpansãoMini-CBR (%) Solo 01 1,48 0,32 Solo 02 0,92 2,09 Solo 03 0,45 6,33 Solo 04 0,77 4,72 Solo 01 + Mistura 1,57 0,18 Solo 02 + Mistura 1,60 0,60 Solo 03 + Mistura 1,07 2,26 Solo 04 + Mistura 1,64 1,32 Parâmetros do Ensaio Mini-CBR e ExpansãoMini-CBR na energia do ensaio Proctor modificado com embebição e sem sobrecarga no teor de ótimo de umidade Amostras Mini-CBR (%) ExpansãoMini-CBR (%) Solo 01 1,54 0,52 Solo 02 0,73 3,14 Solo 03 0,43 9,79 Solo 04 0,48 6,06 Solo 01 + Mistura 2,05 0,16 Solo 02 + Mistura 1,77 0,85 Solo 03 + Mistura 0,88 4,67 Solo 04 + Mistura 1,60 1,17 Os mesmos comportamentos mecânico e hidráulico que ocorreu quando se comparou os valores de Mini-CBR e expansão Mini-CBR para a energia de ensaio Proctor intermediário na condição de ensaio Mini-CBR com embebição com sobrecarga e sem sobrecarga, também foi verificado nesses ensaios na energia do Proctor modificado na condição de ensaio com embebição com sobrecarga e sem sobrecarga, em que também houve um aumento na resistência mecânica e uma diminuição no parâmetro expansão Mini-CBR, conforme verificado na Tabela 14. Tabela 14 - Resultados dos ensaios de Mini-CBR e ExpansãoMini-CBR na energia do ensaio Proctor modificado com embebição e com sobrecarga no teor de ótimo de umidade 4. CONCLUSÕES A avaliação dos resultados desse estudo permitiu concluir que a mistura proposta apresentou potencial significativo como estabilizante de solos, observando-se que: (i) a adição da mistura de escória oxidante de aciaria elétrica e cinza volante aos solos analisados foi responsável por ganhos significativos nas suas resistências mecânicas, sem período de cura dos corpos de prova, obtendo melhores resultados com os solos de texturas areno-silto-argilosas; (ii) com relação à expansão medida no ensaio Mini-CBR, observou-se pequeno acréscimo para o solo com textura silto-areno-argilosa e decréscimo para o solo de textura areno-silto-argilosa; (iii) as misturas solo-escória oxidante de aciaria-cinza volante não responderam bem ao aumento da energia de compactação, em termos dos parâmetros Mini-CBR e expansãoMini-CBR. Considerando-se o parâmetro Mini-CBR como referência, os solos analisados não se mostraram muito reativos a mistura proposta de escória oxidante de aciaria elétrica e cinza volante, para a compactação imediata ao término da combinação desses solos com a referida mistura, e rompimento dos corpos de prova após a imersão em água por 20 horas. Possivelmente, por se tratar de combinações de solos com um material cimentício, será necessário, em estudos posteriores, curar os corpos de provas dessas combinações solos- escória oxidante de aciaria elétrica-cinza volante por um período de sete dias, em câmara úmida, antes de imergi-los em água por 20 horas para determinação de suas variações volumétricas, para que seja alcançada a estabilização química das amostras de solos analisadas, conforme exigências da norma técnica NBR 12253(ABNT, 2012), e incrementos significativos nos valores dos resultados dos ensaios mecânicos de Mini-CBR. AGRADECIMENTOS Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq pela concessão da bolsa de iniciação científica ao primeiro autor. Parâmetros do Ensaio Mini-CBR e ExpansãoMini-CBR na energia do ensaio Proctor modificado com embebição e com sobrecarga no teor de ótimo de umidade Amostras Mini-CBR (%) ExpansãoMini-CBR (%) Solo 01 1,73 0,42 Solo 02 1,11 2,59 Solo 03 0,62 5,07 Solo 04 0,88 3,95 Solo 01 + Mistura 2,20 0,15 Solo 02 + Mistura 1,77 0,59 Solo 03 + Mistura 1,20 2,18 Solo 04 + Mistura 1,72 1,07 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 7181 : Análise Granulométrica, Solos, Método de Ensaio. Rio de Janeiro, 1984a. 15p. Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 6459: Solo, Determinação do Limite de Liquidez. Rio de Janeiro, 1984b. 6p. Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 7180: Solo, Determinação do Limite de Plasticidade. Rio de Janeiro, 1984c. 6p. Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. NBR 6508: Solo, Determinação da Massa Específica Aparente. Rio de Janeiro, 1984d. 8p. Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 6457: Amostra de solo: Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. Rio de Janeiro, 1986. 9p. Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 7182: Solo, Ensaio de Compactação. Rio de Janeiro, 1986. 9p. Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 12253: Solo-cimento - Dosagem para emprego como camada de pavimento – Procedimento. Rio de Janeiro, 2012. 4p. Barroso, S.H.A e Fabbri, G.T.P. (1997). Comparação entre as classes dos solos obtidas pelos sistemas de classificação HRB, USCS e MCT. In: ANAIS DO XI CONGRESSO DE PESQUISA E ENSINO EM TRANSPORTES, 1997. Anais. Rio de Janeiro, ANPET. v.1, p. 60-70. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER. ME 258: Solos Compactados em Equipamento Miniatura – Mini-MCV, Solos, Métodos de Ensaio. Rio de Janeiro, 1994a. 14p. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER. ME 256: Solos Compactados com Equipamento Miniatura – Determinação da Perda de Massa por Imersão, Solos, Método de Ensaio. Rio de Janeiro, 1994b. 6p. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER. CLA 259: Classificação de solos tropicais para finalidades rodoviárias utilizando corpos-de-prova compactados em equipamento de miniatura, Classificação. Rio de Janeiro, 1996. 6p. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER. ME 254: Solos compactados em equipamento de miniatura – Mini-CBR e expansão, Solos, Método de Ensaio. Rio de Janeiro, 1997. 14p. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER. ME 228: Solos – Compactação em equipamento miniatura, Solos, Método de Ensaio. Rio de Janeiro, 1994. 14p. Instituto Brasileiro de Siderúrgia – IBS. Relatório de Sustentabilidade 2012, p. 77. 2012. Nogami, J.S. e Villibor, D.F (1995). Pavimentação de baixo custo com solos lateríticos. São Paulo: Villibor, 240p, 1995. NÚÑEZ, W. P. Notas de aula de estabilização de solos. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre – RS. 2007. Santanna, J.A (1998). Estudo do comportamento de solos artificiais em função da variação das características de sua fração grossa. 1998. 160p. Dissertação de Mestrado – Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos, Departamento de Transportes, São Carlos-SP, 1998. Pastore, E.L. e Fortes, R.M (1998). Caracterização e Classificação de Solos. 12° Capítulo do livro Geologia de Engenharia. In: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE GEOLOGIA DE ENGENHARIA. 1998. P. 197-210. Marina de Oliveira Silva, Praça Monsenhor Pedro Cintra, 85 - Centro. Borda da Mata – MG. CEP: 37564-000. Celular: (31) 9318-7989. Email: marinadeoliveirasilva18@gmail.com mailto:marinadeoliveirasilva18@gmail.com
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