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4 HEMATOLOGIA CLÍNICA (1)

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Sangue 
O sangue é uma mistura de várias células 
suspensas num líquido chamado plasma. 
 O plasma representa cerca de 55% da 
composição do sangue e tem cor amarelada. 
Cerca de 91% da sua composição é água, os 
restantes 9% são proteínas, gases, vitaminas, 
lipídios, aminoácidos e nutrientes. 
 As células sanguíneas são produzidas na 
MO e representam cerca de 45% da composição 
do sangue. 
Existem 3 tipos principais de células sanguíneas: 
 As plaquetas – participam do processo de 
coagulação do sangue. 
 Os leucócitos - são responsáveis por 
defender o organismo contra microrganismos 
invasores. 
 Os eritrócitos – sua função é transportar o 
oxigênio para o corpo. 
Não se pode fazer um hemograma após um 
exercício físico vigoroso. Algumas alterações após 
exercícios físicos vigorosos são transitórias, 
normalizando em mais ou menos uma hora. 
Estas situações comumente provocam a liberação 
de adrenalina, que age diminuindo a adesividade 
dos neutrófilos à parede do endotélio, essa 
situação é conhecida como pseudoneutrofilia. 
 
Fases dos Exames Laboratoriais das Analises Clínicas 
 Pré Analítica – compreende pedido médico (orientações) → coleta; 
 Analítica – análise do material; compreende execução → laudo; 
 Pós-analítica – compreende liberação → interpretação; 
Coleta 
 Identificar o paciente corretamente; 
 Separar os tubos (cor, ordem, homogeneizar corretamente); 
 Punção; 
Tubos de Coleta 
 Cor da Tampa 
 Roxa (EDTA) – hemograma  Azul (Citrato de sódio) – prova de 
coagulação 
 Somente o EDTA preserva a morfologia celular. 
 Tubos 
A única diferença entre soro e plasma é que o soro não contém fibrinogênio, o qual foi utilizado para a 
formação do coágulo (rede de fibrina). 
 
Hemograma 
Algumas considerações: 
 É o exame mais solicitado em Análises Clínicas. 
 Não fecha diagnóstico; apenas abre uma hipótese. (Ex: pode indicar uma anemia, mas não as 
diferencia); 
 Não é necessário jejum para o exame; 
 Pode ser realizado de forma automática ou manual, dependendo da demanda e rotina do 
laboratório. 
Linhagens celulares avaliadas pelo hemograma: 
 Eritrócitos  Leucócitos  Plaquetas 
 
Hematopoiese 
É o processo em que novas células sanguíneas são formadas. 
 Em um individuo adulto, a MO funcional é o local onde as células vermelhas do sangue, maioria das 
células brancas e as plaquetas são produzidas. 
 Todas as células do sangue são produzidas a partir de uma célula inicial, conhecida como célula-
tronco hematopoiética. 
Todas as células sanguíneas derivam de um único tipo celular da MO. Esta célula recebe o nome de célula 
tronco pluripotente, a qual se prolifera e origina duas linhagens: a das células linfóides (linfoblasto), que 
vai dar origem aos linfócitos e a das células mielóides (mieloblasto), que origina os eritrócitos, granulócitos, 
monócitos e plaquetas. 
 
Características deste processo 
 Processo ordenado (escalonamento); 
 Processo hierárquico; 
 
A célula-tronco hematopoiética encontra-se no 
nicho hematopoiético. Vários hormônios e 
Interleucinas controlam a produção e diferenciação 
das linhagens celulares. 
Nicho hematopoiético 
É composto por: 
 Osteoblastos; 
 Adipócitos; 
 Hormônios; 
 Fibroblastos; 
 MEC (basicamente fibronectina, colágeno 
e GAGs); 
A Hematopoiese possui diferentes fases durante a vida 
 15º dia vida intrauterina → saco vitelino – 1º células são formadas, os megaloblastos, as quais irão 
produzir as primeiras hemácias; 
 1º mês de vida → baço; 
 2º mês de vida → fígado; 
 3º mês de vida → todos os ossos serão produtores de MO; 
 Vida adulta até a 3º idade → restrita aos ossos longos (costelas, vértebras, fêmur, tíbia); 
Eritropoese (Série Vermelha) 
A eritropoese é o processo de produção e maturação de hemácias que ocorre na medula óssea em adultos 
normais e no baço ou fígado em fetos ou pacientes com anemias graves. 
A eritropoietina é uma glicoproteína produzida nos rins em condições de hipóxia tecidual, ou seja, quando 
há redução nos níveis de O2 nos tecidos. Este hormônio é responsável por estimular as células-tronco 
(Stem Cells) a formarem mais eritroblastos. 
 Stem Cell Factor (Fator de Crescimento de Célula Tronco) é uma citocina que desempenha um 
papel importante na Hematopoiese. Produz principalmente: 
 EPO (importante para eritropoese); 
 
 
CTG 
“STEM CELL” 
Características Morfológicas da Eritropoese 
1. Diminuição do tamanho celular; 
2. Diminuição da basofilia do citoplasma (basófila → eosinófila); 
3. Condensação da cromatina até completa expulsão e formação de reticulócitos e hemácias; 
Contagem de Reticulócitos 
 Possui 2 aplicações: 
1. Paciente com anemia ferropriva → faz-se a administração de sulfato ferroso e após 3 meses obtém-
se aumento de reticulócitos no hemograma → BOM INDICADOR (MO está respondendo de forma positiva 
e produzindo novas células). 
2. Paciente ictérico com bilirrubina aumentada e sangramento nas fezes → é encontrado reticulócitos 
aumentado no hemograma → MAU INDICADOR (MO está produzindo novas células para tentar 
compensar a hemólise maciça). 
Grupo Heme 
Durante a Eritropoiese ocorre a síntese do grupo Heme, a partir da união do aminoácido glicina com 
succinil-coA. Na ultima etapa o ferro é incorporado para formação do grupo Heme. 
Ciclo do Ferro 
O ferro é absorvido no duodeno no estado Fe2+ (ferroso), transportado pelo sangue pela proteína 
transferrina até a MO, local onde ocorre a Eritropoiese. As hemácias são formadas, vão para o sangue 
periférico e após 120 dias são degradas pelos macrófagos do baço. O ferro é novamente transportado pela 
transferrina, podendo ser reutilizado, utilizados por outras células ou armazenado nos hepatócitos na 
proteína ferritina. 
Metabolismo da Vitamina B12 e do Ácido Fólico 
A Vitamina B12 é responsável principalmente pela síntese de hemoglobina e o Ácido Fólico (B9) auxilia na 
produção e manutenção de novas células e na síntese do DNA. 
A Vitamina B12 se liga ao Fator Intrínseco (FI) para não ser degradada no estômago pelo ácido clorídrico. 
Na célula intestinal ela se desliga do FI e liga-se a transcobalamina até ser transportada para a MO, onde é 
utilizada juntamente com o ácido fólico para síntese de DNA. 
 A carência de uma delas na MO ocasiona o que é conhecido como ANEMIA MEGALOBLÁSTICA, 
devido a não divisão das células. 
Esta anemia é caracterizada pelo tamanho anormal e imaturidade das hemácias, além da diminuição de 
leucócitos e plaquetas. No hemograma as células apresentam-se normocrômicas e macrocíticas. 
A sintomatologia é muito parecida com os outros tipos de anemia: cansaço, palidez, taquicardia, diarreias, 
fraqueza. Esses sinais auxiliam muito no diagnóstico, que é feito através de hemograma. 
O tratamento da anemia megaloblástica depende muito da sua causa, assim, se o distúrbio é causado por 
baixa ingestão de vitaminas (B12 e B9), por exemplo, o tratamento é feito através da inclusão dessas 
vitaminas à dieta. 
 A vitamina B12 pode ser adquirida através do consumo de leite, carnes, peixes e ovos. 
 O ácido fólico pode ser encontrado no feijão, em vegetais verdes folhosos, fígado, leveduras, etc. 
Eritrograma 
Parâmetros avaliados: 
 He (hemácias); 
 Hb (hemoglobina); 
 Ht (hematócrito) – porcentagem de 
hemácias num volume total de sangue; 
 VCM; 
 HCM; 
 CHCM; 
 RDW. 
Contagem Manual: 
 Hemácias 
 Diluir o sangue em liquido de Gower. 
 Fazer a contagem das He na Câmara de Neubauer. 
 Hemoglobina 
 Após lise das Hcs, a Hb é estabilizada com o uso do Liquido de Drabkin ou Kit comercial para que 
então possa ser feita a leitura colorimétrica no espectrofotômetro comparando a cor padrão X paciente. 
 
 
Processo Manual: 
 Microscópio; 
 Câmara de Neubauer; 
 Espectrofotômetro; 
 Centrifuga de Micro hematócrito. 
 Hematócrito 
 Preencher um capilar com ¾ de sangue, selar uma extremidadee colocar este capilar em uma 
centrifuga de Micro Hematócrito. Depois de centrifugado, medir numa tabela em % a quantidade de He. 
Índices Hematimétricos: 
São utilizados para a classificação laboratorial das anemias. 
 VCM – Volume Corpuscular Médio → está relacionado com o tamanho médio das hemácias; 
importante para classificar as anemias em microcíticas, normocíticas e macrocíticas; expresso em g/dL. 
𝑉𝐶𝑀 =
𝐻𝑡
𝐻𝑒
𝑥10 
 HCM – Hemoglobina Corpuscular Média → está relacionada à quantidade media de Hb nas 
hemácias; expressa em fL. 
𝐻𝐶𝑀 =
𝐻𝑏
𝐻𝑒
𝑥10 
 CHCM – Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média → relação entre o valor da hemoglobina 
contida num determinado volume de sangue e o hematócrito; expressa em porcentagem. 
𝐶𝐻𝐶𝑀 =
𝐻𝑏
𝐻𝑡
𝑥100 
 RDW – Amplitude de variação no formato nas hemácias. 
Este parâmetro não pode ser calculado, ele é fornecido pelo aparelho; indica a variação no volume 
(tamanho) dos eritrócitos determinando o grau de anisocitose. Quanto maior o RDW, maior a variação. 
Bases alargadas demonstram a presença de hemácias de diferentes volumes: 
 
Leucograma 
 Parâmetros avaliados: 
 Leucócitos (contagem global); 
 Neutrófilos (contagem diferencial); 
 Eosinófilos (contagem diferencial); 
 Basófilos (contagem diferencial); 
 Linfócitos (contagem diferencial); 
 Monócitos (contagem diferencial). 
Exemplo de Contagem Diferencial Relativa: 
Neutrófilos – 45,9% x 9.100 = 4,177% 
 
Ex de Contagem Diferencial Absoluta: 
Neutrófilos – fazer a extensão; deixar a lamina 
secando; corar com os corantes hematológicos e 
fazer a contagem de 100 leucócitos. 
Plaquetograma 
Parâmetros avaliados: 
 Plaquetas; 
 VPM – volume plaquetário médio (calculado pelo equipamento); utilizado para contagem de 
macroplaquetas. 
É o exame que mais sofre variações metodológicas, pois ela agrega muito facilmente. Exemplo: 
pseudotrombocitopenia causada pelo EDTA, sendo necessária nova coleta em tubo azul (citrato de sódio). 
Anemias 
Conjunto de desordens que acometem a Hb causando a sua diminuição. 
Classificação: 
 Clínica – feita pelo médico. 
Leva em consideração o tempo de instalação dos sintomas; é dividida em: 
 Aguda; Ex: indivíduo que recebeu sangue e foi a óbito (erro transfusional) 
 Crônica; Ex: indivíduo apresenta fadiga, fissuras na língua, taquicardia, sangramentos... 
Contagem Manual de Leucócitos: 
Contagem global – feita com o uso de 
solução de Turk para ocorrer lise das 
hemácias e permitir a analise dos 
leucócitos na Câmara de Neubauer. 
Contagem Diferencial – há dois tipos: 
 Relativa (%) 
 Absoluta (mm3) 
Contagem Manual de Plaquetas: 
 Diluir em oxalato de amônia e 
realizar a contagem em Câmara de 
Neubauer. 
 Fisiopatológica 
Leva em consideração o mecanismo de instalação. 
 Diminuição da produção na MO Ex: má formação da Hb; 
 Destruição no periférico. Ex: com ou sem participação do sistema imune; toxina de peçonhentos; 
 Laboratorial 
Avaliação dos Índices Hematimétricos 
 VCM 
 HCM 
 RDW 
 Anemia Microcítica – Hipocrômica; 
 Anemia Macrocítica; 
 Anemia Normocítica – Normocrômica; 
Para diagnóstico: 
 Homens – Hb < 13 g/dL 
 Mulheres – Hb < 12 g/dL 
 Crianças e Gestantes – Hb < 11 g/dL 
Alterações nas hemácias: 
 COR – Anisocromia 
Alteração do HCM 
 Hipocrômica – ↓ 
 Hipercrômica – ↑ 
 TAMANHO – Anisocitose 
Alteração do VCM 
 Microcítica – ↓ 
 Macrocítica – ↑ 
 FORMATO – Poiquilocitose 
Alteração do RDW 
 Acantócito 
 
 Equinócito (Crenada) 
 
 Dracriócito 
 
 Falciforme 
 
 Esquizócito 
 
 Eliptócito 
 
 Em alvo 
 
 Empilhamento 
 
 Estomatócitos 
 Inclusões dentro das hemácias (*EXTRA*): 
 Pontos Basófilos 
 Corpúsculo de Heinz 
 Corpúsculo de Howell Jolly 
 
 Hcs crenadas são de grande importância principalmente quando observadas em paciente que 
possuem hepatopatias. Por isso é importante averiguar se não foram confundidas com artefatos. 
 As Hcs precisam de muita glicose, de forma que ao colher um tubo de sangue com EDTA, se elas 
ficarem muito tempo sem glicose, começam então a sofrer alterações em sua membrana e formam 
espículas e se tornam crenadas. 
 O paciente que possui próteses ou stent, por exemplo, durante a passagem das hemácias pelo vaso 
sanguíneo que possui este “objeto estranho”, as mesmas tendem a sofrer um choque mecânico e com isso 
as hemácias tendem a formar os Esquizócitos. 
 Hemácias em formato de Empilhamento (Rouleaux) se formam devido ao aumento de 
Imunoglobulinas. Ex: em mulheres grávidas, paciente com mieloma múltiplo. 
 Como VCM e HCM indicam apenas uma média, eles não fazem avaliação de populações mistas, 
portanto, nem sempre podemos fazer uma avaliação direta apenas com os seus dados, ou seja, eles 
podem estar normais, porém se o RDW estiver alterado, isso indicará uma alteração no formato das Hcs. 
CASO CLÍNICO 1 
Paciente de sexo masculino, internado, com taquicardia e sangramento. 
He – 3,7 x 106 /mm3 
Hb – 5,9 g/dL 
Ht – 20,9 % 
A – O paciente está anêmico? 
Sim, pois sua Hb encontra-se abaixo do normal (5,9g/dL), sendo normal para homens <13g/d/L. 
B – Classifique laboratorialmente esta anemia? 
VCM = 
Ht
He
 x10 → 
20,9
3,7
 x10 → 56 fL (ref. = 80-100 fL), encontra-se diminuído; 
HCM = 
Hb
He
 x10 → 
5,9
3,7
 x10 → 16 pg (ref. = 27-32 pg), encontra-se diminuído; 
→ Anemia Microcítica e Hipocrômica, pois foi verificado diminuição de VCM e HCM. 
Perfil Férrico 
 
 
 Ferritina – proteína que armazena o Fe; é um marcador de fase aguda de infecção e inflamação; 
 Perls MO = coloração para ferro na MO; 
 Sat TR = saturação da transferrina; 
 CTLF = capacidade total de ligação do ferro a transferrina (avidez); 
Anemia Ferropriva 
Trata-se da anemia mais comum (estima-se que 90% das anemias sejam causadas por carência de Ferro). 
Existem diversas causas para esta anemia, são elas: 
 Falta de ferro na alimentação; 
 Diminuição da absorção do ferro pela mucosa intestinal. Ex: Cirurgias que retiram partes do 
estômago e/ou intestino, parasitoses, diarreias frequentes; 
 Perda de sangue. Ex: menstruação abundante, úlceras gástricas ou duodenais, câncer 
gastrointestinal, Doença de Crohn, Síndrome do Intestino irritável; 
 Diferentes fases da vida. Ex: crianças em crescimento ou gestantes necessitam de suplementação. 
Exames Complementares 
 Endoscopia; 
 Colonoscopia; 
 Parasitológico; 
 Esfregaço da Medula Óssea; 
 Pesquisa de sangue oculto nas fezes; 
VCM/HCM 
↓
Fe ↑ Ferritina ↑ Perls MO
+ Ferro
Toxicológico
Intoxicação 
por Chumbo
VCM/HCM ↓ Fe ↓ Ferritina ↓
Sat TR ↓
CTLF ↑ 
Anemia 
Ferropriva
VCM/HCM ↓ Fe ↓ Ferritina ↑ 
Sat TR ↑
CTLF ↓ 
Anemia por 
Doenças 
Crônicas
VCM/HCM ↓ Fe (N)
Sat TR (N)
CTLF (N)
Eletroforese de 
Hb
Hemoglobino-
patinas
 A anemia já instalada e severa, o RDW estará bem aumentado, haverá presença de hemácias em 
alvo e em eliptócitos, ou seja, a falta de ferro é tão prejudicial, que além de diminuir o tamanho da célula, 
ainda deforma seu formato. 
Anemia por Doenças Crônicas 
Caracteriza-se pelo desenvolvimento da anemia em pacientes que apresentam doenças infecciosas 
crônicas, inflamatórias ou neoplásicas; acomete muito os idosos; 
 Anemia associada à diminuição da concentração do ferro sérico e da capacidade total de ligação do 
ferro, embora a quantidade do ferro medular esteja normal ou aumentada. 
Não fazem parte dessa síndrome outras causas de anemia como: perda sanguínea, deficiência de ferro, 
deficiência de folato e/ou vitamina B12, hemólise, entre outras. 
Durante uma infecção, são produzidas Interleucinas, as quais inibem uma proteína chamada ferroportina, 
sendo ela a responsável pela retirada do ferro da membrana das hemácias. Assim, o ferro é mantido 
dentro das hemácias, fazendo com que o ferro circulante decaia. 
Anemia por intoxicação por Chumbo (metal pesado) 
Caracteriza-se por um grandeestoque de Fe2+ (ferritina elevada), fazendo com que o Fe2+ esteja baixo. 
O chumbo age interferindo na síntese do Grupo Heme, isso na interfere na produção de hemoglobina 
fazendo com as hemácias tenham algum defeito durante a sua formação; Ele inibe uma enzima, conhecida 
como Ferroquelatase, a qual tem a função de depositar o Fe2+ na Protoporfirina 9 para se ter a formação 
do Grupo Heme, sendo assim, o Fe2+ não será usado e se acumula na MO. 
 Hemácias Micro-Hipo 
Exames Complementares 
 Mielograma para investigar a MO; Exame toxicológico para metais pesados; 
 Em caso de reposição com sulfato ferroso deve-se solicitar contagem de reticulócitos para avaliação 
de resposta da MO. Neste caso, o aumento da % de reticulócitos é um fator favorável, pois significa que a 
MO esta respondendo positivamente e sintetizando células eritróides. 
 
CASO CLÍNICO 2 
Mulher, 28 anos, apresenta cansaço e fraqueza após gestação de gêmeos. 
He – 1,26 x 106 /mm3 
Hb – 5,7 g/dL 
Ht – 16,3 % 
A – A paciente está anêmica? 
Sim, pois sua Hb esta 5,7 g/dL, sendo normal para mulheres <12 g/dL. 
B – Classifique laboratorialmente esta anemia? 
VCM = 
Ht
He
 x10 → 
16,3
1,26
 x10 → 129 fL (ref. = 80-100 fL), encontra-se aumentado; 
HCM = 
Hb
He
 x10 → 
5,7
1,26
 x10 → 45 pg (ref. = 27-32 pg), encontra-se aumentado; 
→ Anemia Macrocítica, pois foi verificado aumentado de VCM. 
Mielograma 
 Hiperplasia da série eritróides com maturação megaloblástica; 
 Hipersegmentação neutrofílica, metamielócitos e bastonetes gigantes; 
Bioquímica 
 Ácido fólico – < 1 µg/dL (ref. 3,5 – 15); 
 Vitamina B12 – 136 n/L (250 – 900); 
C – Qual a hipótese diagnóstica diante dos resultados? 
A paciente apresenta anemia Megaloblástica por deficiência de B12 e folato, justificando a maturação 
megaloblástica da serie eritróide, hipersegmentação neutrofílica com celular gigantes e Hc macrocíticas. 
 Em casos de anemia, caso houver contagem de reticulócitos aumentada, pode estar associada à 
hemorragias ou hemólise. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anemia 
Megaloblástica
Vit.12 ↓ e 
Folato ↓
MegaloblásticaMielogramaNormalVCM > 100 fL
Não MegaloblásticaMielogramaNormalVCM > 100 fL
Hemorragias e HemóliseAumentadoVCM > 100 fL
CASO CLÍNICO 3 
Homem, 45 anos, em diagnostico para investigação de possível leucemia. 
He – 3,8 x 106 
Hb – 11,8 g/dL 
Ht – 34 % 
A – A paciente está anêmica? 
Sim, pois sua Hb esta 3,8 g/dL, sendo normal para homens <13 g/dL. 
B – Classifique laboratorialmente esta anemia? 
VCM = 
Ht
He
 x10 → x10 → 89 fL (ref. = 80-100 fL), encontra-se aumentado; 
HCM = 
Hb
He
 x10 → x10 → 31 pg (ref. = 27-32 pg), encontra-se aumentado; 
→ Aanemia Normocítica Normocrômica, pois foi verificado normalidade nos valores de VCM e HCM. 
Mielograma 
Presença de 40% de células imaturas com cromatina frouxa e presença de nucléolos. 
 
 
Anemias Hereditárias 
Podem ser ocasionadas por 3 diferentes fatores: 
 Defeitos de membrana 
 Eliptocitose 
 Esferocitose 
 
 Defeitos de enzimas 
 Piruvato quinase 
 G6PD – leva a menor produção de NADPH (mantém a membrana das hemácias integra) 
 Defeitos de síntese de Hemoglobinas 
 Qualitativos 
 Anemia Falciforme 
 Quantitativos 
 Talassemia 
 Hemoglobinopatias 
VCM (N)
Contagem 
de 
Reticulócitos
Normal Mielograma Leucemias
Imunofenotipagem 
por citometria 
Biomol
VCM (N)
Contagem 
de 
Reticulócitos
Normal Mielograma
Sindrome 
Mielodisplásicas
VCM (N)
Contagem de 
Reticulócitos
Aumentada Hemorragia
Exames de imagem
Sangue oculto nas 
fezes
VCM (N)
Contagem de 
Reticulócitos
Aumentada Hemólise
Teste de Coombs
Citometria de 
fluxo
 As hemácias possuem um menor tempo de vida (< 120 dias), por esse motivo em TODOS estes 
casos os pacientes terão Anemia Hemolítica (Microcítica Hipocrômica). 
Estrutura e Composição da Hemoglobina 
A hemoglobina é uma proteína de estrutura quaternária composta por 4 cadeias de globina (parte 
proteica) e um Grupo Heme (grupo prostético) ligado a cada uma delas. 
Elas são produzidas nas diferentes fases do desenvolvimento do individuo. Dessa forma temos diferentes 
tipos de hemoglobina ao longo da vida: 
 FASE EMBRIONÁRIA 
 Hb Gower;  Hb Portland; 
 FASE FETAL 
 HbF 100% 
 FASE ADULTA 
 HbA1 (alfa2 e beta2) 
97%; 
 HbA2 (alfa2 e delta2) 
2,5%; 
 HbF (alfa2 e gama2) 
0,5%; 
A HbF está presente no recém-nascido em altas quantidades, possui grande afinidade pelo O2 e é pouco a 
pouco substituída pela HbA1 (até os 6 meses de idade). 
 A hemoglobina anormal mais conhecida é a HbS, responsável pela anemia falciforme. 
 
Defeitos Qualitativos de síntese de Hemoglobinas 
Substituição de 1 aminoácido durante a síntese da hemoglobina. 
Defeitos Quantitativos de síntese de Hemoglobinas 
Diminuição da cadeia alfa ou beta. 
 Gerando Alfa Talassemia ou Beta Talassemia. 
Anemia Falciforme 
Nesta anemia temos a substituição de uma única base durante a síntese globina beta. 
 Uma adenina (A) é substituída por uma timina (T) (GAG →GTC); 
 Esta mutação resulta na substituição de um ácido glutâmico por uma valina; 
 HbAA – paciente saudável; 
 HbAS – paciente com traço falciforme (assintomático); eventualmente por situações de estresse ao 
organismo ele pode vir a apresentar a anemia; 
 HbSS – paciente com anemia falciforme grave; 
 Vários estudos sugeriram que a hemoglobina falciforme dificulta, de uma forma ou de outra, a 
infecção das hemácias do hospedeiro pelo Plasmodium, o parasita causador da malária. 
 Em determinadas situações, as Hb podem sofrer polimerização, levando a falcização das hemácias. 
 Quando desoxigenada, a HbS sofre interações hidrofóbicas, comprometendo sua solubilidade. A 
tendência é a formação de um polímero de moléculas de hemoglobina. 
 A polimerização progride, com adição de moléculas contínuas de HbS à medida que a porcentagem 
de saturação de O2 da hemoglobina diminui. 
 Quando certa quantidade de HbS esta polimerizada, o resultado final é o dano celular irreversível, o 
afoiçamento das hemácias e o aparecimento de sinais e sintomas da doença. 
Processo de vaso-oclusão 
Trata-se de um processo que envolve não apenas a polimerização dos tetrâmeros de HbS desoxigenada, 
mas também interações entre os eritrócitos falciformes, o endotélio vascular, plaquetas, leucócitos e 
proteínas plasmáticas. 
A aderência aumentada dos eritrócitos falciformes ao endotélio tem sido implicada como o passo inicial da 
vaso-oclusão. A oclusão microvascular resulta em crises dolorosas agudas, enquanto a oclusão 
macrovascular parece ser a causa da falência de órgãos. 
 Compromete a oxigenação dos tecidos adjacentes. 
 Acarreta o mau funcionamente dos órgãos, podendo gerar necrose do tecido. 
 
Clínica: 
 Crise pé e mão; 
 Feridas que demoram a cicatrizar, 
podendo causar infecções; 
 MO para de produzir celulas de defesa na 
quantidade suficiente; 
 Sequestro esplênico; 
 Icterícia; 
 Sindrome Torácica Aguda (STA)  
dispnéia, respiração alterada, 
compromentimento de função pulmonar; 
 Priapismo  ereção involuntária; 
 Úlcera na perna; 
 Crises de dor; 
 Sucetivel a AVC (infarto da MO); 
Fatores desencadeantes a serem evitados 
 Falta de O2; 
 Infecções; 
 Febre; 
 Exercício físico; 
 Estresse; 
 Alterações climáticas; 
 Desidratação; 
Tratamento 
 Baseia-se na administração de soro, o qual aumenta a vasodilatação, promovendo o aumento da 
volemia, fazendo com que as hemácias circulem melhor. 
 Faz-se também administração de medicamentos para dor e suporte transfusional. 
 Terapia gênica  CRISPR. 
Diagnostico Laboratorial 
 Trata-se de uma anemia Microcítica Hipocrômica; 
 Aumento reticulócitos; 
 Presença de eritroblastos (células imaturas); 
 Bilirrubina aumentada; 
 Aumento do RDW; 
 Teste de Falcização + 
 Eletroforese HbS + 
 Biomol → enzimas de restrição (endonucleases) 
Teste de Falcização das hemáciasTeste rápido com uso de Metabissulfito de sódio, o qual reduz a tensão de O2. 
A HbS contida na hemácia, é colocada em ambiente pobre em O2, assim ela se polimeriza, de tal maneira 
que a hemácia toma forma de uma foice. Esta modificação é reversível, quando há presença de oxigênio. 
Mesmo com um teste de falcização positivo não se descarta a eletroforese de Hb. 
Eletroforese de Hb 
 
Talassemias 
Conhecidas como “Anemia do Mediterrâneo”, as talassemias são hemoglobinopatias quantitativas, 
hereditárias, genéticas, decorrentes de mutações nos genes das globinas (alfa ou beta na maioria dos 
casos), que promovem redução ou ausência total de uma ou mais das cadeias de globina, formadoras da 
hemoglobina, sem alteração da sequencia de aminoácidos. Não são contagiosas e não são causadas por 
deficiência na dieta, carência de vitaminas ou sais minerais. 
O resultado dessas alterações moleculares ocasiona desequilíbrio na produção das cadeias tendo como 
maior consequência a eritropoese ineficaz. 
Apresentam uma enorme variedade de manifestações clínicas e laboratoriais, de acordo com a cadeia 
afetada e com o grau de desequilíbrio na produção quantitativa. São classificadas, de acordo com a cadeia 
polipeptídica afetada; as mais frequentes são as talassemias do tipo alfa e do tipo beta. 
As cadeias produzidas em excesso formam precipitados, lesando a membrana na hemácia e gerando sua 
destruição prematura. A quantidade e o tipo desses precipitados determinam a gravidade da talassemia. 
A MO dos indivíduos com talassemia produz as hemácias menores e com menos hemoglobina, o que causa 
anemia hemolítica, sendo microcítica e hipocromia. 
 
 
 
 
Alfa Talassemia 
α α / α α α - / α α α - / α - - - / α α α - / α α α α / α α 
Saudável Portador 
silencioso 
Anemia leve 
(traço 
talassêmico) 
Anemia grave 
(sobra cadeia β) 
Anemia grave 
(sobra cadeia β) 
Incompatível 
com a vida (Hb 
Bart’s) 
 
 
 Alfa α 
 Alfa +  redução parcial da cadeia; 
 Alfa 0  redução total da cadeia; 
 Beta β 
 Beta +  redução parcial da cadeia; 
 Beta 0  redução total da cadeia; 
Beta Talassemia 
Abrange três variantes clínicas, conforme a alteração genética ocorrida. 
 Talassemia beta menor/traço talassêmico beta → anemia leve. 
 Heterozigoto → β / β+ ou β / β0; 
 HbF normal ou discretamente elevada (0-5%); 
 HbA1 diminuída; 
 Aumento de HbA2 discretamente elevada; 
 Microcítica e Hipocrômica; 
 Talassemia beta intermediária (Anemia de Cooley) → anemia leve a grave, podendo necessitar 
transfusões de sangue esporadicamente. 
 Homozigoto → β+ / β+ ou Heterozigoto → ou β+ / β0; 
 HbF elevada; 
 HbA1 muito diminuída; 
 Talassemia beta maior → anemia muito grave, necessitando transfusões de sangue a cada 2–4 
semanas desde os primeiros meses de vida. 
 Homozigoto → β0 / β0; 
 HbF muito elevada, praticamente total (95-100%); 
 RDW elevado; 
Diagnóstico laboratorial 
Feito por hemograma e eletroforese de Hb, mas também é possível estudar a mutação genética específica. 
 
VCM  Ferro (N) Perfil Normal Eletroforese Falciforme HbS
VCM  Ferro (N) Perfil Normal Eletroforese α Talassemia HbH
VCM  Ferro (N) Perfil Normal Eletroforese β Talassemia HbF
Aula Em Laboratório 
Aula 1. CONTAGEM DE HEMÁCIAS EM CÂMARA DE NEUBAUER 
Na contagem de hemácias, é usado o quadrante central. A lamínula é colocada sobre a câmara, cobrindo a 
área central, onde a grade de contagem está. 
Cálculo para contagem de hemácias 
O número de células contado não é o seu resultado final, é necessário ainda multiplicar o número de 
células contadas por fatores, dependendo da sua diluição.
 
 
 
Aula 2. MICROHEMATÓCRITO 
Preencher ¾ do volume do tubo capilar com sangue total, vedar uma das extremidades (com massa de 
modelar ou queimando). 
Em seguida colocar o tubo na microcentrífuga (com a parte vedada para fora), centrifugar a 10.000 RPM 
por 5 minutos e realizar a leitura em tabela apropriada. 
 Ht = Hb x 3 
 
 
Princípio da reação 
Reação de colorimétrica de ponto final, estável por horas. 
Reagente de cor 
Ferro Ferroso (F2)+ → (ferricianeto oxida) → Ferro Férrico (F3+) 
O Ferro férrico em presença de cianeto formará Cianeto de Hemiglobina: F3+ → (cianeto) → CiHb, este é o 
produto colorimétrico com máxima de absorção em um comprimento de onda de 540 nm. 
QUANTIFICAÇÃO HEMOGLOBINA 
A hemoglobina é o principal componente das hemácias e tem como função o transporte de oxigênio. A 
determinação dos níveis de hemoglobina é importante no diagnóstico e acompanhamento das anemias, 
sendo seu valor utilizado no cálculo dos índices hematimétricos empregado na classificação das anemias. 
Procedimentos 
1. Em um tubo de ensaio colocar: reagente de cor (5,0 ml) e amostra de sangue total (0,02 ml) e em 
outro colocar: reagente de cor (5,0 ml) e padrão (0,02 ml). Homogeneizar e esperar 5 minutos. 
2. Determinar a absorbância do teste em 540 nm, acertando o zero com água destilada. 
A cor é estável por várias horas. 
Hemoglobina (g/dL) = 
𝐴𝑏𝑠 𝑑𝑜 𝑡𝑒𝑠𝑡𝑒
𝐴𝑏𝑠 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜
 x 10

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