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TCC SARAH- Levantamento dos efeitos terapêuticos da ayahuasca e sua utilização em doutrinas religiosas

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
Ciências Biológicas 
 
 
 
 
 
LEVANTAMENTO DOS EFEITOS TERAPÊUTICOS DA AYAHUASCA E SUA 
UTILIZAÇÃO EM DOUTRINAS RELIGIOSAS 
 
 
 
 
 
Sarah Rodrigues Pessoa 
 
 
 
 
 
Orientadora: Prof.ª Sônia Regina de Melo Crespo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2019 
Sarah Rodrigues Pessoa 
 
 
 
LEVANTAMENTO DOS EFEITOS TERAPÊUTICOS DA AYAHUASCA E SUA 
UTILIZAÇÃO EM DOUTRINAS RELIGIOSAS 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Biológicas 
como requisito parcial para a conclusão do curso de graduação em 
Biologia (bacharelado) da Universidade Estácio de Sá. 
 
 
 
 
 
Orientadora: Prof.ª Sônia Regina de Melo Crespo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2019 
Sarah Rodrigues Pessoa 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus por me dar fortalecimento todos os dias. 
Aos meus pais que nunca mediram esforços para me ajudar. Em especial a minha mãe, 
pela preocupação e por estar presente constantemente na minha vida. 
Agradeço a todos os amigos que contribuíram para a realização desse trabalho, 
ressaltando aqui, minha querida amiga geógrafa Mariana Herreira que me ajudou na 
construção da monografia. 
Agradeço a orientadora Sônia Crespo, que sempre teve paciência comigo, e me 
orientou da melhor forma possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
‘‘As únicas pessoas que realmente mudaram a história foram os que mudaram o pensamento 
dos homens a respeito de si mesmo.’’ – Malcolm X 
 
 
RESUMO 
 
A Ayahuasca é uma bebida psicoativa conhecida por diversos nomes e utilizada por diversos 
grupos indígenas espalhados por toda a Amazônia e por grupos e religiões independentes no 
Brasil para fins religiosos. Na contemporaneidade, a bebida vem sendo estudada como uso 
terapêutico no tratamento da depressão e dependência. A partir da decocção de duas plantas, 
Banisteriopsis caapi e Psycotria viridis, origina-se a bebida. Respectivamente os princípios 
ativos mais importantes são as betacarbolinas (harmalina, harmina e tetraidroharmina), que 
são inibidoras reversíveis da enzima monoaminoxidase (MAO), que degradam o 
neurotransmissor de serotonina e a dimetiltriptamina (DMT), que atua nos mesmos receptores 
da serotonina e é metabolizada pela MAO. Quando essas substâncias são administradas 
juntas, promovem um aumento nos níveis de serotonina no cérebro, sendo que a regulação 
deste neurotransmissor está diretamente relacionada com o tratamento da dependência e 
depressão. No Brasil, a bebida é utilizada no contexto ritualístico dentro das doutrinas 
religiosas chamadas de Santos Daime, Barquinha e União do Vegetal . Embora tenha relatos 
positivos sobre a ingestão do chá, devemos levar em consideração a falta de informações 
sobre a segurança do uso e os possíveis efeitos indesejáveis que ainda não foram esclarecidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chaves: Ayahuasca; depressão; dependência química; psicoativos. 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Ayahuasca is a psychoactive drink known by various names and used by various indigenous 
groups throughout the Amazon and by independent groups and religions in Brazil for 
religious purposes. In contemporary times, the drink has been studied as a therapeutic use in 
the treatment of depression and dependence. From the decoction of two plants, Banisteriopsis 
caapi and Psycotria viridis, originates the drink. Respectively the most important active 
ingredients are beta-carbolines (harmaline, harmine and tetrahydroharmine), which are 
reversible inhibitors of the enzyme monoaminoxidase (MAO), which degrade serotonin 
neurotransmitter and dimethyltryptamine (DMT), which acts on the same serotonin receptors 
and is metabolized by MAO. When these substances are administered together, they promote 
an increase in serotonin levels in the brain, and the regulation of this neurotransmitter is 
directly related to the treatment of addiction and depression. In Brazil, the drink is used in the 
ritualistic context within the religious doctrines called Santos Daime, Barquinha and União do 
Vegetal. Although there are positive reports about tea intake, we should take into account the 
lack of information on the safety of use and the possible undesirable effects that have not been 
clarified. 
 
Key word: Ayahuasca ; depression; chemical dependence; psychoactive. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lista de Figuras 
 
Figura 1. Ayahuasca ………………………………………………………………………… 11 
Figura 2. Mestre Irineu Serra ……………………………………………………………….. 13 
Figura 3. Mestre Daniel Pereira de Mattos …………………………………………………. 14 
Figura 4. Mestre José Gabriel da Costa …………………………………………………….. 15 
Figura 5. Banisteriopsiscaapi ………………………………………………………………. 17 
Figura 6. Psychotriaviridis …………………………………………………………………. 18 
Figura 7. Indígena no feitio do chá …………………………………………………………. 20 
Figura 8. Os efeitos da Ayahuasca ………………………………………………………….. 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
AGRADECIMENTOS ………………………………………………………………….... 4 
RESUMO …………………………………………………………………………………... 6 
LISTA DE FIGURAS ……………………………………………………………………... 7 
1. INTRODUÇÃO …………………………………………………………………………. 9 
2. METODOLOGIA …………………..………………………………………………..... 11 
3. RESULTADOS .............................……………………………………………………. 13 
3.1 DOUTRINAS RELIGIOSAS QUE UTILIZAM A AYAHUASCA……….........…..... 13 
3.2 Banisteriopsiscaapi ……………………………………………………………………. 17 
3.3 Psychotriaviridis ………………………………………………………………………. 18 
3.4. USO PELOS INDÍGENAS, SEU MODO DE PREPARAÇÃO………………….........19 
3.5. COMPOSIÇÃO QUÍMICA …………………......………………………………….... 20 
3.6 EFEITOS APÓS A INGESTÃO DA AYAHUASCA ………………………………... 21 
3.7 EFEITOS TERAPÊUTICOS DA AYAHUASCA ………………………....……….... 21 
3.8. PESQUISA E LEGALIDADE ……….……....……………………………………......24 
4. CONCLUSÕES ...................………………………..…………………………………..25 
REFERÊNCIAS ............................…...………....….……………………………………...26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 A dependência é um distúrbio psiquiátrico bastante divulgado e discutido, visto que o 
abuso de substâncias psicoativas é percebido pela sociedade moderna como um problema 
grave que afeta diretamente nossa realidade e a saúde pública (PRATTA et al.,2009). As 
substâncias psicoativas, também conhecidas como psicotrópicas, atuam no cérebro e regulam 
funções de humor e motivação (WHO et al.,2003). Paralelamente, existem estudos e 
evidências que sugerem que essas substâncias apresentam aplicações potenciais e podem ser 
ferramentas seguras e eficazes no tratamento da dependência. Deste modo, a Ayahuasca 
(Banisteriopsi caapi; Psychotria viridis) vem se apresentando como um possível tratamento 
utilizado na dependência e na depressão sendo seus componentes capazes de possibilitar 
novos estudos sobre sua eficácia terapêutica (WINKELMAN, 2014). 
A Ayahuasca (Figura 1) é uma bebida conhecida por diversos nomes, dentre os quais 
destaca-se: yagé, nepe, kabi, caapi e natema (MACRAE, 1998), cujo significado é aya: 
espírito, pessoa, alma, e waska: trepadeira, cipó, que poderia ser entendido como “cipó dos 
espíritos” (MARTINEZ, 2010). O chá alucinógeno é obtido a partir da decocção, ou seja, do 
cozimento de duas plantas primordiais, a Psychotria viridis, também conhecida pelo nome de 
chacrona ou rainha, pertencente à família Rubiaceae. E o Banisteriopsis caapi, também 
conhecido como Caapi ou Yagé, considerado um cipó nativo da Amazônia, pertencente à 
família das Malpighiaceae (ZUBEN, 2015). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Ayahuasca. Fonte: Retreat Journal1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Disponível em: <https://retreat.guru/journal/2123/ayahuasca-legality>. Acesso em 8 de Novembro de2019 
https://retreat.guru/journal/2123/ayahuasca-legality
 
 
 
 
2. METODOLOGIA 
 
 O presente trabalho tem como objetivo analisar o potencial terapêutico do uso da 
Ayahuasca para pessoas que sejam dependentes químicos e que sofrem de depressão. Para 
isso foi realizado o levantamento e revisão bibliográfica sobre a ayahuasca, sua tradição, 
efeitos dos principais componentes e as propriedades que as espécies botânicas estudadas 
possuem. 
Para produzir este trabalho, foram pesquisados artigos com data a partir de 1964, que 
foi o início dos estudos com a ayahuasca até o presente momento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. RESULTADOS 
 
 
3.1 DOUTRINAS RELIGIOSAS QUE UTILIZAM A AYAHUASCA 
 
Na década de 1930, apareceram no Brasil às doutrinas religiosas que introduziram a 
ayahuasca como pilar ritualístico: o Santo Daime, a Barquinha e a União do Vegetal (UDV). 
No contexto internacional, o uso do chá de ayahuasca é difundido em vários países da 
América do Sul e, nos últimos anos, existem adeptos nos Estados Unidos e em países 
europeus como Alemanha, Espanha, França e Inglaterra (TUPPER, 2008). O chá tem 
denominações diferentes no Brasil: ayahuasca, quando preparado pelos índios na floresta, 
Santo Daime, quando preparado na igreja do mesmo nome e oaska ou vegetal quando 
preparado pela União do Vegetal (TUPPER, 2008). E, Segundo Pipkin et al., (2009), essas 
religiões já chegam a 10 mil membros. 
O Santo Daime foi à primeira doutrina fundada no Brasil em Rio Branco – Acre, no 
ano de 1930, pelo maranhense e ex-seringueiro Raimundo Irineu Serra conhecido como 
curador (figura 2). A palavra Daime vem do verbo “dar” mais o pronome “me”, como um 
pedido: – “Dai-me força, dai-me luz” (LABETE ; ARAÚJO, 2002). No daimismo, existem 
várias técnicas como a “do nascimento e da obstetrícia” em que o chá é utilizado por grávidas 
como protetor e facilitador do parto. As mulheres desta religião ayahuasqueira, em geral, dão 
uma gota de Daime aos recém-nascidos que podem ou não continuar bebendo o chá ao longo 
da vida (LABETE E ARAÚJO, 2002). Muitos usuário relatam o reconhecimento da ação 
terapêutica da substância (PIRES et al., 2010). 
 
 
Figura 2. Mestre Irineu Serra. 
Fonte: Blog do Altino Machado, 20172. 
 
 A Barquinha foi fundada no ano de 1945 por Daniel Pereira de Mattos, também 
chamado Mestre Daniel (figura3) . Considerada a menor das três religiões ayahuasqueiras, a 
Barquinha está praticamente restrita a cidade de Rio Branco (TROMBONI et al., 2003), na 
qual apresenta uma estrutura organizada e complexa que é formada através da influência de 
vários elementos, como: cristianismo, umbanda com os símbolos de pretos velhos, caboclos e, 
ainda o xamanismo (conjunto de manifestações, ritos e práticas presentes em inúmeras 
sociedades humanas e centralizadas na figura do xamã, em seu papel de intermediação entre a 
realidade profana e a dimensão sobrenatural) (OLIVEIRA, 2016). Segundo Oliveira (2009), a 
bebida é considerada pela maioria de seus adeptos como um sacramento, onde todas as linhas 
religiosas possuem um fator comum que é não classificar a ayahuasca como uma “droga”, 
mas sim como um sacramento, um ser divino. 
 
2 Disponível em: <http://www.altinomachado.com.br/2017/12/mestre-irineu-serra-e-chico-mendes-ex.html>. Acesso 
em 8 de novembro de novembro de 2019. 
 
http://www.altinomachado.com.br/2017/12/mestre-irineu-serra-e-chico-mendes-ex.html
 
Figura 3. Mestre Daniel Pereira de Mattos. 
Fonte:Jornal Grande Bahia, 20173. 
 
 A União do Vegetal é a mais nova das doutrinas ayahuasqueiras, com o maior número 
de associados e a mais institucionalmente organizada (MACRAE, 2004). Seu fundador foi o 
baiano José Gabriel da Costa, em Porto Velho – Rondônia, em 1961 (figura 4). Com sede em 
Planaltina (Goiás) seus ensinamentos são baseados em uma doutrina cristã-reencarnacionista, 
permeada por elementos do espiritismo kardecista e de outras manifestações religiosas 
urbanas. Além disso, possui um caráter mais sóbrio e menos festivo (PIRES et al., 2010; 
COSTA et al., 2005). 
 Os rituais são dirigidos pelo Mestre Geral, que é o representante homem do núcleo, 
não existindo mulheres nesta função. A UDV é uma organização composta por vários 
núcleos, cada um com uma organização altamente hierárquica de mestres, conselheiros, corpo 
instrutivo e outros. Os sócios têm compromissos sociais com a organização, não sendo 
permitido o uso de bebidas alcoólicas, tabaco, drogas ilícitas, delitos, bem como dançar ou 
assistir as cerimônias de outras religiões ayahuasqueiras. Existe uma rígida política de seleção 
dos autorizados a participar das cerimônias e os membros associados devem contribuir 
 
3 Disponível em: <http://www.jornalgrandebahia.com.br/2017/08/sublimes-balancos-de-luz-a-barquinha-do-mestre-
daniel-pereira-de-mattos/>. Acesso em 7 de novembro de 2019 
monetariamente, o que torna a organização próspera, com uma preocupação em tornar o uso 
do chá socialmente aceitável e rejeitar as atividades de curas (MacRae, 2004). 
 
 
Figura 4. Mestre José Gabriel da Costa. 
Fonte: Jornal Grande Bahia, 20134. 
 
4 Disponível em: <http://www.jornalgrandebahia.com.br/2013/06/para-todo-o-mal-cortar-a-espada-de-luz-de-jose-
gabriel-da-costa/> Acesso em 7 de novembro de 2019 
3.2 Banisteriopsis caapi 
 
 
 
 
Figura 5. Banisteriopsis caapi 
 
 Conhecida também como Mariri, Cabi, Jagube, Caupurí, os estudos botânicos do B. 
caapi começaram entre os anos de 1849 e 1864 pelo inglês Richard Spurce, na qual se trata de 
um cipó robusto e lenhoso, que pode alcançar 10 metros de comprimento e 0,60 metros de 
diâmetro (GARRIDO e SABINO, 2009). Banisteriopsis caapi, liana de porte de médio a 
grande, alto-escandente, apresenta caules e ramos adultos revestidos de casca fina, áspera e 
arroxeados; partes novas sericeoalvotomentosas. Possui folhas opostas, oval-lanceoladas, as 
adultas glabras, abaxialmente; ápice acuminado e base obtusa, de ate 18 cm de comprimento e 
7,5 cm de largura, pecíolo de 1 a 2,5 cm. Estípulas triangulares, glabras ou levemente 
seríceas. Inflorescência em panículas axilares nas extremidades dos ramos, alvocinereo-
tomentosas, especialmente sobre os pedicelos e cálice; base dos ramos e râmulos providos de 
pequenas folhas bracteiformes, flores fasciculadas nas extremidades dos râmulos, róseas 
avermelhadas, com pétalas côncavas, glabras e franjadas nas margens. Pedicelos sésseis, 
ligeiramente seríceos ou tomento-seríceos. Sépalas seríceasadaxialmente, diminutamente 
tomentosa adaxialmente, elíptica, obtusa no ápice, todas sem glândulas ou com as sépalas 
laterais biglanduladas. Fruto esquizocárpico, composto de três samarídeos, cada qual com 
uma ala dorsal bem desenvolvida, espessada na margem superior, núcleo seminífero sem 
cristas, mas com ondulações ou aletas (ondulações maiores) proeminentes e cálice persistente 
(FLORESTAL, 2015). 
 
3.3 Psychotria viridis 
 
 
Figura 6. Psychotria viridis. 
Fonte: Marco Gracie, 2019. 
 
 Conhecida como Rainha, Chacruna, Kawa, Chacrona, é um arbusto da família 
Rubiaceae. 
 O gênero Psychotria apresente caules roliços, ou levemente comprimidos, quando 
novos, geralmente glabros. Estípulas interpeciolares, persistentes ou decíduas, membranáceas, 
triangulares, deltoides, ovadas, obovada ou bífidas. Possui folhas opostas; lâminas geralmente 
elípticas, de dimensões variáveis, cartáceas ou papiráceas. Inflorescências paniculadas, 
corimbosas ou capituliformes, com ou sem brácteas concrescidas, terminais ou raramente 
axilares. Flores comumente hermafroditas, actinomorfas, geralmente pouco vistosas, 
pediceladas ou sésseis, frequentemente dimorfas. Cálice cilíndrico ou campanulado, de 
comprimento variável em relação ao comprimento da corola. Corola estreitoinfundibuliforme, 
curto-campanulada ou sub-rotada, valvar na prefloração, de comprimento variável, 
geralmentebranca ou creme, com abundante pilosidade na face interna, sobre a zona de 
inserção dos filetes; tubo curto, cilíndrico ou cônico; lobos 4-5 (6-7), às vezes reflexos, com 
ápices espessos, geralmente encurvados. Estames 4-5(6-7), inseridos no tubo da corola, 
igualando ao número de lobos da mesma, epipétalos, alternados com os lobos da corola, de 
comprimento variável; anteras elipsoides ou alongadas. Ovário em regra 2-locular. Óvulos um 
por lóculo, centralmente ou sub-basalmente inseridos. Disco inteiro ou partido na base. 
Estilete incluso, de comprimento variável; ramos estigmáticos 2, oblongos, lineares ou 
espatulados. Frutos drupáceos, globosos ou elipsoides, 2(3-5)-loculares, roliços ou costados, 
algumas vezes comprimidos lateralmente, brancos, vermelhos, azul-violáceos ou 
atropurpúreos quando maduros. Pirênios 2(3-5), plano convexos, com face ventral plana ou 
longitudinalmente sulcada (acompanhada pelo endocarpo), face dorsal convexa, lisa ou 3-5 
costada. Sementes solitárias em cada pirênio, com endosperma abundante (DELPRETE et al., 
2005). 
 
 
3.4. USO PELOS INDÍGENAS, SEU MODO DE PREPARAÇÃO 
 
 O chá da Ayahuasca consiste da infusão do cipó Banisteriopsis caapi e as folhas do 
arbusto Psycotria viridis. O uso - inicialmente restrito aos povos indígenas (figura 7) - passou 
a ser incorporado pelas civilizações e vilarejos da Amazônia Ocidental, surgindo 
o vegetalismo (medicina popular de civilizações rurais do Peru e da Colômbia, que mantém 
elementos antigos sobre plantas, absorvidos das tribos indígenas e influências do esoterismo 
europeu dos colonizadores) (LABATE e ARAÚJO, 2002). 
 É provável que culturas pré-colombianas, sofisticadas na utilização de plantas 
psicotrópicas, tenham tido uma íntima relação com a ayahuasca e seu preparo. Sua utilização 
se disseminou por entre as tribos indígenas da Bacia Amazônica até o sul dos Andes, para fins 
ritualísticos (MCKENNA, 1998; COSTA et al., 2005). 
 A ayahuasca, antes mesmo da colonização das Américas, já era utilizada por, 
aproximadamente, 72 tribos indígenas distintas da Bacia Amazônica, dentre elas os 
Kaxinawá, Yaminawa, Sharanawa, Ashaninka, Airo-pai, Baranara e outras de cultura xamã 
(COSTA, FIGUEIREDO; CAZENAVE, 2005). Ela é considerada pelas tribos como uma 
bebida sagrada em sua cultura religiosa, utilizada pelo pajé para aconselhamento, cura 
material e espiritual e reencontro com seus antepassados, fato este que ocorre até os dias 
atuais (CÁRDENAS; GÓMEZ, 2004; PEREIRA, 2003). Na cultura indígena, quando se está 
em um estado normal da percepção só é possível ver os corpos e suas utilidades, porém, nos 
estados alterados de consciência é que se defronta o outro lado da realidade, percebendo os 
espíritos que habitam as plantas e os animais e, que as tribos reconhecem, como "gente nossa" 
(LABATE e ARAÚJO, 2002). Nesse ponto, o consumo da Ayahuasca possibilita a percepção 
da igualdade entre os seres (LABATE e ARAÚJO, 2002; MACRAE, 1992). O estado de 
alteração da consciência induzido pelo chá está em relação direta com os sonhos. Perceber o 
lado oculto da realidade é a razão pela qual se sonha ou se ingerir o chá (LABATE e 
ARAÚJO, 2002). A ingestão da bebida seria, ainda, fundamental para o destino do índio 
depois da sua morte. Somente com o chá, o homem poderia perceber a separação entre o 
espírito e o corpo. Sem isso o corpo ficaria louco e não conseguiria alcançar a "aldeia 
celeste", que seria o destino final do espírito. E, também, somente com o chá se pode adquirir 
a força necessária para enfrentar "a luta espiritual com a onça gigante e não ser devorado por 
esta, que está no meio do caminho para a aldeia celeste" (LABATE e ARAÚJO, 2002). 
 
 
Figura 7. Indígena no feitio do chá. 
Fonte: Portal Mundo, 20195. 
 
 
 
3.5. COMPOSIÇÃO QUÍMICA 
 
A B. caapi apresenta compostos alcalóides do tipo β-carbolina: a harmina, a 
tetrahidroharmina, que inibem a enzima monoaminoxidase (MAO), aumentando os níveis de 
 
5 Disponível em: <https://portalmundo.com.br/cresce-o-numero-de-turistas-estrangeiros-vindo-ao-brasil-atras-do-
cha-de-ayahuasca/>. Acesso em 7 de novembro de 2019 
https://portalmundo.com.br/cresce-o-numero-de-turistas-estrangeiros-vindo-ao-brasil-atras-do-cha-de-ayahuasca/
https://portalmundo.com.br/cresce-o-numero-de-turistas-estrangeiros-vindo-ao-brasil-atras-do-cha-de-ayahuasca/
serotonina, dopamina e norepinefrina na fenda sináptica (Costa et al. 2005). Já as folhas da P. 
viridis apresentam a N,N-dimetriltriptamina (DMT). Um alucinógeno que atua como agonista 
para os receptores serotoninérgicos 5-HT1a, 1d, 1b e 5HT2a e 2c. A ingestão de DMT, 
também metabolizado pela MAO, geralmente altera a percepção da realidade com novas 
imagens mentais complexas (HOLMSTED e LINDGREN, 1967; MCKENNA e TOWERS, 
1984; MCKENNA et al., 1984, 1990; DELIGANIS et al., 1991; STRASSMAN et al., 1994). 
Por ter ampla atuação em sistemas biológicos envolvidos na etiologia da depressão, 
acredita-se que esse chá apresente potencial antidepressivo (PALHANO-FONTE et al., 2014). 
Taylor et al. (2015) observaram aumento no transporte de serotonina em usuários do chá em 
rituais religiosos e os próprios usuários, em contextos religiosos, também apontam que a 
substância apresenta efeitos ansiolíticos (MENEGUETTI E MENEGUETTI, 2014). 
A ação da bebida se deve à interação das β-carbolinas com o DMT presentes nas 
plantas, que juntas potencializam as propriedades alucinógenas de ambas isoladas, levando-se 
em consideração que as β-carbolinas aumentem as concentrações de DMT podendo provocar 
distúrbios comportamentais, mas não morfológicas ou quantitativas das células nervosas 
(CORREA et al., 2014) 
 
3.6 EFEITOS APÓS A INGESTÃO DA AYAHUASCA 
 
Os efeitos subjetivos consistem basicamente em visão de imagens com os olhos 
fechados, delírios parecidos com sonhos e sensação de vigilância e estimulação. É comum 
ocorrer concomitantemente hipertensão, palpitação, taquicardia, tremores, midríase, euforia e 
excitação agressiva (CAZENAVE, 2000). Náuseas, vômitos e diarreia são também comuns e 
podem estar associadas à ação no receptor 5-HT2 (KATZUNG, 1998), (figura 8). 
 A Ayahuasca pode promover ilusões visuais, auditivas, olfativas e dos demais sentidos 
(LABIGALINI, 1998; CAZENAVE, 2000). 
 
 
3.7 EFEITOS TERAPÊUTICOS DA AYAHUASCA 
 
 O interesse na aplicação médica da ayahuasca aumentou nos últimos anos e muitos 
dos trabalhos a respeito incluem análises sobre propriedades antioxidantes, antimutagênicas e 
antigenotóxicas (MOURA et al., 2007). Estudos sugerem efeitos psicoterapêuticos e na 
reabilitação de doenças como alcoolismo (MCKENNA, 2004), comportamento violento, 
ansiedade fóbica e depressão grave (MCLLHENNY et al., 2011; GROB et al., 1996; 
HALPERN, 2004). Sugere-se também um potencial terapêutico bioquímico, já que há uma 
regulação do número de recaptação de serotonina em plaquetas sanguíneas (MCLLENNY et 
al., 2009). 
O abandono do vício alcoólico por usuários da ayahuasca é descrito em vários estudos 
(SANTOS et. al., 2006; GROB et. al., 2004; MCKENNA, 2004) onde foi possível averiguar 
que as pessoas não trocaram a dependência ao álcool por outra dependência (LABIGALINI, 
1998), visto que a ayahuasca não causa dependência aos seus usuários. 
 O transportador de monoamina vesicular é uma proteína de transporte integrado na 
membrana de vesículas sinápticas dos neurônios pré-sinápticos. Atua como transportador de 
monoaminas, tais como a serotonina, administrando a recaptação deste neurotransmissor a 
partir da sinapse, e é o local de ação da fluoxetina e outros inibidores seletivos da 
recaptação de serotonina. Assim, o transportador de 5-HT está intimamente envolvido com 
síndromes como depressão e outros transtornos de humor, comportamento suicida, entre 
outros (ROY et al., 1991; TIIHONEN et al., 1997). 
 Pires et. al. (2010) relatam que as informações relacionadasao uso de álcool podem 
ter sido prejudicadas, uma vez que as religiões proíbem seus membros de usarem qualquer 
substância psicoativa, porém os usuários relatam que abandonam o álcool por livre e 
espontânea vontade e não por obrigação. 
 
 
 
 
Figura 8. Os efeitos da Ayahuasca. 
Fonte : Jornal Extra, 20166. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 Disponível em: <https://extra.globo.com/noticias/rio/cha-de-ayahuasca-usado-por-rian-brito-pode-levar-
doenca-permanente-em-casos-raros-18834129.html>. Acesso em 8 de novembro de 2019 
 
3.8 PESQUISA E LEGALIDADE 
 
 No Brasil, surgiu em 1985, pela Divisão de Medicamentos do Ministério da Saúde 
(DIMED), a primeira política importante que classificava as plantas que compõe a ayahuasca 
como sendo substâncias proibidas que foram posteriormente listadas pela Portaria Nº 344/98 
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (LABATE; FEENEY, 2012). 
Entretanto, o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (CONAD) aprovou em 2010 a 
regulamentação de práticas que utilizam a ayahuasca para fins religiosos (VOLCOV et al, 
2011). 
 Os processos de regulação no Brasil foram usados como ponto de partida para 
explorar temas regulatórios internacionais emergentes devido à expansão global do 
Santo Daime e da União do Vegetal. Ao longo dos últimos 20 anos, as religiões 
ayahuasqueiras brasileiras se estabeleceram nos EUA, Canadá, Japão, África do Sul, 
Austrália, e em toda a Europa e América Latina. Como resultado, muitas nações são 
confrontadas com o dilema de equilibrar os interesses destas minorias religiosas com a 
chamada "guerra às drogas", mesmo a ayahuasca não se enquadrando em tal 
característica (BAKER, 2012; LABATE; FEENEY, 2012; LABATE; 2012). 
 O processo de regulamentação aplicado no Brasil exemplificou uma abordagem 
progressiva, visto que considerou questões de antropologia e envolveu representantes 
das religiões ayahuasqueiras (BAKER, 2012; LABATE; FEENEY, 2012; LABATE; 
2012). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. CONCLUSÕES 
 
Este trabalho trouxe uma revisão sobre o uso da ayahuasca, seja este ritualístico ou 
terapêutico, assim como o estudo dos seus componentes, que auxiliam na investigação de um 
possível efeito favorável no tratamento de pessoas com depressão e dependência. 
A Ayahuasca já era utilizada muito antes da colonização das Américas por diversas 
tribos indígenas da Bacia Amazônica, a maioria dos estudos e artigos se refere ao uso da 
ayahuasca, em um contexto ritualístico, como sendo eficaz por parte dos adeptos. Nos 
experimentos e estudos, a ingestão do chá oferece um aumento de serotonina no cérebro, onde 
o desprovimento desse neurotransmissor está associado a doenças, como por exemplo, 
depressão. Diversos estudos também deixam bem claros os efeitos psicoterapêuticos na 
reabilitação de doenças como o alcoolismo e potencial terapêutico bioquímico, pois ocorre 
regulação de serotonina em plaquetas sanguíneas. 
Embora tenha relatos positivos sobre a ingestão do chá, devemos levar em 
consideração a falta de informações sobre a segurança do uso e os possíveis efeitos 
indesejáveis que ainda não foram esclarecidos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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