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Direito Ambiental

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Análise do tema em foco (liberação de uso de agrotóxicos no Brasil atual frente aos Princípios Ambientais da Prevenção e Precaução)
Ângela Calaço dos santos
	Os agrotóxicos são produtos químicos propostos para o uso nas esferas agrícolas, a fim de preservá-las da ação danosa de agentes considerados nocivos. Dentro disso, sabe-se que a liberação desses defensivos coloca em cheque a distinção entre os princípios da Prevenção e da Precaução, além de questionar o momento da importância deles na temática. Decerto, faz-se proeminente ponderar sobre as vantagens e desvantagens dos agrotóxicos.
	A priori, os princípios podem ser definidos como uma união de padrões de condutas existentes de maneira explícita ou implícita na ordem jurídica. Nesse contexto, a distinção entre os princípios de Prevenção e de Precaução é essencial diante da atual conjuntura brasileira, a qual o número de agentes tóxicos aprovados em 2019 é o maior desde 2010, segundo dados do Ministério da Agricultura. A prevenção está ligada ao fato de que, um vez ocorrido o dano ambiental, sua reparação é praticamente impossível, por isso há o dever de preservar o equilíbrio ecológico para as presentes e futuras gerações. A precaução, por sua vez, consiste não em evitar o dano, mas antes disso, pretende mitigar qualquer risco ao meio ambiente. Logo, o atual momento exige a aplicação dos princípios de Prevenção e de Precaução, uma vez que há certeza do dano ambiental causado pelos agrotóxicos e há a necessidade de precaver novas agressões.
	A posteriori, os agrotóxicos surgiram na Segunda Guerra Mundial, com a finalidade de arma química. A partir do fim da guerra, o produto passou a ser utilizado como defensivo agrícola, possuindo vantagens e desvantagens. Primeiro, os pesticidas são úteis no controle de doenças e pragas, colaborando para o aumento da produtividade dos gêneros cultivados. Segundo, essas substâncias causam o desequilíbrio ambiental e o desenvolvimento de diversas doenças, como câncer, alergias, aborto e má formação do feto. Dessa forma, é de suma importância a análise adequada dos agrotóxicos, a fim de mitigar os seus riscos, pois usados nos sistemas agrícolas, eles permanecem nos alimentos e nós ingerimos grande parte dessas substâncias, sem contar nos estragos irreversíveis que eles podem causar nos solos e nas águas. 
	Por conseguinte, é basilar atenuar as problemáticas dos agrotóxicos para o meio ambiente. Assim, o princípio da Precaução chega para driblar o risco dos defensivos aos ecossistemas, já o da Prevenção atua diretamente eximindo o dano. Outrossim, medidas como a orientação agronômica para quem está atuando diretamente no uso desses produtos e a fiscalização, por parte das entidades governamentais, são fundamentais para atenuar as desvantagens dos pesticidas.
Referências
AGRICULTURA, M. da. Governo impões restrições de uso a novos defensivos. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/noticias/governo-impoe-restricoes-de-uso-a-novos-defensivos-agricolas. Acesso em 09/09/2019.
ANSA, M. Governo Bolsonaro libera 51 agrotóxicos em um dia; 290 foram permitidos desde janeiro. Disponível em: https://www.metrojornal.com.br/foco/2019/07/23/bolsonaro-libera-agrotoxicos.html. Acesso em 09/09/2019.
DOUGLAS, R. Governo bate recorde de liberação de agrotóxicos em 10 anos. Disponível em: https://www.poder360.com.br/governo/governo-bate-recorde-de-liberacao-de-agrotoxicos-em-10-anos/. Acesso em 09/09/2019.
GLOBO, Jornal. Ministério da Agricultura libera mais 51 agrotóxicos. Disponível em: http://g1.globo.com/globo-news/estudio-i/videos/t/todos-os-videos/v/ministerio-da-agriculturalibera-mais-51-agrotoxicos/7783626/. Acesso em 09/09/2019.
IMPRENSA NACIONAL. Diário Oficial da União. Ato nº 48, de 19 de junho de 2019 , Brasília, p. 6, 2019. Disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=22/07/2019HYPERLINK "http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=22/07/2019&jornal=515&pagina=6&totalArquivos=155"&HYPERLINK "http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=22/07/2019&jornal=515&pagina=6&totalArquivos=155"jornal=515HYPERLINK "http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=22/07/2019&jornal=515&pagina=6&totalArquivos=155"&HYPERLINK "http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=22/07/2019&jornal=515&pagina=6&totalArquivos=155"pagina=6HYPERLINK "http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=22/07/2019&jornal=515&pagina=6&totalArquivos=155"&HYPERLINK "http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=22/07/2019&jornal=515&pagina=6&totalArquivos=155"totalArquivos=155. Acesso em 09/09/2019.
MACHADO, P.A.L. Direito Ambiental Brasileiro. [S.1.]: Malheiros Editores, 2018.

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