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APS – CANCELAMENTO DE SHOW 24 HORAS ANTES DA REALIZAÇÃO Guilherme Gigek de Oliveira, RA 3306408, Turma 003103B02 Sumário: 1. Dos Fatos e Obrigações. 2. Da Inadimplência. 3. Da Solução. 1. Dos Fatos e Obrigações RPG, famosa banda de rock internacional, cancelou um show menos de 24 horas antes de sua realização, frustrando 50 mil adquirentes dos ingressos comercializados pela empresa VELOZ TICKET. Diante da presente questão de obrigações não cumpridas, faz valer, para fins de evitar injustiças, explicar quais vínculos obrigacionais são existentes, quais não são, e quais foram ou não as obrigações não cumpridas. Primeiramente, a banda RPG, visando produzir um show para cinquenta mil pessoas na capital do Estado de São Paulo, contratou a VELOZ TICKET, empresa especializada em organização de grandes eventos, para vender os ingressos do show ao público interessado, bem como fazer as devidas propagandas da apresentação, e montar a estrutura física para a realização do mesmo, em troca de uma quota da importância recebida com a venda dos já citados ingressos. Aqui se estabelece as primeiras obrigações existentes no presente drama jurídico; as obrigações de fazer da empresa VELOZ TICKET para com a banda RPG, e a obrigação de dar coisa certa da banda RPG para com a empresa VELOZ TICKET. Em outro plano de obrigações, a empresa VELOZ TICKET, quando colocou à venda os ingressos relativos ao evento, assumiu com os compradores do mesmo não a obrigação de fazer, mas sim a obrigação dar coisa certa, isso é, o próprio ingresso, em troca do valor monetário correspondente ao mesmo (obrigação da dar por parte dos compradores para com a VELOZ TICKET). Dito isso, vale ressaltar, com máxima seriedade, que em momento algum a empresa supracitada assumiu qualquer responsabilidade de fazer, no tocante a fazer a apresentação, com os compradores desses ingressos. Por fim, a banda RPG, quando firmou o já citado contrato com a VELOZ TICKET, também assumiu a responsabilidade de fazer coisa infungível, ou seja, a obrigação de realizar a apresentação, com o público que viesse a comprar os ingressos disponibilizados. Dessa forma, todos aqueles que compraram as entradas do evento são credores da obrigação firmada pela banda RPG (devedor). 2. Da Inadimplência Um dia antes da efetiva realização da apresentação, a banda RPG, composta por todos os seus integrantes, se encontrava em Londres, no aeroporto internacional de Heathrow, quando o voo que os traria para São Paulo foi, inesperadamente, cancelado, bem como todos os outros que decolariam do mesmo local naquele dia. A empresa aérea, junto da administradora oficial do aeroporto, informou que o cancelamento foi necessário para que a segurança de todos os passageiros fosse garantida, haja visto que as condições climáticas do local no dia eram impróprias para um voo seguro. A banda, sabendo que aquela informação, tentou procurar meios alternativos para a realização da viagem, entretanto, nenhum desses teria sucesso em fazer o transporte dos artistas de Londres até São Paulo, de forma segura, em menos de 24 horas. Diante disso, com pesar, o preposto da banda, por meio de nota oficial vinculada aos veículos oficiais da banda, veio a informar aos seus credores (o público que comprou os ingressos para o evento) que a obrigação de fazer – realizar a apresentação - não seria cumprida, por motivos de força maior. Nesse ponto, a obrigação da banda para com os seus credores não foi adimplida, desse modo, a banda passada a ser uma devedora inadimplente, de forma a ser passível de ser demandada por qualquer uma das pessoas que compraram uma ou mais entradas para o evento e não puderam disfrutar do mesmo. Diante disso, visando evitar que tais demandas ocorram, ou mesmo solucionando as demandas já impetradas, a seguinte solução deve ser executada. 3. Da Solução Intentando solucionar as demandas existentes e evitando a maior parte das que estão por vir, a presente solução deve ser executada: a) Todos os credores devem ter a importância dispendida na compra dos ingressos devolvidas pela VELOZ TICKET pela RPG (dependendo com que o montante estiver), uma vez que a não realização do evento, por motivos de força maior (sem culpa), não acarreta em perdas e danos, embora impute em devolução do valor gasto pelo credor; em consonância ao artigo 248 do código civil. b) As obrigações entre a banda RPG e VELOZ TICKET simplesmente resolvem- se, haja visto que a quota dos lucros com o show é nula, já que o show nunca ocorreu (art. 238, CC). A empresa VELOZ TICKET assumiu o risco de sofrer um prejuízo nesse caso, uma vez que não colocou em contrato uma cláusula prevendo ressarcimento em caso de não realização do evento.
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