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APS_Direito Civil Obrigações

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RPG, famosa banda de rock internacional, cancelou um show menos de 24 horas antes de sua realização, frustrando 50 mil adquirentes dos ingressos comercializados pela empresa VELOZ TICKET. A partir desse contexto, elabore relatório final individualmente, na condição de advogado(a) de defesa da banda e empresa de venda de ingressos. Ao final, analise qual seria a solução mais adequada para o caso concreto, de maneira fundamentada. 
A relação da banda RPG com a empresa Veloz Ticket é guiada por uma obrigação de fazer, sendo que a obrigação da Veloz Ticket era a comercialização dos ingressos, enquanto que a obrigação da banda RPG era a realização do show de rock, não podendo ser substituída por outra banda ou cantor, visto que se trata de ato personalíssimo. Entretanto, a banda supracitada não se apresentou para o público que adquiriu os ingressos, pois cancelou o show com menos de 24 horas de antecedência, não cumprindo sua obrigação personalíssima. 
Considerando o caso em tela, o cancelamento do show ocorreu devido a caso fortuito ou força maior. Portanto, a banda RPG não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado, de acordo com o disposto no artigo 393 do Código Civil.
A Veloz Ticket não tem responsabilidade por eventuais cancelamentos de shows, pois foi contratada apenas para o serviço de venda de ingressos. Posto que possa parecer uma obrigação de dar coisa certa, a venda de ingressos é uma obrigação de fazer, porque o ingresso não é o objeto final, e sim o show. Considerando que a empresa supracitada não se recusou a prestação que lhe foi imposta e ela não lhe era exequível, não indenizará os adquirentes dos ingressos por perdas e danos, conforme disposto no artigo 247 do Código Civil. Também, com fulcro no artigo 248 do mesmo diploma legal, como a prestação do fato tornou-se impossível sem culpa da Veloz Ticket, resolver-se-á a obrigação, tendo somente que fazer a devolução do valor integral cobrado pelos ingressos, não respondendo por perdas e danos.
 Nesse sentido, tem-se a Jurisprudência acerca do tema:
INDENIZAÇÃO – COMPRA DE INGRESSO PARA ASSISTIR SHOW NO “ROCK IN RIO” – CANCELAMENTO DA APRESENTAÇÃO PELA ARTISTA POR MOTIVO DE SAÚDE – CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR – FATO EXCLUDENTE DA RESPONSABILIDADE CIVIL – DANO MATERIAL – DESCABIMENTO – VIAGEM REALIZADA EM PERÍODO DE FÉRIAS – SHOW NÃO FOI MOTIVO EXCLUSIVO – DANO MORAL NÃO CONFIGURADO – APELAÇÃO IMPROVIDA.
(TJ-SP – AC: 10069946320188260562 SP 1006994 -63.2018.8.26.0562, Relator: Matheus Fontes, Data de Julgamento: 12/09/2019, 22° Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 12/09/2019)
A banda, co nt ratou o s serviço s da em presa Velo z Ticket para que fizesse a venda de ing resso s, c riando 
uma o brigação de fazer. 
A banda que iria se apresent ar para 50 mil pessoa s, sendo uma obrig ação personalíssima ou serviço 
humano imat erial infungível, no qual não foi cumprida. 
A Veloz Ticket não terá responsabilidade po r event uais at rasos o u problemas na apresent ação, pois que 
foi co nt rat ada so ment e para a venda de ingressos. Embo ra possa parec er uma obrig ação de dar coisa 
ce rta, aquela venda de ing ressos, não é. Trata-se de uma obrigação de fazer, po is o ing resso não é o fim 
em si mesmo da relaç ão, e sim o sho w. 
Para evitar o ag ravamento da sit uação e o prejuízo de imagem ent ram em co nt at o , a banda e a em presa 
co m o advog ado de notó ria at uação na área expl ic a: 
A obrig ação de fazer infungível reso lve -se sem perdas e danos em caso de impossibilidade de se 
cumprir, como disciplina os seg uinte s art igos do código c ivil. 
Art . 247 – Inco rre na obrigação de indenizar perdas e dano s o devedo r que rec usar a prestação a ele só 
impo sta, o u só po r ele exequível. 
Art . 248 – Se a prestação do fato tornar-se impossível sem c ulpa do devedo r, reso lver-se -á a obrigaç ão; 
se por c ulpa dele, responderá po r perdas e danos. 
Se ndo assim, a Velo z Ticket , não t erá que indenizar seus a dquirente s, t endo so ment e que fazer a 
devo lução do valor integral cobrado nos ing resso s. 
Pesquisa Jurisprudencial e Dout rinaria 
Int rodução No filme Obrigado po r fuma, Nick Naylor, port a vo z das g randes empresas de cig arro s e, 
odiado pela produç ão devido a esse o fíc io. Em cert a alt ura a repórt er Heat her Hollo way, se relaciona 
co m o protago nist a, afim de adquirir informaçõ es pessoa is e so bre sua at ividade profissio nal, 
publicando assim, mat erial que viola sua int imidade, divulgando inform ações e seus amigos e demais 
mem bro s do ciclo ínt imo . 
Esse trabalho propõ e-se a analisar do que se trat a o direito a intimidade, bem como sua relat ivização. 
Int imidade na co nstit uição 
A intimidade é um direito fundament al, previst o no art . 5º, inciso X, da co nstit uição federal de 1988 
que fala: São invio láveis a int imidade, a vida privada, a honra e a image m das pesso as, asseg urando o 
direito a indenização pelo dano ma terial ou moral decorrent e de sua vio laç ão . Daí deco rrendo sua 
pro t eç ão em t odo o orde namento jurídic o. 
Int imidade no Códig o C ivil 
O código civil é uma das leis que t ut ela o assunt o . So bre a privacidade dispõ e o art. 21 do Có dig o C ivil: 
A vida privada da pessoa nat ural é invio lável, e o juiz, a requerime nto do interessado, adot ará as 
pro vidências necessárias para impedir ou faze r cessar o ato co ntrário a est a no rma. E sobre esse leciona 
Ca rlos Roberto Gonça lve s: 
1 O dispositivo, em co nso nância co m o dispost o no art . 5º, inciso X, da Co nst ituição Fede ral, supra -
referido, prot ege to dos os aspecto s da int imidade da pesso a, co ncede ndo ao prejudica do a prerrog ativa 
de pleit ear que cesse o ato abusivo o u ilega l.

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