Clamídia trabalho pronto

Prévia do material em texto

Clamídia 
Thaynara Gonçalves Rodrigues
Unesa – Estácio 
Docente: Adriana Pitinato
Sistematização do Cuidar III 
		
		
		
 Conceito 
Clamídia é a doença sexualmente transmissível (IST) de maior prevalência no mundo. Ela é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que pode infectar homens e mulheres e ser transmitida da mãe para o feto na passagem pelo canal do parto.
A infecção atinge especialmente a uretra e órgãos genitais, mas pode acometer a região anal, a faringe e ser responsável por doenças pulmonares.
A clamídia é uma das causas da infertilidade masculina e feminina.
 Fisiopatologia
Entre 2004 e 2005, o número de casos confirmados de clamídia aumentou 5%, de 104.733 para 109.958. As mulheres sexualmente ativas com menos de 25 anos têm 1 em 10 hipóteses de ter clamídia, e os homens com idades compreendidas entre os 20 e os 30 anos têm um risco maior de ficarem infectados.
Como a clamídia por vezes não tem sintomas, tanto nos homens como nas mulheres, muitas vezes não é diagnosticada, a menos que dela originem complicações. Contudo, uma vez diagnosticada a infecção, esta é facilmente tratável
 Causas 
A Chlamydia trachomatis é o agente causador de doenças do trato urogenital, linfogranuloma venéreo (LGV), tracoma, conjuntivite de inclusão e pneumonia no recém-nascido. O maior impacto da infecção por clamídia ocorre no sistema reprodutivo; em geral, é assintomática em até 50% dos homens e em 70% das mulheres.
Na mulher, a infecção genital pode causar salpingite, cervicite, uretrite, endometrite, doença inflamatória pélvica (DIP).
No homem, a clamídia é responsável por 30% a 50% dos casos de uretrite não-gonocócica, e, quando não-tratada, pode levar à síndrome de Reiter. Uma característica desta síndrome é a recorrência, e inclui uretrite, artrite, uveíte e, frequentemente, lesões de pele e de membranas mucosas.
 Sinais e Sintomas 
Nas mulheres, pode haver dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), aumento de corrimento, sangramento fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual. Entretanto, é muito comum estar doente e não ter sintoma algum. Por isso, é recomendável procurar um serviço de saúde periodicamente, em especial se houve sexo sem camisinha. 
Nos homens, normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento ao urinar, podendo causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. É possível que não haja sintomas e o homem transmita a doença sem saber. Para evitar, é necessário o uso da camisinha em todas as relações sexuais.
 Fatores de risco 
Manter relações sexuais desprotegidas é o principal fator de risco para contaminação por clamídia. Independentemente do número de parceiros que uma pessoa venha a ter, o fator determinante para a transmissão dessa e de outras doenças sexualmente transmissíveis (ISTs) é a ausência de preservativo durante o ato sexual.
 Possíveis Complicações
Quando não tratada, a clamídia pode provocar algumas complicações, como:
infertilidade (dificuldade para ter filhos);
dor crônica na região pélvica (“pé da barriga”);
dor durante as relações sexuais;
gravidez tubária (quando ocorre nas trompas);
complicações na gestação. 
A clamídia na gravidez pode provocar diversas complicações durante e depois da gestação, tais como:
gravidez tubária (que ocorre nas trompas);
aborto espontâneo;
inflamação da camada interna do útero (endometrite);
parto precoce (com risco de parto antes das 37 semanas de gravidez);
infecção pós-parto (se a clamídia for contraída durante a gestação).
 Exames diagnóstico
Os testes de PCR são os exames de escolha para o rastreamento e o diagnóstico das infecções urogenitais causadas pela bactéria Chlamydia trachomatis. Este PCR possui alta sensibilidade de detecção, acima de 90%, e mantém a especificidade superior a 99%. Trata-se de uma metodologia capaz de detectar mais casos dessa infecção do que a cultura ou a imunofluorescência direta ou indireta.
O exame de sangues(hemograma) o de urina, da secreção uretral e do material obtido por esfregaço na uretra (nas mulheres, também o material colhido no colo do útero) e o exame para detectar os anticorpos anticlamídia (IgM) são de extrema importância.
 Prevenção
As seguintes medidas gerais podem ajudar a prevenir infecções por clamídia (e outras ISTs):
Uso correto e regular de preservativos ( Como usar um preservativo)
Evitar práticas sexuais inseguras, tais como trocar de parceiros sexuais com frequência ou ter relações sexuais com prostitutas ou parceiros que possuem outros parceiros sexuais
Diagnóstico e tratamento imediatos da infecção (para impedir a transmissão para outras pessoas)
Identificação dos contatos sexuais de pessoas infectadas, seguida de aconselhamento ou tratamento desses contatos
Não praticar sexo (anal, vaginal ou oral) é a maneira mais confiável de prevenir ISTs, mas normalmente fora da realidade.
 Tratamento
Os medicamentos mais indicados para o tratamento da clamídia são a Azitromicina, que pode ser tomada em dose única, ou a Doxiciclina, que deve ser tomada por 7 dias ou de acordo com a orientação do médico. Outros remédios que podem ser indicados para o tratamento da clamídia são Eritromicina, Tetraciclina, Ofloxacina, Rifampicina, Sulfametoxazol e Tetraciclina, que devem ser tomados de acordo com a recomendação médica. Com o tratamento adequado é possível erradicar completamente a bactéria.
Durante a gravidez, o tratamento da infecção deve ser feito com Azitromicina ou Eritromicina.
O medicamento indicado pelo ginecologista ou urologista deve ser tomado na dose e durante os dias por ele indicados e durante este período é aconselhado não ter contato íntimo e tomar os remédios até a data prescrita mesmo que os sintomas desapareçam antes dessa data. Além disso, os parceiros também devem ser tratados mesmo que não tenham sintomas, já que esta é uma doença que só passa de uma pessoa para outra através da relação sexual sem camisinha.
Durante o tratamento com antibióticos é possível que surjam efeitos colaterais relacionados ao medicamento, como por exemplo a diarreia, Caso isso aconteça, deve-se continuar com o medicamento, mas é indicado que a pessoa tome um repositor da flora intestinal como UL 250, por exemplo. 
A clamídia, se não tratada adequadamente, aumenta os riscos de contaminação e transmissão do HIV.
Caso Clinico
 J.M.R.C 17anos, parda, solteira, ensino médio completo, sexo feminino, natural do Rio de Janeiro, Com vida sexual ativa. Mora com os pais em casa de alvenaria com agua tratada, luz elétrica, e saneamento básico, possui uma boa alimentação, nega uso de drogas licitas e ilícitas, faz uso de anticoncepcional. Compareceu ao consultório ginecológico para consulta acompanhada de sua mãe. A paciente relatou dor pélvica, leucorréia de aspecto amarelo, prurido vaginal, metrorragias, dispareunia , e disúria, diz que a um mês notou o aparecimento de um nódulo na virilha. Relatou ter mais de um parceiro sexual, não faz uso de preservativos e realiza a pratica de sexo anal e vaginal. Nega outras alterações cognitivas e motoras.
 Exame Fisíco 
Sinais vitais: Tax:36,6C (afebril) Fc:80bpm Fr: 17irpm Eupneica Pa:120*80mmhg.
Ao exame físico a paciente encontrava-se em bom estado geral, lucida e orientada em tempo e espaço, pele integra, hidratada, normocorada, normotérmica, sem presença de manchas, edemas ou demarcações. Boca sem anormalidades com arcada dentaria completa, sem desvio de úvula. Crânio sem abaulamentos ou depressões, couro cabeludo integro sem presença de pediculoses, globo ocular normal, pupilas isocóricas, tórax simétrico. Ausculta pulmonar; MVUA S/RA som claro pulmonar. Ausculta cardíaca: Bulhas normofonéticas em 2t S/S. Adômen: presença de ruídos hidroaérios com dor a palpação. Exame neurológico sem alterações. Geniturinario com presença de linfogranuloma venério, prurido, Vulva com presença de leucorreia de aspecto amarelado, Disúria. Ao exame especular sensível aotoque queixando- se de dor, presença de cervicite. Exames complementares: PCR e Hemograma completo onde foi diagnosticada e confirmada a infecção por Clamidia.
Diagnósticos de Enfermagem
Eliminação urinaria prejudicada relacionado- a infecção evidenciada por disúria.
Disfunção sexual prejudicada, relacionado- a vulnerabilidade evidenciado por dispareunia
 Integridade da pele prejudicada relacionado-a presença de um agente infeccioso caracterizado por linfogranuloma venério.
Dor aguda relacionada ao desconforto na região hipogástrica caracterizado por expressão facial a dor.
Proteção ineficaz associado a distúrbio imunológico caracterizado por leucorreia e prurido vaginal.
Motilidade gastrintestinal disfuncional relacionado a imobilidade caracterizado por dor abdominal
 Assistência de Enfermagem
Orientar sobre relações sexuais desprotegidas.
Proporcionar o alivio ideal da dor do paciente com o uso de analgésicos prescritos.
Orientar a paciente sobre seus parceiros sexuais para que eles possam se prevenir e fazer exames.
Solicitar exames laboratoriais como hemograma e PCR.
Orientar a paciente sobre o uso de Azitromicina e Doxiciclina sobre prescrição e receita médica.
Administrar antipruríticos quando necessário.
Encaminhar o paciente a um terapeuta sexual, conforme apropriado.
Monitorar a integridade da pele do paciente.
Manter os rituais de higiene.
 Evolução de Enfermagem
Sinais vitais: Tax:36,6C (afebril) Fc:80bpm Fr: 17irpm Eupneia Pa:120*80mmhg
Ao exame físico a paciente encontrava-se em bom estado geral, lucida e orientada e tempo e espaço, pele integra, hidratada, normocorada, normotermica, sem presença de manchas, edemas ou demarcações. Boca sem anormalidades com arcada dentaria completa, sem desvio de úvula. Crânio sem abaulamentos ou depressões, couro cabeludo integro sem presença de pediculoses, globo ocular normal, pupilas isocóricas, tórax simétrico. Ausculta pulmonar; MVUA S/RA som claro pulmonar. Ausculta cardíaca: Bulhas normofonéticas em 2t S/S. Abdômen: Ruídos Hidroaéreos normais. Exame neurológico sem alterações. Geniturinario sem presença de linfogranuloma venério, Vulva normal sem presença de leucorreia de aspecto amarelado, e prurido. Ao exame especular normal, sem presença de cervicite no colo uterino. A paciente compareceu ao consultório ginecológico 2 semanas atrás com suspeita de infecção por clamídia onde foi feitos exames de PCR e Hemograma completo. A paciente relatou não ter tido mais relações sexuais desprotegidas com seus parceiros e vai continuar com o tratamento para a cura total da doença causada pela bactéria Chlamydia trachomatis.