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aula 12 - A afetividade e suas alterações

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A AFETIVIDADE E SUAS ALTERAÇÕES
Prof.ª: Katia de Paula Avelino Serafini
Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais (cap. 16) 
DEFINIÇÕES BÁSICAS
A vida afetiva é a dimensão psíquica que dá cor, brilho e calor a todas as vivências humanas. 
Sem afetividade, a vida mental torna-se vazia, sem sabor. 
Afetividade é um termo genérico, que compreende várias modalidades de vivências afetivas, como o humor, as emoções e os sentimentos.
Distinguem-se cinco tipos básicos de vivências afetivas:
1. Humor ou Estado de Ânimo 
2. Emoções 
3. Sentimentos 
4. Afetos 
5. Paixões
1- HUMOR OU ESTADO DE ÂNIMO
O humor, ou estado de ânimo, é definido como o tônus afetivo do indivíduo, o estado emocional basal e difuso em que se encontra a pessoa em determinado momento. É a disposição afetiva de fundo que penetra toda a experiência psíquica. a lente afetiva que dá às vivências do sujeito, a cada momento, uma cor particular, ampliando ou reduzindo o impacto das experiências reais e, muitas vezes, modificando a natureza e o sentido das experiências vivenciadas.
2- Emoções
Podem ser definidas como reações afetivas agudas, momentâneas, desencadeadas por estímulos significativos. Assim, A emoção é um estado afetivo intenso, de curta duração, originado geralmente como a reação do indivíduo a certas excitações internas ou externas, conscientes ou inconscientes.
O humor e as emoções são, ao mesmo tempo, experiências psíquicas e somáticas, e revelam sempre a unidade psicossomática básica do ser humano. 
3- Sentimentos
Os sentimentos estão comumente associados a conteúdos intelectuais, valores, representações e, em geral, não implicam concomitantes somáticos. Constituem fenômeno muito mais mental que somático.
Os afetos e os sentimentos são vivenciados, de modo geral, em dois pólos: agradável e desagradável, prazeroso e desprazível. 
De acordo com sua tonalidade afetiva, podemos expor os seguintes sentimentos:
Sentimentos da esfera da tristeza: melancolia, saudade, tristeza, nostalgia, vergonha, impotência, aflição, culpa, remorso, autodepreciação, autopiedade, sentimento de inferioridade, infelicidade, tédio, desesperança, etc. 
Sentimentos da esfera da alegria: euforia, júbilo, contentamento, satisfação, confiança, gratificação, esperança, expectativa, etc. 
Sentimentos da esfera da agressividade: raiva, revolta, rancor, ciúme, ódio, ira, inveja, vingança, repúdio, nojo, desprezo, etc. 
Sentimentos relacionados à atração pelo outro: amor, atração, tesão, estima, carinho, gratidão, amizade, apego, apreço, respeito, consideração, admiração, etc. 
Sentimentos associados ao perigo: temor, receio, desamparo, abandono, rejeição, etc. 
Sentimentos de tipo narcísico: vaidade, orgulho, arrogância, onipotência, superioridade, empáfia, prepotência, etc.
4- Afetos
Define-se afeto como a qualidade e o tônus emocional que acompanha uma ideia ou representação mental. 
Em acepção mais ampla, usa-se também o termo afeto para designar, de modo inespecífico, qualquer estado de humor, sentimento ou emoção.
5- Paixões
A paixão é um estado afetivo extremamente intenso, que domina a atividade psíquica como um todo, captando e dirigindo a atenção e o interesse do indivíduo em uma só direção, inibindo os demais interesses.
EMOÇÃO VERSUS RAZÃO
Na tradição do pensamento ocidental, a emoção opõe-se frontalmente à razão; segundo essa tradição, a emoção cega o homem e o impede de pensar com clareza e sensatez.
 Mesmo aceitando a tradicional primazia da razão sobre a emoção na apreensão da verdade, deve-se admitir que certas dimensões da vida só são realmente acessíveis pela lente da emoção, pois, como diz o filósofo Pascal, “há razões que a razão desconhece”.
REAÇÃO AFETIVA
A vida afetiva ocorre sempre em um contexto de relações do Eu com o mundo e com as pessoas, variando de um momento para outro à medida que os eventos e as circunstâncias da vida se sucedem. 
Nesse sentido, há duas importantes dimensões da resposta ou reação afetiva de um indivíduo. 
(1) sintonização afetiva: a capacidade de o indivíduo ser influenciado afetivamente por estímulos externos; assim, o sujeito entristece-se com ocorrências dolorosas, alegra-se com eventos positivos, ri com uma boa piada, enfim, entra em sintonia com o ambiente. 
(2) irradiação afetiva: é a capacidade que o indivíduo tem de transmitir, irradiar ou contaminar os outros com seu estado afetivo momentâneo; por meio da irradiação afetiva, faz com que os outros entrem em sintonia com ele (Giglio, 1974). Na condição de rigidez afetiva, o indivíduo não deseja, tem dificuldade ou impossibilidade tanto de sintonização como de irradiação afetiva; ele não produz reações afetivas nos outros nem reage afetivamente diante da situação existencial cambiante.
ASPECTOS PSICODINÂMICOS DA AFETIVIDADE
Concepção freudiana
Freud concebe a angústia como um afeto básico emergindo do eterno conflito entre o indivíduo, seus impulsos instintivos primordiais, seus desejos e suas necessidades, por um lado, e, por outro, as exigências de comportamento civilizado, restrições (p. ex., não desejar a mulher do próximo, não matar, respeitar o tabu do incesto, etc.) que a cultura impõe ao indivíduo. Devido a tais restrições, a pessoa experimenta irremediável “mal-estar na cultura”.
A angústia funcionaria então como sinal de desprazer que suscitaria da parte do Eu uma reação de defesa passiva ou ativa, ativando o recalque ou outros mecanismos de defesa, a fim de evitar uma situação de perigo mais importante e, conseqüentemente, uma angústia muito maior. 
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA AFETIVIDADE
Alterações do humor
Distimia: em psicopatologia geral, é o termo que designa a alteração básica do humor, tanto no sentido da inibição como no sentido da exaltação. 
 nas últimas décadas, o termo genérico depressão, significando tristeza patológica, tornou-se uma designação consagrada, que vem substituindo o termo clássico distimia hipotímica ou melancólica. 
A psicopatologia geral utiliza, nessa mesma linha, os termos distimia hipertímica, expansiva ou eufórica, para nomear a exaltação patológica do humor, ou seja, as bases afetivas dos quadros maníacos.
Disforia: por sua vez, diz respeito à distimia acompanhada de uma tonalidade afetiva desagradável, mal-humorada. Quando se fala em depressão disfórica ou mania disfórica, está sendo designado um quadro de depressão ou de mania acompanhado de forte componente de irritação, amargura, desgosto ou agressividade.
No espectro maníaco, o termo euforia, ou alegria patológica, define o humor morbidamente exagerado, no qual predomina um estado de alegria intensa e desproporcional às circunstâncias. Já no estado de elação, há, além da alegria patológica, a expansão do Eu, uma sensação subjetiva de grandeza e de poder. O Eu vai além dos seus limites, ganhando o mundo. 
A puerilidade é uma alteração do humor que se caracteriza pelo aspecto infantil, simplório, regredido. O indivíduo ri ou chora por motivos banais; sua vida afetiva é superficial, sem afetos profundos, consistentes e duradouros. 
No estado de êxtase, há uma experiência de beatitude, uma sensação de dissolução do Eu no todo. Está frequentemente associado a experiências circunscritas a um contexto religioso ou místico, não sendo aqui considerado como fenômeno psicopatológico, mas cultural.
Na irritabilidade patológica, há hiper-reatividade desagradável, hostil e, eventualmente, agressiva a estímulos (mesmo leves) do meio exterior. Qualquer ruído (de crianças, da televisão, de carros, etc.), a presença de muitas pessoas no local, qualquer crítica à pessoa do doente, enfim, tudo é vivenciado com muita irritação. 
ANSIEDADE, ANGÚSTIA E MEDO
A ansiedade é definida como estado de humor desconfortável, apreensão negativa em relação ao futuro, inquietação interna desagradável. Inclui manifestações somáticas e fisiológicas (dispneia, taquicardia, vasoconstrição ou dilatação, tensão muscular, parestesias, tremores, sudorese, tontura, etc.) e manifestações psíquicas (inquietação interna, apreensão, desconforto mental,etc.). 
O termo angústia relaciona-se diretamente à sensação de aperto no peito e na garganta, de compressão, sufocamento. Assemelha-se muito à ansiedade, mas tem conotação mais corporal e mais relacionada ao passado.
O medo, caracterizado por referir-se a um objeto mais ou menos preciso, diferencia-se da ansiedade e da angústia, que não se referem a objetos precisos (o medo é, quase sempre, medo de algo).
ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E DOS SENTIMENTOS
Apatia: É a diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva. Os pacientes queixam-se de não poderem sentir nem alegria, nem tristeza, nem raiva, nem nada.
Hipomodulação do afeto: Incapacidade do paciente de modular a resposta afetiva de acordo com a situação existencial, indicando rigidez na sua relação com o mundo.
Inadequação do afeto ou paratimia: Reação completamente incongruente a situações existenciais ou a determinados conteúdos ideativos, revelando desarmonia profunda da vida psíquica, contradição profunda entre a esfera ideativa e a afetiva.
Pobreza de sentimentos e distanciamento afetivo: Perda progressiva e patológica das vivências afetivas. Há, aqui, O empobrecimento relativo à possibilidade de vivenciar alternâncias e variações sutis na esfera afetiva.
Embotamento afetivo e devastação afetiva: Perda profunda de todo tipo de vivência afetiva. Ao contrário da apatia, que é basicamente subjetiva, o embotamento afetivo é observável, constatável por meio da mímica, da postura e da atitude do paciente.
Sentimento de falta de sentimento: É percebido claramente pelo doente, que se queixa de sentir-se intimamente morto ou em estado de vazio afetivo. Ao contrário da apatia, o sentir o “não-sentir” é vivenciado com muito sofrimento, como uma tortura.
Anedonia: É a incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com determinadas atividades e experiências da vida. O paciente relata que, diferentemente do que ocorria antes de adoecer, agora não consegue mais sentir prazer sexual, não consegue desfrutar de um bom papo com os amigos, de um almoço gostoso com a família, de um bom filme, etc. 
Obs.: A apatia (incapacidade de sentir afetos) e a anedonia (incapacidade de sentir prazer) são fenômenos muito próximos que ocorrem, na maioria das vezes, de forma simultânea.
Indiferença afetiva: Foi descrita particularmente na histeria como uma “bela indiferença” (belle indifference). Trata-se de certa frieza afetiva incompreensível diante dos sintomas que o paciente apresenta.
Labilidade afetiva e incontinência afetiva: São os estados nos quais ocorrem mudanças súbitas e imotivadas de humor, sentimentos ou emoções. O indivíduo oscila de forma abrupta, rápida e inesperada de um estado afetivo para outro.
Ambivalência afetiva: Sentimentos opostos em relação a um mesmo estímulo ou objeto, sentimentos que ocorrem de modo absolutamente simultâneo. Assim, o indivíduo sente, ao mesmo tempo, ódio e amor, rancor e carinho por alguém.
Neotimia: São afetos muito estranhos e bizarros para a própria pessoa que os experimenta. Faz parte da experiência peculiar e radicalmente diferente da esquizofrenia.
Medo: Trata-se do estado de progressiva insegurança e angústia, de impotência e invalidez crescentes, ante a impressão iminente de que sucederá algo que o indivíduo quer evitar, o que progressivamente se considera menos capaz de fazer.
Fobias: São medos determinados psicopatologicamente, desproporcionais e incompatíveis com as possibilidades de perigo real oferecidas pelos desencadeantes, chamados de objetos ou situações fobígenas. 
A fobia simples é o medo intenso e desproporcional de determinados objetos. 
A fobia social é o medo de contato e interação social. 
A agorafobia é o medo de espaços amplos e de aglomerações como estádios. 
A claustrofobia é o medo de entrar (e ficar preso) em espaços fechados, como elevadores.
Pânico: É uma reação de medo intenso, de pavor, relacionada geralmente ao perigo imaginário de morte iminente, descontrole ou desintegração. Ocorrem sintomas somáticos autonômicos, decorrentes da ansiedade intensa, como palpitações, sudorese fria, tremores, parestesias (principalmente formigamentos nos lábios e/ou ponta dos dedos), sensação de falta de ar, desconforto respiratório, dor ou desconforto no peito, náusea, sensação da cabeça ficar leve, medo de perder o controle ou enlouquecer, medo de morrer ou de ter um ataque cardíaco e, em alguns casos, despersonalização e/ou desrealização. 
Obs.: O paciente frequentemente relata que tinha a nítida sensação de que iria morrer, perder o controle ou ter um ataque do coração. 
As crises duram alguns minutos e tendem a repetir-se com periodicidade variável. 
Obs.: Alguns sentimentos e emoções considerados normais podem ter implicações psicopatológicas conforme a intensidade e o contexto no qual surgem e se desenvolvem. Vale ressaltar aqui a inveja e o ciúme.
O ciúme é um fenômeno emocional complexo no qual o indivíduo sente receio, medo, tristeza ou raiva diante da idéia, sensação ou certeza de que a pessoa amada gosta mais de outra pessoa (ou objeto) e pode abandoná-lo ou preteri-lo.
A inveja é a sensação de desconforto, raiva e angústia diante da constatação de que outra pessoa possui objetos, qualidades, relações que o indivíduo gostaria de ter, mas não tem.

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