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DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÕES EM ÂMBITO FEDERAL

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ
DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÕES EM ÂMBITO FEDERAL
CURITIBA/PR
2018
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ
CARLOS ALBERTO JUNGLES CAMARGO
DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÕES EM ÂMBITO FEDERAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Educação São Braz, como requisito legal para convalidação de competências, para obtenção de certificado de Qualidade Pública e Responsabilidade Fiscal conforme Norma Regimental Interna e Art.47, Inciso 2, da LDB 9394/96.
Orientadora: Patrícia Arianne Cornelsen
CURITIBA/PR
2018
Olá, 
Eu me chamo Patrícia e irei orientá-lo no desenvolvimento desse TCC! Buscarei de forma clara apontar os elementos que precisam ser revistos para enriquecer essa produção e a articulação das ideias apresentadas. Lembrem-se sempre que as indicações buscam, portanto, contemplar elementos fundamentais em um trabalho acadêmico que são obrigatórios (normas ABNT, sustentação teórica, etc). Para otimizar a correção, segue a legenda das indicações realizadas:
Palavra: 	Palavras destacadas em verde – será preciso rever a ortografia (palavras escritas erradas). 
Trechos: 	Trechos destacados em azul – releiam o trecho em questão e reescrevam. Esses destaques indicam que o texto foi encontrado em fontes da internet e precisa ser readaptado para ser aceito, ao lado estará escrita a fonte em vermelho onde foi encontrada.
Trechos: 	Trechos destacados em amarelo – contemplem as indicações a serem realizadas que estará em vermelho ao lado do destaque. 
Nomes\Nomes: 	Os nomes marcados em rosa no seu trabalho têm seus respectivos documentos listados nas referências, ou seja está correto, quando não há uma referência de citação marcada com a cor vermelha é necessário inserir o documento nas referências.Peço que NÃO retire as marcações! Apenas realizem os ajustes e deixem comigo a padronização final, ok? Sintam-se livres para inserir qualquer comentário que achar pertinente, só marque com cor diferente para facilitar a localização.
Desejo-lhe um excelente trabalho! Atenciosamente, Patrícia
RESUMO
As licitações realizadas pelas entidades da administração pública são as principais ferramentas de aquisições de bens e serviços, fundamentando-se no princípio da legalidade, moralidade, eficiência, publicidade, impessoalidade, economicidade, e realizada conforme disposições legais e constitucionais, no entanto, os princípios não são os meios ou os fins utilizados para estas operações, quando o licitante resolve partir pelas veredas da lei, utilizando para tanto, as condições de dispensa e inexigibilidade de licitação permitida na legislação pertinente, que por sua vez tem a cada ano assumido uma fatia maior no cômputo das aquisições realizadas pelo ente público. 
Palavras-chave: Licitação. Dispensa. Inexigibilidade. Legalidade. Administração Pública.
1. INTRODUÇÃO normalmente não se utilizam referêmcias na introdução
No âmbito da administração pública de todos os entes federativos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) a Constituição Federal de 1988 dispõe em seu Art. 37, Inc. XXI, o seguinte descritivo:
Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
Em suma, as aquisições de mercadorias e serviços realizadas pela administração pública basear-se-ão em legislações específicas, em virtude do princípio da legalidade[footnoteRef:1], conforme aborda Di Pietro (2016) a Administração Pública só pode fazer o que a lei permite, assim os entes federativos seguirão os conceitos expostos na Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993, a qual dispõe sobre as normas gerais do processo licitatório. [1: ] 
Ainda conforme conceitua DI PIETRO (2016, p. 411) a licitação é um procedimento administrativo onde o ente público, abre a todos os interessados, que atendam aos requisitos fixados em instrumento convocatório, a possibilidade de se formular propostas, que serão analisadas pelo respectivo ente público, o qual selecionará a mais conveniente.
Destarte nem todas as aquisições realizadas pela administração pública necessitam de processo licitatório, de modo que o Art. 24, da Lei 8.666 de 1993, determina cerca de trinta e cinco hipóteses de dispensa, em seus diversos incisos, assim como o Art. 25, da referida lei adiciona outras três hipóteses de inexigibilidade da licitação.
Tendo em vista a atual situação econômica do Brasil, o objetivo deste estudo tem por finalidade retratar o impacto destas contratações dispensadas de licitação, em que favorecem o descontrole nos gastos públicos, irregularidades em contratações e conluios entre empresas, conforme informações gráficas divulgadas pelo portal de compras do governo federal, o qual evidência a maior quantidade de compras por meio da modalidade de dispensa e inexigibilidade de licitação, assim como corresponde a segunda maior alocação de recursos públicos direcionados as contratações públicas.
 Tabela 1 – Total de Compras da União entre os anos de 2013 à 2017
	Modalidade de Compras
	Quantidade de Compras
	Valor da Compra
	%
	 
	1.024.755
	R$ 475.053.247.492,85
	100,00%
	Tomada de Preços
	3.991
	R$ 1.417.601.073,88
	0,30%
	Concorrência
	3.220
	R$ 15.453.930.899,76
	3,25%
	Convite
	1.021
	R$ 48.185.039,67
	0,01%
	Concorrência Internacional
	155
	R$ 228.991.173,94
	0,05%
	Pregão
	271.267
	R$ 306.112.811.616,09
	64,44%
	Dispensa de Licitação
	623.275
	R$ 62.243.806.154,35
	13,10%
	Inexigibilidade de Licitação
	121.724
	R$ 89.519.134.161,78
	18,84%
	Concurso
	102
	R$ 28.787.373,41
	0,01%
 Fonte: http://paineldecompras.planejamento.gov.br/
	2. fundamentação teórica
Neste capítulo serão abordadas fundamentações licitação e suas modalidades de dispensa e inexigibilidade.
2.1. Licitação
O processo de licitação previsto no Art. 37, Inc. XXI, da Constituição Federal de 1988, regulamentado por meio da Lei nº 8.666 de 1993, determina que para as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes.
Segundo DI PIETRO (2016, p.411):
Pode-se definir licitação como o procedimento administrativo pelo qual o ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitam às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de contrato.
Nesta mesma linha de pensamento, descreve Matias-Pereira (2014, p.232):
O processo de compras da Administração Pública deve obedecer ao disposto na Lei de Licitações, que deve ser seguida pelas organizações públicas em suas atividades de aquisição de bens e contratações de serviços e obras, buscando seguir os princípios legais de igualdade e eficiência.
2.2. Exceções 
Conforme determina o Art. 37, XXI, da Constituição, salvo exceções previstas na legislação, a licitação será obrigatória para contratos de obras, serviços, compras e alienações, de modo que tais exceções são segregadas em dispensa e inexigibilidade de licitação descritas respectivamente no Art. 24 e 25, da Lei nº 8.666 de 1993[footnoteRef:2]. [2: Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Art. 1º, da Lei nº 8.666 de 1993)] 
Conforme dispõe DI PIETRO (2016, p.433):
A diferença básica entre as duas hipóteses está no fato de que, na dispensa, há possibilidade de competição que justifiquea licitação; de modo que a lei faculta a dispensa, que fica inserida na competência discricionária da Administração. Nos casos de inexigibilidade, não há possibilidade de competição, porque só existe um objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Administração; a licitação é, portanto, inviável.
Desta forma diante do contesto abordado, MADEIRA & MELLO (2015, p.419) mencionam o seguinte:
As hipóteses em que a Administração deixa de realizar licitação vêm previstas nos arts. 24 e 25 da Lei nº 8.666/93. O art. 24 arrola os casos de dispensa enquanto o art. 25 prevê as hipóteses de inexigibilidade.
	
Com isso em mente, serão abordados os conceitos segregadamente de dispensa e inexigibilidade de licitação.
2.3. Dispensa da licitação
Tendo em vista a previsão excepcional na constituição que dispensa a Administração Pública de realizar licitação, o Art. 24, da Lei nº 8.666 de 1993, determina o seguinte:
Art. 24.  É dispensável a licitação: 
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente.
 II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;         (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;  
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; 
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; 
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade;
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei;
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; 
XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23;
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica;
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão;
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida;
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizadoem contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação;
XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública;
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão;
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força;
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal;
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes;
XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica;
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água;
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da administração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramento de estabelecimentos penais, desde que configurada situação de grave e iminente risco à segurança pública;
Desta forma Di Pietro (2016, p. 435) menciona que dentre as hipóteses acima de dispensa da licitação podem ser divididas em quatro categorias, tais como em razão do pequeno valor, de situações excepcionais, do objeto e da pessoa.
Assim define DI PIETRO (2016, p.435):
Em razão do pequeno valor, é dispensável a licitação para obras de serviços de engenharia de valor até 10% do limite previsto da alínea a, do inciso I, do artigo 23, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda de obras ou e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizados conjunta ou concomitantemente (art. 24. Com redação dada pela Lei nº 9.648/98); para outros serviços e compras de valor até 10% do limite previsto na alínea a, do inciso II, do art. 23, e para alienações, nos casos previstos na Lei (art. 17) desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez (inciso II, alterado pela Lei nº 9.648/98)
Quando de fala de dispensa de licitação em contratações de pequeno valor, conforme disposições extraídas da Lei nº 8.666/1993, em seu Art. 23 e 24, tem-se o limite de R$ 15.000,00 para contratação de obras e serviços de engenharia, desde que não se refiram a obras de mesma natureza, realizadas e um mesmo local que possam ser realizadas de forma conjunta ou concomitante, e R$ 8.000,00 para outros serviços e compras.
No caso de dispensa por situações excepcionais, conforme menciona DI PIETRO (2016, p.436):
[...] é possível em certas situações em que a demora do procedimento é incompatível com a urgência na celebração do contrato ou quando sua realização puder, em vez de favorecer, vir a contrariar o interesse público, ou ainda quando houver comprovado desinteresse dos particulares no objeto do contrato. 
Assim, conforme determina a Lei nº 8.666/1993, enquadram-se neste contexto, a licitações realizadas em casos de guerra, calamidade pública, licitação deserta, contratação de remanescente de obra, serviços ou fornecimento de bens decorrente de recisão contratual, intervenção no domínio econômico, propostas desclassificadas devido a exigência com preços superiores ao prático pelo mercado, comprometimento da segurança nacional, aquisição de bens ou serviços em decorrência de acordo internacional, contratação de bens e serviços até o limite de R$ 80.000,00, para abastecer navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento, contratação de coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos e urbanos recicláveis ou reutilizáveis, e por fim para o fornecimento de bens ou serviços, produzidos ou prestados no país, que exijam alta complexidade tecnológica e segurança nacional.
No caso da dispensa da licitação em função do objeto, tem-se com base no Art. 24, da Lei nº 8.666/1993, para compra ou locação de bens imóveis, compras de hortifrutigranjeiros, aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos, durante o período de garantia técnica, compras de materiais de uso pelas Forças Armadas, aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica ou por agência de fomento para transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida, aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, para a contratação de instituição ou organização pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural, dentre outras situações específicas.
No caso de dispensa de licitação em razão da pessoa, conforme subdivisão mencionada por Di Pietro (2016), com base na Lei nº 8.666/1993, em seu Art. 24 tem-se as seguintes situações:
· Para aquisição, por Pessoa Jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico;
· Para impressão de diários oficiais, formulários padronizados de uso da Administração, de edições técnicas oficiais, a prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno;
· Contratação de instituição brasileira, incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino, ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso;
· Contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada indoneidade, por órgãos ou entidades da administração pública.
· Contratação do fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural, com concessionário, permissionário,ou autorizado, segundo normas de legislação específica;
· Contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços;
· Celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo par atividades contempladas no contrato de gestão;
· Celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação;
2.3.1. Inexigibilidade da licitação
Assim como as situações de dispensa de licitações anteriormente apresentadas, importante retratar os casos em que a legislação dispõe acerca da inexigibilidade de se realizar uma licitação, nos termos do Art. 25, da Lei das Licitações:
Art. 25.  É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
Assim, conforme determina DI PIETRO (2016, p. 435):
[...] a inexigibilidade é decorrência da inviabilidade de competição; o próprio dispositivo prevê algumas hipóteses, o que não impede que outras surjam na prática. Se a competição inexiste, não há que se falar em licitação. A inviabilidade deve ficar adequadamente demonstrada.
3. RESULTADOS
As informações analisadas, demonstradas abaixo foram extraídas do painel de compras governamentais do sistema siasg, uma ferramenta que apresenta em um só local os principais números das contratações públicas e tem por finalidade oferecer um panorama dos gastos públicos e do comportamento licitatório no âmbito da Administração Pública Federal. Disponível em: https://www.comprasgovernamentais.gov.br/index.php/painel-de-compras-de-governo
Figura 1 - Valor e Total de Compras em 2017
Fonte: http://paineldecompras.planejamento.gov.br
Figura 2 - Valor de Dispensa e Inexigibilidade de Licitações em 2017
 	Fonte: http://paineldecompras.planejamento.gov.br
Ao analisar as informações publicadas em 2017 tem-se um total de compras no valor de R$ 79.365.362.119,36 (setenta e nove bilhões, trezentos e sessentas e cinco milhões, trezentos e sessenta e dois mil, cento e dezenove reais e trinta e seis centavos) em apenas 170.418 processos de compras divulgados, sendo destas 96.879 dispensadas de licitação, e 22.410 em condição de inexigibilidade, totalizando aproximadamente em termos financeiros no valor de R$ 31.411.240.000,00 (trinta e um bilhões, quatrocentos e onze milhões e duzentos e quarenta mil reais) quantias equivalente a 39,5% do total pago em licitações para este ano.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base no estudo apresentado referente à utilização da prática de dispensa e inexigibilidade de licitações, a qual por sua vez visa, além da praticidade e eficiência, um meio para o enriquecimento ilícito do administrador público, esgueirando-se em meio à obscuridade de previsões legais inalteradas, que por sua vez facilita ao operador da licitação, agir em proveito próprio, ferindo todos os princípios constitucionais, e disseminando a calamidade nas contas públicas em decorrência da má gestão e desvios enfreáveis.
Contudo faz-se necessária a contínua busca pelas informações relacionadas ao processo licitatório, embora o estudo aqui exposto tenha trazido um tema geral, não abrandando em seguir apenas uma linha de pesquisa, tem-se no âmbito da dispensa e da inexigibilidade das licitações, uma série de subcategorias que merecem ser estudadas individualmente, para fins de tratar do tema com maior profundidade.
	REFERÊNCIA colocar em ordem alfabética
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Diário Oficial da União, 1988.
BRASIL. Decreto-Lei nº 1.598. Brasília: Diário Oficial da União, 1977.
BRASIL. Lei Complementar nº 70. Brasília: Diário Oficial da União, 1991.
BRASIL. Lei nº 11.941, de 27 de Maio de 2009. Brasília: Diário Oficial da União, 2009.
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