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1
 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO ENSINO FUNDAMENTAL 
Ediany da Silva Pinheiro
Patrícia Queiroz
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Licenciatura em Pedagogia (PED0771) Trabalho de Graduação
03/12/2017
RESUMO
O presente Trabalho de Graduação se propõe em pesquisar sobre as dificuldades da leitura no segundo ano do ensino fundamental. Apresentam-se algumas definições de leitura, relacionada às mesmas as causas das dificuldades de aprendizagem. Para a metodologia de trabalho utilizou-se a abordagem qualitativa que se baseou em pesquisas bibliográficas e de campo de caráter qualitativo. Para a pesquisa de campo foi entrevistado 2 professoras, onde se coletou informações com a utilização de um roteiro semi estruturado como instrumento de coleta de dados. A pesquisa bibliográfica realizada visou compor um quadro teórico necessário a análise dos dados coletados. A partir das informações obtidas e, da respectiva análise. Utilizou-se como referencial teórico a visão de vários educadores sobre o tema bem como suas reflexões pessoais sobre o assunto em questão. A fundamentação teórica foi feita a partir de concepções de autores como Emilia Ferreiro (1996), Paulo Freire (1986), Vigotsky (1991), entre outros, que permitiu o desenvolvimento geral do estudo em pauta. Considerando que o presente estudo teve resultado satisfatório, contribuindo para que os professores pudessem despertar para uma consciência critica sobre o assunto, bem como, percebendo que para sanar as dificuldades do educando, é preciso desenvolver a leitura com diversidade de textos. Para que o educando faça uma leitura reflexiva, contextualizada e faça com que o mesmo perceba que o ato de ler vai muito além da pronúncia de palavras e frases, deste modo espera-se ainda, que este trabalho possa despertar e servir de inspiração para novos trabalhos e pesquisas focadas em minimizar as dificuldades de aprendizagem através da promoção de práticas pedagógicas que visem aguçar a leitura dos discentes. 
. 
Palavras-chave: Leitura. Dificuldades de leituras. Prática Pedagógica.
1. INTRODUÇÃO
Vivemos em um mundo cheio de conhecimentos, caracterizado pela grande diversidade de informações, com a necessidade de ler e de interpretar textos em variadas linguagens, pois, sem a mesma tornam-se mais difíceis ter acesso as informações.
As habilidades com a leitura são uma das chaves para o desenvolvimento cognitivo do individuo e é essencial para a apropriação de saberem organizados na sociedade letrada. O exercício da leitura em sala de aula vem sendo tema de questionamentos gerados por falsas interpretações do que realmente significa ler, ou seja, deve-se mostrar aos alunos o seu devido valor, pois certas variantes linguísticas possuem um importante instrumento para a superação de desigualdades sociais.
Pensado neste objeto de estudo, este trabalho será de suma importância na exploração do tema “a importância da leitura no Ensino Fundamental”, cuja área de concentração é Metodologia do Ensino. Para aprofundar mais o conhecimento em torno do tema proposto utilizei pesquisas voltadas em autores que nos fazem compreender com mais facilidades como Fonseca (2002), Bamberger (1977), Bagno (2005), entre outros.
Salientando que a infância é um momento em que as crianças estão mais propicias a desenvolver hábitos que serão permanentes, por este motivo considera-se que é essencial estimular às crianças a gostarem de ler desde bem pequenas.
É importante mostrar às crianças que o ato de ler além de adquirir informações pode ser muito prazeroso e fantástico. Sabe-se quanto é importante obter conhecimento nesta área, pois como educadores, precisamos estar preparados para qualquer tipo de eventualidade durante a jornada de trabalho. Entretanto os primeiros anos (antes de ser alfabetizada) a criança ainda não poderá ler, mas poderá ouvir histórias, ter seus primeiros contatos com os livros, podendo folheá-los e ver as gravuras, despertando-se através deste contato com o mundo da leitura, sentindo-se estimulado pelo gosto em ler desde a educação infantil.
Desenvolvendo a leitura, o indivíduo terá maior facilidade para compreender e reconstruir o sentido do texto, de acordo com seu conhecimento pessoal. Pode-se afirmar isso com base em teóricos que defendem que “a leitura é o processo mediante o qual se compreende a linguagem escrita” (SOLÉ, 1998, p.23). Em suma, é importante que tenhamos consciência de que fazer do ato de ler um hábito nos auxiliará no desenvolvimento de nossa compreensão textual, e esta pesquisa, justificadamente, terá como ideal frisar essa importância.
2. CORPO DO TRABALHO
Entendendo que o papel da escola é propiciar aos alunos caminhos para que eles aprendam cada vez mais e possibilitem aos mesmos, atuar criticamente em seu meio social, pois nessa idade é possível auxiliar a criança a compreender a si mesma, seu corpo, seus gostos e estimular alguns hábitos desejados pelos adultos. Bagno (2005) acredita que:
Todo falante nativo de uma língua é um falante plenamente competente dessa língua, capaz de discernir intuitivamente a gramaticalidade ou agramaticalidade de um enunciado, isto é, se um enunciado obedece ou não às de funcionamento da língua. Ninguém comete erros ao falar sua própria língua materna, assim como ninguém comete erros ao andar ou respirar (BAGNO, 2005, p. 124).
Desta forma o desenvolvimento da leitura deve ser uma prática constante tanto no ambiente escolar quanto fora dele, onde sua principal função é formar leitores competentes.
Carvalho (2002) acredita que, a aprendizagem da leitura se torna mais eficiente quando os leitores trazem o conhecimento a respeito das convenções, características, tipo de estrutura do texto cuja leitura vai começar.
A variedade de textos apresentados aos alunos traz contextos que nem sempre estão claros para leitores iniciantes. É por isso que ao trabalhar desde cedo com os alunos à contextualização da linguagem escrita pode ajudar a formar bons leitores e consequentemente bons escritores. Através do contato precoce com a literatura infantil e de experiências agradáveis no período de alfabetização pode trazer resultados satisfatórios aos alunos por toda sua vida acadêmica. Carvalho (2001) afirma que:
Aprender a ler como se a leitura fosse um ato mecânico, separado da compreensão, é um desastre que acontece todos os dias. Estudar palavras soltas silaba isoladas, ler textos idiotas e repetir sem fim exercícios de cópia, resulta em desinteresse e rejeição em relação à escrita. (CARVALHO, 2001, p.11)
Mostrar aos alunos diferentes tipologias textuais pode ser uma forma de incentivar a leitura e a escrita na fase inicial como: cartas, listas, histórias, poesias, bilhetes. A criança tem seu primeiro contato com a leitura de forma oral, por meio de suas famílias através de leituras durante o dia, ou ate mesmo na hora de dormir, são momentos incentivadores para a formação de futuros leitores, onde os professores poderão mostrar a seus alunos a dimensão do mundo letrado e despertará a curiosidade para explorar cada vez mais este mundo. Neste sentido Abramovich (2002,) pontua que:
Ler história para crianças, sempre... É poder sorrir, rir, gargalhar com situações vividas pelas personagens com a ideia do conto ou com o jeito de escrever de um autor e, então, poder ser um pouco cúmplice desse momento de humor, de brincadeira, de divertimento... (ABRAMOVICH, 2002. P.17)
Sabe-se que a leitura irá acompanhar o indivíduo em toda sua vida escolar, ela possibilita intensificar o mecanismo de expressividade e do crescimento do aluno, auxiliando-o na superação da dificuldade encontrada nos anos posteriores à alfabetização, quando o mesmo não obteve todo êxito esperado, por parte da escola.
Reconhecendo que a aprendizagem escolar é um processo natural da criança, e que está intrinsecamente ligado ao prazer em aprender. Mais precisamente durante a Educação Infantil é que se forma a consciência de cidadania. Por esse motivo o acesso à leitura é um direito desses novos cidadãos. Neste processo de aprendizagemtem-se como ferramenta primordial – a linguagem a qual, intermédia às relações entre o ser humano e o mundo, bem como entendendo que a leitura é uma das molas percussoras da linguagem. Saber ler e escrever são capacidades indispensáveis para que o indivíduo se integre à sociedade. Bamberger (1977), p.130 diz que:
A leitura favorece a remoção das barreiras educacionais de que tanto se fala, concedendo oportunidades mais justas de educação pela promoção do desenvolvimento da linguagem e do treinamento intelectual, e acentua a possibilidade de ajustamento à situação pessoal do indivíduo. 
Na concepção de Terreiro e Teberosky (2001) a leitura e a escrita têm sido tradicionalmente consideradas como objeto de instrução, sistemática pertencente à escola.
Neste contexto torna-se essencial a busca, nos espaço escolar, de mecanismo de compreensão das principais causas de baixa aprendizagem da leitura, visando fazer intervenções pedagógicas necessárias.
A importância e a compreensão do mundo não requerem uma aceitação de tudo que está imposto. Desta maneira, poderá inserir histórias infantis, com ludicidade, dialogo e afetividade, assim aguçará nas crianças a imaginação, a criatividade e a criticidade para irem aprendendo a se tornar sujeitos reflexivos de sua realidade.
Por isso que se considera imprescindível a atuação do psicopedagogo a instituição escolar. Para Solé (2001), o trabalho de intervenção psicopedagógica é um recurso especializado a serviço das instituições escolares com pais, alunos e professores.
No ponto de vista teórico, os alunos com dificuldades enfrentam obstáculos para aprender de forma geral.
Quando um aluno começa os primeiros passos na leitura e no aprendizado, eles tendem a ver as letras e as palavras de forma diferente, ou seja, eles enxergam as letras como imagens e não como palavras compostas de silabas. O essencial é que o professor passe para os alunos a arte básica de decodificar e soletrar desde o inicio, para que estes compreendam com mais facilidade a forma de ler as palavras. O professor precisa trabalhar a mente da criança de forma que esta perceba sua auto-eficiência e comece a sentir confiança naquilo que faz. Neste sentido Fonseca (2000), p. pontua que:
A criança com dificuldade de aprendizagem manifesta uma significativa discrepância entre a sua inteligência e seus resultados escolares. É uma criança de inteligência normal, que não apresenta qualquer insuficiência mental, mas que, no entanto não aprende a ler e a escrever. (FONSECA ET AL, 2000. P. 282)
Para tanto o educador deve incluir em suas práticas pedagógicas uma metodologia que melhor se aplique a esses alunos com dificuldade de aprendizagem a leitura, ou seja, é preciso que o professor procure utilizar estratégias e hipóteses de aprendizagem para que os discentes sintam menos dificuldades em aprender a ler.
Para Ferreiro (1996, p. 24) “o desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem duvida, em um ambiente social. Mas as práticas sociais assim como as informações sociais, não são recebidas passivamente pelas crianças.”.
Neste contexto, muitas crianças apesar de todas as práticas pedagógicas aplicadas em sala de aula pelo professor, sentem dificuldades em compreender o que é praticado, ou seja, algumas delas podem vir acompanhadas de alguma deficiência adquirida pela língua escrita, como atrasos para aprender a ler, dificuldades em escutar os sons das letras e das palavras ou até mesmo o fato destas lerem lentamente. Todas estas problemáticas fazem com que a criança perca sua autoconfiança, deixando-a assim reprimida. Segundo Freire (1996, p. 22) “Ler não é caminhar e nem voar sobre as palavras. Ler é reescrever o que estamos lendo, é perceber a conexão entre o texto e o contexto e como vincular com o meu contexto”.
 O essencial é que o docente esteja atento a estas dificuldades para que o mesmo possa desenvolver metodologias que favoreçam o ensino aprendizado desta criança.
A ação da leitura é um ato de libertação, é uma atividade provocadora de consciência dos fatos sociais de um povo, então é de total interesse do poder dominante que as condições de aprendizagem e produção da leitura sejam empobrecidas ao máximo. (SILVA, 1997. P. 63)
 
Através da leitura, o individuo amplia seus conhecimentos e sua visão de mundo, fomentando as futuras gerações a uma construção cultural mais enriquecedora, bem como uma maior integração no seu contexto socioeconômico e cultural.
No ponto de vista de Machado (1998, p.10).
O homem poderia viver sem ela e, durante séculos, foi isso mesmo que aconteceu. No entanto, depois que os sons foram transformados em sinais gráficos, a humanidade, sem dúvida, enriqueceu-se culturalmente. Surgiu a possibilidades de guardar o conhecimento adquirido e transmiti-lo às novas gerações. 
	
Não aprender a ler é pular um processo de desenvolvimento da criança em sua vida social e escolar, é negar o direito á cidadania, impossibilitando-o de desvendar o mundo, por meio da leitura e de escrever sua própria história.
	E imprescindível a busca no espaço escolar de mecanismos de compreensão das principais causas da dificuldade de aprendizagem da leitura e suas possíveis variáveis.
	A escola é o lugar onde o caminho para a leitura deve ser acessível e aberto, ofertando aos seus discentes uma leitura de qualidade, oportunizando-os para que sua tarefa se cumpra de forma global, transformando o indivíduo em leitor assíduo, e o professor é o principal articulador desse processo.
	Segundo Bamberger (1977. P. 13)
A leitura favorece a remoça das barreiras educacionais de que tanto se fala, concedendo oportunidades mais justas de educação pela promoção do desenvolvimento da linguagem e do treinamento intelectual, e acentua a possibilidade de ajustamento à situação pessoal do indivíduo. 
Entendendo que formar leitores faz parte do processo emancipatório de um país, e o ato da leitura torna-se mola percussora na vivência em total plenitude de aprendizagem e conhecimento. Um dos primeiros passos nesse sentido é a oferta de uma educação que esteja próxima à realidade de cada educando, que suscite possibilidades e ações significativas de transformação social.
2.1 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
	
A história da educação brasileira vem sendo marcada por uma crescente preocupação em tentar explicar a dificuldade de leitura no ambiente escolar. São vários os índices de repetência, ocorridos nos últimos anos, é grande o número de crianças que apresentam alguma dificuldade em sala de aula.
 Neste sentido, percebe-se o retorno da aplicabilidade do estágio, onde proporcionou uma vivencia bastante enriquecedora, a qual norteou este documento. De acordo com o diagnóstico aplicado pode-se perceber as grandes dificuldades encontradas pelos alunos, seja nas atividades de autoconhecimento, bem como a leitura de mensagens de boa convivência, o que reforçou a necessidade da intensificação de atividades que visem despertar o gosto pela leitura nestas crianças, as quais, em muitos casos trazem consigo o reflexo dos seus familiares que pouco leem. A maioria delas entra nas salas de aula sabendo muitas coisas ouvidas no rádio e na televisão, informes de mercados e internet, mas sem sequer articular ou compreender a mensagem exercendo papel de meros transmissores.
 Desse modo, Vigotsky (1991) pontua que “a aprendizagem ocorre sob níveis de desenvolvimento: o real, que exprime o desempenho da criança ao realizar suas tarefas sem ajuda de ninguém e o potencial, aquele alcançado quando a criança recebe ajuda de alguém”.
 As dificuldades de aprendizagem e os problemas na alfabetização continuarão existindo; e neste contexto o ministério da Educação, através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), p 58 pontua que:
Prática constante de leitura na escola deve admitir várias leituras, pois outra concepção que deve ser superada é a do mito da interpretação única, fruto do pressuposto de que o significado está dado no texto. O significado, no entanto, constrói-se pelo esforço de interpretação do leitor,a partir não só do que está escrito, mas do conhecimento que traz para o texto. É necessário que o professor tente compreender o que há por trás dos diferentes sentidos atribuídos pelos alunos aos textos.
	Mas, é possível e importante compreender as dificuldades para poder reduzir o impacto delas na vida das crianças.
	Segundo Grigorenko, Sternemberg (2003) conceitua dificuldade de aprendizagem como:
 [...] um distúrbio em um ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos no entendimento ou no uso da linguagem falada ou escrita, que pode se manifestar em uma aptidão imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos matemáticos. (GRIGORENKO, STERNEMBERG, 2003. p. 29)
	No ponto de vista do teórico, os alunos com dificuldades enfrentam obstáculos para aprender de forma geral.
	Quando um aluno começa os primeiros passos na leitura e no aprendizado, eles tendem a ver as letras e as palavras de forma diferente, ou seja, eles enxergam as letras como imagens e não como palavras compostas de sílabas. O essencial é que o professor passe para os alunos a arte básica de decodificar e soletrar desde o início, para que estes compreendam com mais facilidade a forma de ler as palavras. O professor precisa trabalhar a mente da criança de forma que esta perceba sua auto-eficiência e comece a sentir confiança naquilo que faz.
	Neste sentido Fonseca (2000), pontua que:
A criança com dificuldade de aprendizagem manifesta uma significativa discrepância entre a sua inteligência e seus resultados escolares. É uma criança de inteligência normal, que não apresenta qualquer insuficiência mental, mas que, no entanto não aprende a ler e a escrever. (FONSECA ET AL, 2000, p. 282).
	Para tanto, o educador deve incluir em suas práticas pedagógicas uma metodologia que melhor se aplique a esses alunos com dificuldade de aprendizagem, ou seja, é preciso que o professor procure utilizar estratégias e hipóteses de aprendizagem para que os discentes sintam menos dificuldade em aprender e assimilar os assuntos.
	De acordo com alguns teóricos, a dificuldades de aprendizagem se da devido a um distúrbio que a criança apresenta, em relação a dificuldades em compreender, lembrar, assimilar informações e muitas vezes dificuldades em se comunicar.
	De acordo com Grigorenko, Sternemberg (2003), a dificuldades de aprendizagem constitui-se em:
[...] um distúrbio em um ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos no entendimento ou no uso da linguagem falada ou escrita, que pode se manifestar em uma aptidão imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos matemáticos. (GRIGORENKO, STERNEMBERG, 2003, p.29)
Neste contexto, muitas crianças apesar de todas as práticas pedagógicas aplicadas em sala de aula pelo professor, sentem dificuldades em compreender o que é praticado, ou seja, algumas delas podem vir acompanhadas de alguma deficiência adquirida pela língua escrita, como atrasos para aprender a ler, dificuldades em escutar os sons das letras e das palavras ou até mesmo o fato destas lerem lentamente. Todas estas problemáticas fazem com que a criança perca sua autoconfiança, deixando-a assim reprimida. O essencial é que o docente esteja atento a estas dificuldades para que o mesmo possa desenvolver metodologias que favoreçam o ensino aprendizado desta criança.
2.2 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A LEITURA EM SALA DE AULA
	Um dos maiores problemas enfrentado nos dias atuais em sala de aula, é fazer com que os discentes aprendam a ler fluentemente, pois a aquisição da leitura é algo desafiador e que requer autoconfiança e autonomia por parte dos alunos e muita habilidade do docente para elaborar práticas pedagógicas quem estimulem os mesmos a sentir prazer pela leitura.
	Sabe-se que ler é uma condição necessária para se conviver em uma sociedade que exige cada vez mais do individuo como cidadão. Porém, mesmo diante de tanta necessidade, a leitura ainda é praticada por um pequeno número da população brasileira.
	A escola em si, tenta passar uma ideia para os alunos e pais de alunos, que o papel do professor é garantir a formação de bons leitores. No entanto, é preciso entender, que ler não é apenas decifrar as letras, sílabas e palavras e sim, compreender tudo o que está lendo.
	Para Matos e Santos (2006).
Ler é muito mais que simplesmente decifrar símbolos. É um ato que requer um intercâmbio constante entre texto e leitor e envolve um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto – quer seja ele verbal ou não verbal – a partir dos objetivos do leitor, do seu conhecimento sobre o assunto, de tudo o que sabe sobre a linguagem. (MATOS e SANTOS, 2006, p.62).
	O que o autor deixa explicito é que o leitor precisa se envolver com o que está lendo, para que assim a compreensão seja assegurada de maneira mais clara. 
	No ponto de vista de Solé (1998, p.23),
A leitura é o processo mediante o qual se compreende a linguagem escrita. Nesta compreensão intervêm tanto o texto, sua forma e conteúdo, como o leitor, suas expectativas e conhecimentos prévios. Para ler necessitamos, simultaneamente, manejar com destreza as habilidades de decodificação a aportar ao texto nossos objetivos, idéias e experiências prévias. 
	Logo, a autora explica que necessita de toda uma preparação para ler, precisa de toda uma construção de conhecimentos prévios que possam vir dar significados aos textos, que nesse caso é uma responsabilidade do leitor.
	Nos dias atuais, o mundo em que vivemos e socializamos, possui diversas características, onde as informações é uma das principais, ou seja, as escolas estão inserindo textos diversificados aos discentes.
	Textos informativos em internet, revistas, jornais, entre outras tipologias textuais, estão cada vez mais presentes no dia a dia das crianças em sala de aula.
	O intuito do professor diante dessas diversidades de textos é fazer o aluno notar a importância da leitura, socializando o mesmo com o mundo. Assim, os docentes estarão formando crianças alfabetizadas e letradas ao mesmo tempo, onde estas lêem noticias informativas do nosso cotidiano.
	Com isso, percebe-se que com todo desenvolvimento tecnológico, as crianças adquirirão conhecimentos considerados instrumentos fundamentais para a aquisição da leitura.
	O desenvolvimento tecnológico exige também um leitor competente. Esse leitor é conceituado por Lajolo (1999) como:
O leitor que, diante de um texto escrito, tenha a autonomia suficiente para atuar desde a decodificação da mensagem no seu aspecto literal até o estabelecimento de um conjunto mínimo de relações estruturais, contextuais que ampliem a significação do texto a tal ponto que se possa considerar ter havido, efetivamente, apropriação da mensagem, do significado na multiplicidade de relações estabelecidas entre texto e leitor, entre textos, com o mundo. (LAJOLO, 1999, p. 105).
Portanto, a leitura é muito mais do que um instrumento escolar de decodificação de sons, é um caminho que leva a construção da escrita.
É de suma importância que o docente faça o aluno perceber que eles podem ser os próprios construtores de saberes, que os mesmos podem aprender a ler, a compreender, a criar histórias, fazendo com que os mesmos adquiram confiança e autonomia no que fazem.
Também é fundamental a socialização de leituras realizadas pelos alunos, pois sabe-se que cada um pode interpretar de uma maneira diferente, fazendo com que haja interação e troca de ideias entre todos. É importante o professor deixar claro a questão do respeito pelo pensamento de cada um, mostrando aos alunos o seu devido valor, pois certas variantes linguísticas possuem um importante instrumento para a superação de desigualdades sociais.
Bagno (2002, p. 75) acredita que:
Uma das tarefas do ensino de língua na escola seria, então, discutir os valores sociais atribuídos a cada variante linguística, enfatizando a carga de discriminação que pesa sobre determinados usos da língua, de modo a conscientizar o aluno de que sua produção linguística, oral ou escrita, estará sempresujeita a uma avaliação social, positiva ou negativa.
Desta forma, o desenvolvimento da leitura deve ser uma prática constante tanto no ambiente escolar quanto fora dele, onde sua principal função é formar leitores competentes. 
No ponto de vista do Ministério da Educação: 
[...] formar alguém que compreenda o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos. (BRASIL, 1997. P.54)
Para se formar um bom leitor é necessário observar que ler não é apenas um processo de decodificação de letras e palavras, não é apenas converter letras em sons.
Leitura é um processos de atribuições onde o texto deve haver um sentido, é a reconstrução do significado do texto pelo leitor. Segundo Lajolo (2001, p. 7) “lê-se para entender o mundo, para viver melhor”.
Considera-se que a leitura fluente seja constante e para que haja o envolvimento de uma série de estratégias cognitivas que permita ao leitor a direcionar sua leitura.
Nesta abordagem, reconhecemos que a aprendizagem escolar é um processo natural da criança, e fundamental é que se forma a consciência de cidadania. Por esse motivo o acesso à leitura é um direito desses novos cidadãos. 
A tarefa da escola passa a ser a de ensinar a ler tudo, clássicos e clichês, expondo o aluno a textos diversos, desenvolvendo nele a capacidade de assumir uma postura crítica, quer em relação ao objeto lido quer a sua prática enquanto leitor. A prática consciente da leitura é o caminho para que esse leitor possa estabelecer estratégias próprias para adentrar no texto, formulando hipóteses, realizando inferências, confirmando hipóteses feitas, posicionando-se criticamente diante do objeto lido.
Neste sentido, a aprendizagem e o ensino da leitura levam em conta a motivação para tal fim. Os alunos devem reconhecer que o ato de ler vai muito além de possuir um rico cabedal de estratégias e técnicas; é, antes de tudo, uma atividade voluntária e prazerosa. Ensinar a ler requer observação ativa dos alunos e da prática em sala de aula. Também envolve a atitude de compartilhar: objetivos, tarefas, significados. É necessário que as atividades de leitura produzam situações de questionamento, debates, expressão de opiniões, estabelecimento de comparações sobre pontos de vista diferenciados, enfim, um trabalho com toda a situação que pode ser levantada pelos índices do texto.
3. MATERIAL E METODOS
Os métodos de pesquisas são processos pelos quais descrevem como será estudado e investigado tal pesquisa, tendo assim informações de local, quem foi entrevistado, de que maneira foi realizada a entrevista entre outras informações no qual diz respeito ao tema em pauta.
Para tal pesquisa foi utilizado o método de caráter qualitativo com abordagem em pesquisa de campo, juntamente com uma entrevista voltada a professoras na qual puderam me conceder todas as informações precisas.
Também foram realizados observações e estudos em livros, revistas, sites, entre outros meios, bem como estudos embasados através de teóricos como: Marisa Lajolo (2001), Richard Bamberger (1977), Isabel Solé (1998), Vygotsky (1991), Marcos Bagno (2005), entre outros no qual enriqueceram os meus conhecimentos.
Para o trabalho em questão, foi utilizada uma pesquisa qualitativa que segundo Severino (2002), exige do pesquisador uma reflexão pessoal, crítica e rigorosa. O investigador envolve-se de forma que o objeto a ser analisado passe a fazer parte de sua vida.
Entretanto, a pesquisa qualitativa na visão de Minayo (2007) completa o que Severino afirma. Para ele este tipo de pesquisa trabalha com o universo dos significados, os motivos das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. A esses conjuntos de fenômenos humanos é entendido como parte da realidade social, pois os indivíduos se diferenciam pela maneira de pensar, interpretar a agir suas coes a partir da realidade vivida e compartilhada entre seus semelhantes.
Segundo Minayo (1995 p. 21-22)
[...] a pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos á operacionalização de variáveis. 
A pesquisa qualitativa aborda a profundidade no mundo dos significados, ou seja, busca informações voltadas ao determinado assunto em pauta, possibilitando assim a coleta de dados através de outras pessoas, através de observações e técnicas para assim chegar a um produto final.
Veja o que diz Dias (2000)
Os métodos qualitativos são apropriados quando o fenômeno em estudo é complexo, de natureza social e não tende à quantificação. Normalmente são usados quando o entendimento do contexto social e cultural é um elemento importante para a pesquisa. Para aprender métodos qualitativos é preciso aprender a observar, registrar e analisar interações reais entre pessoas, e entre pessoas e sistemas. (DIAS, 2000, p.03) 
Sendo assim, minha coleta de dados foi obtida através de entrevista voltada a professoras alfabetizadoras com uma vasta experiência na área da educação.
A entrevista foi focada somente em um tema específico, onde eu realizei perguntas as professoras regentes. Esse tipo de entrevista requer habilidade por parte do entrevistador, pois ele precisa ter cuidado para que a conversa esteja focada somente naquela informação que ele precisa, não desviando assim o pensamento das professoras para outro assunto.
A pesquisa em pauta apresenta uma análise das dificuldades de aprendizagem na leitura dos alunos em séries iniciais do ensino fundamental.
Sabe-se que a educação está presente no dia-a-dia de cada ser humano, promovendo assim uma interação social e cultural entre as pessoas, desse modo é impossível viver sem a educação.
Esta é um processo de atuação que consiste em valores, costumes e hábitos da sociedade, perdurando assim por todas as gerações. Além disso, a educação engloba metodologias voltadas para o ensino aprendizagem e capacitação do ser humano, tornando assim indivíduos preparados para exercer seu papel como cidadão dentro de uma sociedade.
No ambiente escolar, a criança é inserida com o objetivo de ser alfabetizada, logo, metodologias são aplicadas para o desenvolvimento do sistema da leitura e escrita. Durante as atividades em aula, percebe-se que muitas são as dificuldades dos discentes para aquisição da leitura e escrita, sendo assim, escolhi o tema em pauta no intuito de aprofundar meus conhecimentos no assunto bem como, por em prática quando ocorrer esse tipo de eventualidade.
Atuando em sala de aula há quase 05 anos, notei o quanto é fundamental se realizar um trabalho de excelência, garantindo melhores resultados no ensino-aprendizagem das crianças. Durante este período de atuação, notei por várias vezes que existem alunos que possuem dificuldades em aprender a ler, sendo assim necessária a atenção do docente para estes tipos de problemas.
Durante o período do meu curso, alguns trabalhos foram realizados e os mesmos tiveram uma significativa importância para a elaboração desta pesquisa, podendo citar aqui os estágios supervisionados como o maior contribuidor. Nestes estágios, pude observar e atuar como professora em sala de aula, vivenciando experiências fantásticas na qual aprimorou meus conhecimentos e desenvolveu uma autocrítica relacionada ao meu trabalho como profissional da educação.
Desse modo, a experiência adquirida no estágio supervisionado é de grande relevância para a formação do docente, pois é através dele que o acadêmico mostra toda sua criatividade, tornando-se assim mais responsáveis e perceptíveis a todas as situações existentes, afinal, este estaráali como pesquisador e aprendiz. Em alguma das vazes, é nessa fase que a maioria dos acadêmicos enxergam se essa área profissional é ou não aquela que irá exercer. 
O estágio é uma oportunidade do aluno acadêmico se autoanalisar e por em prática todos os seus conhecimentos adquiridos durante o estudo acadêmico, desenvolvendo suas habilidades e buscando cada vez mais novos saberes.
Meu estágio I foi realizado numa escola particular. Esta é uma escola pequena, mas muito bem preparada para atender os educandos.
 A escola atende ao Ensino Fundamental I e II. Possui mais de 100 alunos com a média entre 20 e 24 alunos por sala de aula. A faixa etária deles pelo turno matutino e vespertino varia entre 03 e 10 anos, com aulas extras de informática.
 A distribuição se dá da seguinte forma: Maternal, Infantil I, Infantil II – 1º ao 5º ano. A instituição na Educação Infantil conta com 6 professores; 3 auxiliares; 1 assistente pedagógica; 1 secretária, 1 coordenadora pedagógica e administrativa. Todas as salas têm janelas, ventiladores de teto e mobiliário próprio. A decoração das paredes é feita com desenhos escolhidos pelas professoras, sendo o espaço externo grande e com área para aula pratica de educação física. Existe a disposição das crianças uma área com parquinhos, escorregador. Gira-gira, gramado e é arborizado para recreação, onde são realizadas as brincadeiras livres.
 Este estágio teve como intuito estimular nos alunos a capacidade de pensar de maneira que estes viessem entender e assimilar a compreensão do que era dado em sala de aula. Para isso, foram utilizadas atividades propostas com o objetivo de instigar o aluno a pensar e desenvolver sua autoconfiança para que os mesmos se sentissem mais seguros na realização de suas tarefas.
 Meu estágio II da Educação Infantil foi realizado na mesma escola do estágio anterior, porém sua intenção foi direcionada a Educação infantil. Desta vez, trabalhei com crianças do grupo 3. Diante disso, as estratégias de leitura elaboradas para estes alunos foram um pouco diferente. Como as crianças ainda não são alfabetizadas, aderir atividades que viessem estimular a imaginação dos alunos como contação de histórias conforme a faixa etária das crianças. As mesmas foram contadas através de teatro de fantoches com entonação de voz criando a diferenciação das personagens, sempre chamando a atenção das crianças para essa diferença.
 Histórias a partir de gravuras, também foram confeccionadas através de placas grandes, no qual estabeleceu uma sequência entre elas. As placas foram apresentadas uma de cada vez as crianças e as mesmas fizeram a relação do texto oral a partir das gravuras que vem dando oportunidade assim das crianças contarem a história através das imagens observadas.
A minha vivencia do estágio III, no Ensino Fundamental, foi de grande importância para a minha formação acadêmica, onde descobrir a capacidade, a desenvoltura e as limitações de algumas crianças, além de ter sido o momento oportuno para perceber a minha carreira profissional.
Neste sentido sinto-me realizada, uma vez que cumpri com todas as minhas atividades curriculares e extracurriculares fui assídua e responsável, me dediquei a aprender, e foi uma oportunidade única que não pude deixar passar sem a minha contribuição para o meu aprendizado.
Ao final dos três estágios, posso afirmar que os conhecimentos adquiridos foram enriquecedores para o meu papel como educadora. 
4. RESULTADOS E DISCURSÃO
A pesquisa apresenta uma análise das dificuldades de aprendizagem na leitura dos alunos em séries iniciais.
Durante a pesquisa, constatei que as principais dificuldades que os discentes apresentam para ler, são decorrentes de vários fatores, porém enfatizei os mais importantes como: a falta de acompanhamento individual tanto da família como da escola; falta de paciência dos professores; recursos inadequados, bem como a dificuldade da família em manter as crianças na escola.
Sendo assim, considerei que o presente estudo trouxe respostas satisfatórias para meus questionamentos a respeito das dificuldades enfrentadas pelos alunos no processo da leitura. Deste modo, estive sempre estimulada a avançar meus estudos, contribuindo assim para a minha prática pedagógica em sala de aula.
Diante disso, senti a necessidade de fazer algumas perguntas às professoras regentes no momento em que fiz meu Estágio Supervisionado de Observação, pois saberia que essa coleta de dados iria ter uma grande contribuição para a elaboração deste trabalho.
Desse modo, como meu intuito era saber mais sobre a leitura e as dificuldades enfrentadas pelos discentes para ler, minha primeira pergunta lançada para a professora foi como ela define a leitura. A mesma respondeu que “a leitura é um ato de ver na sua concretude ou representado por meio da escrita, do som, da arte, do choro, etc. por meio da leitura e de nossa visão de mundo conseguimos o domínio da palavra. Por meio da palavra, trocamos idéias e conhecimentos, sendo possível entender o mundo que nos cerca. Ler é estar conectado com a leitura do outro, é receber e emitir informações e logar na realidade do outro. É entender que sem o outro o seu ponto de vista é só um ponto de vista”.
Por sua vez, para a segunda professora entrevistada “a leitura é a peça fundamental para o ensino-aprendizagem da criança, pois é através da leitura que o indivíduo adquire conhecimentos, levando assim a exercer sua cidadania. A leitura amplia a compreensão do mundo, proporcionando autonomia, troca de experiências, além de enriquecer a visão crítica de tudo aquilo que está ao seu redor”.
Para Martins (1999, p.34)
"Aprender a ler significa aprender a ler o mundo, e a função do educador não seria precisamente a de ensinar a ler, mas a de criar condições para o educando realizar a sua própria aprendizagem, conforme seus próprios interesses, necessidades, fantasias, seguido as dúvidas e exigências que a realidade lhe apresenta".
 Diante disso, percebe-se que a leitura possui uma grande importância não só para a formação do aluno, mas também para a formação de futuros cidadãos capaz de exercer suas funções dentro de uma sociedade. 
	Vale ressaltar que, cabe ao professor criar estratégias que venham estimular o ensino aprendizado dos discentes bem como demonstrar aos alunos o quão é prazeroso ler. Perante este questionamento, uma segunda pergunta foi feita às professoras à cerca das estratégias de leitura que elas utilizam em sala de aula. A primeira professora responde que “é preciso preparar e orientar os alunos para os diferentes tipos de leituras a serem trabalhados. Perguntar o que sabe sobre o tema (levantar os conhecimentos prévios), ler apenas o título e solicitar que digam o que imaginam estar escrito no texto. Realizar a leitura silenciosa para desenvolver a capacidade de concentração, após a leitura oral expressiva pela professora e pelos alunos para o aperfeiçoamento da fluência de leitura e para a percepção e análise da estruturação textual. Após a mesma conversar sobre o texto para que compreendam as ideias dele contidas”.
 Para a segunda educadora, ela “costuma trabalhar sempre com textos onde irá instigar o aluno a imaginar, criar, discutir e interagir com o próximo”. Ler não é apenas decodificar, é também compreender, por isso que é interessante estimular de alguma forma a imaginação dos discentes. Realizar roda de leitura é uma maneira que ainda considero eficaz e prazerosa para a criança. Explorar as ideias da mesma, com perguntas referentes ao texto lido e dar-lhe a oportunidade de recontar o texto, para mim também é considerada uma excelente opção. É essencial que se haja leitura constantemente em sala de aula, englobando assim a mesma em todas as disciplinas, levando dessa forma o aluno o hábito pela leitura. Pensando nisso, indaguei as professoras sobre a sua frequência da leitura em sala de aula para os alunos. As mesmas responderam que “a todo o momento é realizado leitura na sala de aula, o aluno ler textosdas matérias estudadas do dia, realizam leitura na correção de atividades e para realizar as mesmas. Há momentos de leituras prazerosas, isto é, o aluno que terminam as atividades pode escolher um livro para ler”. Para a outra docente, “é importante que a leitura esteja presente em todas as disciplinas, por isso no dia a dia, procuro realizar leitura coletiva também com outras disciplinas, planejando assim propostas e estratégias que mostrem aos alunos a maneira mais fácil de lidar com isso”.
 Segundo Aguiar (1998, p. 27) “todo hábito entra na vida como um jogo que, por mobilizar emoções, inspirar prazer, exige repetição continua e renovada”. Ou seja, para que a leitura se torne um hábito constante para os discentes, é preciso que o professor trabalhe com diversos textos em sala de aula, afinal o docente necessita ser um exemplo para os alunos, pois aquele docente que não pratica o ato de ler, não consegue passar segurança e motivar seus alunos à leitura.
Ver-se que a opinião das duas educadoras entrevistadas é semelhante, ambas englobam diariamente a leitura em sua rotina, incentivando os alunos ao hábito pela leitura. Vale salientar que a participação dos pais e professores na vida dos discentes é de grande relevância, pois os mesmos podem estar assumindo um papel de incentivadores, principalmente quando o aluno possuiu dificuldade na leitura, a parceria desses dois é fundamental.
 Para aprofundar meus conhecimentos em relação às dificuldades de aprendizagem na leitura apresentada por alguns discentes, perguntei as professoras quais objetivos devem ser traçados para sanar essas deficiências. Uma delas disse que “é preciso oportunizar ao aluno a leitura de grandes variedades de textos literários ou não, de diferentes estilos e autores. São realizadas várias atividades que buscam mostrar que ler é uma forma de aprender a pensar e refletir sobre a realidade e a conhecer a si mesmo”.
 Na opinião da outra educadora “é preciso utilizar métodos pedagógicos voltados á dificuldade de cada aluno”. Fica explicito que mais uma vez no ponto de vista de ambas as professoras coincidem, uma vez que as duas exprimem que é necessário diagnosticar a deficiência de cada aluno e aplicar atividades relacionadas a cada problema. É notório que a dificuldade dessas crianças em ler é apenas obstáculos que impedem as mesmas de avançar, deste modo, é de suma importância o diagnóstico precoce dessa deficiência para que a professora possa começar a trabalhar sobre este problema o quanto antes. Mas qual providencia deve ser tomada ao se deparar com alunos com dificuldades em leitura? Esta pergunta foi direcionada às educadoras entrevistadas. Uma delas respondeu que “se aproxima do aluno e da mais atenção ao mesmo, além de oportunizar momentos lúdicos de leitura”. Por sua vez, a segunda entrevistada responde que “procura observar as deficiências que o aluno possui, para assim elaborar atividades didáticas que venham sanar tais dificuldades”.
 Segundo José apud Coelho (1996, p.23) “ao educador cabe detectar as dificuldades que aparecem em sala de aula e investigar de forma ampla, que abranja aspectos orgânicos, mentais, psicológicos adicionados à problemática em que a criança vive”. Ou seja, o autor aborda que é necessário está realizando o diagnóstico da leitura e escrita dos alunos desde o início do ano letivo, assim, o docente perceberá as reais dificuldades destes e começarão a realizar atividades pedagógicas que possam vir a sanar tais problemas.
 Diversos tipos de livros, histórias, trabalhos com rótulos, cartazes, músicas entre outras atividades pedagógicas podem ser incluídas no dia a dia do aluno como incentivo à leitura.
Em caso de dificuldades de aprendizagem na leitura dos alunos, diagnosticar o quanto antes o problema e comunicar aos pais ou responsáveis para informar a deficiência do aluno e qual providência irá ser tomada para saná-la.
Diante disso, nota-se que não é um caminho tão fácil pelo qual as crianças passam ate chegarem a um estágio de reconhecimento e de entendimentos da escrita. Falar de alfabetização e letramento dentro da educação ou até mesmo fora, vai continuar sendo um assunto que nunca se esgotará porque a cada dia vão surgindo novas regras e com isso novas discussões.
Hoje não basta ser somente alfabetizada, temos que ultrapassar a barreira de somente ler e escrever e ter a consciência que a leitura e a escrita têm um sentido e somente compreendendo a funcionalidade da língua escrita que o cidadão torna-se mais atuante na sociedade.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Acredito que este trabalho possa servir  de reflexão para todos os professores repensar na sua prática em sala, podendo rever seus conceitos de leitura.
 A leitura nos fornece um mundo de prazer. Assim o ato de ler transforma-se num ato de questionamento.
Espera-se que o processo de ensino-aprendizagem se modifique,  trabalhando de maneira renovada, de modo a propiciar cada dia um momento importante na construção do seu conhecimento em leitura.
 Aprender a ler é não só uma dos objetivos mais importantes da vida escolar. É uma vivência única para cada pessoa. Ao dominar a leitura abrimos a possibilidade de adquirir conhecimentos, desenvolver raciocínios, alargar a visão de mundo, do outro e de si mesmo, participar ativamente da vida social. No entanto, até hoje, ler é um problema para muitas pessoas. Cabe à escola, em meio a tantas mudanças tecnológicas e sociais, estimular a leitura, melhorar as estratégias, principalmente de compreensão e oferecer muitos e variados textos.
	Quando há compreensão efetiva do que essa concepção de leitura promove e o professor acredita na mesma, a teoria se efetiva na prática, o professor terá, então, uma postura adequada à mesma. Dessa forma, pode-se pontuar, inicialmente, a importância do papel do professor como leitor o qual serve de modelo para os alunos e a função de mediador que tem nesse processo. O aluno precisa de apoio, informação, incentivo e dos desafios proporcionados pelo professor. Assim, o aluno vai dominando, progressivamente aspectos da tarefa de leitura que, no início, são distantes dele. Necessário refletir, ainda, que o ensino da leitura não é questão de um curso ou professor, mas questão de toda a escola e de todos os professores.
Importante destacar que a coerência, continuidade e progressão da intervenção no trabalho com a leitura são essenciais, pois as práticas decorrentes desse trabalho precisam de um processo longitudinal, porque acontecem durante toda a vida escolar e prolongassem por toda a vida, agregando à pessoa cada vez mais leituras no sentido pleno da palavra.
Enfim, espera-se que tenha sido provocado um olhar e um refletir sobre a ação da escola, sobre seu compromisso. Que eles abram perspectivas de interação sobre a atividade de ensinar e encaminhem efetivamente ações de sucesso na escola, oportunizando os nossos alunos construir sentido e produzir conhecimento através da leitura.
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