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Contestação em Processo Cível

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Prévia do material em texto

EXMO.	 SR.	 DR.	 JUIZ	 DE	 DIREITO	 DO	 	 1º	 JUIZADO	 ESPECIAL	 CÍVEL	 	 DA	 COMARCA	 DE
PLANALTINA/DF.
Parte	Autora:	DIVINO	NUNES	DOS	SANTOS.	
Processo	n.º	0701504-18.2020.8.07.0005
ITAU	UNIBANCO	S.A.,	 inscrito	 no	 CNPJ	 sob	 o	 n.	 60.701.190/0001-04,	 com	 sede	 na	 Praça	 Alfredo
Egydio	S	Aranha,	100,	Torre	Olavo	Setubal,	Prq	Jabaquara,	São	Paulo	-	SP,	por	seus	advogados	que
esta	subscrevem	 (doc.	atos	constitutivos	e	procuração),	 vem	 respeitosamente	à	presença	de	V.	Exa.,
apresentar	CONTESTAÇÃO	nos	autos	do	processo	em	epígrafe,	pelos	motivos	de	 fato	e	de	direito	a
seguir	expostos.
RESUMO	DA	DEFESA
-	Não	houve	inscrição	do	nome	da	Parte	Autora	no	SPC/SERASA.	Os	fatos	e	provas	trazidos	pela
Parte	Autora	não	configuram	dano	moral,	pois	caracterizam	mero	aborrecimento.
-	A	Parte	Autora	não	buscou	solução	alternativa	para	seu	problema,	deixando	de	recorrer	aos	canais
de	atendimento	administrativos	disponibilizados	pelo	Réu	ou,	por	entidades	públicas;	
-	 Assim	 que	 tomou	 conhecimento	 dessa	 ação,	 o	 Réu,	 para	 não	 prolongar	 o	 litígio,	 tentou	 firmar
acordo	com	a	Parte	Autora,	porém	não	foi	possível	localizá-la.
-	Necessidade	de	aplicação	do	princípio	da	 razoabilidade	na	valoração	do	dano,	sob	pena	de	ser
desvirtuada	sua	finalidade.
		
FATOS
A	 Parte	 Autora	 alega	 ter	 sofrido	 prejuízo	 em	 razão	 de	 estar	 recebendo	 cobrança	 mesmo	 após	 ter
realizado	acordo	em	ação	anterior	para	baixa	do	contrato.	
AUSÊNCIA	DE	PRETENSÃO	RESISTIDA
O	Réu	somente	 tomou	conhecimento	do	problema	 trazido	nos	autos	após	o	ajuizamento	desta	ação,
não	tendo	a	parte	Autora	procurado	nenhum	dos	canais	de	atendimento	disponibilizados	pelo	Réu	para
solução	 de	 conflitos	 (Agência,	Central	 de	Atendimento,	 Fale	Conosco,	Ouvidoria),	 nem	 	 a	 plataforma
Consumidor.gov,	como	tentativa	de	evitar	litígio.
Tal	 fato	demonstra	a	ausência	de	pretensão	 resistida	por	parte	do	Réu	em	 resolver	a	questão,
razão	pela	qual	há	de	ser	afastada	qualquer	hipótese	de	condenação	em	dano	moral,	dado	que	a
finalidade	primária	do	ajuizamento	da	ação	não	deve	ser	a	busca	por	indenização	pecuniária,	mas
sim	a	solução	de	um	conflito	não	passível	de	prévio	consenso	entre	as	partes.
Essa	questão	não	passou	despercebida	pela	1ª	Turma	Recursal	do	Rio	de	Janeiro	cujo	entendimento	se
consolidou	nesse	sentido:
(...)	 Inicial	 que	 não	 contém	 nº	 de	 protocolo	 de	 reclamação	 ou	 qualquer
relato	que	demonstre	que	o	autor	tenha	procurado	a	ré	para	reclamar	das
cobranças	supostamente	indevidas,	o	que	leva	a	crer	que,	após	o	lapso
de	um	ano,	o	autor	optou	por	distribuir	a	presente	demanda	sem	sequer
questionar	a	regularidade	das	mesmas	junto	a	demandada.	Ré/recorrente
que,	em	contestação,	afirma	ter	tomado	conhecimento	do	problema	trazido	aos
autos	somente	após	o	ajuizamento	desta	ação,	não	 tendo	o	autor	procurado
nenhum	dos	canais	de	atendimento	disponibilizados	para	solução	de	conflitos.
Ausência	 de	 pretensão	 resistida	 por	 parte	 da	 ré	 que	 se	 predispôs	 a
restituir	 o	 valor	 cobrado	 e	 a	 cancelar	 o	 seguro	 questionado,	 levando	 a
crer	 que	 a	 questão	 teria	 sido	 facilmente	 solucionada	 na	 seara
administrativa.	 (...)	 Autor	 que	 não	 amargou	maiores	 transtornos,	 não	 tendo
vivenciado	angústia	ou	sentimento	de	 impotência	decorrente	da	recusa	da	ré
em	resolver	a	questão	de	forma	administrativa.	Reforma	da	sentença,	portanto,
no	que	 tange	a	 condenação	da	 ré	 ao	 pagamento	 de	 verba	 compensatória	 a
título	 de	 dano	 moral.	 (...)	 grifos	 nossos.	 TJRJ	 –	 Recurso	 inominado	 nº
0004047-61.2014.8.19.0021	 –	 Primeira	 Turma	 Recursal	 –	 Juíza	 Relatora
RENATA	GUARINO	MARTINS	–	24/03/2015
PROVIDÊNCIAS	ADOTADAS	PELO	RÉU	PARA	EVITAR	O	PROLONGAMENTO	DO	LITÍGIO
Após	detida	análise	dos	 fundamentos	da	pretensão	autoral,	o	Réu	não	deseja	prolongar	o	 litígio,	pelo
que	decidiu	buscar	solução	amigável.	
Nesse	contexto,	o	Réu,	agindo	de	boa-fé:
-	Tentou	contato	com	a	Parte	Autora	com	o	intuito	de	realizar	acordo	antecipadamente,	no	entanto,	não
logrou	êxito	em	localizá-la.
AUSÊNCIA	DE	DANO	MORAL
Pelo	acima	exposto,	resta	a	inexistência	de	ato	ilícito	que	acarrete	o	dever	de	indenizar.
No	mais,	apenas	a	título	de	argumentação,	vale	destacar	que	a	simples	alegação	da	Parte	Autora	não	é
suficiente,	por	si	só,	para	justificar	eventual	indenização	por	danos	morais:
Ação	 Declaratória	 c/c.	 Repetição	 de	 Indébito	 c/c.	 Indenizatória.	 Cobranças
endereçadas	à	autora	e	relativas	a	serviços	não	contratados.	Sentença	de	parcial
procedência,	declarando	nulas	as	cobranças	a	título	de	"tarifa	de	cobrança"	e
de	 seguro	 "proteção	 premiada"	 e	 determinando	 a	 devolução	 em	 dobro.	 Não
acolhimento	 do	 pedido	 de	 indenização	 por	 dano	 moral.	 Inconformismo	 da
autora.	Lide	que	se	subsume	aos	ditames	do	CDCON.	Responsabilidade	objetiva.
Aborrecimentos	do	cotidiano	que	não	extrapolam	a	seara	patrimonial.	Dano
moral	 não	 configurado.	 Ausência	 de	 violação	 a	 quaisquer	 dos	 direitos
personalíssimos	 do	 autor.	 Questão	 amplamente	 debatida	 nas	 Câmaras
Cíveis,	 inclusive	 perante	 a	 Décima	 Terceira	 Câmara	 Cível	 e	 já	 sumulada
(Enunciado	no.	75	da	Súmula	do	TJERJ),	o	que	autoriza	exame	e	decisão	pela
Relatoria,	 com	 fulcro	 no	 art.	 557	 do	 CPC,	 porquanto	 NEGO	 SEGUIMENTO	 AO
RECURSO,	para	confirmar	na	íntegra	a	r.	sentença	recorrida.	
(Grifos	 acrescidos	 -	 TJRJ	 -	 Apelação	 nº	 0039449-60.2011.8.19.0038	 -	 Décima
Terceira	Câmara	Cível	-	Des.	Sirley	Abreu	Biondi	–	Julgamento	em	11/07/2013).
Isso	porque	o	 instituto	 do	dano	moral	 não	pode	 ser	 desvirtuado	para	 se	 tornar	 uma	 forma	de
enriquecimento,	desestimulando	a	busca	pela	resolução	do	problema	em	si.		
Ademais,	não	se	trata	de	hipótese	de	dano	moral	in	re	ipsa,	sendo	que,	tampouco,	há	nos	autos	prova
de	que	os	fatos	relatados	tenham	causado	dor,	sofrimento,	humilhação	ou	mesmo	desequilíbrio	em	sua
vida	 financeira,	a	caracterizar	eventual	dano	a	sua	honra.	Ainda,	não	se	vislumbra,	ofensa	a	qualquer
atributo	 da	 personalidade	 capaz	 de	 gerar	 o	 dever	 de	 compensação	 por	 dano	moral.	 Em	 verdade,	 a
situação	 experimentada	 representa	mero	 transtorno,	 não	 tendo	 havido	 consequência	maior	 do	 que	 o
pleito	pecuniário.	
A	 esse	 respeito	 é	 pacifico	 o	 entendimento	 do	 STJ:	 O	 mero	 inadimplemento	 contratual	 não	 acarreta
danos	morais	(AgRg	no	Ag	1271295	RJ).
Nessa	mesma	linha,	reforça	o	Superior	Tribunal	de	Justiça,	o	entendimento	de	que	dano	moral	não	deve
ser	uma	consequência	necessária	do	ilícito	civil	ou	da	falha	na	prestação	de	serviço.	A	configuração	do
dano	moral	dependerá	da	análise	das	peculiaridades	apresentadas,	as	quais	devem	ser	comprovadas
nos	autos	(REsp.	1.550.509/RJ,	julgado	por	unanimidade).	Vejamos:
RESPONSABILIDADE	 CIVIL.	 CARTÃO	 DE	 CRÉDITO.	 COBRANÇA	 INDEVIDA.
PAGAMENTO	 NÃO	 EFETUADO.	 DANO	 MORAL.	 NÃO	 OCORRÊNCIA.	 MERO
TRANSTORNO.
1.	Não	configura	dano	moral	 in	re	 ipsa	a	simples	remessa	de	fatura	de	cartão	de
crédito	para	a	residência	do	consumidor	com	cobrança	indevida.	Para	configurar	a
existência	do	dano	extrapatrimonial,	há	de	se	demonstrar	fatos	que	o	caracterizem,
como	a	reiteração	da	cobrança	indevida,	a	despeito	da	reclamação	do	consumidor,
inscrição	em	cadastro	de	inadimplentes,	protesto,	publicidade	negativa	do	nome	do
suposto	devedor	ou	cobrança	que	o	exponha	a	ameaça,	coação,	constrangimento.
Recurso	provido	pela	Quarta	Turma	(Resp.	1.550.509	–	RJ,	DJe	14/03/16)
Aduz,	ainda,	que	apesar	do	dano	moral	in	re	ipsa	dispor	de	presunção	de	existência,	não	significa	dizer
que	em	tal	espécie	o	dano	moral	é	obrigatório	ou	que	não	se	possa	extrair	outra	solução	que	não	seja	a
indenização,	tal	como	acontece	nos	casos	de	apontamento	preexistente	(Súmula	385	STJ).
Adicionalmente,	 considera	 a	Min.	Maria	 Isabel	Gallotti,	 em	 seu	 voto,	 outras	 situações	 que	 não
caracterizam	dano	moral	 in	re	 ipsa,	a	saber:	saque	 indevido,	débito	de	serviço	não	contratado,
recusa	 na	 aprovação	 de	 crédito,	 bloqueio	 de	 cartão	 ou	 transação	 não	 autorizada.	 No	 mesmosentido:	AREsp	395.426-DF,	AgRg	no	AREsp	316.452-RS,	AgRg	no	REsp	1.346.581-SP,	AgRg	no	REsp
533.787-RJ,	REsp	1.365.281-SP.
O	Réu	não	apontou	o	nome	da	parte	autora	no	cadastro	de	inadimplentes.	O	fato	permaneceu	restrito	ao
conhecimento	das	partes,	tanto	que	não	há	prova	de	abalo	à	reputação	da	parte	autora.
O	suposto	dano	não	se	afigura	in	re	ipsa,	cabendo	à	parte	autora	provar	ofensa	grave	e	lesiva	ao	seu
moral.	Eventual	dissabor	ou	sensibilidade	exacerbada	experimentados	não	autorizam	a	indenização	que
pressupõe	a	existência	e	demonstração	do	dano	efetivo	(arts.	927,	CC	e	373,	CPC).	
RAZOABILIDADE	–	AVALIAÇÃO	DA	EXTENSÃO	DO	DANO	CONCRETO
Ainda	que	se	entenda	 ter	havido	um	dano	moral,	o	que	não	acredita	o	Réu,	a	quantia	pleiteada	pela
Parte	 Autora	 mostra-se	 irrazoável	 e	 desproporcional,	 o	 que	 não	 merece	 prosperar,	 uma	 vez
considerados	 (i)	 a	 extensão	 dos	 danos	 sofridos	 e	 (ii)	 o	 comportamento	 de	 boa-fé	 adotado	 pelo	 Réu
desde	o	primeiro	momento.
A	 configuração	 do	 dano	 moral	 indenizável	 requer,	 impreterivelmente,	 a	 presença	 do	 dano,	 a
antijuridicidade	do	ato	e	o	nexo	causal	entre	tais	elementos,	devendo	ser	grave	a	lesão	ao	direito
da	vítima.
Da	antijuridicidade	do	ato
Ao	analisar	a	conduta	ensejadora	do	dano,	deve-se	verificar	o	desempenho	da	atividade	exercida	pelo
Réu,	 que	 encontra	 respaldo	 na	 legislação	 vigente,	 obedecendo	 normas	 e	 regulamentos	 do	 Banco
Central,	Código	Civil	e	Código	de	Defesa	do	Consumidor.
O	 Réu	 investe	 continuamente	 para	 aperfeiçoar	 a	 qualidade	 e	 a	 segurança	 de	 suas	 operações,
alcançando	níveis	cada	vez	maiores	de	satisfação	de	seus	clientes.	Mesmo	processando	diariamente
milhares	de	 transações	bancárias,	apenas	 ínfima	parcela	dessas	operações	são	objeto	de	discussões
judiciais,	 o	 que	 demonstra	 o	 compromisso	 do	 Réu	 em	 resolver	 o	 problema	 de	 seus	 clientes	 e	 a
efetividade	 de	 seus	 canais	 de	 atendimento	 administrativos.	 Destaca-se	 que	 somente	 0,2%	 dos
consumidores	 que	 procuram	 um	 dos	 canais	 administrativos	 do	 Réu	 ingressam	 posteriormente	 com
ações	judiciais	(índice	set/2014).
Ainda,	 dados	 oficiais	 divulgados	 pelo	 SINDEC	 -	 Sistema	 Nacional	 de	 Defesa	 do	 Consumidor,	 em
outubro/2014,	apontam	que,	além	de	diminuir	a	quantidade	de	reclamações	de	consumidores	em	9,7%
(comparativo	 2013x2014),	 o	 Réu	 também	 apresentou	 o	 maior	 índice	 de	 resolutividade	 do	 sistema
financeiro,	com	84,2%	(acumulado	jan	a	out/2014).
Nesse	cenário,	nota-se	que	o	prejuízo	relatado	pela	Parte	Autora	não	foi	ocasionado	intencionalmente,
mas	decorre	de	um	“erro	aceitável”	dentro	do	desempenho	da	atividade	bancária,	que	lida	diariamente
com	grande	número	de	operações	e	já	apresenta	níveis	altíssimos	de	qualidade,	embora	carregue	certa
potencialidade	de	dano	(“risco	permitido”).	
Logo,	afasta-se	a	antijuridicidade	do	ato.
Da	gravidade	do	dano
Não	é	qualquer	ato	antijurídico	ou	descumprimento	de	dever	legal	ou	contratual	que	enseja	o	dever	de
indenizar,	 sob	 pena	 de	 banalização	 do	 instituto.	 Nessa	 linha,	 é	 a	 lição	 da	 Professora	 Judith	Martins-
Costa:
(...)	não	se	configura	o	dever	de	indenizar	quando	a	lesão	não	é	revestida	de	gravidade,	pois	a	vida	em
sociedade	 produz,	 necessariamente,	 contratempos	 e	 dissabores	 a	 todo	momento.	 O	 reconhecimento
irrestrito	 do	 direito	 à	 indenização	 por	 “futilidades”	 ocorre,	 inelutavelmente,	 em	 prejuízo	 da	 própria
coletividade,	que	terá	de	arcar	com	os	custos	decorrentes.
Os	 fatos	e	provas	existentes	nos	autos	evidenciam	que	não	houve	abalo	à	 reputação	da	Parte
Autora	 perante	 terceiros,	 vez	 que	 não	 houve	 inscrição	 nos	 cadastros	 restritivos	 de	 crédito,
permanecendo	o	conhecimento	dos	fatos	restrito	às	partes.
A	 situação	 vivenciada	 pela	 Parte	 Autora,	 conforme	 já	 mencionado,	 constitui	 mero	 aborrecimento,
insuficiente	à	configuração	do	dano	moral,	sendo	que	“O	simples	descumprimento	contratual,	por	si,	não
é	capaz	de	gerar	danos	morais,	 sendo	necessária	a	existência	de	um	plus,	 uma	consequência	 fática
capaz,	essa	sim,	de	acarretar	dor	e	sofrimento	indenizável	pela	sua	gravidade.”	(REsp	656.932/SP))
Do	comportamento	do	Réu		
Cumpre	 ressaltar	 que	 o	 Banco	 Réu,	 quando	 acionado	 pela	 Parte	 Autora,	 adotou	 as	 providências
necessárias	 para	 minimizar	 o	 problema.	 Logo,	 merece	 atenção	 a	 conduta	 conciliatória	 adotada	 pelo
Banco	Réu,	que,	desde	o	início,	movido	pela	boa-fé,	buscou	a	composição	com	a	Parte	Autora.
Tal	postura	deve	ser	considerada	no	momento	em	que	se	avalia	a	ocorrência	de	dano	indenizável	ou	se
apura	 o	 quantum	 indenizatório,	 na	 linha	 do	 entendimento	 das	 ilustres	 Min.	 Maria	 Isabel	 Gallotti	 e
Professora	Judith	Martins-Costa,	respectivamente:
Quanto	à	extensão	da	responsabilidade,	especialmente	o	arbitramento	do	valor	da	indenização	por	dano
moral,	 entendo	 que	 se	 deve	 verificar,	 na	 análise	 de	 cada	 caso,	 de	 um	 lado,	 a	 gravidade	 dos	 danos
sofridos	 pelas	 vítimas,	 e,	 de	 outro,	 a	 conduta	 do	 banco,	 diante	 do	 evento.	 (...)	Esta	 conduta	mais	 ou
menos	diligente	do	banco	deve	ser	levada	em	conta,	para	diminuir	ou	majorar	o	valor	da	indenização	por
dano	moral	ou,	até	mesmo,	para	afastar	o	dano	moral,	se	o	banco	imediatamente	resolver	o	problema
da	vítima	(REsp	1197929/PR	e	REsp	1199782/PR)
(...)	se,	ao	revés,	a	conduta	da	entidade	bancária	 for	diligente,	ativa	e	 respeitosa	aos	consumidores	–
seja	ao	prevenir	o	dano,	seja	ao	adotar	medidas	para	equacioná-lo,	 tratar-se-á	de	um	símile	do	“risco
permitido”,	que	não	a	 isenta	de	reparar	o	prejuízo	patrimonial	causado	(se	constatado	o	erro),	mas	se
pode	 refletir,	 conforme	 o	 caso,	 na	 minoração	 ou	 até	 mesmo	 na	 isenção	 do	 quantum	 indenizatório
extrapatrimonial.
Da	razoabilidade	e	da	proporcionalidade	do	quantum	indenizatório
Ante	o	exposto,	pelo	princípio	da	eventualidade,	ainda	que	se	considere	a	ocorrência	de	dano	moral,
esse	 deve	 ser	 ponderado,	 considerando	 todas	 as	 variáveis	 aqui	 expostas,	 afastando,	 portanto,	 a
pretensão	autoral,	eis	que	desproporcional.
Lembra-se	 que	 o	 quantum	 indenizatório	 deve	 se	 pautar	 no	 princípio	 da	 reparação	 integral	 do	 dano,
previsto	no	art.	944,	Código	Civil.	A	parte	lesada	deve	ser	compensada	na	exata	medida	de	seu	prejuízo,
nem	 além	 nem	 aquém,	 sob	 pena	 de	 enriquecimento	 sem	 causa.	 Uma	 vez	 que	 nosso	 ordenamento
jurídico	 não	 prevê	 caráter	 punitivo	 à	 indenização,	 o	 montante	 indenizatório	 presta-se	 a	 reparar	 o
prejuízo,	e	não	a	penalizar	o	agente	do	dano	ou	beneficiar	a	vítima.
NÃO	CABIMENTO	DA	INVERSÃO	DO	ÔNUS	DA	PROVA
A	 inversão	 do	 ônus	 da	 prova	 (art.	 6º,	 VIII,	 CDC)	 é	 admitida	 somente	 quando	 presentes	 os	 seus
pressupostos.	Não	se	vislumbra	verossimilhança	nas	alegações	da	Parte	Autora.
REQUERIMENTOS
Ante	o	exposto,	requer	o	Réu
I.	seja	julgado	improcedente	o	pedido	de	indenização	por	danos	morais	e,	alternativamente,	caso	haja	o
entendimento	 pela	 ocorrência	 desses,	 que	 o	 quantum	 indenizatório	 seja	 pautado	 nos	 critérios	 acima
expostos,	em	especial	na	conduta	das	partes;
II.	que	os	ônus	da	sucumbência	sejam	recíprocos	e	proporcionalmente	distribuídos,	ou,	caso	assim	não
entenda	V.	Exa.,	seja	tal	verba	fixada	no	mínimo	legal.
Por	 fim,	 requer	 que	 todas	 as	 intimações	 e/ou	 notificações	 sejam	 feitas	 em	 nome	 do(s)
advogado(s)	RENATO	CHAGAS	CORREA	DA	SILVA,	OAB/DF	-	DISTRITO	FEDERAL	45892,		sob	pena
de	nulidade	dos	atos	processuais.
Nesses	termos,	pede	deferimento.
Brasília/DF,	30	de	março	de	2020
_____________________________
	RENATO	CHAGAS	CORREA	DA	SILVA,
OAB/DF	-	DISTRITO	FEDERAL		45892

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