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Peça Extra prat Civel

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PEÇA EXTRA
CONTESTAÇÃO
Marcelo, brasileiro, solteiro, engenheiro, residente em São Paulo capital, procura você, advogado, para defendê-lo nos autos da Ação de Cobrança de Cotas Condominiais, pelo rito sumário, que lhe move o Condomínio do Edifício Bandeirantes, em curso perante a 06° Vara Cível da Comarca de São Paulo do Estado de São Paulo. Na inicial consta a cobrança das cotas condominiais vencidas e não pagas referentes aos meses de agosto de 2012 a junho de 2013. Cada cota no valor R$1.100,00 (mil e cem reais) cada, totalizando a quantia de R$ 12.100,00 (doze mil e cem reais), excluídos os encargos moratórios. Marcelo informa que vendeu o imóvel objeto da lide, conforme prova com a escritura de compra e venda, datada de julho de 2012, ocasião em que o comprador, Társio, brasileiro, solteiro, contador, foi imitido na posse do mesmo, passando ali a residir e procedendo ao respectivo registro. Esclarece ainda que, conforme se verifica da documentação acostada, a cota condominial vence no dia 05 de cada mês, sendo certo que após esta data incide multa de 02% além de juros de 01% ao mês. O comprador, conforme informações de Marcelo, propôs Ação de Consignação em Pagamento, em face do Condomínio do Edifício Bandeirantes, com o intuito de quitar tais parcelas em atraso. A ação está em curso perante a 10ª Vara Cível da Comarca de São Paulo do Estado de São Paulo, sendo certo que neste processo, distribuído anteriormente, se deu o primeiro despacho positivo. Afirma ainda Marcelo que, em julho de 2012, o síndico do condomínio estava ciente da alienação do bem. Diante dos fatos narrados, elabore a defesa de Marcelo considerando que o mesmo lhe forneceu todos os documentos comprovadores de suas alegações.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA CIVIL DA COMARCA DE SÃO PAULO / SP
Processo nº ...
MARCELO, já devidamente qualificado nos autos da AÇÃO DE COBRANÇA DE COTAS CONDOMINIAIS, pelo rito comum, que lhe move CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO BANDEIRANTES, vem por seu advogado abaixo subscrito com endereço profissional na Rua …, nº…, bairro, cidade, oferecer a V. Exa. sua
CONTESTAÇÃO,
Expondo e requerendo o que segue:
DAS PRELIMINARES
1 – Da conexão:
Com base no artigo 337, VIII, do CPC, é de relevância ressaltar que, tramita na 10ª vara cível da comarca de São Paulo, ação de consignação em pagamento proposta por Társio em face do Condomínio do Edifício Bandeirantes, no qual se discute o pagamento das cotas condominiais dos meses de agosto de 2012 a junho de 2013, sendo a lide de mesma causa de pedir da presente ação.
Deste modo, de acordo com o previsto no artigo 55, caput e § 1o, CPC, encontra-se caracterizada a conexão entre os processos, devendo assim as ações serem reunidas para decisão conjunta, prevenido possível divergência.
sendo assim, as ações acima descritas como conexas devem ser reunidas perante o juízo prevento, conforme determina o artigo 58, do CPC, devendo, no presente caso, ser a 10ª vara cível a função de recebimento da petição inicial, tendo em vista o previsto no artigo 59, do CPC.
2- Da Ilegitimidade Passiva
Em virtude de o Réu não possuir participação na relação processual deduzida, constata-se que o mesmo não pode figurar no polo passivo deste processo, tendo como base o artigo 337, XI do CPC, em vista que o imóvel, objeto de cobrança das cotas condominiais, foi alienado pelo réu em período anterior da de cobrança das referidas cotas, não se enquadrando assim nos moldes do artigo 17 do CPC, haja vista que o imóvel em questão tenha sido alienado em junho de 2012 e as cotas se referem ao mês de agosto de 2012 a junho de 2013, período este, conforme alegado, posterior a alienação, devendo, portanto, o réu ser considerado parte ilegítima no processo.
Assim sendo, deverá o processo ser extinto sem resolução de mérito, conforme previsto no artigo 485, VI, NCPC
DA PREJUDICIAL DO MÉRITO
Requer-se o reconhecimento da Decadência e Prescrição nos termos do artigo 487, II, do CPC.
DO MÉRITO
Diante de todo o exporto das alegações do autor não devem prosperar, visto que, a época da alienação do apartamento, objeto em questão, em junho de 2012, não havia quaisquer débitos condominiais. E ainda que houvessem a obrigação dos pagamentos seria do novo proprietário, neste caso Társio, e não do Réu, conforme previsão do artigo 1.345, CC.
Esta é uma obrigação Propter Rem, ou seja, aquela que segue a coisa. Portanto o novo proprietário assume toda responsabilidade inerentes ao imóvel no ato de sua aquisição.
Ademais, a alienação era de conhecimento do Condomínio, sendo assim, pode-se observar a iminente litigância de má-fé, conforme prevê o artigo 80, I e II, do CPC, visto que, o pedido contrário ao texto legal bem como a alteração das verdades dos fatos.
DO PEDIDO
Isto posto, requer a Vossa Excelência:
a) O acolhimento da preliminar de conexão com remessa ao juízo prevento da 10a vara cível da comarca de São Paulo;
b) O acolhimento da preliminar de peremptória, extinguindo-se o processo sem resolução do mérito nos termos do Art. 485, NCPC
c) Vencidas as preliminares e a prejudicial, que no mérito seja julgado improcedente o pedido autoral;
d) A condenação do autor ao pagamento das custas e honorários de advogado, estes a serem fixados em 20% sobre o valor da causa;
e) A condenação do autor por litigância de má-fé, nos termos do Art 80, incisos I, II, III e VI do NCPC.
f) Requer-se a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do NCPC, em especial documental superveniente, testemunhal, pericial e depoimento pessoal do autor.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Vila Velha, 12 de Maio de 2020
Advogado
OAB/ES

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