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19/09/2020 1 SÉRIE DE SLIDES – 03 • ORDENAÇÕES FILIPINAS – embora muito alteradas, as Ordenações Filipinas, constituíram a base do direito português até à promulgação dos sucessivos códigos do século XIX, sendo que algumas disposições vigeram no Brasil até o advento do Código Civil de 1916. • CÓDIGO DE PROCESSO CRIMINAL (1832); • CÓDIGOS PROCESSUAIS DOS ESTADOS (Constituição de 1891); • RETORNO À UNIDADE PROCESSUAL NACIONAL (Constituição de 1934); 1 2 3 4 5 6 19/09/2020 2 • CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (1941) – em vigência; e • L E I D E E X E C U Ç Ã O P E N A L (1984) - p a s s o u a re g u l a r a m at é r i a . • MEDICINA LEGAL – aplicação dos c o n h e c i m e n t o s m é d i c o s p a r a a realização de leis penais ou civis para a comprovação da materialidade dos delitos. • PSIQUIATRIA FORENSE (Judiciária) – é a ciência que tem como objetivo, o estudo dos distúrbios mentais em face dos problemas judiciários; verificação das hipóteses de inimputabil idade; realização de incidente de insanidade mental do acusado. • PSICOLOGIA JUDICIÁRIA – se ocupa de e x a m e s de personalidade, p a r a a classificação dos criminosos com vistas a classificação da execução, além de estudar os participantes do processo judicial (réu, testemunha, juiz, advogado). • CRIMINALÍSTICA – também chamada Polícia Científica; é a técnica de aplicação de vários ramos da ciências na investigação criminal, colaborando na descoberta de crimes, na identificação dos seus autores, na apuração das circunstâncias do fato. OBJETIVA O ESTUDO DE PROVAS PERICIAIS. A interpretação, pelo seu aspecto subjetivo, sempre foi contestada e combatida, especialmente no apego à interpretação gramatical ou literal. Justificativa política: d e i x a r a cargo do Juiz a interpretação, dar- lhe-ia ainda mais poderes, segundo a melhor doutrina. Deve-se buscar a mens legislatoris. 7 8 9 10 11 12 19/09/2020 3 Necessário se faz, o uso de uma técnica de interpretação d a L e i P ro c e s s u a l Pe n a l , evidentemente, em virtude das impropriedades técnicas da lei, que exigem interpretação. A l e i , e m alguns c a so s, é ambígua, contraditória e não inteligível. • INTERPRETAÇÃO AUTÊNTICA – quando a própria lei interpreta. Exemplo: “Dos crimes praticados por funcionário público”, que é crime próprio (somente determinados agentes podem praticá-lo). O Art. 327 CP traz a interpretação do que seja funcionário público para a lei penal, interpretando a norma. DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940. Código Penal Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. • INTERPRETAÇÃO DOUTRINAL – a própria doutrina. Fo r ç a livre e criadora, vai além da lei (critica, sugere modificação, revogação, etc.). É ampla. • INTERPRETAÇÃO JUDICIAL – é m e n o s a b ra n ge n t e d o q u e a doutrinal. É limitada à lei. • INTERPRETAÇÃO GRAMATICAL (l i t e ra l ) – P r i m e i ra f o r m a d e interpretação procurada pelo aplicador da lei, sem prejuízo das demais, pois, em alguns casos, a lei não basta. Exemplo: Art. 4o CPP que antes, de forma equivocada, tratava de “jurisdição”, necessitando de outra forma interpretativa. DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. Código de Processo Penal Art. 4° A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. Parágrafo único. A c o m p e t ê n c i a definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. 13 14 15 16 17 18 19/09/2020 4 • INTERPRETAÇÃO LÓGICA (teleológica) – O artigo 155 CP trata de “furto simples”, e o parágrafo p r i m e i r o , de sua figura a g r a v a d a . O parágrafo segundo traz a figura privi legiada e o quarto t r a t a das figuras qualif icadas. Não existe um crime qualificado e privilegiado ao mesmo tempo. Portanto, se aplicasse a lógica, somente poderia se estivesse em um parágrafo após a forma qualificada. Na prática, porém, o privi légio também se estende às figuras qualificadas. Tudo em virtude da “política criminal”. DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940. Código Penal Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1° A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. § 2° Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. § 3° E q u i p a r a - s e à c o i s a móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. § 4° A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com a b u s o d e c o n f i a n ç a , o u mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. • INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA – história da lei, evolução histórica da lei. • INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA – exame d e um g r u p o de d i s p o s i t i v o s p a r a m e l h o r interpretar um, se analisado separadamente pode ser erroneamente entendido. Exemplo: se analisarmos, separadamente, o Art. 28 CPP entenderíamos que não há “Princípio da Obrigatoriedade”, mas, se analisarmos c/c o Art. 24 percebe-se que o MP está adstrito ao princípio. DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. Código de Processo Penal Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no c a s o de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador- g e r a l , e e s t e oferecerá a d e n ú n c i a , designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. Código de Processo Penal Art. 24. Nos c r i m e s de a ç ã o pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 19 20 21 22 23 24 19/09/2020 5 • INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA – para os casos em que a lei diz menos do que deveria. Exemplo: acessórios de celular apreendidos no ambiente carcerário, considera-se falta, com fulcro no Art. 50, VII, da Lei n. 7.210/84, que diz: Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: (omissis) VII - tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984. “Institui a Lei de Execução Penal” Art. 127. Em cas o de fa l ta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. STF - SÚMULA VINCULANTE N. 9 O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi recebido pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58. JURISPRUDÊNCIA CONSTITUCIONAL E PENAL. ACESSÓRIOS D E C E L U L A R A P R E E N D I D O S N O AMBIENTE CARCERÁRIO. FALTA GRAVE CARACTERIZADA. INTELIGÊNCIA AO ART. 5 0 , VII, D A LEI 7.210/84, C O M A S ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEI 11.466/2007. INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO PRINCIPIO DA RESERVA LEGAL. I N T E R P R E TA Ç Ã O E X T E N S I V A . P O S S I B I L I D A D E . P R E C E D E N T E . 1. Pratica infração grave, na forma prevista no art. 50, VII, da Lei 7.210/84, com as alterações introduzidas pela Lei 11.466/2007, o condenado à pena privativa de liberdadeque é flagrado na posse de acessórios de aparelhos celulares em unidade prisional. 2. A interpretação extensiva no direito penal é vedada apenas naquelas situações em que se identif ica um desvirtuamento na mens legis. 3. A punição imposta ao condenado por falta grave acarreta a perda dos dias remidos, conforme previsto no art. 127 da Lei 7.210/84 e na Súmula Vinculante nº 9, e a consequente interrupção do lapso exigido para a progressão de regime. 4. Negar provimento ao recurso. (RHC 106481, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 08/02/2011). 25 26 27 28 29 30 19/09/2020 6 • INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA – para os casos em que a lei diz mais do que deveria. Exemplo: Artigo 271 CPP – “exceto a prova testemunhal”. CÓDIGO DE PROCESSO PENAL Art. 271. Ao assistente será permit ido propor meios de prova, requerer perguntas às t e s t e m u n h a s , aditar o libelo e os art iculados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1o, e 598. A L E I P R O C E S S UA L P E N A L aplica-se a todas a s i n f ra ç õ e s penais cometidas em território b r a s i l e i ro , s e m p r e j u í z o d e convenções, tratados e regras de direito internacional. É o princípio locus regit actum. Processos e julgamentos que são realizados no território nacional, aplica-se a lei processual penal brasileira. DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. Código de Processo Penal Art. 1º O processo penal reger-se-á, em t o d o o t e rr i t ó r i o brasileiro, por este Código, ressalvados: A l e i p ro c e s s u a l p e n a l brasileira s ó vale d e n t ro dos limites territoriais brasileiros. O processo que tramitar no estrangeiro, ficará sujeito às leis processuais de lá. O crime, apesar de cometido no e x t e r i o r, desenrola-se no Brasil, é a lei processual brasileira que o regula. 31 32 33 34 35 36 19/09/2020 7 OBSERVAÇÃO O Brasil aceitou se submeter ao Tribunal Penal Internacional – TPI, criado pelo Estatuto de Roma, em 1998. Sua incorporação se deu através do Decreto n. 4.388, de 25 de setembro de 2002, havendo disposição expressa também no art. 5o, § 4o, da Constituição da República Federativa do Brasil. DECRETO Nº 4.388, DE 25 DE SETEMBRO DE 2002. Promulga o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional. Art. 1º O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, apenso por cópia ao presente Decreto, s e rá executado e cumprido tão inteiramente como nele se contém. CONSTITUIÇÃO FEDERAL - 1988 Art. 5° Todos são iguais perante a lei [...] omissis § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. ATENÇÃO N ã o s e t r a t a d e jurisdição estrangeira, mas sim de jurisdição internacional, a qual todos os signatários se submetem. São crimes da competência do Tribunal Penal Internacional - TPI: Genocídio; Crimes contra a humanidade; Crimes de guerra; e Crimes de agressão. 37 38 39 40 41 42 19/09/2020 8 Quanto à apl icação no tempo, o processo penal adotou o princípio da aplicação imediata das normas processuais – tempus regit actum – sem efeito retroativo. DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. Código de Processo Penal Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da v a l i d a d e dos a t o s realizados sob a vigência da lei anterior. A lei processual penal q u e e n t r a e m v i g o r passa a reger os atos processuais dali para a frente. Os atos praticados sob a égide da lei anterior são considerados válidos. PRAZO NA LEI PROCESSUAL PENAL Nos prazos processuais - ao contrário dos prazos penais - não se computa o dia do começo e inclui-se o do final. Se o prazo terminar em domingo ou feriado, será prorrogado até o dia útil imediato. DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. Código de Processo Penal Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão c o n t í n u o s e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. § 1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento. 43 44 45 46 47 48 19/09/2020 9 A regra no processo penal é iniciar a contagem do prazo da data da intimação e não da juntada aos autos do respectivo mandado certificado pelo oficial de justiça. Conta-se também da data da audiência, e s t a n d o p re s e n t e a parte e da data em que a parte manifestar ciência inequívoca de decisão ou despacho. 49 50
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