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Seminário de Casa e Classe 2

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MÓDULO: TRIBUTO E SEGURANÇA JURÍDICA
SEMINÁRIO II - ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
QUESTÕES DE PLENÁRIO
1. Quais são as espécies tributárias? Quais os critérios informam esta classificação? A destinação do produto da arrecadação tributária é relevante para a classificação jurídica dos tributos e conseqüente definição das espécies tributárias? Considerar, na análise da pergunta, o art. 167, inciso IV, da CF/88, e o art. 4º do CTN?
Resposta: 5 espécies de tributo: impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições.
Os tributos podem ser vinculados de forma direta, quando sua base de calculo é o custo efetivamente da atuação estatal ou indireta, quando a base de claculo é a medida dos efeitos dessa atuação. 
Para classificar os tributos é necessário estabelecer critérios classificatórios, os quais estão expressamente estabelecidos na nossa Constituição Federal de 1988. Para isso, adotamos o como critério de classificação dos tributos, a vinculação estatal, a destinação do produto arrecadado e a restituição.
Tributo vinculado é aquele que a hipótese de incidência esta relacionada a um acontecimento que envolva uma atuação do estado. 
Tributo não vinculado é aquele cuja a hipótese de incidência é um acontecimento alheio a atuação do Estado e sim aspectos inerentes ao contribuinte, por isso sua base de calculo é justamente o fato praticado pelo mesmo, como por exemplo: aumento na renda.
Tributo vinculado, entende-se por aquele que tem o produto de sua arrecadação ao custeio de despesas, investimentos próprios do Estado. Esse critério classificatório é de extrema relevância para classificar os tributos e definir as espécies tributárias, uma vez que é um critério adotado pela própria Constituição Federal, tanto no art 167, IV, vedando assim a destinação da receita dos impostos, como nos artigos que versam sobre as contribuições e o empréstimo compulsório. A CF/88 é clara ao determinar que as contribuições e o emprestimo compulsório devem ter uma destinação específica. Assim sendo um critério expressamente adotado pela constituição, jamais poderá deixar de ser atendido, o que nos leva a crer que o art. 4º do CTN não foi recepcionado pela CF/88, uma vez que veda a destinação como critério classificatório dos tributos. Já o último critério de clasificação diz respeito a previsão legal da restituição do valor arrecadado ao contibuinte, em um período de tempo determinado. 
2. Diferençar taxa de preço público. Os serviços públicos de energia elétrica, telefone, água e esgoto, quando prestados diretamente pelas pessoas jurídicas de direito público, são remuneráveis por taxa? E no caso de concessão desses serviços? E os serviços que embora prestados pelo Poder Público, são susceptíveis de prestação pela iniciativa privada em regime concorrencial?
Resposta: Taxa e preço público ambos remuneram os serviços públicos. No entanto o preço público é a remuneração decorrente da prestação de serviço de interesse público, ou do fornecimento ou locação de bens públicos, efetivado por meio de contrato e não imposta compulsoriamente, é necessário haver um contrato ainda que tácito ou de adesão, dando a que pretende celebrá-lo a liberdade de contratar ou não. O preço público, ou tarifa, possuem caráter remuneratório, isto é, os valores arrecadados devem ser destinados aprimoramento e desempenho dos serviços que ele incide. Para criação da tarifa não é necessário a existência de uma Lei. Já as taxas estão submetidas ao regime jurídico tributário e impostas compulsoriamente.
O STF diferencia taxa de preço público em razão da essencialidade do serviço, entendo por faver 3 tipos de serviços são eles:
Serviços públicos propriamente estatais: serviços que somente o Estado pode prestar, atua no exercício de sua soberania, por isso são serviços indelegáveis e remunerados ao regime jurídico tributário e impostas compulsoriamente.
Serviços públicos essenciais ao interesse público: são serviços essenciais a comunidade ou coletividade prestados por particulares, podem ser a comunidade ou coletividade prestados por particulares, podem ser remunerados mediante tarifa ou taxa, dependendo da Lei que disciplinar os serviços públicos, se for obrigatório, será remunerado por taxa, se não for obrigatório, será remunerado por tarifa.
Serviço públicos não essenciais: são serviços delegáveis, prestados exclusivamente a interesse do contribuinte e remunerados por tarifa.
Assim sendo, os serviços de energia elétrica e telefone por serem serviços públicos não essenciais e de utilização não compulsória devem ser remunerados mediante preço público, já o serviço de água e esgoto, é um serviço público essencial e, portanto, será remunerado por taxa ou tarifa a depender se a Lei institui o serviço como de utilização compulsória (taxa) ou não (tarifa).
Se houver a concessão desses serviços essenciais opino que seria utilização de preço público.
3. Agência reguladora nacional, pela cobrança anual da Taxa de emissão e renovação de certificado de licença, arrecada dez vezes mais do que o custo total da fiscalização. Ao receber o quantum arrecadado, a União destina o recurso “a maior” para outros fins. O contribuinte tem direito a repetição da taxa, vez que o valor arrecadado é superior ao custo da prestação estatal tomada como hipótese de incidência? E se, ao invés de taxa, fosse uma contribuição social?
Resposta: As taxas são tributos vinculados a uma atividade do Estado, cujo o produto de sua arrecadação possui uma destinação específica, qual seja, o custeio de tais atividades estatais e sua base de cálculo deve ser proprocional a intensidade da participação do Estado. Desda forma, o Estado agiu de forma errônea ao arrecadar acima do valor do custo total da fiscalização, cabendo ao contribuinte o direito de requerer restituição dos valores pagos a mais, de acordo com o art. 165 do CTN. 
SEMINÁRIO DE CASA
SEMINÁRIO II - ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
Leitura básica
•
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 7ª ed. São Paulo: Noeses, 2018, Itens 2.2.3 (Classificação das espécies tributárias) a 2.2.5 (Aplicabilidade da classificação das espécies tributárias: a contribuição ao FUST); item 2.6 (Teoria das classes) da primeira parte e item 3.4 (Regra-matriz das taxas) da segunda parte do livro. 
•
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo II.
•
CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. Vol. I. 2 Ed. São Paulo: Noeses, 2014, Tema X(Concessão de serviço público e tarifa municipal de esgoto). 
Leitura complementar
· BARRETO, Paulo Ayres. Contribuições: regime jurídico, destinação e controle. 2. ed. São Paulo: Noeses, 2011. Capítulo II itens 2.6 a 2.8.
· CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário. 17. ed. São Paulo: Malheiros, 2007. Capítulo VIII do Título II, item 3.1.2.
· CAVALCANTI, Denise Lucena. As distorções da contribuição de melhoria no Brasil. In: GRUPENMACHER, Betina Treiger (Coord.); OLIVEIRA, A. B. de; SEPULCRI, N. T.; BARRENI, Smith (Org.). Tributação: democracia e liberdade em homenagem à Ministra Denise Martins Arruda. São Paulo: Noeses, 2014, p. 105-134.
· CURY, Fabio Lemos. Apontamentos sobre as taxas judiciárias: análise crítica à luz da Constituição Federal. 2017. 186 f. Dissertação (Mestrado em Direito) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 2017. Capítulo 5, itens 5.1 a 5.4.1.
· MARQUES, Márcio Severo. Classificação constitucional dos tributos. São Paulo: Max Limonad, 2000. Capítulos 10, 11 e 12.
· PEREIRA FILHO, Luiz Alberto. As taxas no sistema tributário brasileiro. Curitiba: Juruá, 2002. Capítulos IV e V.
Questões
1.
Efetue, de forma fundamentada, proposta de classificação jurídica dos tributos, evidenciando os critérios classificatórios adotados. A destinação do produto da arrecadação tributária é relevante para a classificação jurídica dos tributos e consequente definição das espécies tributárias? Considerar, na análise da pergunta, o art. 167,inciso IV, da CF/88, e o art. 4º do CTN. (Vide anexo I). A legislação tributária pode proibir a compensação de tributos entre diferentes espécies sob a justificativa de que a destinação das receitas são diferentes? (Vide REsp 1.449.713)
Resposta: Para classificar os tributos é necessário estabelecer critérios classificatórios, os quais estão expressamente estabelecidos na nossa Constituição Federal de 1988. Para isso, adotamos o como critério de classificação dos tributos, a vinculação estatal, a destinação do produto arrecadado e a restituição.
O tributo pode ser vinculado de forma direta, quando sua base de calculo é o custo efetivamente da atuação estatal ou indireta, quando a base de claculo é a medida dos efeitos dessa atuação.
Tributo vinculado é aquele que a hipótese de incidência esta relacionada a um acontecimento que envolva uma atuação do estado. 
Tributo não vinculado é aquele cuja a hipótese de incidência é um acontecimento alheio a atuação do Estado e sim aspectos inerentes ao contribuinte, por isso sua base de calculo é justamente o fato praticado pelo mesmo, como por exemplo: aumento na renda.
Tributo vinculado, entende-se por aquele que tem o produto de sua arrecadação ao custeio de despesas, investimentos próprios do Estado. Esse critério classificatório é de extrema relevância para classificar os tributos e definir as espécies tributárias, uma vez que é um critério adotado pela própria Constituição Federal, tanto no art 167, IV, vedando assim a destinação da receita dos impostos, como nos artigos que versam sobre as contribuições e o empréstimo compulsório. A CF/88 é clara ao determinar que as contribuições e o emprestimo compulsório devem ter uma destinação específica. Assim sendo um critério expressamente adotado pela constituição, jamais poderá deixar de ser atendido, o que nos leva a crer que o art. 4º do CTN não foi recepcionado pela CF/88, uma vez que veda a destinação como critério classificatório dos tributos. Já o último critério de clasificação diz respeito a previsão legal da restituição do valor arrecadado ao contibuinte, em um período de tempo determinado.
2.
Que é taxa? Que se entende por o “serviço público” e “poder de polícia”? (Vide anexo II). Há necessidade de comprovação da efetiva fiscalização para cobrança da taxa de poder de polícia? (Vide anexos III, IV e V).
Resposta: Taxa é um tributo cobrado em razão da prestação, da colocação a disposição de serviços públicos, específicos e divisíveis, ou do exercício do poder de polícia pelo Estado, o que implica dizer que sua hipótese de incidência está vinculada a uma contraprestação estatal (atividade do Estado), motivo pelo qual, sua base de cálculo deve ser proporcional à atuação do Estado, deve exibir a intensidade de sua atuação. O produto arrecadado com a cobrança das taxas deve ter uma destinação específica e não possui previsão legal de restituição ao contribuinte.
Serviço público é todo serviço prestado pelo Estado, ou por quem este designar, sob o regime predominantemente público, que acarrete um benefício, proveito, utilidade ou vantagem ao particular. No caso das taxas esse serviço deve ser específico e divisível. Entende-se por serviço específico aquele que o critério pesoal da regra matriz de incidência conseguir determinar um número de sujeitos passivos, 4e por serviço divisível aquele que se consegue identificar a fração individualizada utilizada pelo contribuinte. O serviço colocado a disposição só será específico se o contribuinte tirar proveito sem a necessidade de utilização do serviço e se puder destacar em unidades autônomas de intervenção, utilidade ou necessidade estatal que limita exercícios dos direitos individuais em prol do interesse coletivo.
O STF tem entendido que basta a existência de um órgão fiscalizador, estruturado e em pleno funcionamento para legitimar a cobrança de taxa de poder de polícia, não sendo necessário a efetiva fiscalização para se materializar o tributo, uma vez que a Constituição de 1988 não exige a efetivação do poder de polícia, sendo tal requisito necessário apenas na taxa de utilizaçãp de serviços públicos. 
3.
Que diferencia taxa de preço público? (Vide voto do Min. Carlos Velloso na ADI 447). Os serviços públicos de energia elétrica, água e esgoto, quando prestados diretamente pelas pessoas jurídicas de direito público, são remuneráveis por taxa? E no caso de concessão desses serviços? (Vide anexos VI e VII). E os serviços que, embora prestados pelo Poder Público, são suscetíveis de prestação pela iniciativa privada em regime concorrencial? (Vide anexo VIII).
Resposta: Taxa e preço público ambos remuneram os serviços públicos. No entanto o preço público é a remuneração decorrente da prestação de serviço de interesse público, ou do fornecimento ou locação de bens públicos, efetivado por meio de contrato e não imposta compulsoriamente, é necessário haver um contrato ainda que tácito ou de adesão, dando a que pretende celebrá-lo a liberdade de contratar ou não. O preço público, ou tarifa, possuem caráter remuneratório, isto é, os valores arrecadados devem ser destinados aprimoramento e desempenho dos serviços que ele incide. Para criação da tarifa não é necessário a existência de uma Lei. Já as taxas estão submetidas ao regime jurídico tributário e impostas compulsoriamente.
O STF diferencia taxa de preço público em razão da essencialidade do serviço, entendo por faver 3 tipos de serviços são eles:
Serviços públicos propriamente estatais: serviços que somente o Estado pode prestar, atua no exercício de sua soberania, por isso são serviços indelegáveis e remunerados ao regime jurídico tributário e impostas compulsoriamente.
Serviços públicos essenciais ao interesse público: são serviços essenciais a comunidade ou coletividade prestados por particulares, podem ser a comunidade ou coletividade prestados por particulares, podem ser remunerados mediante tarifa ou taxa, dependendo da Lei que disciplinar os serviços públicos, se for obrigatório, será remunerado por taxa, se não for obrigatório, será remunerado por tarifa.
Serviço públicos não essenciais: são serviços delegáveis, prestados exclusivamente a interesse do contribuinte e remunerados por tarifa.
Assim sendo, os serviços de energia elétrica e telefone por serem serviços públicos não essenciais e de utilização não compulsória devem ser remunerados mediante preço público, já o serviço de água e esgoto, é um serviço público essencial e, portanto, será remunerado por taxa ou tarifa a depender se a Lei institui o serviço como de utilização compulsória (taxa) ou não (tarifa).
4. Há necessidade do valor exigido a título de taxa referir-se ao custo do serviço prestado? Caso essa referibilidade não seja verificada, é possível a restituição? No caso de excessiva dificuldade de mensurar o custo do serviço prestado, como fixar a base de cálculo da taxa? (considerar em sua resposta o exemplo das taxas judiciais – vide anexos IX, X e XI) 
Resposta: A taxa é um tributo vinculado, o que implica dizer que depende de uma atuação do estado para essa espécie tributária possa ser exigida. Nisso consiste o princípio da referibilidade das taxas, isto é, o particular recebe um benefício em contrapartida remunera o Estado por isso. 
A base de cálculo das taxas deve ter como base a participação do estado no serviço prestado e o custo que lhe acarreta, não necessariamente a parcela do serviço prestado. Havendo dificuldade de mensurar o custo do serviço prestado deve-se ter um parâmetro e fixar alíquotas mínimas e máximas.
5.
Sobre a contribuição de melhoria pergunta-se: (i) Quais os requisitos e limites à cobrança da contribuição de melhoria? (ii) A Lei que a institui deve ser produzida antes do início da obra ou pode ser posterior à sua conclusão e à valorização imobiliária? Se for apresentado laudo comprovando a perspectiva de gastos, poderia ser exigido o tributo antes da conclusão da obra e da valorização imobiliária? (Vide anexos XII e XIII).
Resposta: A contribuição de melhoria (i) tem como requisitos para asua instituição a conclusão de uma obra pública e a valorizção imobiliária, decorrente da obra, dos imóveis circunvizinhos, devendo observar certos limites para sua cobrança, quais sejam, global e individual. Assim, o ente tribufante só poderá ser ressarcido no custo toal da obra (limite global), sem jamais arrecadar mais que o valor da obra, já o contribuinte, por sua vez, só poderá ser cobrado pela valorização individual de cada imóvel (limite individual).
O ente público responsável pela obra deverá aprovar (ii) Lei específica instituidora da contribuição de melhoria que pretende cobrar, observando alguns requisitos mínimos, antes do início da obra. Ao final da obra, deverá ser realizada uma nova avaliação imobiliária a fim de apurar a valorização decorrente, publicando em seguida edital com o demonstrativo de custos e as valorizações de cada imóvel, fixando-se prazo a partir do qual será iniciada a cobrança. Caso a Lei que instituísse o tributo fosse posterior a conclusão da obra e por consequência, a valorização imobiliária, estaria violando o princípio da irretroatividade, uma vez que, abarcaria fatos geradores anteriores a sua criação.
Ressalta-se que a Lei a qual institui a contribuição de melhoria deve ser anterior a obra, no passo que, o lançamento do tributo (cobrança) só poderá se dar com a finalização da obra. Isto porque, somente com a conclusão se concretiza uma das hipóteses de incidência de tributo. Isto é a valorização imobiliária. No entanto, poderá ser exigido, excepcionalmente no momento em que se pode confirmar a valorização decorrente da obra, ou seja, quando a obra estiver parcialmente concluída e já se pode apurar a valorização imobiliária dela decorrente, somente o laudo comprovado a perspectiva dos gastos não é admissível, sendo necessário também a comprovação da valorização imobiliária decorrente da obra.
6. Os adicionais ao IPI, ICMS e ISS sobre supérfluos destinados ao Fundo de Combate a Erradicação da Pobreza, constantes do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (art. 79, introduzido pela EC n. 31/00), se enquadram em qual espécie? Pode o “adicional” de imposto ter destinação específica? E ser de natureza tributária diversa do tributo adicionado? (Vide anexos XV e XVI e XVII).
Resposta: Trata-se de uma contribuição, uma vez que, não se vincula a uma atividade estatal, incidindo sobre a circulação de mercadorias, serviços e produtos industrializados de natureza supérfula e é destinado ao Fundo de Combate a Erradicação da Pobreza. Assim, estaríamos diante de um novo tributo, da espécie contribuição e não de um adicional, pois a Constituição Federal não veda a criação de contribuição residual com fato gerador e base de cálculo iguais as dos impostos, a vedação é para que seja instituída contribuição já existente.
A regra-matriz de incidência tributária do adicional e do imposto adiciona-se difere unicamente pois a base de cálculo será o valor estipulário do imposto adicionado mais o valor estipulado no novo tributo.
Leitura suplementar
•
Terceira parte – Classificação jurídica dos tributos do livro Hipótese de incidência tributária, de Geraldo Ataliba. São Paulo: Malheiros. 
•
Artigo: “Classificação dos tributos – uma visão analítica”, de Tárek Moysés Moussallem, in Tributação e Processo, IV Congresso Nacional de Estudos Tributários.
•
“Classificação dos tributos”, de Estevão Horvath. In Barreto, Aires F. e Bottallo, Eduardo Domingos (Org.). Curso de iniciação em direito tributário. São Paulo: Dialética, 2004 (I – Parte Geral).
•
Item 2 do artigo “Conceito de tributo e sua divisão em espécies”, de André Mendes Moreira e Sophia Goreti Rocha Machado in Tributação, democracia e liberdade, Betina Treiger Grupenmacher (Coord.). São Paulo: Noeses. 
•
Itens 1,2 e 3 do Capítulo II do livro Curso de direito tributário, de Eduardo Marcial Ferreira Jardim. São Paulo: Noeses. 
•
Item 4 da Parte II do livro Curso de direito tributário: Constituição e Código Tributário Nacional, de Regina Helena Costa. São Paulo: Saraiva.
•
Artigo: “O tributo e as classificações no sistema tributário brasileiro”, de Eurico Marcos Diniz de Santi.
•
Capítulo 8, item 8.1.2 do livro Competência tributária – fundamentos para uma teoria da nulidade, de Tácio Lacerda Gama. São Paulo: Noeses. 
•
Artigo: “O artigo 149-A da Constituição federal introduzido pela EC 39/2002 e a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública”, de Aurora Tomazini de Carvalho. 
•
Artigo: “Critério finalístico e o controle de constitucionalidade das contribuições”, de Luís Cesar Souza de Queiroz. 
•
Capítulo V do livro Contribuições para a seguridade social à luz da Constituição Federal, de Fabiana Del Padre Tomé. Curitiba: Juruá. 
•
Cap. III e IV do livro Contribuição de intervenção no domínio econômico, de Tácio Lacerda Gama. São Paulo: Quartier Latin.
•
Artigo: “Taxas e contribuições interventivas – Contrapartidas tributárias pela atuação do Estado no Domínio”, de Tácio Lacerda Gama. 
•
Artigo: “Taxa de turismo – Hipótese de incidência – Sujeição passiva – Base de cálculo – Pressupostos constitucionais inerentes às taxas”, de Carlos César S. Cintra. 
•
Artigo: “Taxa, tarifa e preço público no direito público brasileiro”, de Renato Lopes Becho.
Anexo I
RE n. 570.513
DJ 27/02/2009
DESTINAÇÃO DE RECURSOS. FUNDO ESTADUAL DE REAPARELHAMENTO E MODERNIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO – FUNDESP. COBRANÇA. SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS. LEI ESTADUAL N. 12.986/96. VIOLAÇÃO DO ART. 167, INCISO IV, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. Preceito de lei estadual que destina 5% [cinco por cento] dos emolumentos cobrados pelas serventias extrajudiciais e não oficializadas ao Fundo Estadual de Reaparelhamento e Modernização do Poder Judiciário – FUNDESP não ofende o disposto no art. 167, IV, da Constituição do Brasil Precedentes. 2. A norma constitucional veda a vinculação da receita dos impostos, não existindo, na Constituição, preceito análogo pertinente às taxas. Agravo regimental a que se nega provimento. RE 570513, DJ 27/02/2009.
Anexo II
RE n. 554.951
DJ 19/11/2013
Taxa de Licença para Localização, Funcionamento e Instalação. Base de cálculo. Número de empregados. Dado insuficiente para aferir o efetivo poder de polícia. Art. 6º da Lei 9.670/1983. Inconstitucionalidade. Jurisprudência pacífica da Corte. A taxa é um tributo contraprestacional (vinculado) usado na remuneração de uma atividade específica, seja serviço ou exercício do poder de polícia e, por isso, não se atém a signos presuntivos de riqueza. As taxas comprometem-se tão somente com o custo do serviço específico e divisível que as motiva, ou com a atividade de polícia desenvolvida. A base de cálculo proposta no art. 6º da Lei 9.670/1983 atinente à taxa de polícia se desvincula do maior ou menor trabalho ou atividade que o poder público se vê obrigado a desempenhar em decorrência da força econômica do contribuinte. O que se leva em conta, pois, não é a efetiva atividade do poder público, mas, simplesmente, um dado objetivo, meramente estimativo ou presuntivo de um ônus à administração pública. No tocante à base de cálculo questionada nos autos, é de se notar que, no RE 88.327/SP, rel. min. Décio Miranda (DJ de 28-9-1979), o Tribunal Pleno já havia assentado a ilegitimidade de taxas cobradas em razão do número de empregados. Essa jurisprudência vem sendo mantida de forma mansa e pacífica.” (RE 554.951, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 15-10-2013, Primeira Turma, DJE de 19-11-2013).
Anexo III
Súmulas
STF, Súmula Vinculante n. 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.
STF, Súmula Vinculante n. 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o art. 145, II, da CF.
STF, Súmula n. 670: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
Anexo IVAgRg no REsp n. 1.078.480/MG
DJe 17/11/2008
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. TAXA DE FISCALIZAÇÃO DE ANÚNCIOS. ALEGAÇÃO DE OFENSA À NORMA LOCAL. SÚMULA 280/STF. CDA. VALIDADE. VERIFICAÇÃO DE REQUISITOS. SÚMULA 7/STJ. EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA PELO MUNICÍPIO. NOTORIEDADE. COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE FISCALIZADORA. DESNECESSIDADE. CTN, ARTS. 77 E 78. REPRODUÇÃO DE PRECEITO CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DO STF.
I – O exame da alegação de ilegalidade da taxa de fiscalização de anúncios, instituída pelo Município de Belo Horizonte, esbarra na vedação da Súmula 280/STF.
II – Tendo o Tribunal a quo entendido que a certidão de dívida ativa contém todos os requisitos que a lei exige, conclusão diversa exigiria o reexame de substrato fático contido nos autos, o que é inviável em sede de recurso especial, a teor do disposto na Súmula n. 07 desta Corte. Precedentes: REsp n. 1.017.136/RS, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, DJ de 24.04.2008; REsp n. 475.904/PR, Rel. Min. JOSÉ DELGADO PRIMEIRA TURMA, DJ de 12/05/2003; AGREsp n. 438.757/MG, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, DJ de 02/12/2002.
III – A cobrança da taxa de fiscalização de anúncios dispensa a comprovação da atividade fiscalizadora, face à notoriedade do exercício do poder de polícia pela Municipalidade. Precedentes: AgRg no Ag n. 880.772/DF, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, DJ de 20.09.2007; AgRg no REsp n. 721.114/SP, Rel. Min. LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, DJ de 03.04.2006; REsp n. 786.851/MG, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, DJ de 03.04.2006.
IV – A alegação de ofensa aos artigos 77 e 78 do CTN revela questão de índole constitucional, cujo exame é reservado ao STF.
Precedentes: AgRg no REsp n. 501.303/PR, Rel. Min. DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, DJ de 14/11/2005; AgRg no n. Ag 632.439/PR, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, DJ de 20.06.2005; AgRg no Ag n. 586.137/PR, Rel. Min. LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, DJ de 28/03/2005; AgRg no Ag n. 562.020/PR, Rel. Min. CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, DJ de 31/05/2004.
V – Agravo regimental improvido.
Anexo V
RE n. 588.322/RO
DJe 03/09/2010
(...) 4. O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do exercício do poder de polícia daquelas de utilização de serviços específicos e divisíveis, facultando apenas a estas a prestação potencial do serviço público. 5. A regularidade do exercício do poder de polícia é imprescindível para a cobrança da taxa de localização e fiscalização. 6. À luz da jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, a existência do órgão administrativo não é condição para o reconhecimento da constitucionalidade da cobrança da taxa de localização e fiscalização, mas constitui um dos elementos admitidos para se inferir o efetivo exercício do poder de polícia, exigido constitucionalmente. Precedentes.(...)
Anexo VI
Súmula n. 545 do STF
Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.
Anexo VII
REsp n. 167.489/SP
DJ 24/08/1998
EMENTA: TRIBUTÁRIO. SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ÁGUA. TAXA. NATUREZA TRIBUTÁRIA.
1. O serviço de fornecimento de água e esgoto é cobrado do usuário pela entidade fornecedora como sendo taxa, quando tem compulsoriedade.
2. Trata-se, no caso em exame, de serviço público concedido, de natureza compulsória, visando atender necessidades coletivas ou públicas.
3. Não tem amparo jurídico a tese de que a diferença entre taxa e preço público decorre da natureza da relação estabelecida entre o consumidor ou usuário e a entidade prestadora ou fornecedora do bem ou do serviço, pelo que, se a entidade que presta o serviço é de direito público, o valor cobrado caracterizar-se-ia como taxa, por ser a relação entre ambos de direito público; ao contrário, sendo o prestador do serviço público pessoa jurídica de direito privado, o valor cobrado é preço público/tarifa.
4. Prevalência no ordenamento jurídico das conclusões do X Simpósio Nacional de Direito Tributário, no sentido de que “a natureza jurídica da remuneração decorre da essência da atividade realizadora, não sendo afetada pela existência da concessão. O concessionário recebe remuneração da mesma natureza daquela que o Poder Concedente receberia, se prestasse diretamente o serviço.” (RF, julho a setembro, 1987, ano 1987, v. 299, p. 40).
5. O art. 11, da Lei n. 2.312, de 3.9.94 (Código Nacional de Saúde) determina: “É obrigatória a ligação de toda construção considerada habitável à rede de canalização de esgoto, cujo afluente terá destino fixado pela autoridade competente”.
6. “No Município de Santo André/SP, as Leis Municipais n.s 1.174/29.11.56 e 2.742/21.03.66 obrigam que todos os prédios se liguem à rede coletora de esgotos, dispondo, ainda, que os prédios situados em locais servidos de rede de distribuição de água devem a ela ser ligados, obrigatoriamente” (Memorial apresentado pela recorrente).
7. Obrigatoriedade do serviço de água e esgoto. Atividade pública (serviço) essencial posta à disposição da coletividade para o seu bem-estar e proteção à saúde, no Município de Santo André/SP.
8. “A remuneração dos serviços de água e esgoto normalmente é feita por taxa, em face da obrigatoriedade da ligação domiciliar à rede pública” (Helly Lopes Meirelles, in “Direito Municipal Brasileiro”, 3ª ed., RT – 1977, p. 492).
9. “Se a ordem jurídica obriga a utilização de determinado serviço, não permitindo o atendimento da respectiva necessidade por outro meio, então é justo que a remuneração correspondente, cobrada pelo Poder Público, sofra as limitações próprias de tributo” (Hugo de Brito Machado, in Regime Tributário da Venda de Água, Rev. Juríd. da Procuradoria-Geral da Fazenda Estadual/Minas Gerais, n. 05, p. 11).
10. Adoção da tese, na situação específica examinada, de que a contribuição pelo fornecimento de água é taxa. Aplicação da prescrição tributária, em face da ocorrência de mais de cinco anos do início da data em que o referido tributo podia ser exigido.
11. Recurso especial provido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Exmos. Srs. Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, dar provimento ao recurso. Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Ministros Demócrito Reinaldo, Humberto Gomes de Barros e Milton Luiz Pereira.
Ausente, justificadamente, o Exmo. Sr. Ministro Garcia Vieira.
Brasília, 12 de junho de 1998 (Data do Julgamento).
MINISTRO MILTON LUIZ PEREIRA, Presidente.
MINISTRO JOSÉ DELGADO, Relator.
Anexo VIII
REsp n. 1.452.956/PR
DJe 26/11/2014
TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. INMETRO. AFERIÇÃO DE BOMBAS DE COMBUSTÍVEL. NATUREZA JURÍDICA DE PREÇO PÚBLICO. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. “Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daquelas, são compulsórias, e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as institui.” (Súmula 545/STF) 2. A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que o serviço de aferição de bombas de combustíveis em postos distribuidores, realizado pelo INMETRO, possui natureza jurídica de preço público, conforme o disposto no art. 7º, b, da Lei 5.966/73, seja porque, embora atualmente avocado pelo Estado como monopólio, o serviço de certificação não é ontologicamente insuscetível de prestação pela iniciativa privada em regime concorrencial. Dessa forma, não se sujeita, aos princípios da legalidade e anterioridade. 3. Precedentes: REsp 1287045/MG, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/05/2013, DJe 10/05/2013; AgRg no REsp 934.270/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, DJe 10/02/2010; REsp 223.655/ES, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, DJ 29/08/2005, p. 235. 4. Agravo regimental não provido.
Anexo IX
ARE 990.914
DJe 19/09/2017
Recurso extraordinário comagravo. Tributário. Taxa de Fiscalização de Estabelecimentos (TFE). Lei nº 13.477/02 do Município da São Paulo. Critério geral para dimensionar a exação. Tipo de atividade desenvolvida no estabelecimento do contribuinte. Impossibilidade. 
1. As taxas comprometem-se tão somente com o custo do serviço específico e divisível que as motiva, ou com a atividade de polícia desenvolvida. 
2. O critério da atividade exercida pelo contribuinte para se aferir o custo do exercício do poder de polícia desvincula-se do maior ou menor trabalho ou atividade que o Poder Público se vê obrigado a desempenhar. Precedentes. 
3. Recurso a que se nega provimento.
Anexo X
ADI 2696
DJ 14/03/2017
Ação direta de inconstitucionalidade. Lei nº 13.611/2002 do Estado do Paraná, a qual estabeleceu os valores das custas judiciais devidas no âmbito do Poder Judiciário estadual. Inconstitucionalidade formal: inexistência. Poder de emenda do Poder legislativo em matéria de iniciativa exclusiva do Tribunal de Justiça. Ausência de inconstitucionalidade material. Taxa judiciária. Vinculação ao valor da causa ou ao valor dos bens sob litígio. 1. Não ofendem a autonomia administrativa e financeira do Poder Judiciário estadual ou sua reserva de iniciativa legislativa emendas parlamentares oferecidas a projetos de lei que versem sobre tabelas de custas e emolumentos. A função do Legislativo nos projetos cuja iniciativa de propositura seja exclusiva de algum órgão ou agente político não se resume a chancelar seu conteúdo original. O debate, as modificações e as rejeições decorrentes do processo legislativo defluem do caráter político da atividade. 2. A jurisprudência da Corte tem entendido, reiteradamente, que a Constituição Federal somente veda ao Poder Legislativo formalizar emendas a projetos de iniciativa exclusiva se delas resultarem aumento de despesa pública ou se forem totalmente impertinentes à matéria versada no projeto, o que não é o caso da presente ação direta. Precedentes: ADI nº 3.288/MG, Rel. Min. Ayres Britto, DJ de 24/2/11; ADI nº 2350/GO, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ de 30/4/2004. 3. Tanto quanto possível, o valor cobrado a título de taxa deve equivaler ao custo do serviço prestado. Porém, há situações em que, por excessiva dificuldade de mensuração do fato gerador, o estabelecimento exato do quantum debeatur fica prejudicado. É o caso das custas judiciais, em virtude da diversidade de fatores que poderiam influir no cálculo da prestação do serviço jurisdicional, tais como o tempo e a complexidade do processo, bem assim o tipo de atos nele praticados. 4. A esse respeito, a jurisprudência da Corte firmou-se no sentido da legitimidade da cobrança das custas com parâmetro no valor da causa ou dos bens postos em litígio, desde que fixadas alíquotas mínimas e máximas para elas. Precedentes: ADI nº 3.826/GO, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Eros Grau, DJe de 20/08/10; ADI nº 2.655/MT, Tribunal Pleno, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ de 26/03/04. 5. As tabelas constantes da legislação impugnada respeitam a diretriz consagrada no Supremo Tribunal Federal, impondo limites mínimo e máximo, como no caso em que fixam as custas devidas pelo ajuizamento de ação rescisória. Noutras passagens, há a fixação de um valor único para a prática de determinados atos que, por certo, não representa quantia exacerbada, que impeça o cidadão de se socorrer das vias jurisdicionais. 6. A Constituição Federal defere aos cidadãos desprovidos de condições de arcar com os custos de um processo judicial a gratuidade da prestação do serviço jurisdicional, tanto quanto o amparo das defensorias públicas, para a orientação e a defesa dos seus direitos, o que afasta as alegadas ofensas ao princípio do acesso à Justiça e aos fundamentos constitucionais da cidadania e da dignidade da pessoa humana. 7. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.
Anexo XI
RE 582.340 AgR
DJe 18/08/2016
TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MUNICÍPIO DE VILA VELHA. TAXA DE RENOVAÇÃO ANUAL DE LICENÇA PARA LOCALIZAÇÃO, INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS E SIMILARES. BASE DE CÁLCULO FIXADA EM MÚLTIPLOS DE UNIDADE FISCAL DE REFERÊNCIA - UFIR, DE ACORDO COM A ZONA FISCAL DE LOCALIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. AUSÊNCIA DE RELAÇÃO ENTRE A BASE DE CÁLCULO E O EFETIVO EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
Anexo XII
REsp n. 766.107/PR
DJ 28/04/2008
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. COBRANÇA ILEGÍTIMA. PEDIDO DE REPETIÇÃO. VALORES DEVIDOS POR FORÇA DE CONTRATO. ACÓRDÃO RECORRIDO FULCRADO NAS PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO. 1. Examinando-se os preceitos legais supostamente violados, verifica-se que, na hipótese, a instituição e a cobrança da contribuição de melhoria não atendeu a alguns dos requisitos previstos no Decreto-Lei 195/67 e nos arts. 81 e 82 do CTN. Como bem esclarece Hugo de Brito Machado, “o fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização do imóvel do qual o contribuinte é proprietário, ou enfiteuta, desde que essa valorização seja decorrente de obra pública”. A obrigação “só nasce se da obra pública decorrer valorização”, afirma o autor. No caso dos autos, é incontroverso que os valores cobrados refletem o custo da obra, sem levar em consideração a valorização imobiliária, além de não estarem vinculados ao limite individual (“acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado” – art. 81 do CTN). 2. Contudo, os valores pagos a título de contribuição de melhoria são, na verdade, parcelas devidas pela ora recorrente ao Município de Maringá/PR, por força de contrato firmado entre eles. Constata-se, do exame do acórdão recorrido, que, por meio do contrato mencionado, o Município de Maringá/PR obrigou-se a efetuar a pavimentação asfáltica e galerias pluviais de área equivalente a 1.004 m2 (mil e quatro metros quadrados), obrigando-se a outra contratante (ora recorrente) a efetuar o pagamento das parcelas previstas no referido contrato. O Município, cumprindo a sua obrigação, cobrou as parcelas devidas pela outra contratante por meio de contribuição de melhoria, havendo o respectivo pagamento. Em virtude dessas circunstâncias, o Tribunal a quo entendeu que é descabida a repetição do suposto indébito, tendo em vista que “ela, evidentemente, daria azo ao enriquecimento injusto da apelante” (ora recorrente). 3. Assim, malgrado haja manifesta ilegalidade na instituição e na cobrança do tributo em comento, o deferimento do pedido de repetição está atrelado à modificação das premissas fáticas que motivaram o acórdão recorrido, bem como ao exame das cláusulas estabelecidas no contrato referido, o que é inviável em sede de recurso especial, tendo em vista as circunstâncias obstativas decorrentes do disposto nas Súmulas 5 e 7 desta Corte. 4. Recurso especial não-conhecido.
Anexo XIII
ARE 1.123.627
DJe 24/04/2018
Decisão: Trata-se de agravo interposto contra decisão de inadmissibilidade de recurso extraordinário em face de acórdão do Tribunal de Justiça do Paraná, ementado nos seguintes termos: “APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA DE LANÇAMENTO FISCAL. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. PRELIMINAR. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. INOCORRÊNCIA. MÉRITO. INDISPENSAVÉL A COMPROVAÇÃO DO CUSTO DO CUSTO DA OBRA PÚBLICA E A VALORIZAÇÃO DO IMOVÉL. ART. 81 E 82 DO CTN. AUSÊNCIA DE PROVA DOCUMENTAL DE QUE A BASE DE CÁLCULO TENHA CONSIDERADO A VALORIZAÇÃO DO IMOVÉL. ÔNUS PROBATÓRIO QUE COMPETIA AO ENTE TRIBUTANTE. NULIDADE. SENTENÇA MANTIDA”. (eDOC 2, p. 30). No recurso extraordinário, interposto com fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal, aponta-se violação aos artigos 30; 145, III; e 146 do texto constitucional. Nas razões recursais, alega-se que a Constituição Federal não previu a valorização do imóvel como elemento constitutivo da contribuição de melhoria. Sustenta-se que a Emenda Constitucional n. 23, de 1983, revogou os arts. 81 e 82, do CTN e o Decreto-Lei n. 195/67, razão pela qual a base de cálculo do tributo não está limitada a valorizaçãodo imóvel. Ademais, afirma-se que, caso o Decreto Lei n. 195/67 não estivesse revogado, seria aplicável somente à União, por não ser norma de caráter geral. Por fim, assevera-se que ante a ausência de lei de âmbito nacional, o município estaria livre para exercer sua competência legislativa. É o relatório. Decido. O recurso não merece prosperar. Verifico que o entendimento fixado no acórdão não destoa da jurisprudência pacífica desta Corte, segundo a qual o fato gerador da contribuição de melhoria é a efetiva valorização do bem imóvel. Confiram-se, a propósito, os seguintes precedentes de ambas as Turmas deste Tribunal: “DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO DE melhoria DECORRENTE DE OBRA PÚBLICA. FATO GERADOR: QUANTUM DA VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA. CARÁTER PROTELATÓRIO. IMPOSIÇÃO DE MULTA. 1. Esta Corte consolidou o entendimento no sentido de que a contribuição de melhoria incide sobre o quantum da valorização imobiliária. Precedentes. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não houve fixação de honorários advocatícios. 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.” (RE 982415 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 12.12.2016)“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRIBUIÇÃO DE melhoria. FATO GERADOR: QUANTUM DA VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA. PRECEDENTES. 1. Esta Corte consolidou o entendimento no sentido de que a contribuição de melhoria incide sobre o quantum da valorização imobiliária. Precedentes. 2. Agravo regimental improvido.” (AI 694.836-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 18.12.2009) Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (art. 932, VIII, do CPC, c/c art. 21, § 1º, do RISTF) e, tendo em vista o disposto no art. 85, § 11, do CPC, majoro o valor da verba honorária fixada pela origem em 10%, observados os limites previstos nos §§ 2º e 3º do referido dispositivo, ressalvada a eventual concessão do benefício da justiça gratuita. Publique-se. Brasília, 18 de abril de 2018. Ministro Gilmar Mendes Relator.
Anexo XIV
RE n. 581.688
DJ 16/02/2011
FUNDO DE COMBATE À POBREZA E ÀS DESIGUALDADES SOCIAIS: CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. 1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea “a”, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro: “APELAÇÃO CÍVEL. Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza. Lei Estadual n. 4.056/02, regulamentada pelo Decreto n. 32.646/03. Instituição do adicional de 1% sobre a alíquota do ICMS incidente sobre produtos e serviços supérfluos. Inaplicabilidade do Princípio da não-vinculação da receita de impostos. Caráter especial e temporário das normas constantes do ADCT. Exceção ao princípio geral tributário insculpido no artigo 167, IV da Lei Maior, inserida pelo próprio constituinte reformador. Vinculação extraordinária que visa a atender ao princípio da solidariedade e ao postulado da dignidade da pessoa humana através da erradicação da pobreza e da redução das desigualdades sociais, estas reconhecidas como objetivos fundamentais da República pela Lex Matter. (...).
Anexo XV
RE n. 571.968
DJ 05/06/2012
AGRAVOS REGIMENTAIS NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. RESERVA DE PLENÁRIO. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA. PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO STF. ICMS. ADICIONAL. INSTITUIÇÃO POR LEI ESTADUAL. FUNDO ESTADUAL DE COMBATE À POBREZA. CONVALIDAÇÃO PELO ART. 4º DA EMENDA CONSTITUCIONAL 42/2003. AGRAVOS IMPROVIDOS. I – A obediência à cláusula de reserva de plenário não se faz necessária quando houver orientação consolidada do STF sobre a questão constitucional discutida. II – Possibilidade de reconhecimento de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público pelos órgãos fracionários dos Tribunais, com base em julgamentos do plenário ou órgão especial que, embora não guardem identidade absoluta com o caso em concreto, analisaram matéria constitucional equivalente. III – Ausência de prequestionamento do art. 167, IV, da CF. Incidência da Súmula 282 do STF. Ademais, se os embargos declaratórios não foram opostos com a finalidade de suprir essa omissão, é inviável o recurso, nos termos da Súmula 356 do STF. IV – O art. 4º da EC 42/2003 validou os adicionais instituídos pelos Estados e pelo Distrito Federal para financiar os Fundos de Combate à Pobreza. Precedentes. V – Agravos regimentais improvidos. RE 571.968, DJ 05/06/2012.
Anexo XVI
ADI 627
DJ 19/11/1993
Ação Direta de Inconstitucionalidade. Lei n. 5.500, de 28.12.1988, do Estado do Para. Tributário. Adicional de imposto de renda (art. 155, II, da Constituição Federal). Artigos 146 e 24, paragrafo 3., da parte permanente da C.F. e art. 34, paragrafos 3., 4. e 5. do A.D.C.T. O adicional de imposto de renda, de que trata o inciso II do art. 155, não pode ser instituido pelos Estados e Distrito Federal, sem que, antes, a lei complementar nacional, prevista no “caput” do art. 146, disponha sobre as materias referidas em seus incisos e alineas, não estando sua edição dispensada pelo paragrafo 3. do art. 24 da parte permanente da Constituição Federal, nem pelos paragrafos 3., 4. e 5. do art. 34 do A.D.C.T. Ação julgada procedente, declarada a inconstitucionalidade da Lei n. 5.500, de 28.12.1988, do Estado do Para.
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