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Administração Financeira - Uniasselvi

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ADMINISTRAÇÃO 
FINANCEIRA
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Valdecir Knuth
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Ivan Tesck
Equipe Multidisciplinar da 
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
 Prof. Ivan Tesck
 Prof.ª Kelly Luana Molinari Corrêa
 Prof.ª Tathyane Lucas Simão
 
Revisão de Conteúdo: Rubia Carla Erthal de Souza
Revisão Gramatical: Iara de Oliveira
Revisão Pedagógica: Bárbara Pricila Franz
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2017
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
 658.15
 K67v Knuth, Valdecir
 Administração financeira / Valdecir Knuth. Indaial : 
 UNIASSELVI, 2017.
 271 p. : il.
 
 ISBN 978-85-69910-38-1
 1. Administração Financeira.
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Valdecir Knuth
Possui Mestrado (stricto-sensu) em Ciências 
Contábeis com concentração em Controladoria, 
Especialização (lato-sensu) em Contabilidade 
Gerencial e Graduação em Ciências Contábeis.
Atualmente, é professor e pesquisador em cursos de 
Graduação (desde 1996) e Pós-Graduação (Especialização/
lato-sensu desde 2001) na área de Contabilidade 
com ênfase em Controladoria e Auditoria (Controles 
Internos/Sarbanes Oxley), Contabilidade Geral, Custos 
(principalmente nos seguintes temas: Gestão de Custos e 
de Resultados, Sistemas de Custeio, Método de Custeio e 
Orçamentos).
É autor de materiais de estudos nas áreas de Orçamento 
Empresarial, Empreendedorismo, Custos Industriais, 
Contabilidade de Custos, Engenharia Econômica, 
Controladoria, Contabilidade Social e Ambiental.
Atua como consultor empresarial nas áreas 
de custos e orçamentos. É sócio da empresa 
P2B Consulting Consultoria, Assessoria e 
Treinamento Empresarial Ltda.
 Contador CRC – SC-022526/0-8
Sumário
APRESENTAÇÃO ......................................................................7
CAPÍTULO 1
Finanças Empresariais .........................................................11
CAPÍTULO 2
Gestão Financeira ................................................................73
CAPÍTULO 3
Engenharia Econômica .......................................................141
CAPÍTULO 4
Orçamento Empresarial .....................................................193
APRESENTAÇÃO
Em um mercado competitivo e passando por um período de recessão econômica, 
o gestor financeiro da empresa precisa estar atento a todas as oscilações do mercado 
onde a empresa atua. Na verdade, o gestor financeiro precisa acompanhar a 
economia, o mercado, a política, as flutuações cambiais para que possa tomar as 
decisões de forma correta para a empresa.
Quando se trata de tomar decisões, estas precisam estar pautadas em 
informações relacionadas às finanças empresariais em que se busca, junto 
ao profissional gestor financeiro, um acompanhamento voltado a identificar as 
ferramentas necessárias para otimizar os resultados econômicos e financeiros. 
No decorrer do capítulo 1 você estudará os fundamentos das finanças 
empresariais e uma análise prática das atividades que envolvem a gestão financeira. 
Para isso, veremos aspectos contábeis que nos levarão a compreender e utilizar 
os demonstrativos contábeis, como o Balanço Patrimonial - BP, a Demonstração 
do Resultado do Exercício – DRE e a Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC. 
Estas ferramentas permitem ao gestor buscar informações necessárias para o seu 
processo decisório, pois, com base nesses relatórios, é possível identificar a situação 
econômica e financeira da empresa.
No capítulo 2, você conhecerá a importância da Gestão Financeira e sua 
aplicação para o sucesso empresarial, intrinsicamente relacionado com o estudo 
do aparelho circulatório do dinheiro, tanto no cotidiano das empresas como de 
pessoas físicas, que envolve todas as operações dos recebimentos e pagamentos 
dos compromissos financeiros. A denominação GESTÃO FINANCEIRA significa 
administrar ou gerir com o intuito de otimizar os recursos da empresa para evitar 
qualquer perda monetária ou financeira. O campo de atuação do gestor financeiro 
aplica-se tanto para as empresas privadas como para as empresas públicas.
O gestor financeiro precisa estar atento a todas as mudanças políticas e 
econômicas do mercado, pois essas mudanças poderão ter impacto direto na 
demanda da produção e vendas da empresa e, por conseguinte, na geração do Fluxo 
de Caixa. E, se houver mudanças na demanda da produção e vendas da empresa, 
poderá haver alterações na formação dos preços dos produtos.
Em relação à formação dos preços, o gestor financeiro precisa atentar para 
a inflação. Se ocorrer aumento na inflação, pode ocorrer aumento nos custos dos 
insumos e, consequentemente, gerar aumento nos custos da produção.
Você também irá observar que a gestão financeira possui estreito relacionamento 
com a contabilidade, levando-se em conta que todas as operações de captações de 
recursos financeiros geram custos de capital os quais precisam otimizar o Resultado 
Operacional da empresa. 
Ainda no capítulo 2 você estudará a análise financeira a partir de ferramentas 
como o Balanço Patrimonial e a Análise das Demonstrações Contábeis, que 
possibilitam a apuração de diversos indicadores, tais como: os de liquidez, de 
rentabilidade, de endividamento, de giro, assim como o custo de capital e a 
necessidade de capital de giro.
No capítulo 3, você irá estudar a matemática financeira, pois percebemos 
claramente como ela está presente nas nossas atividades diárias. Afinal de contas, na 
atualidade, estamos sempre lidando com dinheiro, e estamos sempre conectados ao 
mercado, por exemplo, às ofertas de preços, às promoções e aos parcelamentos nas 
compras dos produtos.
A matemática financeira, que está amplamente aplicada à Engenharia 
Econômica, estuda o valor do dinheiro ao longo do tempo. Assim, em Engenharia 
Econômica abordamos o custo do dinheiro no tempo, ou seja, de que forma o dinheiro 
perde valor com o tempo. Isso é definido como um processo natural pela simples lei 
da oferta e procura, pois um produto com maior demanda e menor oferta tende a ser 
mais caro, e esses aumentos dos custos inflacionários possuem impacto direto na 
perda monetária do dinheiro no tempo. 
No capítulo 4, você entenderá que o sistema de controle orçamentário precisa 
ser claro, objetivo e corresponder às necessidades da organização. Mas, para 
apresentar um perfeito nível de adequação e corresponder às necessidades dos 
gestores, deve passar por um processo de “moldagem” para melhor se adequar à 
estrutura organizacional da empresa. A sua utilização é de grande relevância, pois 
empresas que o adotam podem ser consideradas bem administradas.
O sistema orçamentário contribui para a fixação dessas metas e objetivos, e a 
integração de cada subsistema orçamentário auxilia a gestão de cada unidade de 
negócio (centros de responsabilidades), além de possibilitar uma efetiva delegação 
de poderes, pois o alto executivo não interfere nas atividades operacionais (delegação 
de autoridade e cobranças de responsabilidades).
Para tanto, é importante ler cada unidade com atenção e fazer as atividades 
de aprendizagem. Mas, lembre-se! O conteúdo apresentado nesta disciplina tem a 
finalidade de enriquecer os seus conhecimentos e, com isso, aumentar a capacidade 
de pô-lo em prática na sua vida profissional, o que resultará na melhoria da gestão 
financeira e, consequentemente, na melhoria dos resultados financeiros da empresa. 
Porém, busque mais informações e procure estar sempre atualizado, pois as 
exigências do mercado nos reservam desafiosconstantes e a busca do conhecimento 
aliada à determinação e ao saber fazer é fundamental. 
Tenha um excelente estudo!
Prof. Valdecir Knuth
CAPÍTULO 1
Finanças Empresariais
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Conhecer os conceitos e fundamentos legais concernentes aos aspectos da 
base da Administração Financeira, que encolvem as receitas, despesas, cus-
tos, investimentos, ganhos e perdas.
 Descrever os conceitos e fundamentos legais referente ao Balanço Patrimonial.
 Identifi car os conceitos propriamente ditos à Administração Financeira.
 Elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício, identifi cando todas as 
etapas para a utilização na Administração Financeira.
 Demonstrar o Balanço Patrimonial, identifi cando as etapas para utilização na 
Administração Financeira.
 Compreender a importância do fl uxo de caixa.
 Organizar da demonstração de fl uxo de caixa.
12
 Administração Financeira
13
Finanças Empresariais Capítulo 1 
ConteXtualiZação
As atividades relacionadas à análise fi nanceira gerencial ou gestão fi nancei-
ra, ou, ainda, conhecida como administração fi nanceira, são percebidas como um 
conjunto de métodos e técnicas que se utiliza para o melhor gerenciamento dos 
recursos fi nanceiros da entidade, e que tem por objetivo maximizar o capital inves-
tido pelos acionistas, sob a forma de lucros ou resultados (WERNKE, 2008).
Dessa forma, as fi nanças empresariais buscam junto ao profi ssional gestor 
fi nanceiro um acompanhamento voltado a identifi car as ferramentas necessárias 
para otimizar os resultados econômicos e fi nanceiros de acordo com a captação 
dos recursos e aplicação destes nas melhores alternativas de investimentos e ma-
nutenção das atividades da empresa.
Neste capítulo estudaremos os fundamentos conceituais das fi nanças empre-
sariais e, em seguida, uma análise prática das atividades que envolvem a gestão 
fi nanceira. Para isso, veremos aspectos contábeis que nos levarão a compreen-
der e utilizar os demonstrativos contábeis, como o Balanço Patrimonial - BP, a 
Demonstração do Resultado do Exercício – DRE e a Demonstração do Fluxo de 
Caixa - DFC. Estas ferramentas permitem ao gestor buscar informações necessá-
rias para o seu processo decisório, pois, com base nesses relatórios, é possível 
identifi car a situação econômica e fi nanceira da empresa.
FunDamentos De Finanças 
Empresariais
Como vimos, as atividades relacionadas à análise fi nanceira têm a função 
de maximizar a riqueza dos sócios/proprietários/investidores/acionistas. Para 
isso, buscamos em Teixeira e Ramos (2011) as atribuições que o gestor fi nanceiro 
deve ter e que podem ser resumidas em três atividades básicas:
a) efetivação de análise e planejamento fi nanceiro;
b) tomada de decisões de investimentos; e
c) tomada de decisões de fi nanciamento.
Então, podemos entender que as atividades organizacionais da 
empresa envolvem recursos fi nanceiros, logo, devem orientar-se à 
geração do lucro para a empresa. De fato, conforme Manfredini (2001, 
p. 1), “o lucro, dentro de critérios perfeitamente adequados, pode ser 
manipulado. Caixa não tem jeito. Como dizem em Wall Street, lucro é 
opinião; caixa é fato”.
De fato, conforme 
Manfredini (2001, 
p. 1), “o lucro, 
dentro de critérios 
perfeitamente 
adequados, pode 
ser manipulado. 
Caixa não tem jeito. 
Como dizem em 
Wall Street, lucro 
é opinião; caixa é 
fato”.
14
 Administração Financeira
Agora nos deparamos com algo bem interessante.
O que é lucro e o que é caixa?
Há uma diferença entre LUCRO e CAIXA. Estes números nunca são 
exatamente iguais. Para apuração do lucro devemos considerar os eventos 
contábeis sem que necessariamente tenham tido refl exo no caixa. Isso se dá com 
aplicação do regime de competência. Por consequência, a apuração do caixa 
independe das atividades da contabilidade e envolve apenas as entradas e saídas 
efetivas do caixa. 
Vejamos um exemplo, para melhor compreensão, da diferença entre lucro e 
caixa: 
• Em 01/03/x1, ocorreram vendas de R$ 100.000,00 com recebimento de 
50% à vista e o saldo em 30 dias.
• Em 02/03/x1, houve o reconhecimento da despesa com energia elétrica 
em R$ 5.000,00 com pagamento no mês corrente.
• Em 03/03/x1, houve o reconhecimento da despesa com comissão dos 
vendedores no valor de R$ 8.000,00 para pagamento no mês seguinte.
• Em 04/03/x1, foram registradas as despesas com propaganda no valor de 
R$ 6.000,00 e foram pagas à vista no mês corrente.
Quadro 1 – Lucro e Caixa
Fonte: O autor.
15
Finanças Empresariais Capítulo 1 
Observando o exemplo, podemos concluir que o lucro de R$ 81.000,00, 
obtido no mês de março através dos lançamentos contábeis, não é o mesmo 
dos relatórios do fi nanceiro, pois há receitas e despesas da contabilidade que 
ocorreram no mês de março que entraram e saíram do caixa efetivamente em 
março e abril. Isso demonstra que o lucro contábil não é o mesmo do saldo do 
caixa do mesmo mês. 
Para Bruni e Famá (2007), o resultado positivo contábil pode ser obtido por 
meio de:
(+) Receitas de vendas
(-) Custos (Mercadorias, Produtos ou Serviços)
(-) Despesas Operacionais (Administrativo, Venda e Financeiro)
= Lucro Antes do IRPJ/CSLL
(-) IRPJ/CSLL
(=) Lucro
Por sua vez, o valor do resultado fi nanceiro (valor do caixa – valor do 
resultado monetário ou fi nanceiro) pode ser obtido de acordo com a seguinte 
operação (BRUNI; FAMÁ, 2007):
(+) Entradas no Caixa (Cobrança, Juros recebidos, etc.).
(-) Saídas (Pagamentos Operacionais, Juros pagos, etc.).
(=) Fluxo de Caixa Gerado
Há, também, a possibilidade de adotar a metodologia do Fluxo de Caixa pelo 
Método Indireto, que pode ser obtido pelo resultado de:
(+) Lucro Líquido da Empresa
(+/-) Ajustes que afetaram o resultado, mas não afetaram o caixa (depreciação, 
juros provisionados e não recebidos, juros provisionados e não pagos).
(=) Fluxo de Caixa Gerado
Utiliza-se a DRE - Demonstração do Resultado do Exercício 
para se identifi car as Vendas do período, devendo-se descontar as 
despesas (operacionais, fi nanceiras e tributárias) para se apurar 
os lucros ou prejuízos de cada período. Por sua vez, a DFC - 
Demonstração do Fluxo de Caixa apresenta as entradas e as saídas 
de dinheiro que servem para pagar as atividades operacionais, de 
investimentos e de fi nanciamentos da empresa.
16
 Administração Financeira
Existem no mundo 
fi nanceiro e contábil 
as diferenças 
entre REGIME DE 
COMPETÊNCIA e 
REGIME DE CAIXA.
Cabe aqui uma refl exão!
Existem no mundo fi nanceiro e contábil as diferenças entre 
REGIME DE COMPETÊNCIA e REGIME DE CAIXA.
De acordo com Ribeiro (2009), são dois os regimes existentes, o 
de caixa e o de competência.
O Regime de Competência diz respeito ao reconhecimento de 
todos os eventos da empresa que são registrados na contabilidade independente 
do prazo de vencimento, ou seja, independente de terem sido pagos ou não. 
Assim, o evento deve ser registrado na contabilidade e este representa o CICLO 
CONTÁBIL, no qual se apura o Lucro ou Prejuízo do Período. 
No Regime de Caixa devem ser consideradas todas as despesas pagas e 
todas as receitas recebidas no respectivo exercício, sem levar em consideração 
a data da geração dos fatos. E este regime não tem relação nenhuma com o 
Regime de Competência, pois o reconhecimento de todos os fatos geradores dos 
eventos fi nanceiros da empresa dizem, única e exclusivamente, respeito ao que 
teve refl exo no CAIXA da empresa.
Vamos a um simples exemplo. Digamos que a empresa A vendeu em 2016 
mercadorias no valor de R$ 50.000,00 e, destas vendas, recebeu R$ 30.000,00 (o 
saldo de R$ 20.000,00 receberá em datas futuras). A empresa também incorreu 
em despesas no montante do valor de R$ 22.000,00 e efetuou pagamentos (saída 
de caixa) no valor de R$ 17.000,00 até o fi nal do exercício social (o saldo dessas 
despesas a empresa irá quitar no próximoexercício social).
Quadro 2 – Regime de Caixa X Regime de Competência
Fonte: Adaptado de Marion (2010).
Ao observar o Quadro 2, você pode perceber a diferença dos valores apurados 
entre o Regime de Competência e o Regime de Caixa. No regime de competência 
as transações contábeis são reconhecidas pelas receitas no momento da venda 
e pelas despesas quando elas ocorrem, não havendo nenhuma relação com a 
saída ou entrada de recursos no caixa.
17
Finanças Empresariais Capítulo 1 
Adota-se na 
administração 
fi nanceira o regime 
de caixa.
Na administração fi nanceira há a necessidade de observar e acompanhar 
funções básicas como o planejamento, o controle de entrada e saída de dinheiro, 
ou seja, os recursos necessários ao funcionamento da empresa. E, pelo Quadro 
2, vemos que se não ocorrer a cobrança do saldo das receitas de vendas, a 
empresa poderá sofrer sérios riscos de falta de caixa.
É neste momento que entra a ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA.
Por isso, adota-se na administração fi nanceira o regime de caixa, 
uma vez que há a necessidade de se utilizar todos os conhecimentos 
necessários para a geração dos recursos fi nanceiros da empresa.
Pelo regime de caixa, a empresa realiza o reconhecimento das receitas e as 
despesas somente quando acontecem as entradas e as saídas de caixa (dinheiro).
Por esse motivo, conforme Groppelli e Nikbakht (2010), os administradores 
fi nanceiros precisam primeiramente maximizar a riqueza da empresa ou o preço 
de suas ações, justamente pelo fato de a empresa necessitar gerar caixa. Em 
segundo lugar, os administradores fi nanceiros têm por objetivo maximizar 
o lucro por ação. Pode haver situações em que a empresa venha a se tornar 
negligente, no sentido de ignorar o risco, quando as decisões de investimento 
estão basicamente baseadas na geração dos lucros e que, por algum motivo, não 
serão transformados em caixa. As decisões baseadas apenas nos lucros e não 
na geração do caixa pode levar à insolvência da empresa ou a incorrer em uma 
grande possibilidade de incerteza e continuação no mercado.
De acordo com Teixeira e Ramos (2011, p. 3),
As receitas obtidas com as operações devem ser sufi cientes 
para cobrir todos os custos e despesas incorridas e ainda gerar 
lucros. Paralelamente a esse fl uxo econômico de resultados, 
ocorre uma movimentação de numerário que deve permitir a 
liquidação dos compromissos assumidos, o pagamento de di-
videndos e a reinversão da parcela remanescente dos lucros.
De acordo com os autores, devemos observar que a função da administração 
fi nanceira envolve uma vasta gama de atividades que estão relacionadas com os 
gastos de todos os departamentos que necessitam ser pagos, além da gestão dos 
recursos fi nanceiros (o numerário que a empresa recebe e paga de acordo com 
suas cobranças das vendas e pagamentos por obtenção do crédito), que possui 
18
 Administração Financeira
relação com todas as áreas da empresa. Daí a necessidade da otimização dos 
recursos fi nanceiros.
Otimizar recursos fi nanceiros signifi ca QUESTIONAR A 
REAL NECESSIDADE DOS CUSTOS EM DETERMINADOS 
DEPARTAMENTOS.
Teixeira e Ramos (2011, p. 3-4) salientam que “[...] essa função tem a 
responsabilidade pela obtenção dos recursos indispensáveis ao desempenho 
fi nanceiro da organização e pela formulação de uma estratégia voltada para a 
otimização da aplicação desses recursos, colaborando de forma expressiva para 
o sucesso do empreendimento”.
Devemos refl etir sobre:
Para que serão necessários determinados recursos? 
Se não há um projeto defi nido, deve-se explicar a fi nalidade dos 
recursos fi nanceiros.
Principais AtriBuiçÕes Do Gestor 
Financeiro
Além de todas as atribuições que envolvem a atuação do gestor 
fi nanceiro nas instituições, citamos alguns valores intrínsecos nas suas 
atitudes morais e éticas. Groppelli e Nikbakht (2010) apontam que os 
gestores fi nanceiros devem ter imbuídas nas suas atitudes éticas as 
boas relações com a comunidade, cumprindo na íntegra os preceitos 
legais em todas as áreas a que a empresa deverá responder, como nas 
áreas ambientais, tributárias, de segurança, dentre outras. Os gestores 
devem evitar envolver-se em investimentos que podem afetar negativamente 
determinada comunidade, sempre buscando contatos com esta por meio de 
seus representantes para verifi car se há alguma atividade da empresa que possa 
prejudicar a comunidade ou o meio ambiente e que deverá ser eliminada.
Os gestores devem 
evitar envolver-se 
em investimentos 
que podem afetar 
negativamente 
determinada 
comunidade.
19
Finanças Empresariais Capítulo 1 
Acesse o site <http://www.ibama.gov.br/publicadas/samarco-e-
multada-em-r250-milhoes-por-catastrofe-ambiental>.
Como exemplo, leia a notícia referente à multa que a empresa SAMARCO 
sofreu em relação à catástrofe ambiental. A falta de decisão e ações que deveriam 
ser tomadas em tempo hábil para viabilizar alternativas de destino dos rejeitos da 
produção culminou em um grande problema social, ambiental e fi nanceiro.
Com isso, vimos a importância de evitar certos investimentos em 
empreendimentos que possam transgredir os princípios democráticos, morais e 
éticos. Podemos dizer, então, que é necessário pautar-se pelo equilíbrio entre a 
oportunidade de maximizar a riqueza do negócio e a obtenção de melhoria das 
condições sociais. 
Vamos buscar na contribuição de Wernke (2008) as funções do administrador 
fi nanceiro:
a) Gestão do caixa: identifi car quais são os dias que a empresa terá sobra ou 
falta de caixa.
b) Concessão de crédito: adotar critérios rígidos para a liberação de créditos, 
principalmente em épocas de crise.
c) Administração da cobrança: desenvolver ferramentas para que o 
departamento de cobrança execute as tarefas para as cobranças dos 
seus clientes de forma efi caz.
d) Captação de recursos: pesquisar e analisar as possibilidades de captação 
dos recursos fi nanceiros (empréstimos, fi nanciamentos, dentre outros).
e) Decisão de investimentos: identifi car as oportunidades para investimentos 
e os possíveis retornos que esses investimentos podem propiciar aos 
investidores.
f) Planejamento e controle fi nanceiro: desenvolver, implantar e acompanhar 
os controles fi nanceiros da empresa, como o fl uxo de caixa, listas de 
cobranças, listas para pagamentos, conjunto de inadimplentes, dentre 
outros.
20
 Administração Financeira
g) Gestão de custos e preços: realizar o acompanhamento das planilhas 
dos custos e preços de vendas da empresa para otimizar o resultado dos 
investidores da empresa.
h) Mensuração do desempenho econômico-fi nanceiro: acompanhar e avaliar 
os resultados econômicos e fi nanceiros da empresa de acordo com os 
relatórios contábeis, como o Balanço Patrimonial, a Demonstração do 
Resultado do Exercício e a Demonstração do Fluxo de Caixa.
O gestor fi nanceiro deve pautar suas decisões com base nos relatórios 
das demonstrações contábeis, como o Balanço Patrimonial e a Demonstração 
do Resultado do Exercício. Para tanto, são necessários análise e planejamento 
fi nanceiros. De acordo com Teixeira e Ramos (2011), são pelo menos três as 
principais atribuições do gestor fi nanceiro:
a) Análise e planejamento fi nanceiro: para esta função, as atribuições 
envolvem: 
1) gerar relatórios informativos com base nos dados fornecidos 
pelo sistema para que o gestor possa se orientar e promover a 
sua continuidade; 
2) com base nessas informações, o gestor precisa identifi car as 
oportunidades do negócio e aumentar ou reduzir a capacidade 
da produção; e
3) determinar qual é o tipo de fi nanciamento que a empresa 
necessita. E este tipo de tarefa é sustentada por decisões 
de natureza estratégica, tática e operacional. (TEIXEIRA; 
RAMOS, 2011, p. 4).
Embora demonstrativos contábeis, como o Balanço Patrimonial e a 
Demonstração do Resultado do Exercício, possuam forte relação com a 
geração das informações para o gestor fi nanceiro, para as devidas análisese 
planejamentos da empresa, devemos ressaltar que o enfoque “do caixa 
e no caixa” é primordial para as atividades do gestor fi nanceiro. 
Quando se fala em “do caixa” o gestor deverá “abraçar” o fl uxo 
de caixa e utilizar essa ferramenta diariamente. O termo “no caixa” 
remete a atribuir saldos positivos para o caixa, que, em outras palavras, 
signifi ca gastar menos e gerar mais dinheiro.
Também podemos dizer que a utilização dos Fluxos de Caixa é 
imprescindível, devendo-se observar tanto a ótica do contador como 
a do administrador. Enquanto o primeiro possibilita a geração das 
informações com base no regime de competência, o segundo 
necessita aplicá-las com base no regime de caixa, denotando a 
importância dos Fluxos de Caixa nesta atividade.
Quando se fala 
em “do caixa” o 
gestor deverá 
“abraçar” o fl uxo 
de caixa e utilizar 
essa ferramenta 
diariamente. O 
termo “no caixa” 
remete a atribuir 
saldos positivos 
para o caixa, que, 
em outras palavras, 
signifi ca gastar 
menos e gerar mais 
dinheiro.
21
Finanças Empresariais Capítulo 1 
b) Administração da estrutura de ativo da empresa (Decisão de 
Investimento): o administrador fi nanceiro precisa estabelecer qual é a combinação 
e os tipos de ativos que fazem parte do Balanço Patrimonial da empresa. Esse 
tipo de atividade pode ser visualizado ao lado esquerdo do Balanço. Então, a 
composição desses tipos de ativos refere-se ao montante dos recursos aplicados 
em Ativos Circulantes e em Ativos Permanentes (ativo fi xo ou imobilizado). Após 
o gestor fi nanceiro defi nir essa combinação, deve criar ferramentas para otimizar 
cada vez mais os recursos do Ativo Circulante, possibilitando as melhorias nos 
indicadores de liquidez. Também buscar o melhor retorno que o Ativo Permanente 
deverá oferecer e as formas para avaliar a realização do Ativo Permanente.
c) Administração da estrutura fi nanceira da empresa (Decisão de 
Financiamento): esses eventos estão relacionados com as fontes de recursos 
e estão pautados na decisão sobre qual são as mais apropriadas para a 
empresa como fonte de curto e longo prazo (os prazos afetam os indicadores da 
rentabilidade, liquidez, dentre outros). O gestor fi nanceiro também precisa decidir 
da melhor forma possível se determinada fonte de recursos de curto ou longo 
prazo pode ser mais adequada para o momento, pois determinadas decisões 
para captar recursos para curto ou longo prazo também impactam no custo da 
captação. Então, para dirimir esse tipo de dúvida, há a necessidade de adotar a 
ferramenta do cálculo do CMPC (Custo Médio Ponderado de Capital), que poderá 
ajudar a apurar o custo médio de captação dos recursos fi nanceiros. 
Entretanto, são duas as categorias de decisões de gestão fi nanceira que 
devem ser avaliadas, a primeira é a decisão de aplicações dos recursos, pois 
estão relacionados com a proporção de recursos que devem ser alocados em 
ativo circulante e ativo permanente, já que nas duas categorias ocorre um retorno 
mais rápido ou não dos investimentos para os gestores. E, em segundo, está a 
decisão de captação de recursos que se relaciona com as formas de prover o 
caixa da empresa e com os recursos necessários para manter ou expandir as 
atividades operacionais.
De forma complementar, Wernke (2008) aponta como funções do gestor 
fi nanceiro: a gestão do caixa, a concessão de crédito, a administração da 
cobrança, a captação de recursos, a decisão de investimentos, o planejamento e 
controle fi nanceiro, a gestão de custos e preços e a mensuração do desempenho 
econômico-fi nanceiro.
Prosseguindo no raciocínio de Wernke (2008), ao se obter os recursos 
fi nanceiros do montante de capital obtido dos sócios ou de terceiros, é necessário 
decidir onde aplicá-los ou investi-los, se em ativos tangíveis (por exemplo, os 
estoques, valores em contas a receber, imóveis, veículos, máquinas e demais 
equipamentos, dentre outros) ou em ativos intangíveis (por exemplo, marcas e 
22
 Administração Financeira
patentes). Sempre priorizando a utilização destes recursos com o objetivo de 
aumentar o retorno aos investidores (acionistas ou quotistas).
Percebemos, portanto, que entre as atribuições de um gestor fi nanceiro 
estão o planejamento, as decisões de investimento, as decisões de investimentos 
para os quais se necessitam recursos e a devida análise das melhores opções 
para investimento.
Em relação às decisões empresariais, verifi camos outros aspectos 
importantes que são apontados pelo SEBRAE (2002):
a) Captar recursos fi nanceiros necessários para a organização 
para:
- Capital inicial e aumento de capital.
- Aplicação dos lucros acumulados obtidos com os sócios.
- Empréstimos obtidos com as instituições fi nanceiras.
- Financiamento das mercadorias obtido com os fornecedores.
b) Aplicar os recursos fi nanceiros disponíveis da organização em:
- Aplicações com as instituições fi nanceiras.
- Aquisição de mercadorias para serem vendidas.
- Financiamento aos clientes decorrentes das vendas a prazo.
- Aquisição do ativo fi xo (móveis e utensílios, equipamentos, 
veículos e outros) para uso da organização.
c) As fontes de fi nanciamento dos ativos (fonte de recursos) da 
organização:
- Recursos próprios: recursos fi nanceiros dos sócios ou 
acionistas sejam do capital ou da reaplicação dos lucros 
acumulados.
- Recursos de terceiros: recursos fi nanceiros obtidos 
com instituições fi nanceiras, a título de empréstimos, ou 
fi nanciamentos, ou com fornecedores na aquisição de 
mercadorias a prazo.
d) Papel do banco nos empréstimos – é função dos 
bancos decidir sobre a aprovação ou não da solicitação de 
empréstimo, bem como liberar os recursos fi nanceiros para as 
microempresas e organizações de pequeno porte.
Para essa decisão, os bancos executam, pelo menos, as 
seguintes tarefas:
- Análise do cadastro da organização, dos sócios e dos 
avalistas.
- Enquadramento da operação de acordo com suas linhas de 
crédito.
- Defi nição das garantias sobre o fi nanciamento e negociação 
com o interessado.
- Análise de crédito de acordo com o projeto de viabilidade 
econômica e fi nanceira.
Para se obterem as melhores opções dos ativos, devem-se priorizar os 
investimentos que permitam gerar as receitas no curto ou no longo prazo. Como 
exemplo, o gestor deve decidir entre investir em um determinado bem que traga 
retorno em 10 anos ou em outro bem que traga retorno em 5 anos, mesmo que a 
segunda opção mereça um desembolso maior no primeiro momento. 
23
Finanças Empresariais Capítulo 1 
O SEBRAE (2002) sugere que o empresário identifi que quais são os motivos 
que estão levando a empresa a buscar empréstimos no mercado. Pois há várias 
situações que devem ser analisadas para a busca do crédito (empréstimos).
- Verifi car as vantagens de tomar emprestado dinheiro do 
banco, e só o fazer quando estiver seguro de que a organização 
terá condições de pagá-lo.
- Verifi car se o fi nanciamento é condição imprescindível para o 
sucesso da organização.
- Lembrar que obter um fi nanciamento para cobrir outro tem 
levado organizações a contrair dívidas crescentes e difíceis de 
serem quitadas.
- Não utilizar o crédito como meio de cobrir prejuízos 
operacionais permanentes da organização. O crédito deve ser 
utilizado para expansão e fortalecimento do negócio ou para 
capital de giro (SEBRAE, 2002).
Devemos sempre observar e identifi car quais são as necessidades para 
utilização dos recursos fi nanceiros da empresa, e a partir daí, identifi car as 
potencialidades dos investimentos. Dessa forma, podemos alcançar o melhor 
retorno possível para os gestores da empresa.
Atividades de Estudos:
1) Dentre as atribuições do Gestor Financeiro, descreva àquela 
voltada à Decisão de Investimentos.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________2) Um dos principais aspectos na Administração Financeira é a 
gestão da estrutura fi nanceira da empresa de acordo com a 
Decisão de Financiamento. Discorra sobre esse assunto.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
24
 Administração Financeira
TÉcnicas FunDamentais na Gestão 
Financeira
O trabalho da administração fi nanceira tomou grandes proporções nas 
empresas, e isso ocorreu pela necessidade de se obter recursos fi nanceiros para 
desenvolver as atividades internas das organizações cuja fi nalidade é manter o 
negócio em continuidade e com lucro econômico.
A necessidade que a empresa tem de contratar um gestor fi nanceiro 
reside no fato de nem sempre o acionista estar preparado para administrar os 
recursos da empresa de forma apropriada. No entanto, algumas vezes, há falta 
de confi ança nas ações do agente contratado, o que leva a gerar dúvidas sobre 
a plena capacidade técnica e idoneidade para que este tenha plenos poderes. 
Por esse motivo, muitas vezes, as empresas necessitam contratar auditores para 
evitar ou minimizar os confl itos.
Conforme Hoji (2004, p. 21), “para a administração fi nanceira, o objetivo 
econômico das empresas é a maximização de seu valor de mercado, pois dessa 
forma estará sendo aumentada a riqueza de seus proprietários (acionistas de 
sociedades por ações ou sócios de outros tipos de sociedades)”.
Numa organização, sendo ela indústria, comércio ou prestação de serviços, 
sempre existem as operações rotineiras, ou seja, comprar, pagar, produzir, vender 
e receber.
De acordo com Hoji (2004, p. 22), “as atividades de uma empresa podem 
ser agrupadas, de acordo com a natureza, em: operações, investimentos e 
fi nanciamentos”.
Vejamos cada uma delas a seguir:
a) Atividades operacionais: estão relacionadas às atividades fi ns de 
uma organização, ou seja, são realizadas com a fi nalidade de proporcionar a 
expectativa de gerar retorno sobre o capital investido.
Em Hoji (2004, p. 22), “as atividades operacionais são refl etidas em contas 
integrantes da Demonstração do Resultado, que geram o lucro (ou prejuízo) 
operacional”.
Como exemplos, podemos citar as compras de matérias-primas, salários, 
receitas de vendas, aluguel, dentre outros.
25
Finanças Empresariais Capítulo 1 
b) Atividades de investimentos: Por sua vez, os investimentos são os 
recursos fi nanceiros alocados para novos projetos, que podem ser de expansão, 
melhorias tecnológicas com a aquisição de máquinas e equipamentos, produtos 
novos ou até mesmo obrigatórios, como os investimentos em preservação 
ambiental. Esses investimentos terão por consequência a geração de recursos 
em longo prazo.
Nesse grupo são classifi cadas as atividades executadas 
em consequência das decisões de aplicações de recursos 
em caráter temporário ou permanente, para dar suporte 
às atividades operacionais. As atividades de investimentos 
correspondem às contas classifi cadas no balanço patrimonial, 
em investimentos temporários e em ativo permanente. 
Exemplos: compras de maquinário, integralização de capital de 
empresas controladas, aplicações fi nanceiras de curto e longo 
prazos etc. (HOJI, 2004, p. 23).
Atualmente, o grupo do Ativo possui dois subgrupos, que são o Ativo 
Circulante e o Ativo Não Circulante.
c) Atividades de fi nanciamentos: Temos, também, as atividades de 
fi nanciamentos, que nada mais são do que as atividades de fontes de recursos 
para a empresa, próprios ou de terceiros (podendo ser de curto ou longo prazo). 
A captação desse tipo de recursos se faz em virtude de manter a sustentabilidade 
das atividades operacionais e de investimentos na organização empresarial.
Novamente, buscamos em Hoji (2004, p. 23) os aspectos que tratam das 
atividades de fi nanciamentos:
As atividades de fi nanciamentos refl etem os efeitos das decisões 
tomadas sobre a forma de fi nanciamento das atividades de 
operações e de investimentos.
As atividades classifi cadas nesse grupo correspondem às contas 
classifi cáveis no passivo fi nanceiro e no patrimônio líquido. 
Exemplos: captação de empréstimos bancários, emissão de 
debêntures, integralização de capital da empresa etc.
Entendemos que, ao identifi car as atividades operacionais da empresa, estas 
poderão contribuir para localizar os possíveis recursos fi nanceiros gerados, como 
a atividade de venda e a atividade de compra. As receitas e gastos provenientes 
destas atividades devem ser relacionados no fl uxo de caixa operacional da 
empresa que, junto às atividades de fi nanciamentos, contribuem para apurar as 
necessidades de recursos fi nanceiros para potenciais investimentos.
Dessa forma, as atividades de fi nanciamentos podem permitir identifi car as 
necessidades de recursos fi nanceiros que não foram possíveis de se obter com 
as atividades operacionais.
26
 Administração Financeira
O Papel Da ContaBiliDaDe nas 
Empresas
Você deve estar pensando por que a Contabilidade está no contexto deste 
material de estudos da Administração Financeira. 
Embora tratemos das atividades da Administração Financeira, como a 
geração de dinheiro da empresa, temos que nos preocupar com as informações 
geradas pela contabilidade, como forma de demonstrar os resultados apurados 
pela empresa. 
Devemos nos ater à importância das informações produzidas pela 
contabilidade com o uso das técnicas contábeis, envolvendo a composição do 
patrimônio e, também, as equações patrimoniais básicas para se compreender o 
raciocínio contábil na geração das informações. 
Para tanto, vamos conhecer um pouco sobre a contabilidade.
A EVolução Da ContaBiliDaDe
A contabilidade surgiu nos primórdios da humanidade. Vejamos o que Tessari 
(2013, p. 3-4) aborda:
A origem da contabilidade é muito antiga. Costuma-se dizer 
que a contabilidade é tão antiga quanto a origem do homem. 
A contabilidade, na sua forma rudimentar, era utilizada pelo 
homem pré-histórico. Naquele tempo, o registro das coisas que 
possuía – como, por exemplo, seu rebanho de ovelhas – era 
feito pela associação da quantidade de animais possuídos pela 
quantidade de pedras. O homem possuía em suas mãos uma 
pedra para cada animal que havia sido levado ao pasto. Ao 
retornar, verifi cava se a quantidade de pedras conferia com a 
quantidade de animais, podendo então checar se algum animal 
havia se perdido. Assim o homem pré-histórico conseguia 
quantifi car e controlar a sua riqueza, o seu patrimônio.
A contabilidade moderna nasceu no norte da Itália, 
provavelmente durante os séculos XII e XIV. Datam dessa 
época diversos registros semelhantes aos verifi cados na 
contabilidade moderna.
Consolidou-se pelo trabalho elaborado pelo frade franciscano, 
matemático, teólogo e contabilista Frei Luca Pacioli, que 
publicou na Itália, em 1494, um tratado sobre contabilidade que 
ainda hoje é de grande utilidade no meio contábil. Trata-se do 
método das partidas dobradas.
Sabe-se que Frei Luca não foi o inventor do método, ele 
27
Finanças Empresariais Capítulo 1 
apenas descreveu uma metodologia já em uso na Itália, pelo 
menos um século antes.
A grande importância da obra de Frei Luca está em reconhecer 
o método como o ideal para a escrituração, além do que, 
em sua obra há toda uma preocupação em sistematizar os 
conceitos e instrumental contábil para o registro e controle do 
patrimônio.
Assim, dessa época até o século XX a Europa foi o centro 
dos estudos contábeis. Nessa fase, a contabilidade buscava 
melhorar a forma de representar a situação das empresas, 
embora não houvesse muita preocupação com o usuário 
externo da informação, pois a informação era restrita ao 
proprietário do empreendimento.
Primeiramente, a evolução do conhecimento contábil sempre esteve 
associada ao desenvolvimento das atividades mercantis,econômicas e sociais. 
Vejamos como isso aconteceu.
Na sociedade primitiva, a economia era baseada na agricultura e na pecuária e 
praticada individualmente ou em pequenos grupos. Nesse período, a contabilidade 
era feita para o proprietário com o uso da contagem física dos bens. Naquela época, 
a riqueza era avaliada pelo número de gado do rebanho, ou de outras culturas 
pecuárias, assim como a área de cultivo que o agricultor realizava. A Contabilidade 
era bastante rudimentar, mas já permitia exercer algum tipo de controle patrimonial.
Mais tarde, na sociedade agrícola, a evolução dos registros contábeis 
acompanhou as necessidades da sociedade agrícola, economia esta que 
também teve como base a agricultura, mas com o desenvolvimento do método de 
produção artesanal. A partir desse período também se deu o início das relações 
comerciais com o advento das descobertas marítimas. Nessas circunstâncias, 
cresceu na contabilidade a necessidade de controle mais apurado por causa das 
expedições marítimas. Esses controles envolviam o tesouro das monarquias, pois 
era bastante forte o controle e cobrança dos impostos. Os investimentos nessas 
expedições marítimas eram contabilizados no início das operações e, após a 
venda das mercadorias, o resultado era apurado para atender às necessidades 
dos sócios e do estado para controle dos impostos.
Mais tarde, na sociedade industrial, o cenário mundial teve 
profundas alterações e a economia baseou-se no capital e no trabalho. 
Houve avanços signifi cativos nos métodos de produção e, nesse 
período, surgiu o trabalho mecanizado e a produção em série. Como 
consequência, formaram-se grandes empresas na área industrial, 
comercial e na prestação de serviços. Na época, surgiu a administração 
científi ca e aconteceram as duas grandes guerras mundiais. Como refl exo 
dessa nova realidade na contabilidade, foram criados os sistemas de informações 
Na época, surgiu 
a administração 
científi ca e 
aconteceram as 
duas grandes 
guerras mundiais.
28
 Administração Financeira
contábeis; os sistemas de informações gerenciais; a divulgação de relatórios para 
atender aos acionistas, gerentes e governo; a auditoria externa; a separação e 
apuração dos custos da produção; o reconhecimento sistemático da depreciação, 
que é importante para a geração da reserva de caixa da empresa; a organização 
formal de institutos e órgãos contábeis; a realização do orçamento governamental 
e formas de controle e divulgação dos projetos de investimentos e infraestrutura do 
Estado; a mensuração dos custos de acordo com diversos parâmetros de avaliação 
como o custo médio e a margem de contribuição gerada, produtos e performance
gerencial; e o primeiro trabalho sistemático abordando o goodwill (uma ferramenta 
importante para a projeção dos resultados e performance da empresa).
Em seguida, evoluímos para a sociedade do conhecimento na qual a 
economia tornou-se globalizada. A partir desse período, passamos a utilizar 
a informatização da produção e do trabalho e a divulgação da tecnologia da 
informação e das telecomunicações. O refl exo desse cenário na contabilidade foi 
percebido por meio da necessidade da harmonização das normas internacionais 
de contabilidade, da criação de sistemas de informações contábeis para 
decisões estratégicas e novas formas de mensuração de valor da empresa. 
Várias empresas de softwarehouse surgiram e, com elas, a necessidade de criar 
sistemas integrados de contabilidade que permitem gerar informações de gestão 
para os administradores.
Assim, podemos dizer que o método de registro contábil nas empresas, 
em qualquer tipo de ramo, como o industrial, o comercial e o de prestação de 
serviços, tem profunda relação com o capitalismo, daí surgiu a necessidade de 
mensurar e analisar o potencial de geração de caixa em função dos investimentos 
dos ativos da empresa.
Para Iudícibus (1998, p. 21), o método contábil desenvolveu-se associado ao 
capitalismo: 
Na verdade, o desenvolvimento inicial do método contábil esteve 
intimamente associado ao surgimento do Capitalismo, como 
forma quantitativa de mensurar os acréscimos ou decréscimos 
dos investimentos iniciais alocados a alguma exploração 
comercial ou industrial. Não é menos verdade, todavia, que 
a economia de mercado e seu fl orescer foram, por sua vez, 
fortemente amparados pelo surgimento e aperfeiçoamento 
das partidas dobradas, o que equivale a dizer que se verifi cou 
uma interação entre os dois fenômenos. Neste século, serviu 
por outro lado como forte instrumento de controle nos países 
que adotaram regimes políticos com economia controlada pelo 
governo de forma centralizada. Hoje, o método tem aplicação 
a qualquer tipo de pessoa, física ou jurídica, com fi nalidades 
lucrativas ou não, que tenha necessidade de exercer atividades 
econômicas para alcançar suas fi nalidades, mesmo que tais 
atividades econômicas não sejam atividades-fi m.
29
Finanças Empresariais Capítulo 1 
Podemos perceber que o surgimento da globalização e a desregulamentação 
da economia na maioria dos países do primeiro mundo, acompanhados das 
inovações tecnológicas, com destaque para o setor da informação, possibilitaram 
a expansão do mercado de capitais de forma global, principalmente a partir da 
última década do século XX.
Por esse motivo, as informações extraídas da contabilidade 
tornaram-se ainda mais importantes para a gestão da empresa, 
tanto para os usuários internos (sócios e administradores) como 
para os usuários externos (investidores, fi nanciadores, fornecedores, 
governos e o público em geral). Informações estas que devem servir 
de parâmetro para análise da evolução da empresa e seu crescimento 
em participação no mercado ao longo do tempo. Com base nisso, o 
gestor fi nanceiro tem profunda necessidade em obter e acompanhar 
as informações geradas pela contabilidade para a tomada de decisões 
que tornem viáveis as atividades das empresas. 
As informações 
extraídas da 
contabilidade 
tornaram-se ainda 
mais importantes 
para a gestão da 
empresa, tanto para 
os usuários internos 
como para os 
usuários externos.
Usuários Da ContaBiliDaDe
Os usuários da Contabilidade podem ser todas as pessoas – físicas ou 
jurídicas, públicas ou privadas, internas ou externas – e que tenham algum tipo 
de interesse nos resultados da empresa ou entidade. Esses usuários podem ser: 
governos nos diversos níveis, administradores, sócios ou acionistas, fornecedores, 
fi nanciadores e demais credores, clientes, empregados, integrantes do mercado 
fi nanceiro e de capitais, dentre outros.
Complementando, Araújo (2009, p. 5-6) afi rma que “em geral, toda pessoa, 
física ou jurídica, possui algum patrimônio; logo, podemos dizer que todos 
se interessam pela informação contábil”. Conforme o interesse do usuário, a 
informação contábil pode servir a diversos propósitos:
- Os proprietários: todo empresário, que pode ser um 
acionista ou quotista, necessita saber se as diretrizes traçadas 
estão sendo seguidas e se os objetivos da empresa estão 
sendo alcançados, [...]
- Os administradores: por meio da Contabilidade, os 
administradores poderão realizar o devido planejamento de 
suas ações, assim como acompanhar os resultados, uma vez 
que a maioria das decisões de uma empresa envolve aspectos 
fi nanceiros. [...]
- Os fornecedores de bens e serviços: aquele que vende 
bens ou presta serviços a prazo necessita saber se o seu 
cliente possui condições fi nanceiras necessárias para liquidar 
a operação na data combinada. [...]
30
 Administração Financeira
- Os banqueiros: Os bancos [...], para conceder crédito a seus 
clientes, eles precisarão proceder à devida análise cadastral 
e contábil para se assegurarem de que a concessão de 
empréstimo não gerará prejuízos.
- O governo: como sabemos, a principal fonte de arrecadação 
de receita para os três níveis de governo (federal, estadual 
e municipal) são os tributos (impostos, taxas e contribuições 
de melhoria).A maioria deles é calculada com base nas 
informações fornecidas pela Contabilidade. [...]
- Os sindicatos: os empregados também constituem um 
dos principais interessados pelas informações contábeis, 
principalmente no que se refere às questões salariais e de 
participação nos lucros.
- Os economistas: esses profi ssionais somente poderão 
realizar suas análises macro e microeconômicas se souberem 
utilizar devidamente as informações contábeis.
- Os auditores: os profi ssionais de auditoria são contratados 
para emitir uma opinião sobre a adequação ou não dos 
demonstrativos contábeis. [...] (ARAÚJO, 2009, p. 5-6, grifo 
nosso).
Silva (2010, p. 8) também nos permite identifi car os tipos de usuários da 
contabilidade e as respectivas fi nalidades de obterem as informações geradas por 
esta área:
Quadro 3 – Usuários da Análise das Demonstrações Contábeis
Usuários Internos
Sócios e 
Gestores
- Aumentar ou reduzir investimentos.
- Aumentar o capital ou emprestar recursos.
- Expandir ou reduzir as operações.
- Comprar/vender à vista ou a prazo.
Usuários Externos
Instituições 
Financeiras 
- Conceder ou não empréstimos.
- Estabelecer termos do empréstimo (volume, taxa, prazo e garantias).
Clientes e 
Fornecedores 
em geral
- Avaliação com vistas à concessão ou não de crédito, em que valor 
e a que prazo.
- Informações sobre a continuidade operacional da entidade, 
especialmente quando têm um relacionamento a longo prazo com 
ela, ou dela dependem como fornecedor importante. 
Investidores
- Adquirir ou não o controle acionário.
- Investir ou não em ações na bolsa de valores.
- Avaliação do risco inerente ao investimento e potencial de retorno 
proporcionado (dividendos).
Comissão 
de Valores 
Mobiliários
- Observar se as demonstrações contábeis de uma empresa de 
capital aberto respondem aos requisitos legais do mercado de valores 
mobiliários, como periodicidade de apresentação, padronização e 
transparência.
Poder Judiciário - Solicitação e apreciação objetiva de perícia.
31
Finanças Empresariais Capítulo 1 
Fiscalização 
Tributária - Buscar indícios de sonegação de impostos.
Comissões de 
Licitação
- Avaliar o vulto dos equipamentos e instalações, do capital de giro 
próprio, da solidez econômico-fi nanceira, buscando identifi car se há 
garantia acessória para o início ou continuidade no fornecimento dos 
bens ou serviços.
O art. 31, da Lei Federal n. 8.666/93, prevê que o uso de índices 
extraídos das demonstrações contábeis limitar-se-á à demonstração 
da capacidade fi nanceira do licitante com vistas aos compromissos 
que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato.
Empregados e 
Sindicatos
- Informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus 
empregadores (solvência, distribuição de lucros etc.)
- Avaliação da capacidade que tem a entidade de prover sua 
remuneração, seus benefícios de aposentadoria e oferta de 
oportunidades de emprego.
Fonte: Silva (2010, p. 8).
Com a classifi cação dos tipos de usuários, Araújo (2009) e Silva (2010) 
contribuem para melhor visualizar o que o gestor fi nanceiro pode obter da 
contabilidade, e essas informações contábeis são geradas e transmitidas 
pela emissão de relatórios. Mas não são todos os tipos de relatórios que são 
obrigatórios por lei, um relatório gerencial no qual se apresenta a margem de 
contribuição por unidade produzida (ou um relatório de orçamento anual) é um 
relatório gerencial interno, ou seja, não há obrigatoriedade em apresentar essas 
informações para o mercado. Veremos este assunto a seguir.
RelatÓrios ContáBeis
Existem diferentes tipos de relatórios contábeis obrigatórios e não obrigatórios 
de acordo com a Lei n. 11.638/07, e Marion (2012, p. 44) apresenta os diversos 
tipos de relatórios contábeis que podem ser gerados, separando-os em grupos. 
Veja a fi gura a seguir:
32
 Administração Financeira
Figura 1 – Relatórios Contábeis em Grupos
Fonte: Marion (2012, p. 44).
Você pode visualizar, na fi gura anterior, os principais tipos de relatórios 
obrigatórios e não obrigatórios para divulgação.
Dois dos principais relatórios que o gestor fi nanceiro deverá utilizar para a 
tomada de decisões na sua empresa são o BP – Balanço Patrimonial e a DRE – 
Demonstração do Resultado do Exercício.
Outros relatórios também possuem determinada relevância para os gestores, 
mas estão mais voltados para atender às condições legais impostas para divulgação, 
como exemplo, a DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, a 
DLPAc – Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados, a DRA – 
Demonstração do Resultado Abrangente e a DVA – Demonstração do 
Valor Adicionado.
Mas é de suma importância estudar a DFC – Demonstração do 
Fluxo de Caixa, que tem por premissa, além de atender às exigências 
legais para publicação, fundamental valor gerencial em função do teor 
da qualidade das informações divulgadas. 
Mas é de suma 
importância 
estudar a DFC – 
Demonstração do 
Fluxo de Caixa, que 
tem por premissa, 
além de atender às 
exigências legais 
para publicação, 
fundamental 
valor gerencial 
em função do 
teor da qualidade 
das informações 
divulgadas.
33
Finanças Empresariais Capítulo 1 
Veremos o Fluxo de Caixa mais adiante no item 4 deste capítulo.
Como você pode perceber, há vários tipos de relatórios que são gerados 
pela Contabilidade e cada um possui suas particularidades para atender às 
necessidades de cada usuário que, por sua vez, os utiliza para o seu processo de 
decisão na sua empresa ou entidade governamental.
De modo geral, Araújo (2009, p. 1) aborda que “a Contabilidade é um 
processo de identifi cação, avaliação e divulgação de informações que permite 
a tomada de decisão e a formação de juízos por parte dos interessados pela 
informação contábil”.
Porém, mesmo que consideremos a necessidade da informação contábil de 
todos os tipos de usuários, podemos dizer que o principal objetivo da Contabilidade 
é o de fornecer informações de gestão para que os administradores, gerentes 
ou executivos possam ter conhecimento da real situação econômico-fi nanceira 
da empresa e utilizar elementos objetivos para a correta e consciente tomada de 
decisões. A situação econômica e fi nanceira da empresa pode ser visualizada e 
analisada com o uso de determinados indicadores da Análise de Balanços.
O mundo corporativo é bastante volátil e novas situações de mercado 
apresentam novos cenários que os gestores precisam visualizar. Os 
administradores precisam ter a capacidade de prever cenários adversos ou 
favoráveis ao mercado em que atuam e, além disso, quando necessário, realizar 
mudanças rápidas para se adaptar à nova realidade e, assim, manterem a 
sobrevivência das suas empresas.
De acordo com Anthony (1960 apud IUDÍCIBUS, 1998, p. 24-25, grifo do 
autor), entre outras fi nalidades, a informação contábil possui a fi nalidade de 
controle e planejamento:
Focaliza com bastante propriedade as implicações deste item 
[informação contábil]. Embora tais fi nalidades possam ser 
catalogadas de várias formas, serão aqui agrupadas em duas 
básicas: 
Finalidade de controle
Finalidade de planejamento
Controle pode ser conceituado como um processo pelo qual a 
alta administração se certifi ca, na medida do possível, de que 
a organização está agindo em conformidade com os planos 
e políticas traçados pelos donos do capital e pela própria alta 
administração. [....] 
34
 Administração Financeira
Planejamento, por sua vez, é o processo de decidir que curso de 
ação deverá ser tomado para o futuro. 
Normalmente, o processo de planejamento consiste em considerar 
vários cursos alternativos de ação e decidir qual o melhor. 
Podemos entender que a contabilidade tem importante função 
no controle e planejamento das operações da empresa.
Por sua vez, o resultado das atividades é mensurado de forma 
quantitativa (em valores), devendo ser avaliado para que os gestores 
possam tomar medidas que mantêm a empresa emconstante 
desenvolvimento no mercado.
Ching (2003, p. 4) também demonstra a importância e a utilidade das 
informações contábeis: 
Toda organização usa contabilidade, independentemente de 
seu tamanho, fi nalidade ou constituição jurídica. Mas, afi nal, 
por que a contabilidade é tão importante? Além de ajudar 
os gerentes a entender mais sobre a empresa, ela procura 
responder a três perguntas críticas de qualquer grupo de 
pessoas:
- Qual o desempenho da empresa em um dado período?
- Qual é a posição da empresa neste momento?
- Onde estão aplicados seus recursos e como foram obtidos?
Vamos avaliar o porquê da importância da abordagem deste autor. 
Uma das maneiras de responder às três indagações de Ching se dá 
com o uso de uma ferramenta chamada Análise de Balanços. Esta 
é uma das formas de avaliação da situação econômica e fi nanceira 
da empresa realizada pelo gestor. Com a análise, os dados são 
transformados em informações que permitirão servir como base para 
direcionar as decisões a serem tomadas, propiciando a redução do grau 
de incerteza nas decisões e a garantia de uma gestão transparente. 
Dessa forma, a Análise de Balanços se constitui num instrumento 
fundamental para auxiliar a administração. Para que isso seja possível, 
os serviços contábeis compõem as funções de registrar, controlar, 
identifi car, mensurar e avaliar os atos e fatos administrativos ocorridos na 
empresa, o que proporciona um acompanhamento sistemático de seu patrimônio. 
Por isso, a importância de os responsáveis pelas decisões dentro da empresa 
conhecerem a estrutura e a metodologia de análise dos demonstrativos oriundos 
da Contabilidade.
Por isso, a 
importância de 
os responsáveis 
pelas decisões 
dentro da empresa 
conhecerem 
a estrutura e 
a metodologia 
de análise dos 
demonstrativos 
oriundos da 
Contabilidade.
35
Finanças Empresariais Capítulo 1 
Agora vamos estudar um pouco mais sobre alguns demonstrativos contábeis 
para que, assim, possamos compreender melhor a composição desses relatórios.
A principal demonstração contábil é o Balanço Patrimonial, que revela a posição 
fi nanceira de uma organização em determinado momento, normalmente em 31 de 
dezembro. Podemos dizer que é uma fotografi a que nos permite visualizar todos os 
bens, valores a receber e valores a pagar em determinada data.
De acordo com Iudícibus e Marion (1998 p. 32, grifo dos autores), 
O Balanço Patrimonial refl ete a posição fi nanceira em 
determinado momento (normalmente, no fi m do ano) de uma 
empresa. 
O Balanço Patrimonial (BP) é constituído de duas colunas: a 
coluna do lado direito é denominada de Passivo e Patrimônio 
Líquido. A coluna do lado esquerdo é denominada Ativo.
Mas, o que é o Ativo, Passivo e o Patrimônio Líquido?
O Ativo representa a parte do balanço em que estão os 
recursos da empresa capazes de gerar fl uxo de caixa e são 
representados pelos bens e direitos. Aqui, incluem-se o dinheiro em 
caixa e em bancos, estoques, duplicatas a receber, equipamentos, 
imóveis, despesas pré-pagas, equipamentos, veículos, até mesmo 
elementos intangíveis, como patentes, ações e direitos autorais. 
Segundo Ching (2003, p. 28), “um ativo pode ser defi nido como um 
recurso sob controle da empresa capaz de gerar benefícios futuros 
(entendidos como caixa)”.
Por sua vez, o Passivo é caracterizado pelos recursos de terceiros em 
poder da empresa, mensurados pelas obrigações ou dívidas. Neste grupo de 
contas, podemos encontrar todas as contas a pagar, taxas, juros sobre capital 
emprestado, hipotecas, despesas contratuais, dentre outras contas. Seguindo o 
raciocínio de Ching (2003, p. 28), “podemos defi nir o passivo como o compromisso 
da organização relativo a eventos e que resultam em consumo de seus ativos”.
Temos, ainda, o Patrimônio Líquido, que é a parte do Balanço Patrimonial, 
representada pelos recursos investidos pelos sócios da empresa. Em síntese, é o 
capital que os sócios disponibilizaram primeiramente no caixa da empresa. Ching 
(2003, p. 28, grifo do autor) estabelece que: 
De maneira muito similar ao passivo, o capital próprio também 
representa compromissos contra os recursos ou ativos da 
organização. A diferença crucial em relação a terceiros é que 
estes contribuem com recursos (não os fornecem) e, dessa 
maneira, tornam-se participantes, investidores ou sócios. 
Segundo Ching 
(2003, p. 28), “um 
ativo pode ser 
defi nido como um 
recurso sob controle 
da empresa capaz 
de gerar benefícios 
futuros (entendidos 
como caixa)”.
36
 Administração Financeira
Isso signifi ca que os recursos da empresa que os sócios investiram 
sob a denominação do Capital Social e que primeiramente estão no 
caixa, geram riqueza para ela própria e também permitem a geração 
da riqueza dos próprios sócios. Claro, no grupo do Patrimônio Líquido, 
pode ser registrado o acúmulo da geração de riqueza (Reservas de 
Lucros) para futuramente remunerar os investimentos dos sócios sob 
a forma de Dividendos ou Juros sobre Capital Próprio.
O investidor que compra ações torna-se sócio de uma 
empresa. Pela lei das S.A., o sócio tem o direito a receber 
uma remuneração quando a empresa obtiver lucro em suas 
atividades. Dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) são 
as formas de remunerar em dinheiro o sócio, sendo que os 
dividendos são obrigatórios por lei (FARIA JÚNIOR, 2012, p. 1). 
Em linhas gerais, de acordo com o conceito contábil, o termo patrimônio 
signifi ca o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma pessoa física 
ou jurídica (FAVERO et al., 1997). Vejamos a defi nição de cada uma destas partes 
do patrimônio separadamente. 
As contas contábeis representam os ativos, os passivos e o patrimônio 
líquido que são os Bens, Direitos e obrigações da empresa. 
Quadro 4 – Defi nição de Bens, Direitos e Obrigações
Bens
São todas as coisas que podem atender às necessidades do consumo 
humano e que podem ser avaliadas economicamente. Os bens são 
subdivididos da seguinte forma: 
- Bens de uso: são aqueles utilizados na empresa com o objetivo de 
atender às necessidades operacionais. Exemplo: os móveis, edifi cações, 
utensílios, máquinas, equipamentos, ferramentas, computadores, veículo, 
entre outros. 
- Bens de consumo: são aqueles adquiridos para serem consumidos nas 
atividades cotidianas da empresa, e são consumidos de forma imediata e 
integral para atender às necessidades da manutenção das suas atividades 
e do seu funcionamento. Exemplo: materiais de consumo no escritório, 
recursos utilizados para a manutenção e limpeza em geral, tais como: os 
combustíveis e lubrifi cantes, impressos e formulários, detergentes para 
limpeza, dentre outros. 
37
Finanças Empresariais Capítulo 1 
- Bens de troca (ou venda): Esses bens são adquiridos ou produzidos 
para serem vendidos, como as mercadorias para revenda e os produtos 
fabricados para serem vendidos. 
Em se tratando dos Bens da empresa, estes ainda podem ser classifi cados 
em bens tangíveis e bens intangíveis. Vejamos:
- Os Bens Tangíveis tem características defi nidas e possuem existência 
física. Exemplo: dinheiro, mercadorias, imóveis, veículos, máquinas, 
móveis, etc.
- Os Bens Intangíveis possuem essência subjetiva, não possuem existência 
física, porém representam uma aplicação de determinado capital para a 
geração da riqueza futura da empresa. A riqueza futura é subjetiva, pautada 
em cálculos que determinam uma projeção que pode sofrer alterações de 
acordo com os altos e baixos da economia. Exemplo: marcas, tradição, 
patentes, ações, quotas do capital e direitos autorais.
Direitos
Estes são os bens de propriedade da empresa, porém se encontram em 
poder de terceiros, possuem registros contábeis específi cos, geralmente, 
vêm seguidos da expressão a receber, por exemplo: duplicatas a receber, 
títulos a receber, notas promissórias a receber, aluguéis a receber, 
comissões a receber, propriedade da entidade que se encontra em posse 
de terceiros entreoutros.
Obrigações
Esses tipos de bens são de propriedade de terceiros, mas que estão em 
posse da empresa. Normalmente as contas contábeis ali compostas vêm 
seguidas da expressão “a pagar” ou “a recolher”. Temos, como exemplo, as 
duplicatas a pagar, notas promissórias a pagar, fornecedores, impostos a 
recolher, títulos a pagar, aluguéis a pagar, etc.
Fonte: O autor.
Agora aprofundaremos os estudos sobre a importância da informação 
contábil, o que se pode extrair da Contabilidade e levar ao fascinante mundo das 
atividades corporativas, relacionadas à Gestão Financeira.
Os autores Stickney e Weil (2001, p. 34) atentam para a importância do 
cuidado de preparar as demonstrações fi nanceiras de acordo com a fi nalidade da 
informação, uma vez que cada usuário necessita de informações específi cas. 
As empresas deveriam preparar suas demonstrações 
fi nanceiras tendo como objetivo as necessidades específi cas 
de informação de cada um dos usuários apresentados? Ou 
deveriam preparar um conjunto de demonstrações fi nanceiras 
“gerais”? Preparar demonstrações específi cas para cada 
usuário provavelmente atenderia mais adequadamente as 
necessidades deste – implicando um custo certamente proibitivo, 
para a empresa que está elaborando as demonstrações e para 
38
 Administração Financeira
terceiros que tenham necessidades de outras informações. A 
incorporação de informação de que vários usuários necessitam 
de um único conjunto de demonstrações poderiam aumentar 
sua extensão e complexidade, a ponto de eventualmente 
difi cultar sua compreensão. 
Outra questão, associada a anterior, relaciona-se com o nível 
de conhecimento de contabilidade que as empresas deveriam 
pressupor que os usuários têm. Demonstrações fi nanceiras e 
notas explicativas detalhadas poderiam fornecer informação 
útil para os analistas do mercado de capitais, mas poderiam 
confundir investidores “passivo”, que somente se preocupam 
com os dividendos que recebem da empresa. 
De acordo com o exposto, os autores ainda apresentam um resumo do 
que vem a ser o processo de elaboração e apresentação de demonstrações 
fi nanceiras, conforme os seus objetivos, como mostra a fi gura a seguir:
Figura 2 – Resumo do Processo de Elaboração e 
Apresentação de Demonstrações Financeiras
Fonte: Stickney e Weil (2001, p. 39).
Podemos observar que cada demonstrativo contábil possui fi nalidade 
específi ca, ou seja, o BP-Balanço Patrimonial tem por objetivo fornecer informações 
sobre os recursos fi nanceiros da empresa aos investidores. Dessa forma, o Balanço 
Patrimonial permite visualizar como “anda a saúde” fi nanceira da empresa para 
decidir sobre os direitos e alocação destes recursos nas suas atividades. 
39
Finanças Empresariais Capítulo 1 
Por sua vez, a DRE-Demonstração do Resultado do Exercício 
permite identifi car quais são os resultados apurados na empresa 
durante determinado período, como o lucro ou o prejuízo.
Temos também a DFC-Demonstração do Fluxo de Caixa, que 
permite identifi car a geração do caixa nas atividades operacionais, 
sendo uma excelente ferramenta de apoio à gestão fi nanceira, pois o 
fl uxo de caixa operacional apresenta o superávit ou défi cit fi nanceiro 
nas atividades fi ns da empresa.
Vamos, na próxima seção, estudar um pouco mais o que 
caracteriza a DRE-Demonstração do Resultado do Exercício.
Temos também a 
DFC-Demonstração 
do Fluxo de Caixa, 
que permite 
identifi car a 
geração do caixa 
nas atividades 
operacionais, sendo 
uma excelente 
ferramenta de apoio 
à gestão fi nanceira, 
pois o fl uxo de 
caixa operacional 
apresenta o 
superávit ou défi cit 
fi nanceiro nas 
atividades fi ns da 
empresa.
Atividades de Estudos:
1) Dentre os conceitos estudados, discorra sobre a fi nalidade de 
controle e planejamento da informação contábil.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
2) Um dos componentes do Balanço Patrimonial é o ATIVO da 
empresa. Ele possui determinado conceito e fi nalidade. Discorra 
sobre o assunto.
 _____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
40
 Administração Financeira
Demonstração Do ResultaDo Do 
EXercÍcio (DRE)
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), de acordo com sua 
própria nomenclatura, especifi ca a situação econômica da empresa, que pode 
refl etir Lucro ou Prejuízo. Este é um demonstrativo contábil que apresenta, de 
forma vertical, o resultado das atividades normais da empresa, sempre iniciando 
pelas vendas brutas, descontando-se os custos e despesas que foram gerados 
durante determinado período.
Para um melhor entendimento dessa demonstração, a seguir estão os grupos 
que a compõem:
a) Receita operacional bruta: esse grupo de contas é representado pelas 
vendas totais (brutas) da empresa, incluindo todos os impostos incidentes sobre 
as vendas, por exemplo, o ICMS-Imposto sobre Circulação de Mercadorias e 
Serviços, o PIS-Programa de Integração Social e a COFINS-Contribuição ao 
Financiamento da Seguridade Social, demais operações de contas de abatimentos 
concedidos aos clientes, e demais deduções que estão discriminadas em grupos 
separados. Classifi cam-se como: vendas de mercadorias, vendas de produtos e 
vendas de serviços, dependendo de qual é a atividade que a empresa desenvolve.
b) Deduções da receita operacional bruta: são compostos para reduzir a 
Venda Bruta (Receita Operacional Bruta) e apurar a Receita Operacional Líquida. 
Essas deduções são conhecidas como as Vendas Canceladas, que corresponde 
à anulação total ou parcial de vendas de mercadorias ou serviços realizados. Há 
os abatimentos, também conhecidos como descontos incondicionais. Signifi cam 
abatimentos que uma mercadoria ou serviço sofre no seu preço de venda por 
apresentar defeitos, problemas na qualidade, dentre outros. Impostos Incidentes 
sobre as Vendas, valores que a empresa é obrigada a recolher ao fi sco sobre as 
suas vendas brutas, reduzindo, assim, o seu valor da receita de vendas, como 
ICMS, PIS, COFINS, IPI e ISS.
c) Custos operacionais: são os valores que estão diretamente relacionados 
à valorização dos estoques das empresas, pois representam a baixa efetuada 
nesse grupo pelas vendas realizadas no período. Estes custos operacionais estão 
classifi cados de acordo com a atividade da empresa e é classifi cado em Custo 
das Mercadorias Vendidas (CMV). 
d) Despesas operacionais: sobre este grupo de contas Iudícibus e Marion 
(2002, p. 199) esclarecem que “as Despesas Operacionais se constituem das 
despesas pagas ou incorridas para vender produtos e administrar a empresa; e 
41
Finanças Empresariais Capítulo 1 
dentro do conceito da Lei n. 6.404-76, abrangem também as despesas 
líquidas para fi nanciar suas operações; os resultados líquidos 
das atividades acessórias da empresa são também considerados 
operacionais”.
O art. 187 da Lei n. 6.404-76 estabelece que, para se chegar ao 
lucro operacional, serão deduzidas as “despesas com as vendas, as 
despesas fi nanceiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e 
administrativas e outras despesas operacionais” (BRASIL, 1976).
Nas contas de resultado, a estrutura da DRE se apresenta da 
seguinte forma:
O art. 187 da Lei n. 
6.404-76 estabelece 
que, para se chegar 
ao lucro operacional, 
serão deduzidas 
as “despesas 
com as vendas, 
as despesas 
fi nanceiras, 
deduzidas das 
receitas, as 
despesas gerais e 
administrativas e 
outras despesas 
operacionais” 
(BRASIL, 1976).
MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Vendasde Produtos
Vendas de Mercadorias
Prestação de Serviços 
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 
Devoluções de Vendas 
Abatimentos 
Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas
= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTOS DAS VENDAS
Custo dos Produtos Vendidos 
Custo das Mercadorias
Custo dos Serviços Prestados
= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS 
Despesas com Vendas 
Despesas Administrativas
(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS
Despesas Financeiras
(-) Receitas Financeiras
Variações Monetárias e Cambiais Passivas
(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas
42
 Administração Financeira
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS
 Resultado da Equivalência Patrimonial
 Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
 (-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
= RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE 
RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO
(-) Provisão para Imposto de Renda e 
Contribuição Social Sobre o Lucro
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Debêntures, Empregados, Participações de 
Administradores, Partes Benefi ciárias, Fundos de 
Assistência e Previdência para Empregados.
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Fonte: Disponível em:
<http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/
demonstracaodoresultado.htm>. Acesso em: 13 mar. 2016.
Observe que do Resultado Operacional Bruto são deduzidas as Despesas 
Operacionais, logo após, há o reconhecimento das Receitas e Despesas fi nanceiras 
para servir de base para o lucro antes dos impostos como IRPJ-Imposto de Renda 
Pessoa Jurídica e CSLL-Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
Também não podemos esquecer que na última linha da Demonstração do 
Resultado do Exercício, seja Lucro ou Prejuízo, o resultado sempre deverá ser 
transferido para o Balanço Patrimonial no grupo do Patrimônio Líquido em uma 
conta de “Lucros ou Prejuízos Acumulados”. No entanto, deve-se reforçar que, 
segundo a Lei n. 6.404/76 (BRASIL, 1976), com suas posteriores atualizações, 
não se deve ter mais saldo na conta Lucros Acumulados (patrimônio líquido), 
portanto, deve-se distribuir o lucro para as reservas ou como dividendos para 
os acionistas. Contudo, durante o ano é possível que essa conta tenha saldo e 
acumule o lucro durante o ano, mas no fi nal do ano (31/12) não deve ter saldo.
Receitas
A Receita pode ser explicada como um fl uxo de elementos para 
o Ativo, na forma de dinheiro, títulos a receber ou outros tipos de bens 
e dinheiros provenientes de terceiros, estando sempre relacionada à 
venda de mercadorias ou produtos, ou à prestação de serviços. Uma 
receita também pode provir de investimentos: a empresa pode, por 
Uma receita 
também pode provir 
de investimentos: a 
empresa pode, por 
exemplo, receber 
juros relativos a 
depósitos bancários 
ou a títulos emitidos 
por terceiros e de 
sua propriedade.
43
Finanças Empresariais Capítulo 1 
exemplo, receber juros relativos a depósitos bancários ou a títulos emitidos por 
terceiros e de sua propriedade. 
Ver o Novo Código Civil, Lei n. 10.406/2002, art. 1.267, que aborda 
sobre o conceito da propriedade e tradição nas operações empresariais.
As receitas representam os valores provenientes das operações de uma 
empresa, que ela recebe ou tem previsão de receber. Por exemplo: receitas de 
serviços, receita de aluguel, receita de vendas, receitas fi nanceiras, etc. 
Uma receita sempre resulta no aumento do Patrimônio Líquido, portanto, 
o aumento do Ativo compensado pelo aumento do Passivo. Por sua vez, a 
diminuição do Ativo pode ser gerada pelo pagamento de algum compromisso 
fi nanceiro (do Passivo). 
Note que o Patrimônio Líquido pode ser aumentado de outra maneira que não 
por meio de uma receita. Por exemplo, o aumento do capital, por parte dos sócios 
ou proprietários, leva ao aumento do Patrimônio Líquido, mas não é receita, pois 
não é um ganho decorrente das atividades da empresa.
Despesas
As despesas possuem a conotação ou o mesmo entendimento de custos, 
podendo, muitas vezes, serem confundidos. Porém os custos são os gastos 
que compõem um produto e as despesas são todos os gastos necessários para 
a empresa obter receitas. São os esforços que a empresa tem para fazer a 
“máquina” girar.
Na defi nição de Martins (2000, p. 26) as despesas são “bem 
ou serviço consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de 
receitas”.
Imaginemos que a empresa teve determinados gastos, chamados 
de CUSTO DE PRODUÇÃO, para fabricar um produto. 
A partir do instante em que estes produtos estão prontos para a 
venda, é preciso que a empresa incorra em outros gastos para fazer com que os 
Na defi nição de 
Martins (2000, p. 
26) as despesas 
são “bem ou serviço 
consumidos direta 
ou indiretamente 
para a obtenção de 
receitas”.
44
 Administração Financeira
produtos cheguem até ao mercado consumidor (consumidor fi nal). Esses gastos 
poderão ser os salários dos vendedores, encargos sociais desses salários, as 
comissões sobre vendas, entre outros.
CUSTOS  São os gastos para a empresa criar ou fabricar os 
produtos.
DESPESAS  São os gastos envolvidos no esforço para a 
geração de receitas.
Então, podemos compreender que a comissão do vendedor e os impostos, 
por exemplo, são gastos que se tornam imediatamente despesas, pois incidem 
assim que a empresa faturar os produtos vendidos. Isso que dizer que se for 
realizado um faturamento (um esforço de venda) ocorrerão despesas com 
impostos sobre as vendas e despesas com a comissão do vendedor.
Outro exemplo, um administrador faz propaganda esperando atrair clientes, 
contrata empregados a fi m de ser servido por eles, aluga locais onde possa 
estabelecer seus negócios — em todas essas atividades ele utiliza bens ou 
serviços com o objetivo de gerar receita, incorrendo, portanto, em uma despesa.
Vamos imaginar agora um computador utilizado no setor de contas a pagar e 
contas a receber da empresa. Este equipamento não é utilizado para a produção, 
mas sim para controlar as atividades relacionadas ao setor fi nanceiro da empresa.
Veja a sequência de procedimentos:
ADMINISTRATIVO  Computador do Setor Contas a Pagar e a Receber 
Gera Depreciação  Atividades de Controle Administrativo Controle das Contas 
a Pagar e a Receber.
As atividades do Setor Administrativo servem para controlar as atividades 
necessárias do SETOR ADMINISTRATIVO/FINANCEIRO, como os controles de 
Contas a Pagar e a Receber da empresa. Essa depreciação gerada não é custo 
da produção, e sim despesa do período. 
As despesas são itens que reduzem o Patrimônio e têm a característica de 
representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas. Todas as empresas 
45
Finanças Empresariais Capítulo 1 
possuem despesas que são decorrentes da geração de receitas, enquanto os 
gastos decorrentes da produção de bens e serviços são chamados de custos. 
Vamos imaginar um equipamento usado na fábrica para a produção de 
um produto. Inicialmente, é considerado um investimento, posteriormente, é 
considerado parcialmente como custo e na venda do produto torna-se uma 
despesa. Logo, todas as despesas são ou foram gastos. Conforme Martins (2000), 
gasto é a compra de um produto ou serviço qualquer que gera sacrifício fi nanceiro 
(desembolso), sendo representado pela entrega ou promessa de entrega de 
ativos (normalmente dinheiro). Então, os valores dos gastos desse equipamento 
utilizado na fábrica, que aqui pode ser chamado de depreciação, são considerados 
custos. Pois ao comprar algo, a empresa tem um gasto, se esse gasto é utilizado 
na fábrica, passa a ser custo, e se for relacionado à área administrativa, passa a 
ser considerado despesa. 
Embora as despesas diminuam o Patrimônio Líquido, elas são levadas a 
efeito na ex pectativa de que as receitas a que darão origem produzam aumentos 
do Patrimônio Líquido maiores do que as diminuições produzidas pelas despesas. 
DEPRECIAÇÃO  São os gastos com o uso do bem. Se 
a empresa utilizar um bem, ele acaba gastando seu

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