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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito 1ª Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre

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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito 1ª Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre/RS
Joaquim dos Santos, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com base nos artigos 396 e 396-A, do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: 
I – DOS FATOS
No dia 26 de agosto de 2018 às 8 horas da manhã, o acusado e seu filho de apenas 10 anos de idade foram abordados por assaltantes que os ameaçaram de morte e sequestraram seu filho. Os assaltantes via telefone exigiram do acusado que providenciasse no prazo de uma hora a quantia R$ 50.000,00, o acusado não tinha todo esse dinheiro, se vendo em uma situação desesperadora a única opção que teve foi de sacar o dinheiro no banco em que ele trabalhava ou seja, Caixa Econômica Federal.
Ao perceber que estava faltando esta quantia de dinheiro e não havendo sinais de arrombamento, os funcionários chamaram a policia na qual fez a investigação policial que constatou que o acusado teria sido o autor do fato, sendo assim ofertada a denuncia pelo Ministério Público.
II – DO DIREITO
A presente peça acusatória não merece prosperar pelas razões a seguir:
A) INCOMPETENCIA ABSOUTA
Conforme artigo 109, inciso IV, da CF/88 “Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;” 
No presente caso a competência, compete a União pois o delito foi por funcionário público federal e contra a Caixa Econômica Federal, sendo assim, o caso incorre para nulidade, fulcro do artigo 564, inciso I, do Código de Processo Penal. Sendo os autos remetidos a justiça federal.
B) NULIDADE DE CITAÇÃO 
Conforme Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
No presente caso o oficial de justiça deslocou-se até o endereço indicado no dia 03/04/2020 (sexta-feira), oportunidade em que conversou com a esposa de Joaquim que informou que ele estava viajando e só retornaria dentro de 10 dias. Diante disso, a fim de agilizar o serviço, o oficial de justiça resolveu realizar a citação por hora certa, entregando cópia do mandado à esposa do réu, dando-o por citado. O mandado de citação foi juntado aos autos no dia 08/04/2020 (quarta-feira).
Ainda o artigo 362 do Código de Processo Penal “ Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Ao analisar o artigo fica evidente que a citação or hora certa só se procede em casos em que o réu quer ocultar e em nenhum momento o réu se ocultou ara não ser achado. Sendo assim seja declarada a nulidade da citação, e o ultimo dia para o prazo seria dia 15/04/2020..
III- DO MÉRITO 
É notório no presente caso a presença da coação moral irresistível, em que o réu foi coagido levando a sacar o valor que os assaltantes queriam, caso não o fizesse seu filho seria morto.
O artigo 22 do Código Penal, trata que tal situação o autor do fato tem sua vontade suprimida pela ação de terceiro que o subjugou ou lhe é funcionalmente superior, prevendo que a responsabilidade pelo fato. 
“Artigo 22 do Código Penal: Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. “
III. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer:
 a) seja absolvida sumariamente a ré, com fundamento no art. 397, II, do Código de Processo Penal. 
 b) seja declarada a incompetência do juízo, bem como seja remetido os autos a justiça federal. Fulcro artigo109, inciso IV, da CF/88
c) declarada a nulidade da citação, fulcro artigo 247CPC. 
d) a produção de provas, com designação de audiência de instrução e julgamento e oitiva das testemunhas arroladas
Pede deferimento.
Comarca data ….
Advogado
Rol de Testemunhas
1. Antônio da Silva 
2. Pedro de Deus

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