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TAO - ERNST GÖTSCH

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ERNST	GÖTSCH	
"TAO"	para	nossa	
compreensão	da	vida	
	Ernst	Götsch	
Primeiro,	sobre	o	conteúdo:	
A	figura	a	seguir,	à	qual	eu	dei	o	nome	de	15	PRINCÍPIOS,	NOMEADOS:	
'TAO'	PARA	NOSSA	COMPREENSÃO	DA	VIDA	[ALTERNATIVA	AO	
NOSSO	CONCEITO	ATUAL,	NO	QUE	DIZ	RESPEITO	À	VIDA]	
é	concebido	sob	a	forma	de	um	compêndio,	composto	por	15	princípios.	
Proposições,	conclusões,	resultantes	de	décadas	de	questionamento	-	e	
tentando	criar	alternativas	ao	nosso	conceito	atual,	sobre	a	vida	e	a	
natureza.	Além	daquele	anterior,	algumas	reflexões,	e	também	como	agir,	
para	que	a	nossa	participação	se	torne	útil	e	benéfica	para	todos	os	seres	
submetidos	e	afetados	por	nossas	interações.	
	
Paralelamente	a	isso,	sempre	me	esforcei	para	pôr	em	prática	o	conteúdo	
de	minhas	conclusões,	fazendo	inúmeras	experiências,	a	fim	de	testar	a	
validade	de	minha	hipótese:	primeiro	na	Europa	Central	e,	há	quarenta	
anos,	continuando,	fazendo	o	mesmo,	mas	principalmente	nos	trópicos.	
Em	1992,	comecei	a	escrever	em	palavras	e	a	projetar	em	numerosas	
figuras	aquelas	minhas	conclusões,	que	me	pareceram	significativas	para	
nossa	questão.	A	partir	de	então,	-	há	27	anos	-	esses	princípios	se	
transformaram	em	diretrizes	rígidas	para	todas	as	minhas	interações.	
Isto	é,	como	agricultor,	trabalhando	com	o	ciclo	da	água,	solo,	plantas	e	
animais.	E	isso,	aplicando-os,	realizando-os	nos	mais	diversos	contextos,	
em	relação	à	vegetação,	textura	e	composição	do	solo,	bem	como	em	
termos	de	condições	climáticas,	nos	lugares	onde	tenho	ou	tive	o	
privilégio	de	participar,	de	lugares	áridos,	sub-desérticos,	a	floresta	
tropical	úmida	e	do	nível	do	mar	até	áreas	em	grandes	altitudes.	
O	foco	principal,	durante	meus	mais	de	60	anos	de	constante	e	intenso	
envolvimento	profissional,	sempre	foi	-	muitas	vezes	começando	com	os	
chamados	"solos	pobres"	a	alcançar,	combinando	alta	produtividade	dos	
"meus"	ecossistemas	agrícolas,	com	vigor	e	saúde	de	'	minhas	plantas	e	
animais	e,	ao	mesmo	tempo,	obter	um	equilíbrio	positivo,	considerando	a	
vida	estabelecida,	bem	como	energicamente.	
Questionando	e	testando,	de	novo	e	de	novo,	lutando	para	entender	o	
"por	quê"	e	o	"como",	e	para	entrar	em	acordo	com	muitas	contradições	
entre	nosso	conhecimento	estabelecido	e	o	mundo	real.	E	então,	traduzir	
isso	em	ação,	e	isso	de	certo	modo,	ser	capaz	de	transformar	nossa	
atividade	de	cultivar	comida	em	um	empreendimento	alegre,	realizando-
a,	movida	pelo	prazer	interno,	e	chegar	a	um	ponto	de	tornarmos	úteis	
para	o	ecossistema	no	qual	intervimos,	e	sermos	benéficos	para	todos	os	
que	são	submetidos	e	afetados	por	nossas	interações.	
Esses	princípios,	quando	compreendidos	e	depois	postos	em	prática	em	
nossos	esforços	para	obter	alimentos	abundantes	e	de	melhor	qualidade,	
como	um	dos	efeitos	de	nossas	interações	com	o	reino	das	plantas,	nos	
permitem:	
-	Obtê-lo	a	baixo	custo,	material	e	energeticamente,	
-	Fazê-lo	em	harmonia	com	a	natureza	e	
-	resultando,	que	nossa	atividade	realmente	se	torne	benéfica,	para	o	
agricultor,	para	o	ecossistema	e	para	todos	os	demais	influenciados	por	
nossa	operação.	
Além	disso,	adotando	o	que	eu	sugiro	em	nossa	prática,	chegaremos	a	
uma	agricultura	baseada	em	processos,	na	qual	o	maior	insumo	externo	
necessário	para	fazê-lo	funcionar	será	o	conhecimento.	Conhecimento	em	
microbiologia,	micorriza,	biologia	do	solo,	ciclo	da	água,	propriedades	
eco-fisiológicas	e	sociologia	de	plantas	e	animais	tratados	etc.,	etc.	...	e,	
por	último,	mas	não	menos	importante,	ética:	ponha	em	prática,	em	toda	
a	nossa	interação,	os	princípios	do	amor	incondicional	e	da	cooperação	e	
vivendo	de	acordo	com	o	dito	do	"imperativo	categórico".	
O	resultado	de	trabalhar	em	harmonia	com	a	natureza,	voltando	a	ser	
uma	parte	"útil"	e	"co-criador"	e,	ao	mesmo	tempo,	não	mais	
“comandante-chefe”	gera	em	quem	consegue	colocá-lo	em	prática,	uma	
sensação	de	alegria	profunda.	Alegria	por	ter	retornado	aos	braços	e	
cuidados	da	mãe	terra.	
Em	segundo	lugar,	para	os	educadores:	
O	conteúdo,	afirmações,	que	compõem	esses	princípios	mencionados	
aqui,	podem	ter	propriedades	que	para	muitos	professores	podem	
parecer	bastante	estranhos,	...	ou	pelo	menos	"incomuns",	ou,	digamos,	
derivados	de	um	universo	dissimilar	ao	que	somos	parte.	-	Apesar	disso,	
peço-lhe,	antes	de	rejeitar	tudo	de	uma	vez,	para	tentar,	pelo	menos,	
compreender	e	talvez	-	mais	tarde	-	perceber	toda	a	gama	de	ideias	e	
deduções	que,	afinal,	me	trouxeram	para	este	novo	mundo:	um	mundo	de	
harmonia,	de	paz.	O	mundo	da	vida.	
Eu	recomendo	considerar	que	nosso	modo	de	perceber,	muitas	vezes,	é	
fortemente	influenciado,	pelo	que	vemos,	olhando	em	nosso	espelho,	e	
menos	por	aquilo	que	está	presente	em	nosso	redor,	o	mundo	real.	Isto	
principalmente,	por	acreditarmos	que	estamos	-	e	por	nos	convencermos,	
e	nos	comportarmos	de	acordo,	como	se	fôssemos	"espécies	inteligentes".	
[	Nós	somos?	Ou	modestamente	somos	apenas	parte	de	um	sistema	
inteligente?].	Essa	crença	acima	mencionada,	e	em	sua	consequência,	
nosso	comportamento	resultante	disso,	nos	torna	sujeitos	a	
comportarmos	de	maneira	“autista”	e,	em	conseqüência,	compilamos	o	
que	vemos,	olhando	em	nosso	espelho,	a	um	quadro	axiomático,	chamado	
"verdades"	e	"fatos",	sobre	o	qual	não	raramente	se	baseiam	as	crenças	e	
comportamentos	de	sociedades	inteiras	e	civilizações	inteiras.	
Uma	dessas	"verdades",	"fatos",	é	que	as	relações	intra	e	interespecíficas	
da	vida	são	baseadas	na	concorrência	e	na	competição	fria.	...	E	isso	tudo,	
porque	nós,	como	indivíduos	e	espécies,	agimos	principalmente	seguindo	
esse	padrão	[de	competição	e	concorrência	fria].	As	consequências	
resultantes	disso,	"erro	cometido	em	nossa	interpretação	das	leis	
naturais",	foram	razão	direta	e	indireta	-	e	ainda	são!	-	para	muitos	
problemas,	que	muitas	vezes	causaram	(e	causam)	sofrimentos	
profundos,	ou	levam,	ou	levaram	ao	desaparecimento	de	civilizações	
inteiras.	
Nós	realmente	sabemos	disso,	mas	por	não	estarmos	prontos,	ou	-	talvez	
não	sendo	capazes	de	querer	[?]	-	pagar	o	preço	sobre	o	que	sabemos,	e	o	
que	deveríamos	fazer,	preferimos	ignorá-lo.	
Críticas	ou	declarações	de	alguns	membros	sábios	da	nossa	espécie,	
apontando	para	este	tipo	de	crenças,	ou	erros	cometidos,	normalmente	
são	rejeitadas	ou	interpretadas	de	uma	maneira	para	que	se	enquadrem	
no	paradigma	dominante.	
Em	terceiro	lugar,	uma	anotação	sobre	a	terminologia	usada,	pois	
algumas	palavras	e	expressões	podem	parecer	incomuns:	
Para	o	significado	da	maioria	das	expressões,	o	leitor	atento	entenderá	
sozinho.	Outros,	na	verdade	todos	eles,	também	estão	sendo	usados	em	
contextos,	que	revelarão	seu	significado	em	uma	série	de	artigos	escritos	
e	ainda	não	editados,	e	figuras	projetadas	por	mim.	[Sua	publicação	está	
sendo	planejada	para	acontecer	nos	próximos	meses.]	
15	PRINCÍPIOS:	
'TAO'	PARA	NOSSA	COMPREENSÃO	DA	VIDA	[ALTERNATIVA	AO	
NOSSO	CONCEITO	ATUAL,	NO	QUE	DIZ	RESPEITO	À	VIDA]	
I	-	Estudando	o	funcionamento	e	o	comportamento	da	vida	neste	planeta,	
e	também	a	vida	em	suas	interações	com	-	e	em	sua	relação	com	o	Planeta	
Terra,	e	este	último,	visto	como	uma	macroorganismo,	podemos	
claramente	atribuir-lhe	características	funcionais,	digamos,	propriedades	
‘instrumentais’	e,	assim	sendo,	como	parte	integral	de	um	
‘instrumentário’,	que	o	Planeta	Terra	criou	para	si	mesmo,	a	fim	de	
realizar	sua	estratégia	sintrópica	‘complexificadora’	
II	-	Percebendo	a	vida	da	maneira	supra	descrita,	observaremos	o	
conceito	instrumental	e	funcional	na	existência	de	todas	as	espécies	que	
já	apareceram,	bem	como	nas	que	possam	vir	a	existir:	cada	espécie	que	
aparece,	o	faz	para	realizar	suas	tarefas	específicas	e	para	cumprir	sua	
função.	
III	-	Cada	indivíduo,	de	cada	geração,	de	cada	espécie	aparece	
precondicionado	pelo	que	o	precedeu.	Com	sua	chegada,	por	meio	de	seu	
metabolismo,	modifica	seu	entorno	e	co-codefine,	e	nesse	sentido	
compartilha,	faz	parte	da	definição	daquilo	que	o	irá	suceder.	
IV	-	O	aparecimento	de	novos	genótipos	de	espécies	já	existentesacontece	por	alteração	nas	condições	de	vida	com	as	quais	precisou	lidar.	
O	surgimento	de	novas	espécies	é	necessário	quando	surgem	tarefas	
cujas	realizações	ainda	não	estejam	codificadas	(não	está	incluída	no	
código	potencial	das	espécies	existentes).	
V	-	A	instrumentalidade	da	vida	com	relação	ao	macroorganismo	Terra	se	
mantém	a	mesma;	as	tarefas	a	serem	realizadas,	no	entanto,	estão	
sujeitas	a	constantes	mudanças	devido	às	incessantes	alterações	nas	
condições	de	vida.	Essas	mudanças	são	causadas	por	fatores	endógenos	e	
bem	como	exógenos.	
VI	-	A	regeneração	periódica	dos	ecossistemas,	bem	como	a	criação	de	
novos,	acontecem,	sendo	realizadas	fragmento	por	fragmento,	onde	este	
último	são	comparáveis	às	peças	constituintes	de	um	quebra-cabeças.	
Esse	processo	segue	padrões	equivalentes	à	reprodução	generativa	no	
nível	do	indivíduo.	No	nível	do	ecossistema	esse	processo	é	chamado	de	
‘sucessão	natural	das	espécies’	que,	por	sua	vez,	é	o	meio	pelo	qual	a	vida	
se	move	no	tempo	e	no	espaço.	
VII	-	A	vida	como	um	todo	no	nosso	planeta	constitui	um	grande	
macroorganismo.	Todo	o	seu	funcionamento	corresponde	ao	de	um	
organismo:	tudo	está	conectado	e	é	interdependente.	
VIII	-	A	grande	rede	de	conexões	fúngica,	proliferando	nas	camadas	
superficiais	de	solo	rico	em	matéria	orgânica	e	coberto	por	serapilheira	
abundante	cria	as	pré-condições	para	um	forte	sistema	imunológico	do	
solo	que	influencia	grandemente,	fortifica	a	saúde	e	o	vigor	das	plantas.	
XIX	-	‘Pestes’	e	doenças,	bem	como	os	predadores,	são	integrantes	do,	
digamos,	‘departamento	de	otimização	dos	processos	de	vida’.	O	critério	
que	usam	para	intervir	é	a	otimização	dos	processos	de	vida	realizada	
pelo	objeto	(potencial	presa)	confiado	aos	cuidados	deles	(os	predadores)	
por	parte	do	ecossistema	no	qual	aquela	presa	interage.	
X	-	O	apetite	e	a	fome	são	meios,	usados	por	todos	os	seres	vivos	para	
transformar	(também)	aquele	ato	na	realização	de	suas	tarefas	e	
cumprimento	de	suas	funções,	ligado	–	direta	ou	indiretamente	–	ao	ato	
de	comer	–	ingerir	–	ou	absorver	sua	‘comida’,	para	eles	um	evento	
apaziguante	e	atrativo.	
XI	-	Cada	indivíduo,	de	cada	geração	de	todas	as	espécies	aparece	
equipado	para	realizar	sua(s)	tarefa(s)e	cumprir	sua(s)	função(ões)	
movidos	pelo	prazer	interno	e	também	equipado	para	se	comunicar	com	
todos	os	outros	membros	constituintes,	‘células’	do	macroorganismo	
‘VIDA’	do	qual	faz	parte.	
XII	-	As	relações	inter	e	intraespecíficas	-	com	a	exceção	do	ser	humano	
moderno	e	da	maioria	dos	animais	domesticados	por	ele	adotados	e	
deformados	–	são	baseadas	nos	princípios	do	amor	incondicional	e	da	
cooperação.	
XIII	-	Todas	as	espécies	-	com	a	exceção	do	ser	humano	moderno	e	da	
maioria	dos	animais	domesticados	por	ele	adotados	–	agem	baseadas	nos	
princípios	do	“Imperativo	Categórico”,	formulado	por	Immanuel	Kant	
(1724-1804)	que	diz:	‘Aja	de	modo	que	você	gostaria	que	os	princípios,	
submetidos	a	suas	interações	sejam	elevados	imediatamente	a	princípios	
de	leis	universais’.	(Ou	seja,	que	sejam	aplicados	a	você	mesmo).	
XIV	-	‘As	leis	que	regem	o	macroorganismo,	do	qual	você	faz	parte,	são	
dadas’	(pré-estabelecidas).	‘Nem	a	nós,	Deuses	do	Olimpo,	nos	é	
incumbido	fazer	ou	modificar	essas	leis”.	(Esopos	700	a.C,	em	Cronos	
falando	ao	homem	em	uma	de	suas	parábolas).	
A	interferência	não	harmônica	de	alguma,	ou	qualquer,	das	entidades	que	
juntas	constituem	o	macroorganismo,	induz	a	modificações	neste	último	
que,	por	sua	vez,	terão	como	resultado	que	a	presença	do	emissor	
daquelas	interferências	não	harmoniosas	se	tornará	inoportuna.”	
Ernst	Götsch

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