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Águas Pluviais trabalho Inteernet

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O ESTUDO DE APROVEITAMENTO DE 
ÁGUAS PLUVIAIS NA UNIVERSIDADE 
FEDERAL DO PIAUÍ 
 
ARTUR CAETANO VIEIRA MATOS (UFPI ) 
artur_matos13@hotmail.com 
ROBERT DE MEDEIROS LOPES JUNIOR (UFPI ) 
robert_de_medeiros@hotmail.com 
Joao Eric Rocha Gomes (UFPI ) 
joaoeric12@hotmail.com 
Yago Cesar do Nascimento Rocha (UFPI ) 
yagochesar@gmail.com 
 
 
 
O presente trabalho procurou apresentar o potencial de arrecadação 
de águas fluviais utilizando como objeto de captação a superfície dos 
telhados de instalações prediais presentes na Universidade Federal do 
Piauí, e fazendo relações do voluume arrecadado de água com 
atividades de grande consumo na instituição, para mostrar a grandeza 
do impacto positivo que se teria caso fossesm adotadas medidas de 
aproveitamento desse recurso . 
 
Palavras-chave: Aproveitamento de água, Potencial de arrecadação 
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO 
Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil 
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. 
 
 
 
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João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. 
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1. Introdução 
Agua é considerado um composto vital para sobrevivência dos seres vivos e para formação e 
desenvolvimento das civilizações. Contudo, mais de 98% da água disponível é salgada, e dos 
2% de água doce - considerada de baixa salinidade - restantes, mais de 68,9% estão dispostos 
em geleiras, 29,9% estão em reservatórios subterrâneos profundos - consequentemente, de 
difícil acesso - e apenas 1,2% está disponível em rios e lagos (SENRA, 2001, p.133). 
A característica de renovabilidade das águas da Terra está intimamente ligada ao seu 
permanente mecanismo de circulação, o chamado ciclo hidrológico. Neste quadro, a energia 
termal de origem solar e a transpiração dos organismos vivos transformam parte da água dos 
oceanos e continentes (rios, lagos e umidade do solo) em vapor. Este sobe à atmosfera, 
engendrando condições propícias à vida na Terra, condensando e formando as nuvens. Sob a 
ação da energia gravitacional, a água atmosférica volta a cair na forma de chuva, neblina, 
neve, principalmente, indo alimentar o fluxo dos rios, a umidade do solo e os estoques de 
água subterrânea (REBOUÇAS, 1997). 
Muitas “respostas” a seca já foram desenvolvidas desde a época do século XIX como a 
acumulação de água em açudes até criação de leis, Conselhos, Secretarias etc. Porém existem 
varias problemáticas que fazem com que mesmo tendo o Brasil água suficiente para suprir as 
necessidades do seu território, o não “atingimento” de sua totalidade. (CGEE, 2016). 
Partindo da ótica do estado do Piauí, esse artigo tem como objetivo apresentar o potencial de 
aproveitamento de água da chuva arrecadado por meio da superfície dos telhados dos blocos 
do CT (Centro de Tecnologia) da Universidade Federal do Piauí, com a finalidade de 
relacionar o volume que pode ser captado com o consumo de água gasto em outras atividades 
como lavagem de pátios e dos veículos da universidade seguindo os critérios de normalização 
dispostos na ABNT. 
2. Referencial Teórico 
A água é um bem finito e essencial à sobrevivência de todos os seres vivos. Considerando a 
crescente demanda por água provocada principalmente pela ocupação desordenada dos 
centros urbanos e poluição dos mananciais, a redução de água potável no mundo gera muitas 
preocupações em relação ao futuro, como: risco de desabastecimento, racionamentos, alto 
custo da água tratada, impermeabilização do solo e inundações (HESPANHOL, 2003). 
 
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Essa realidade tem alavancado pesquisas e inovações tecnológicas voltadas para o tratamento 
e consumo de águas pluviais que permitem: redução dos gastos com captação e transporte de 
água destinada a consumos secundários; melhoria da qualidade ambiental; aumento da 
segurança hídrica para atender o aumento populacional; controle de vazões nos corpos 
hídricos e redução de enchentes (HESPANHOL, 2003). 
O cenário e a localização do estado do Piauí pode muitas vezes parecer um impasse para 
viabilização de água para as mais diversas atividades que envolvam recursos hídricos. 
Segundo o site EBC o Piauí apresenta contraste que condiz totalmente com tal situação de 
seca, por exemplo, no sul do Piauí, na região do Vale do Gurguéia, área que comporta cerca 
de 87 municípios do estado se tem a maior reserva de agua subterrânea de todo o nordeste, a 
terceira maior do país, 300 postos jorram agua todos os dias a maioria deles sem parar. O 
estado do Piauí possui um potencial acumulatório em suas represas de 2 bilhões de m³, 
apresenta boa parte de seu território com geologia sedimentária (junto com o Estado do 
Maranhão, o Piauí detém cerca de 70% das águas de subsolo de todo o Nordeste, portanto 
com enorme riqueza de água subterrânea) e possui o segundo maior rio nordestino em 
importância, o Parnaíba (o primeiro é o Rio São Francisco). O Estado está numa classe 
considerada rica, pois oferta cerca de 9,6 mil m³/habitante/ano (SERH-MA e SERH-PI, 2012) 
Novos conceitos para o gerenciamento de água de chuva, seja em áreas urbanas ou rurais, 
estão surgindo praticamente em todas as partes do mundo. A escassez, a perda da qualidade 
dos mananciais pela crescente poluição, associadas a serviços de abastecimento públicos 
ineficientes, são fatores que têm despertado diversos setores da sociedade para a necessidade 
da conservação da água. Entre estas práticas está o aproveitamento da água da chuva 
(RAINWATER; HARVESTING; UTILISATION, 2002 apud PROSAB, 2006). 
Diferentes setores da sociedade passam a ver o aproveitamento da água da chuva como 
rentável. Assim, indústrias, instituições de ensino, estádios, e até mesmo estabelecimentos 
comerciais como empresas de lavagem de carros, empresas de ônibus, supermercados, 
empresas de limpeza pública, buscam utilizar água da chuva visando o retorno na economia 
de água consumida, e ainda no apelo de „marketing‟, uma vez que estas práticas se inserem 
nos conceitos de empresas com responsabilidade social e ambiental ou ecológicas 
(THOMAZ, 2000). 
 
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Por outro lado, têm sido adotadas legislações especificas sobre a coleta da água da chuva, 
visando a redução de enchentes em muitas cidades brasileiras, a exemplo de São Paulo, Rio 
de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre. Nestas cidades, alguns novos empreendimentos passaram a 
ser obrigados a coletar a água da chuva, não apenas para reduzir o „pico de cheias‟, como 
também visando sua utilização para fins não potáveis. Estudos apontam para diferentes 
experiências com a finalidade de aproveitamento a água de chuva, seja em lavanderias 
industriais, indústrias e outras atividades comerciais (SICKERMANN, 2003, apud PROSAB, 
2006). 
2.2 Aproveitamento de águas pluviais 
Com o crescimento populacional, a urbanização e o desenvolvimento industrial nas últimas 
décadas, a demanda por água tanto para consumo humano como para uso não direto vem 
aumentando continuamente. Essa inconversibilidade da urbanização faz-se necessária a 
discussão sobre o relacionamento das cidades e seus cursos d‟água (ANELLI, 2015), uma vez 
que este recurso está cada vez mais limitado. 
Essa crescente demanda pela água vem gerando debates sobre sua melhor utilização. Com 
isso, novas possibilidades estão surgindo em ordem de reduzir a demanda eracionalizar o 
consumo de água, destacando-se o aproveitamento das águas da chuva, a reutilização de águas 
cinzas e a aplicação de equipamentos economizadores de água (FASOLA et. al., 2011). 
Entre os tipos de atividades citados previamente, é dado ênfase para a captação da água da 
chuva que, segundo May (2002), seu aproveitamento para uso doméstico, industrial e agrícola 
é considerado simples e eficaz na minimização do crescente problema de escassez de água. 
O processo de captação de águas das chuvas não é uma ideia nova, tendo relados sobre a 
construção de sofisticados sistemas para seu armazenamento no império Romano (MAY, 
2002). No Brasil, é destacada tecnologia de cisternas de placas para a captação de água 
pluviais, garantindo o abastecimento de água para famílias do semiárido durante o período de 
estiagem, tornando-se assim, uma medida com melhor custo-benefício do que a construções 
de barragens para a retenção destas águas (PONTES; MACHADO, 2009). 
2.3 Captação de águas pluviais em edificações 
O uso de edificações para a captação de água é uma das práticas mais disseminadas na coleta 
de chuvas. Dias (2007) explana que a captação de águas pluviais deve ocorrer antes que a 
água entre em contato com o solo, evitando contaminação na mesma. Bertolo (2006) disserta 
 
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que a interceptação da água da chuva antes do contato da mesma com o solo, além de ser uma 
medida de conservação da água, é um meio de reduzir a erosão e inundações decorrentes do 
escoamento superficial da água. 
Um fator relevante na captação da água da chuva é o tipo de edificação utilizada. Ciocchi 
(2003) relaciona a viabilidade de sistemas de aproveitamento de águas pluviais a partir da 
área da cobertura do telhado, do número de pessoas atendidas e das modificações necessárias 
para a instalação do sistema de captação. A partir destas premissas, Ciocchi (2003) justifica 
que condomínio horizontais, residências unifamiliares e galpões e armazéns são edificações 
com ótima viabilidade de implantação de sistemas de captação, enquanto que condomínios 
horizontais não são tão atrativos a instalação desses sistemas quando comparados com as 
edificações previamente citadas. 
Bertolo (2006) numera alguns pontos positivos e negativos sobre a utilização de águas 
pluviais. Segundo o autor previamente citado, esse sistema agrega valor devido a redução de 
água apta ao consumo humano, e a sua melhor distribuição sobre os sistemas de drenagem 
urbano, reduzindo enchentes. Bertolo (2006) classifica como pontos negativos os custos de 
manutenções regulares dos sistemas de captação e a redução de volume captado durante os 
períodos de seca. 
2.4 Critérios de instalações de sistemas de captação de chuva 
Os critérios para o uso de sistema de drenagem de águas pluviais são definidos pela NBR 
10844: Instalações prediais de águas pluviais. Como objetivos a NBR 10844 estabelece as 
exigências e critérios para projetos de captação de águas pluviais em ordem de garantir 
padrões aceitáveis de funcionalidade do projeto, de segurança, higiene, conforto e 
durabilidade, aplicando esses critérios para as áreas de cobertura e áreas associadas ao 
edifício. 
Como condições específicas para os projetos de captação de águas pluviais, destacam-se da 
NBR 10844, os fatores meteorológicos e o cálculo de vazão do projeto. Para fatores 
meteorológicos a norma NBR 10844 estabelece que para a intensidade pluviométrica do 
projeto, deve-se considerar valores de dados pluviométricos locais para a duração da 
precipitação e o período de retorno. 
O período de retorno deve ser fixado, segundo a norma NBR 10844, a partir características da 
área a ser drenada, obedecendo os seguintes parâmetros: 
 
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 T = 1 ano: para áreas pavimentadas onde empoçamentos possam ser tolerados; 
 T = 5 anos: para coberturas e/ou terraço; 
 T = 25 anos: para coberturas e áreas onde empoçamentos ou extravasamentos não 
possam ser tolerados. 
Para o cálculo da vazão do projeto, a norma NBR 10844 estabelece a seguinte equação: 
 
Onde: 
Q = Vazão de projeto (L/min) 
i = Intensidade pluviométrica (mm/h) 
A = Área de contribuição (m2) 
3. Metodologia 
Primeiramente foi feita pesquisa bibliográfica sobre o tema, buscando entender sobre projetos 
de reaproveitamento de água em conjunto com as equações de chuva para a região, buscando 
compreender sobre aspectos de duração e intensidade. 
Em seguida, era necessário saber sobre quais normas eram pertinentes para a realização do 
estudo, levando, portanto, em consideração as normas brasileiras NBR 10844 - instalações 
prediais de águas pluviais; e NBR 15527/2007 - água de chuva - aproveitamento de 
coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis – requisitos. 
Baseando nesses requisitos, foi feito o cálculo da área de contribuição, utilizando como base 
as plantas do centro de tecnologia da UFPI, cedidas pela prefeitura da universidade; O cálculo 
levou em consideração apenas uma das águas do bloco de arquitetura, e com o valor da área 
total de contribuição pode-se calcular a vazão do projeto, adotando como referencia os 
parâmetros de Otto Pfafstetter, sempre seguindo os valores a favor da segurança. 
Por último, já tendo conhecimento do volume de água arrecadado para um tempo médio de 
chuva, fizemos o comparativo dessa quantidade em relação aos principais pontos de consumo 
como: em descargas de sanitários, irrigação de jardins e lavagem de veículos, para que 
pudéssemos observar o impacto do projeto na preservação da riqueza hídrica da universidade. 
4. Discussão dos resultados 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Otto_Pfafstetter
 
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Inicialmente para entender como a água captada da chuva pode ser utilizada, deve-se 
conhecer os critérios técnicos de sua qualidade para poder aplicar em cada fim. Afinal, não se 
pode destinar um produto que possa oferecer riscos à saúde humana, é por isso que existem 
normas que definem que fatores devem ser considerados para cada tipo de atividade, seja ela 
agricultura, lavagem de veículos, descarga de vasos sanitários ou manutenção paisagística. 
Tabela 1 – Padrões de qualidade de água de reuso 
Fonte: Frankel (2004) aput Boni (2009) 
Para este estudo, a ABNT define como principais pontos de atenção: a Turbidez < 5 NTU, 
Coliformes fecais < 500 NMP/ 500ml e o Cloro residual > 0,5 ppm; Três parâmetros que não 
sugerem grandes preocupações com o tratamento dessa água, como seria o caso se tivesse 
como destino o consumo humano. 
A área do telhado a ser considerado foi referente a uma das águas do bloco de Arquitetura da 
UFPI, que possui dimensões: 
Tabela 2 – Área de contribuição 
Área de contribuição 
Dimensões Altura Comprimento 
1° 0,587 m 1,95 m 
2° 2,25 m 6,8 m 
Área total 753,155 m² 
Fonte: Autor (2016) 
Estão sendo mostradas quatro medidas devido à estrutura do telhado, que possui duas 
superfícies de contato para cada um dos lados. 
E para o cálculo da área total de captação, é necessário levar em conta a inclinação da chuva 
que de forma padrão é de 45°. Fazendo as projeções das áreas, e somando a superfície 
 
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superior com inferior (representada pelas retas paralelas horizontais), chega-se a um resultado 
de 753,155 m² de contribuição, valor este, que será usado para fazer o cálculo de vazão da 
água captada. 
Figura 1 – Estrutura do telhado da edificação em estudo 
Fonte: Autor (2016) 
A vazão pode ser encontrada pela equação abaixo: 
Q= (i. A) /60 
Adotando os parâmetros de Pfafstetter, emprega-se na formula um valor para intensidade que 
segue adotando à segurança, ou seja, uma medida superior ao valor da intensidade média das 
chuvas da cidade de Teresina (PI), e adotando um tempo para uma chuva de duração de cinco 
minutos. 
Tabela 3 – Cálculo de vazão 
Cálculo de vazão 
i 262 mm/h 
A 753,35 m² 
Q 3289,00 litros/min 
Chuva de 5 min 16,45 m³ 
Fonte: Autor (2016) 
A vazão encontrada é de 16,45 m³, porem esse é um valor acima do real; Para acharmos o 
fluxo do volume de chuva que mais condiz com as chuvas da localidade, usamos a equação de 
IDF – Intensidade, Duração e Frequência da cidade de Teresina, lembrando que para cada 
localidade existe uma equação própria, que se relacionam com dados obtidos pelas estações 
meteorológicas. 
 
Im - intensidade máxima média de precipitação, mm h-1; 
 TR - período de retorno, anos; 
 
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 t - duração da precipitação, min. 
 K, a, b, e c - parâmetros ajustados com base nos dados pluviométricos da localidade. 
A aplicação dos parâmetros próprios da cidade nos dá outro resultado para intensidade média, 
este sim, será o valor adotado como sendo importante para análise, e que irá corresponder 
para valor do cálculo de vazão que mais se aproxima da realidade local: 
 
 
 
Tabela 4 - Cálculo da intensidade média com parâmetros da cidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autor (2016) 
O período de retorno (TR) utilizado na fórmula representa o tempo que determinadas 
características das chuvas podem recorrer, e seu valor pode sofrer algumas variações. A NBR 
10844 fixa os seguintes períodos de retorno, baseados nas características da área a ser 
drenada: 
 T = 1 ano: para áreas pavimentadas onde empoçamentos possam ser tolerados; 
 T = 5 anos: para coberturas e/ou terraço; 
 T = 25 anos: para coberturas e áreas onde empoçamentos ou extravasamentos não 
possam ser tolerados. 
Para que se tenha conhecimento das intensidades médias para cada período, a tabela a seguir 
mostra os valores em mm/h: 
Tabela 5 – Intensidade média para tempo de retorno 
Intensidade Média 
 k 1055,61 
 TR 1 anos 
 t 5,00 min 
 a 0,15 
 b 10,00 
 c 0,74 
 Im 141,53 mm/h 2,36 mm/min 
Intensidade média para: 
 
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Fonte: Autor (2016) 
Observa-se que a precipitação máxima que se pode registrar é de 288,72 mm/h, caso isso 
ocorresse, implicaria em uma vazão de 18,3 m³, sendo o melhor volume arrecadado adotando 
os mesmos parâmetros. 
Esses parâmetros podem ser obtidos de duas formas, por regressão linear e por regressão não 
linear, contudo nesse estudo foram levados em consideração os valores resultantes por 
regressão linear, já que se deve prezar pela segurança nos resultados, assim parâmetros 
menores implicam em intensidades menores. 
Tabela 6 – Possíveis parâmetros 
Parâmetros da equação de IDF ajustados por: 
Regressão Linear 
 
Regressão Não Linear 
K 1055,61 
 
K 1079,84 
a 0,15 
 
a 0,202 
b 10 
 
b 12,76 
c 0,742 
 
c 0,776 
Fonte: Autor (2016) 
Tendo isto, os valores obtidos referentes a vazão mostram que a potencial capacidade de 
aproveitamento da água da chuva é bastante satisfatória, tento em vista que o estudo foi 
baseado em apenas um dos lados de um dos blocos universitários, podendo ser expansível 
para outros blocos, o que elevaria e muito o volume total disponível para aproveitamento. 
 Para uma área molhada de 753,155 m² e chuvas de intensidade 141,53 mm/h se alcança um 
volume de arrecadação de 8,89 m³ de água. Quantidade suficiente para ser aplicada em 
algumas atividades que não necessitam de tratamento complexo para fazer o aproveitamento 
adequado, e com isso reduzindo potencialmente o consumo hídrico da instituição. 
Para o conhecimento das relações de consumo de agua em algumas atividades: 
 A limpeza de pavimentos que inclui a lavagem doméstica de pátios e quintais 
com duração média de 10 minutos, com fluxo de 15 l/min, consome 150 litros; 
25 anos 288,72 mm/h 
5 anos 229,37 mm/h 
1 ano 122,32 mm/h 
 
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 Ao molhar as plantas durante 10 minutos com a mangueira aberta, o consumo 
de água pode chegar a 186 litros; 
 Uma bacia sanitária com válvula e tempo de acionamento de 6 segundos gasta 
de 10 a 14 litros por descarga; 
 Lavar o carro durante 30 minutos gera um consumo que varia de 90 a 200 litros 
de água. 
O potencial de utilização desse volume hídrico pode ser aplicado a outras atividades, contanto 
que os critérios de qualidade para a mesma esteja dentro das conformidades. Isso implica que 
o investimento em um sistema de aproveitamento de água da chuva pode ser um artificio 
viável devido à variedade de aplicação e a economia nos custos. 
Baseado nesses dados, o esquema baixo apresenta como esse volume arrecadado poderia ser 
convertido para o consumo de algumas dessas atividades, demonstrando o impacto positivo 
que se pode ter: 
 
Figura 2 - Relação do arrecadado com possíveis pontos de consumo 
 
 
Fonte: Autor (2016) 
5. Conclusões 
Assim o referente trabalho, em meio a toda problemática da crise hídrica atual e aos 
mecanismos de preservação da água, mostrou o potencial de captação de água da chuva para 
reuso, utilizando para isso a superfície do telhado de uma das águas de um dos blocos do 
centro de tecnologia da UFPI, e encontrando para uma área de 753,155 m² uma vazão de 8,89 
 
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m³ ou seja quase 9000 litros de água disponível para serem aplicadas em atividades que não 
demandem de rigoroso tratamento, reduzindo assim custos, e preservando o patrimônio 
hídrico. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ANELLI, R.L.S. Uma nova cidade para as águas urbanas. Estudos Avançados, [s.l.], v. 29, n. 84, p.69-84, ago. 
2015. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0103-40142015000200005. 
 
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Rio de Janeiro: Abnt, 1989. 13 p. 
 
BERTOLO, E.J.P. Aproveitamento da Água da Chuva em Edificações. 2006. 204 f. Dissertação (Mestrado) - 
Curso de Engenharia do Ambiente, Universidade do Porto, Porto, 2006. 
 
CIOCCHI, L. Para utilizar água de chuva em edificações. 2003. Disponível em: 
<http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/72/artigo285266-1.aspx>. Acesso em: 6 maio 2016. 
DIAS, Isabelly Cícera Souza. Estudo da viabilidade técnica, econômica e social do aproveitamento de água 
de chuva em residências na cidade de João Pessoa. 2007. 132 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de 
Engenharia Urbana, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2007. 
 
FASOLA, G.B. et al. Potencial de economia de água em duas escolas em Florianópolis, SC. Ambiente 
Construído, Florianópolis, v. 11, n. 4, p.65-78,out. 2011. 
 
MAY, S.. Estudo da viabilidade do aproveitamento de água de chuva para consumo não potável em 
edificações. 2004. 159 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica 
de São Paulo, São Paulo, 2004. 
 
PONTES, E.T.M.; MACHADO, T.A. PROGRAMA UM MILHÃO DE CISTERNAS RURAIS NO 
NORDESTE BRASILEIRO: POLÍTICAS PÚBLICAS, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E 
CONVIVÊNCIA COM O SEMI-ÁRIDO. In: ENCONTRO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA, 19, 
2009, São Paulo. Anais. São Paulo: Enga, 2009. p. 1 - 25. 
A questão da Água no Nordeste. Disponível em: 
http://www.cgee.org.br/eventos/Agua_Nordeste/contextualizacao.htm acesso em: 02 abr. 2016 
 
REBOLSAS. A. C. Água no nordeste: escassez e desperdícios. ESTUDOS AVANÇADOS 11 (29), 1997. 
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v11n29/v11n29a07.pdf. Acesso em: 17 mar. 2016. 
 
 
 
 
 
http://dx.doi.org/10.1590/s0103-40142015000200005
http://www.cgee.org.br/eventos/Agua_Nordeste/contextualizacao.htm
http://www.scielo.br/pdf/ea/v11n29/v11n29a07.pdf

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