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APEC – ASSOCIAÇÃO PIAUIENSE DE EDUCAÇÃO E CULTURA CESVALE – CENTRO DE ENS. SUP. DO VALE DO PARNAIBA BACHARELADO EM DIREITO – 5º PERÍODO, NOITE-A DISCIPLINA: DIREITO CIVIL V- FAMÍLIA PROFESSOR: FABIOLA DE MOURA SÉRVULO AMANDA BEATRIZ LOPES DE MOURA AS ALTERAÇÕES NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE INTRODUZIDAS PELA NOVA LEI DA ADOÇÃO Teresina, 2019 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................03 2. ADOÇÃO E SEU CONTEXTO HISTORICO DA ADOÇÃO NO BRASIL 04 2.1 Conceito Adoção.................................................................................................04 2.2 Evolução Histórica..............................................................................................05 3. O ECA E SUAS ALTERAÇÕES COM A LEI DE ADOÇÃO Nº 12 010/09..06 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................10 REFERÊNCIAS …………………….......................................................................11 3 1 INTRODUÇÃO O presente Trabalho de Pesquisa apresentado ressalta de maneira clara e objetiva conceitos, evolução histórica, amparo na legislação brasileira, expondo os aspectos relacionados ao tema, tal seja, a Adoção e o posicionamento doutrinário acerca do Estatuto da Criança e do Adolescente e da Lei nº 12.010/2009. Conforme Côelho (2011), a natureza juridica do instituto é híbrida, pois embora haja a manifestação de vontade das partes, esta não tem liberdade para regularizar seus efeitos, ficando estes pré-determinados pela lei. No momento de formação do ato adotivo dá-se um contrato de Direito de Família; quando intervém o juiz, revela-se a face institucional da adoção, constituída por sentença, que lhe dá solenidade, estrutura e projeta seus efeitos. A adoção é instituto muito antigo, que embora a passos lentos, foi evoluindo em conjunto com a transformação da família brasileira, também foram evoluindo as normas que a previam e regulavam. Conforme será analisado nos capítulos 2 e 3. Desta feita, em meio séries de modificações das formas de adoção foi promulgada em 03 de agosto de 2009, a Lei n° 12.010. Do qual, modificou, especialmente, o Estatuto da Criança e do Adolescente- ECA, apresentando inovações no processo de adoção, desta vez levando em consideração o interesse do menor acima de qualquer outro. Nessa perspectiva, o instituto da adoção no Brasil, passou a ter esta lei conhecida como a Lei Nacional da Adoção (BRASIL, 2009). Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo apresentar uma análise das evoluções do ECA, com as devidas atualizações e substituições ocorridas em alguns artigos através da Lei de adoção 12010/2009, dos quais garantem a que a prioridade da adoção deverá ser da criança, ou seja, o intuito passou a ser o de dar a uma criança uma família, prevalecendo o interesse da criança. Porém, mesmo diante da nítida evolução da legislação brasileira nesse tema, seria imprudente afirmar que as diretrizes legais foram suficientes para dissipar os problemas existentes desde sua criação. 4 2 ADOÇÃO E SEU CONTEXTO HISTORICO DA ADOÇÃO NO BRASIL 2.1 Conceito Adoção O termo adoção é originado do latim adoptio, que significa “ato ou efeito de adotar”. É o vínculo jurídico que confere parentesco civil em linha reta de primeiro grau entre adotante e adotado. Esse ato jurídico solene, pode-se dizer que, substitui os laços consanguíneos, fazendo com que prevaleçam os laços afetivos. Em outros termos, é modalidade artificial de filiação que busca imitar a filiação natural (CÔELHO, 2011). No artigo 39 § 1º da Lei 12010 “adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa[...] (BRASIL, 1990). No entanto, poderá ser anulada judicialmente, desde que se comprove terem sido violadas as determinações legais. Entretanto, por ser uma liberalidade, não há rigor em relação ao exame de suas formalidades. Dessa forma, pode-se decretar nula a adoção em que o adotante não tenha mais de dezoito anos ou não haja a diferença de idade entre adotante e adotado de dezesseis anos; duas pessoas que não sejam cônjuges ou conviventes adotarem a mesma pessoa, ainda que estejam separados ou divorciados; ausência de prestação de contas do tutor ou curador; comprovação de simulação ou fraude à lei. Segundo Maria Helena Diniz (2005), adoção é um ato jurídico solene, dos quais são levando em conta os requisitos legais para receber em sua família, na qualidade de filho, independentemente de qualquer relação de parentesco consanguíneo ou afim, conferindo a esta direitos e deveres de filho. Para tanto, Constituição Federal preocupou-se em garantir os direitos das crianças e dos adolescentes como absoluta prioridade, como exposto em seu artigo 227: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL, 1988. p.68). Diante do exposto, o referido artigo, resguarda os direitos a adoção, em seu § 6°: “os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação (BRASIL, 1988. p.68)”. 5 O ECA em sua subseção IV, mais precisamente em seu artigo 39, §1 a “ adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei (BRASIL, 1990. p.32)”. Sendo assim, mesmo com vários conceitos sobre o instituto, é notório que o seu principal objetivo é garantir a convivência familiar e o bem-estar das crianças e adolescentes, para que estes sejam acolhidos por famílias que garantam um lar seguro e repleto de amor, em consonância com todas as garantias impostas no artigo 227 da Constituição Federal de 1988. 2.2 Evolução Histórica Uma das primeiras codificações jurídicas de que se tem notícia é o Código de Hamurabi, cuja pedra negra onde está inscrito, se encontra no museu de Louvre, em Paris, onde apresentava 282 (duzentos e oitenta e dois) dispositivos, sendo que 09 (nove) deles eram referentes à adoção. No Brasil, essa evolução se deu de forma gradativa. No Código Civil de 1916 disciplinava a adoção, tanto de adultos quanto de crianças e adolescentes. Os requisitos eram ter a idade para o adotante de 50 (cinqüenta) anos, devendo ser 18 (dezoito) anos mais velho que o adotado. Ainda, o adotante não poderia ter prole legítima. Concluindo-se, então, de que a adoção era exclusivamente para atender os interesses dos adotantes Vilela ( 2016 apud BRERTI, 2019). A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que entrou em vigência em 05.10.1988, igualou os direitos de todos os filhos, estabelecendo em seu §6º do art. 227, que os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, teriam os mesmos direitos e qualificações (PENTEADO; OLIVEIRA, 2019). E na atualidade a legislação brasileira integra no processo de adoção os dispositivos legais da Lei nº 12.010/09, o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA - Lei nº 8.060/90 e a Lei nº 13. 509/2017, no qual trouxeram nova vida ao instituto em questão (CATUNDA, 2019). 6 3 O ECA E SUAS ALTERAÇÕES COM A LEI DE ADOÇÃO Nº 12 010/09 Conforme Vilela(2016), as colaborações de um grupo de juízes deram início a construção do ECA. Na qual, realizaram diversas reuniões com intuito de elaborar propostas de proteção em consonância com a Constituição Federal, objetivando a prioridade absoluta do melhor interesse da criança e adolescente. Diante disso, surge a Lei 8.069/90, de 13 de julho de 1990, em que se concretiza um evidente avanço democrático ao regulamentar as conquistas alcançadas nos direitos destes, consubstanciadas no Artigo 227 supracitado. O surgimento de políticas públicas direcionadas à proteção da criança e adolescente no que refere a adoção teve seu amparo de forma mais exclusiva com o ECA e posteriormente, no que se refere a adoção, em 2009 ocorreu um aperfeiçoamento nos dispositivos já existentes, criando e aprimorando mecanismos que garantiram o fortalecimento e mais autonomia com surgimento de uma própria lei, denominada Lei da Adoção 12.010. Corroborando com tal afirmação, em o artigo 1º lei tem como a principal função o aperfeiçoamento sistemático no que refere a garantia do direito à convivência familiar a todas as crianças e adolescentes, na forma prevista pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, Estatuto da Criança e do Adolescente. E concomitantemente com a lei e os demais dispositivos citados, o ECA apresenta finalidades e critérios que devem ser seguidos para adoção. Nessa perspectiva é importante ressaltar algumas mudanças ocorridas no artigo 42 do ECA em detrimento da Lei de Adoção: Art. 42. Podem adotar os maiores de vinte e um anos, independentemente de estado civil. § 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. § 2º A adoção por ambos os cônjuges ou concubinos poderá ser formalizada, desde que um deles tenha completado vinte e um anos de idade, comprovada a estabilidade da família. § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando. § 4º Os divorciados e os judicialmente separados poderão adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas, e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância da sociedade conjugal. § 5º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença (BRASIL, 1990). Em paralelo ao supramencionado, a Lei 12.010 de 2009 substituiu determinadas expressões contidas no texto do ECA, dos quais, faziam jus a modernização desde a sua 7 aprovação. Dentre as atualizações, destaca-se, ainda, a adaptação do Estatuto à maioridade civil, que era de 21 para 18 anos, a idade mínima para o adotante, em conformidade com a maioridade estipulada pelo Código Civil de 2002. Aprimorado de acordo com artigo 42 desta Lei: Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil. § 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família. § 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. § 5º Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil. § 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença (BRASIL, 2009). Observa-se que alguns requisitos para a adoção foram mantidos, como os previstos no §1º e no §3º, em que este último permite adoção independentemente de estado civil, desde que haja uma diferença de 16 anos entre adotante e adotado. No entanto, ocorreram outras alterações como o ultrapassado termo pátrio poder, dando lugar à expressão poder familiar trazendo a consonância com texto da Constituição Federal. Além disso, o termo concubinato foi substituído por união estável em conformidade com o Código Civil 2002. O texto foi atualizado ainda para incluir a possibilidade de guarda compartilhada, no caso de adoção por pessoas divorciadas, separadas ou ex companheiros (art. 42, §6º, ECA). Nesse diapasão, o Estatuto da Criança e do Adolescente e as mudanças introduzidas no Estatuto advindas da lei nº 12.010/2009, veio regularizar não somente as expressões inadequadas, como também acrescentou o § 1º no artigo 39 que garante a definitividade do processo de adoção, que caracterizando-a como uma medida excepcional e irrevogável, à qual se deve ser utilizada apenas quando esgotados todos os recursos que possibilitem a convivência da criança ou adolescente na família natural ou extensa. Sendo assim, para candidatar-se como adotante este deverá preencher os requisitos estabelecidos em lei. Inicialmente qualquer pessoa pode adotar desde que seja estabelecida civilmente capaz e tenha no mínimo de dezoito anos. A capacidade é exigida em virtude de que 8 a adoção, sendo um ato de vontade, não pode ser dada a quem não goza de discernimento para a prática desse ato. A maioridade decorre da lei e tem como justificativa o mesmo fato de que o menor não está apto a exercer os atos da vida civil, dentre eles o de responsabilizar-se pelo adotado (OLIVEIRA, 2010). Já no que refere a adoção internacional, Braner e Aldrovandi (2010) apontam que a Lei da Adoção trouxe maior rigidez e segurança para as crianças e adolescentes que são colocados em família substituta estrangeira. Pois, conforme o artigo 51, como por exemplo, mostra claramente o acréscimo de rigor em relação a Lei 12012/2009: ECA/1990- Art. 51. Cuidando-se de pedido de adoção formulado por estrangeiro residente ou domiciliado fora do País, observar-se-á o disposto no art. 31. § 1º O candidato deverá comprovar, mediante documento expedido pela autoridade competente do respectivo domicílio, estar devidamente habilitado à adoção, consoante as leis do seu país, bem como apresentar estudo psicossocial elaborado por agência especializada e credenciada no país de origem. § 2º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá determinar a apresentação do texto pertinente à legislação estrangeira, acompanhado de prova da respectiva vigência. § 3º Os documentos em língua estrangeira serão juntados aos autos, devidamente autenticados pela autoridade consular, observados os tratados e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público juramentado. § 4º Antes de consumada a adoção não será permitida a saída do adotando do território nacional (BRASIL, 1990). LEI 12010/2009- Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual a pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado fora do Brasil, conforme previsto no Artigo 2 da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, aprovada pelo Decreto Legislativo no 1, de 14 de janeiro de 1999, e promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 de junho de 1999. § 1 o A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar comprovado: I - que a colocação em família substituta é a solução adequada ao caso concreto; II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em família substituta brasileira, após consulta aos cadastros mencionados no art. 50 desta Lei; III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado,por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe interprofissional, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. § 2 o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro. § 3 o A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção internacional (BRASIL, 2009) 9 Desta feita, o inciso I do §1° do artigo 51 da lei que alterou o referido Estatuto, determina que a adoção internacional de criança ou adolescente domiciliado no Brasil somente será realizada quando restar comprovado que a colocação em família substituta é a solução adequada ao caso concreto. No entanto, quando se trata dos adolescentes o inciso III afirma que este deverá ser consultado sobre a questão de estar preparado para a medida de adoção internacional, o que não ocorria antes da modificação do Estatuto. A adoção internacional é uma alternativa a ser considerada somente após esgotadas as possibilidades de colocação da criança em família substituta brasileira, mesmo assim, os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros. É evidente que no texto substituído nos artigos 50 ao 52 traz diversos traços que comprovam a preocupação com o bem-estar e interesse do adotando, princípio que fundamenta a legislação que hoje reconhece a criança e o adolescente como sujeitos de direito, que devem ter sua dignidade respeitada, principalmente no que trata de adoções internacionais (BRANER; ALDROVANDI, 2010). Para tanto, a adoção é um ato de amor, do qual, devem ser respeitados todos os requisitos para melhor qualidade de vida para o adotado, objetivando evitar que essas crianças acabem sendo alvo de futuros adotantes negligentes ou até mesmo evitar que estas sejam alvos de tráfico humano que visam exploração sexual. 10 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pela análise da evolução legislativa sobre a adoção verifica-se que, com o tempo, os requisitos do instituto foram sendo alterados para permitir o recurso à adoção com o objetivo de garantir o sonho da maternidade e paternidade por um número maior de adotantes. Os efeitos da adoção também foram alterados pela legislação que evoluiu no sentido de garantir aos filhos adotivos os mesmos direitos dos filhos naturais. A Constituição de 1988 inaugurou uma nova concepção sobre este público, diretrizes que posteriormente foram aprimoradas e detalhadamente definidas pelo ECA, elevando a criança e o adolescente à condição de sujeitos de direitos, detentores de proteção integral em razão da condição de ser humano em desenvolvimento. Percebe-se uma ruptura com o pensamento vigente até então, repercutindo em muitos aspectos. Leal (2010, p. 148) ressalta que: O Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, regulamentou conquistas presentes na Constituição, e a sua implantação, mesmo que morosa, dados os entraves e resistências de setores da sociedade brasileira, vem promovendo uma revolução nas áreas jurídica, social e política. As inovações efetuadas no Código Civil de 2002 e no Estatuto da Criança e do adolescente - ECA pela Lei n° 12.010, de 03 de agosto de 2009 serviram para promover o direito à convivência familiar e valorizar a importância do afeto e da responsabilidade no cuidado com crianças e adolescentes, tanto aqueles adotados no país, quanto aqueles que são colocados em família substituta estrangeira. Contudo, mesmo diante da nítida evolução da legislação brasileira que trata da adoção, seria imprudente afirmar que as diretrizes legais foram suficientes para dissipar os problemas existentes desde sua criação. Isso porque, ainda que a medida tenha sido aperfeiçoada e que inclusive tenham sido criados mecanismos para a sua melhor execução da Lei, como, por exemplo, os Cadastros Estaduais e Nacional de adoção, a realidade de muitas crianças brasileiras permanecem por tempo superior a dois anos, que é o tempo máximo de permanência da criança ou do adolescente em um abrigo, devido a morosidade no processo de adoção, pois de acordo com Paz (2013), no Brasil a quantidade de famílias que buscam adotar é bastante superior à quantidade de crianças a serem adotadas. 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BERTI, Jéssica Vieira. Entraves da Adoção Tardia. Anápolis- 2019. Disponível em: < http://repositorio.aee.edu.br/jspui/bitstream/aee/1289/1/Monografia%20- %20Jessica%20Vieira%20Berti.pdf >. Acesso em 24 de abril 2020 BRASIL. LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da república Federativa do Brasil. 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