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ADOÇÃO =AMANDA BEATRIZ nota 2ªAV

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APEC – ASSOCIAÇÃO PIAUIENSE DE EDUCAÇÃO E CULTURA 
CESVALE – CENTRO DE ENS. SUP. DO VALE DO PARNAIBA 
BACHARELADO EM DIREITO – 5º PERÍODO, NOITE-A 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL V- FAMÍLIA 
PROFESSOR: FABIOLA DE MOURA SÉRVULO 
 
AMANDA BEATRIZ LOPES DE MOURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
AS ALTERAÇÕES NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
INTRODUZIDAS PELA NOVA LEI DA ADOÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teresina, 2019 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................03 
2. ADOÇÃO E SEU CONTEXTO HISTORICO DA ADOÇÃO NO BRASIL 04 
2.1 Conceito Adoção.................................................................................................04 
2.2 Evolução Histórica..............................................................................................05 
3. O ECA E SUAS ALTERAÇÕES COM A LEI DE ADOÇÃO Nº 12 010/09..06 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................10 
REFERÊNCIAS …………………….......................................................................11 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O presente Trabalho de Pesquisa apresentado ressalta de maneira clara e objetiva 
conceitos, evolução histórica, amparo na legislação brasileira, expondo os aspectos 
relacionados ao tema, tal seja, a Adoção e o posicionamento doutrinário acerca do Estatuto da 
Criança e do Adolescente e da Lei nº 12.010/2009. 
Conforme Côelho (2011), a natureza juridica do instituto é híbrida, pois embora haja a 
manifestação de vontade das partes, esta não tem liberdade para regularizar seus efeitos, ficando 
estes pré-determinados pela lei. No momento de formação do ato adotivo dá-se um contrato de 
Direito de Família; quando intervém o juiz, revela-se a face institucional da adoção, constituída 
por sentença, que lhe dá solenidade, estrutura e projeta seus efeitos. 
A adoção é instituto muito antigo, que embora a passos lentos, foi evoluindo em 
conjunto com a transformação da família brasileira, também foram evoluindo as normas que a 
previam e regulavam. Conforme será analisado nos capítulos 2 e 3. 
Desta feita, em meio séries de modificações das formas de adoção foi promulgada em 
03 de agosto de 2009, a Lei n° 12.010. Do qual, modificou, especialmente, o Estatuto da Criança 
e do Adolescente- ECA, apresentando inovações no processo de adoção, desta vez levando em 
consideração o interesse do menor acima de qualquer outro. Nessa perspectiva, o instituto da 
adoção no Brasil, passou a ter esta lei conhecida como a Lei Nacional da Adoção (BRASIL, 
2009). 
Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo apresentar uma análise das evoluções 
do ECA, com as devidas atualizações e substituições ocorridas em alguns artigos através da Lei 
de adoção 12010/2009, dos quais garantem a que a prioridade da adoção deverá ser da criança, 
ou seja, o intuito passou a ser o de dar a uma criança uma família, prevalecendo o interesse da 
criança. Porém, mesmo diante da nítida evolução da legislação brasileira nesse tema, seria 
imprudente afirmar que as diretrizes legais foram suficientes para dissipar os problemas 
existentes desde sua criação. 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 ADOÇÃO E SEU CONTEXTO HISTORICO DA ADOÇÃO NO BRASIL 
 
2.1 Conceito Adoção 
 
O termo adoção é originado do latim adoptio, que significa “ato ou efeito de adotar”. É 
o vínculo jurídico que confere parentesco civil em linha reta de primeiro grau entre adotante e 
adotado. Esse ato jurídico solene, pode-se dizer que, substitui os laços consanguíneos, fazendo 
com que prevaleçam os laços afetivos. Em outros termos, é modalidade artificial de filiação que 
busca imitar a filiação natural (CÔELHO, 2011). 
No artigo 39 § 1º da Lei 12010 “adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se 
deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente 
na família natural ou extensa[...] (BRASIL, 1990). 
No entanto, poderá ser anulada judicialmente, desde que se comprove terem sido 
violadas as determinações legais. Entretanto, por ser uma liberalidade, não há rigor em relação 
ao exame de suas formalidades. Dessa forma, pode-se decretar nula a adoção em que o adotante 
não tenha mais de dezoito anos ou não haja a diferença de idade entre adotante e adotado de 
dezesseis anos; duas pessoas que não sejam cônjuges ou conviventes adotarem a mesma pessoa, 
ainda que estejam separados ou divorciados; ausência de prestação de contas do tutor ou 
curador; comprovação de simulação ou fraude à lei. 
Segundo Maria Helena Diniz (2005), adoção é um ato jurídico solene, dos quais são 
levando em conta os requisitos legais para receber em sua família, na qualidade de filho, 
independentemente de qualquer relação de parentesco consanguíneo ou afim, conferindo a esta 
direitos e deveres de filho. 
Para tanto, Constituição Federal preocupou-se em garantir os direitos das crianças e dos 
adolescentes como absoluta prioridade, como exposto em seu artigo 227: 
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao 
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, 
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de 
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão (BRASIL, 1988. p.68). 
 
Diante do exposto, o referido artigo, resguarda os direitos a adoção, em seu § 6°: “os 
filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e 
qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação (BRASIL, 
1988. p.68)”. 
5 
 
O ECA em sua subseção IV, mais precisamente em seu artigo 39, §1 a “ adoção é medida 
excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de 
manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo 
único do art. 25 desta Lei (BRASIL, 1990. p.32)”. 
Sendo assim, mesmo com vários conceitos sobre o instituto, é notório que o seu principal 
objetivo é garantir a convivência familiar e o bem-estar das crianças e adolescentes, para que 
estes sejam acolhidos por famílias que garantam um lar seguro e repleto de amor, em 
consonância com todas as garantias impostas no artigo 227 da Constituição Federal de 1988. 
 
2.2 Evolução Histórica 
 
Uma das primeiras codificações jurídicas de que se tem notícia é o Código de Hamurabi, 
cuja pedra negra onde está inscrito, se encontra no museu de Louvre, em Paris, onde apresentava 
282 (duzentos e oitenta e dois) dispositivos, sendo que 09 (nove) deles eram referentes à adoção. 
No Brasil, essa evolução se deu de forma gradativa. No Código Civil de 1916 
disciplinava a adoção, tanto de adultos quanto de crianças e adolescentes. Os requisitos eram 
ter a idade para o adotante de 50 (cinqüenta) anos, devendo ser 18 (dezoito) anos mais velho 
que o adotado. Ainda, o adotante não poderia ter prole legítima. Concluindo-se, então, de que 
a adoção era exclusivamente para atender os interesses dos adotantes Vilela ( 2016 apud 
BRERTI, 2019). 
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que entrou em vigência em 
05.10.1988, igualou os direitos de todos os filhos, estabelecendo em seu §6º do art. 227, que os 
filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, teriam os mesmos direitos e 
qualificações (PENTEADO; OLIVEIRA, 2019). 
E na atualidade a legislação brasileira integra no processo de adoção os dispositivos 
legais da Lei nº 12.010/09, o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA - Lei nº 8.060/90 e 
a Lei nº 13. 509/2017, no qual trouxeram nova vida ao instituto em questão (CATUNDA, 2019). 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
3 O ECA E SUAS ALTERAÇÕES COM A LEI DE ADOÇÃO Nº 12 010/09 
 
Conforme Vilela(2016), as colaborações de um grupo de juízes deram início a 
construção do ECA. Na qual, realizaram diversas reuniões com intuito de elaborar propostas de 
proteção em consonância com a Constituição Federal, objetivando a prioridade absoluta do 
melhor interesse da criança e adolescente. Diante disso, surge a Lei 8.069/90, de 13 de julho de 
1990, em que se concretiza um evidente avanço democrático ao regulamentar as conquistas 
alcançadas nos direitos destes, consubstanciadas no Artigo 227 supracitado. 
O surgimento de políticas públicas direcionadas à proteção da criança e adolescente no 
que refere a adoção teve seu amparo de forma mais exclusiva com o ECA e posteriormente, no 
que se refere a adoção, em 2009 ocorreu um aperfeiçoamento nos dispositivos já existentes, 
criando e aprimorando mecanismos que garantiram o fortalecimento e mais autonomia com 
surgimento de uma própria lei, denominada Lei da Adoção 12.010. 
Corroborando com tal afirmação, em o artigo 1º lei tem como a principal função o 
aperfeiçoamento sistemático no que refere a garantia do direito à convivência familiar a todas 
as crianças e adolescentes, na forma prevista pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, Estatuto 
da Criança e do Adolescente. E concomitantemente com a lei e os demais dispositivos citados, 
o ECA apresenta finalidades e critérios que devem ser seguidos para adoção. Nessa perspectiva 
é importante ressaltar algumas mudanças ocorridas no artigo 42 do ECA em detrimento da Lei 
de Adoção: 
 
Art. 42. Podem adotar os maiores de vinte e um anos, independentemente de 
estado civil. 
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. 
§ 2º A adoção por ambos os cônjuges ou concubinos poderá ser formalizada, 
desde que um deles tenha completado vinte e um anos de idade, comprovada 
a estabilidade da família. 
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho 
do que o adotando. 
§ 4º Os divorciados e os judicialmente separados poderão adotar 
conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas, e 
desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância da 
sociedade conjugal. 
§ 5º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca 
manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de 
prolatada a sentença (BRASIL, 1990). 
 
Em paralelo ao supramencionado, a Lei 12.010 de 2009 substituiu determinadas 
expressões contidas no texto do ECA, dos quais, faziam jus a modernização desde a sua 
7 
 
aprovação. Dentre as atualizações, destaca-se, ainda, a adaptação do Estatuto à maioridade civil, 
que era de 21 para 18 anos, a idade mínima para o adotante, em conformidade com a maioridade 
estipulada pelo Código Civil de 2002. Aprimorado de acordo com artigo 42 desta Lei: 
 
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente 
do estado civil. 
§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados 
civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da 
família. 
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem 
adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de 
visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância 
do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de 
afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a 
excepcionalidade da concessão. 
§ 5º Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício 
ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no 
art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro 
de 2002 - Código Civil. 
§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca 
manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de 
prolatada a sentença (BRASIL, 2009). 
 
 
Observa-se que alguns requisitos para a adoção foram mantidos, como os previstos no 
§1º e no §3º, em que este último permite adoção independentemente de estado civil, desde que 
haja uma diferença de 16 anos entre adotante e adotado. No entanto, ocorreram outras alterações 
como o ultrapassado termo pátrio poder, dando lugar à expressão poder familiar trazendo a 
consonância com texto da Constituição Federal. Além disso, o termo concubinato foi 
substituído por união estável em conformidade com o Código Civil 2002. O texto foi atualizado 
ainda para incluir a possibilidade de guarda compartilhada, no caso de adoção por pessoas 
divorciadas, separadas ou ex companheiros (art. 42, §6º, ECA). 
Nesse diapasão, o Estatuto da Criança e do Adolescente e as mudanças introduzidas no 
Estatuto advindas da lei nº 12.010/2009, veio regularizar não somente as expressões 
inadequadas, como também acrescentou o § 1º no artigo 39 que garante a definitividade do 
processo de adoção, que caracterizando-a como uma medida excepcional e irrevogável, à qual 
se deve ser utilizada apenas quando esgotados todos os recursos que possibilitem a convivência 
da criança ou adolescente na família natural ou extensa. 
Sendo assim, para candidatar-se como adotante este deverá preencher os requisitos 
estabelecidos em lei. Inicialmente qualquer pessoa pode adotar desde que seja estabelecida 
civilmente capaz e tenha no mínimo de dezoito anos. A capacidade é exigida em virtude de que 
8 
 
a adoção, sendo um ato de vontade, não pode ser dada a quem não goza de discernimento para 
a prática desse ato. A maioridade decorre da lei e tem como justificativa o mesmo fato de que 
o menor não está apto a exercer os atos da vida civil, dentre eles o de responsabilizar-se pelo 
adotado (OLIVEIRA, 2010). 
Já no que refere a adoção internacional, Braner e Aldrovandi (2010) apontam que a Lei 
da Adoção trouxe maior rigidez e segurança para as crianças e adolescentes que são colocados 
em família substituta estrangeira. Pois, conforme o artigo 51, como por exemplo, mostra 
claramente o acréscimo de rigor em relação a Lei 12012/2009: 
 
ECA/1990- Art. 51. Cuidando-se de pedido de adoção formulado por 
estrangeiro residente ou domiciliado fora do País, observar-se-á o disposto no 
art. 31. 
§ 1º O candidato deverá comprovar, mediante documento expedido pela 
autoridade competente do respectivo domicílio, estar devidamente habilitado 
à adoção, consoante as leis do seu país, bem 
como apresentar estudo psicossocial elaborado por agência especializada e 
credenciada no país de origem. 
§ 2º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento do Ministério 
Público, poderá determinar a apresentação do texto pertinente à legislação 
estrangeira, acompanhado de prova da respectiva vigência. 
§ 3º Os documentos em língua estrangeira serão juntados aos 
autos, devidamente autenticados pela autoridade consular, observados os 
tratados e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tradução, 
por tradutor público juramentado. 
§ 4º Antes de consumada a adoção não será permitida a saída do 
adotando do território nacional (BRASIL, 1990). 
 
LEI 12010/2009- Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual 
a pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado fora do Brasil, 
conforme previsto no Artigo 2 da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, 
Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção 
Internacional, aprovada pelo Decreto Legislativo no 1, de 14 de janeiro de 
1999, e promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 de junho de 1999. 
§ 1
o
 A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou 
domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar comprovado: 
I - que a colocação em família substituta é a solução adequada ao caso 
concreto; 
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou 
adolescente em família substituta brasileira, após consulta aos cadastros 
mencionados no art. 50 desta Lei; 
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado,por 
meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra 
preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe 
interprofissional, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. 
§ 2
o
 Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, 
nos casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro. 
§ 3
o
 A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Centrais 
Estaduais e Federal em matéria de adoção internacional (BRASIL, 2009) 
 
9 
 
 
Desta feita, o inciso I do §1° do artigo 51 da lei que alterou o referido Estatuto, determina 
que a adoção internacional de criança ou adolescente domiciliado no Brasil somente será 
realizada quando restar comprovado que a colocação em família substituta é a solução adequada 
ao caso concreto. No entanto, quando se trata dos adolescentes o inciso III afirma que este 
deverá ser consultado sobre a questão de estar preparado para a medida de adoção internacional, 
o que não ocorria antes da modificação do Estatuto. 
 A adoção internacional é uma alternativa a ser considerada somente após esgotadas as 
possibilidades de colocação da criança em família substituta brasileira, mesmo assim, os 
brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros. 
É evidente que no texto substituído nos artigos 50 ao 52 traz diversos traços que 
comprovam a preocupação com o bem-estar e interesse do adotando, princípio que fundamenta 
a legislação que hoje reconhece a criança e o adolescente como sujeitos de direito, que devem 
ter sua dignidade respeitada, principalmente no que trata de adoções internacionais (BRANER; 
ALDROVANDI, 2010). 
Para tanto, a adoção é um ato de amor, do qual, devem ser respeitados todos os requisitos 
para melhor qualidade de vida para o adotado, objetivando evitar que essas crianças acabem 
sendo alvo de futuros adotantes negligentes ou até mesmo evitar que estas sejam alvos de tráfico 
humano que visam exploração sexual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Pela análise da evolução legislativa sobre a adoção verifica-se que, com o tempo, os 
requisitos do instituto foram sendo alterados para permitir o recurso à adoção com o objetivo 
de garantir o sonho da maternidade e paternidade por um número maior de adotantes. Os efeitos 
da adoção também foram alterados pela legislação que evoluiu no sentido de garantir aos filhos 
adotivos os mesmos direitos dos filhos naturais. 
A Constituição de 1988 inaugurou uma nova concepção sobre este público, diretrizes 
que posteriormente foram aprimoradas e detalhadamente definidas pelo ECA, elevando a 
criança e o adolescente à condição de sujeitos de direitos, detentores de proteção integral em 
razão da condição de ser humano em desenvolvimento. Percebe-se uma ruptura com o 
pensamento vigente até então, repercutindo em muitos aspectos. Leal (2010, p. 148) ressalta 
que: 
O Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, regulamentou conquistas 
presentes na Constituição, e a sua implantação, mesmo que morosa, dados os 
entraves e resistências de setores da sociedade brasileira, vem promovendo 
uma revolução nas áreas jurídica, social e política. 
 
As inovações efetuadas no Código Civil de 2002 e no Estatuto da Criança e do 
adolescente - ECA pela Lei n° 12.010, de 03 de agosto de 2009 serviram para promover o 
direito à convivência familiar e valorizar a importância do afeto e da responsabilidade no 
cuidado com crianças e adolescentes, tanto aqueles adotados no país, quanto aqueles que são 
colocados em família substituta estrangeira. 
Contudo, mesmo diante da nítida evolução da legislação brasileira que trata da adoção, 
seria imprudente afirmar que as diretrizes legais foram suficientes para dissipar os problemas 
existentes desde sua criação. Isso porque, ainda que a medida tenha sido aperfeiçoada e que 
inclusive tenham sido criados mecanismos para a sua melhor execução da Lei, como, por 
exemplo, os Cadastros Estaduais e Nacional de adoção, a realidade de muitas crianças 
brasileiras permanecem por tempo superior a dois anos, que é o tempo máximo 
de permanência da criança ou do adolescente em um abrigo, devido a morosidade no processo 
de adoção, pois de acordo com Paz (2013), no Brasil a quantidade de famílias que buscam 
adotar é bastante superior à quantidade de crianças a serem adotadas. 
 
 
 
 
11 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
BERTI, Jéssica Vieira. Entraves da Adoção Tardia. Anápolis- 2019. Disponível em: < 
http://repositorio.aee.edu.br/jspui/bitstream/aee/1289/1/Monografia%20-
%20Jessica%20Vieira%20Berti.pdf >. Acesso em 24 de abril 2020 
 
BRASIL. LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e 
do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da república Federativa do Brasil. 
Brasília, 13 de julho de 1990. Disponível em < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acesso em: 10 de nov de 2019. 
 
________. LEI Nº12010/2009. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007
-2010/2009/Lei/L12010.htm>. Acesso em: 22 de abril 2020. 
 
_________. Constituição Federal de 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 22 de 
abril 2020. 
 
BRANER, Maria Claudia C.; ALDROVANDI, Andrea. Adoção No Brasil: Aspectos 
Evolutivos Do Instituto No Direito De Família. JURIS, Rio Grande, 15: 7-35, 2010. Disponivel 
em: < file:///C:/Users/karlo/Desktop/ADO%C3%87%C3%83O/3214-8966-1-PB.pdf >. 
Acesso em 24 de abril 2020). 
 
CATUNDA, Cosma. Adoção no brasil após alterações da lei nº 12.010/09 (lei da adoção), 
modificando a lei nº 8.060/90 (estatuto da criança e do adolescente): e os vínculos afetivos 
no contexto do acolhimento familiar, na construção da personalidade da criança. Publicado em 
08/2019. Disponível em:< https://jus.com.br/artigos/76038/adocao-no-brasil-apos-alteracoes-
da-lei-n-12-010-09-lei-da-adocao-modificando-a-lei-n-8-060-90-estatuto-da-crianca-e-do- 
dolescente-e-os-vinculos-afetivos-no-contexto-do-acolhimento-familiar-na-construcao-da-
personalidade-da-crianca >. Acesso em 24 de abril 2020. 
 
COÊLHO, Bruna Fernandes. Apontamentos acerca do instituto da adoção à luz da 
legislação brasileira vigente. In: Âmbito Juridico. Publicado em 05/2011. Disponível em: < 
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-88/apontamentos-acerca-do-instituto-da-adocao-
a-luz-da-legislacao-brasileira-vigente/ >. Acesso em 24 de abril de 2020. 
 
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OLIVEIRA, Elson Gonçalves. Uma porta para a vida em consonância com a nova lei nº 
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PAZ, Maíra. Realidade brasileira sobre adoção: a diferença entre o perfil desejado pelos 
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12 
 
Disponível em: < https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/adocao/realidade-
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PENTEADO, Amanda Q.; OLIVEIRA, José S. de. As perspectivas do instituto da adoção 
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Disponível em: < http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=215a71a12769b056 >. 
Acesso em 24 de abril 2020 
 
VILELA, Nathalia. A evolução legislativa da adoção no ordenamento jurídico brasileiro. 
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/48684/a-evolucao-legislativa-da-adocao-no-
ordenamento-juridico-brasileiro. Acesso em: 23 de abril 2020.

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