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Direito Empresarial – Prof. Carlos da Fonseca Nadais 
 
5 
 
Introdução ao direito empresarial (módulo 01) 
1.1. Noções históricas 
Antiguidade – Código de Manu (Índia) e Código de Hamurabi (Babilônia) - (História do Direito); 
Surgimento dos comerciantes e das moedas. 
Idade Média – Desenvolvimento Mercantil  Comércio junto aos feudos com a criação das feiras. 
Crise do Feudalismo 
Corporações de Ofício  embrião da classe burguesa - Burguesia 
Comércio marítimo com criação dos burgos. 
Direito Canônico – contra o “lucro” (não atendia à burguesia) 
Direito “local” - cada região uma lei (desorganização do Estado Medieval). 
Revolução Francesa 
Revolução Industrial 
Guerras Mundial 
1.1.1. 1° Período 
Período Subjetivista (qualidade do sujeito) - Os próprios comerciantes elaboravam seu 
direito, redigindo seus costumes em livros (costumes locais/consuetudinário). Esses livros 
ou cadernos eram agrupamento de decisões, sem uma estruturação lógica. Posteriormente 
evolui com compilações mais organizadas, como, por exemplo, "Tratado de Mercancia e dos 
Mercadores" escrito por Bennevenuto Stracca. De todo modo, o direito dos comerciantes - 
Lex Mercatoria - era para os comerciantes, não valia para terceiros. Subjetivismo: bastava 
que o “sujeito” fosse comerciante, para que se aplicassem as regras do Direito Comercial. 
Classista: aplicável exclusivamente a classe dos comerciantes. Corporativo: necessidade de 
matrícula para exercício do comércio. 
 1.1.2. 2° Período 
Período Objetivista – Com a evolução do comércio, a burguesia começa a se incomodar com 
sua inferioridade política. A revolução francesa tinha como mote liberdade, igualdade e 
fraternidade, logo a existência de corporações de comerciantes era frontalmente contra os 
princípios de liberdade e igualdade, assim extinguiu-se essas corporações (lei Chatelier). 
Teoria dos Atos do Comércio. Napoleão elabora um código que passaria a regular os atos do 
comércio, de maneira objetiva, independente da figura do comerciante. Temos a bipartição 
do Direito Privado, entre Direito Civil e Direito Comercial. Edita-se em 1805 o Código 
Civil (nobreza – propriedade) e em 1808 o Código Comercial (burguesia – riqueza 
mobiliária). O comerciante era aquele que praticava profissionalmente atos de comércio, e 
os atos de comércio correspondiam às atividades que historicamente se situaram no âmbito 
do comércio. A relação jurídica era definida pela natureza do objeto, assim atos de comércio 
seriam regidos pelas normas específicas do comércio e os atos civis seriam regulados pelo 
Código Civil. 
 
Direito Empresarial – Prof. Carlos da Fonseca Nadais 
 
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1.1.3. 3° Período 
Com mais um passo dado na evolução do comércio, temos a fase de industrialização, com a 
produção de bens em massa: Revolução Industrial (substituição da força motriz de 
produção). As relações econômicas são mais complexas e interdependentes. 
Teoria da Empresa. A atividade empresarial opera com os meios de produção: capital, 
trabalho e insumos. Assim o direito, nessas relações, passa a ter outro foco: a empresa, não 
mais o comerciante, nem os atos do comerciante. 
1.1.3.1. Em 1942 temos a criação do Código Civil Italiano, com a junção do Direito Civil e 
Direito Comercial, baseado na Teoria da Empresa de Alberto Asquini. O jurista 
italiano trata a empresa como um fenômeno econômico poliédrico de organização 
dos fatores de produção, com seguintes aspectos: 
∆ subjetivo – o empresário (pessoa física ou jurídica) – aquele que organiza o 
estabelecimento para desenvolvimento da atividade econômica; 
∆ objetivo – o estabelecimento empresarial – conjunto corpóreo e incorpóreos 
reunidos pelo empresário para desenvolvimento da atividade econômica; 
∆ funcional – atividade econômica organizada – força motriz para que se atinja o 
objetivo. 
∆ corporativo – corporação - uma organização de pessoas, o empresário e seus 
colaboradores, com vistas a um fim comum. Aspecto desconsiderado pela 
doutrina contemporânea, visto ser reflexo do momento político italiano 
(fascismo). 
Desse modo, empresa (função) não se confunde com o empresário (sujeito) nem com 
o estabelecimento empresarial (objeto), logo empresa não é detentora de 
personalidade jurídica, não é sujeito de direito. 
1.2. O Direito Comercial/Empresarial no Brasil 
1.2.1. Período Colonial – 1ª fase: 
Aplicação das Ordenações Portuguesas (Ordenações Filipinas; Ordenações Manuelinas e 
Ordenações Afonsinas). 
1808 – Chegada de D. João VI ao Brasil (abertura dos portos as nações amigas). 
1822 – Independência do Brasil. 
1.2.2. Período de 1808 a 1850 – 2ª fase: 
Mesmo “independentes” ainda utilizávamos as leis vigentes em Portugal 
1850 – Edição do Código Comercial – CCom - Lei 556/1850 – teoria dos atos de comércio; 
com forte influência do Código Comercial Francês (módulo 01 - item 1.1.2); 
Direito Empresarial – Prof. Carlos da Fonseca Nadais 
 
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No Brasil, até início da vigência do Código Civil de 2002, o Direito Comercial seguiu a 
escola objetiva, representada pelo CCom e pelo Regulamento 737/18501, que determinava 
quais eram especificamente os atos de comércio (art. 19): 
Art. 19. Considera-se mercancia: 
§ 1º A compra e venda ou troca de effeitos moveis ou semoventes para os 
vender por grosso ou a retalho, na mesma espécie ou manufacturados, ou 
para alugar o seu uso. 
§ 2º As operações de cambio, banco e corretagem. 
§ 3° As emprezas de fabricas; de com missões ; de depositos ; de expedição, 
consignação e transporte de mercadorias; de espectaculos publicos. 
§ 4.° Os seguros, fretamentos, risco, e quaesquer contratos relativos ao 
cornmercio maritimo. 
§ 5. ° A armação e expedição de navios. 
O comerciante deveria ter uma matrícula no Tribunal do Comércio do Império. 
Art. 15 R737/1850. Os commerciantes ou são matriculados ou não, mas só 
aos matriculados competem as prerrogativas e proteccão que o Codigo 
liberalisa a favor do commercio 
1.2.3. Período de 1850 em diante – 3ª fase: 
Com o tempo o direito brasileiro começa a se aproximar do Cód. Civil Italiano de 1942: 
Lei 7.645/1945 – Lei de Falências – revogando terceira parte do CCom (*) 
Lei 4.137/1962 – qualificando empresa mais próxima da “nova” teoria; 
Lei 8.078/1990 – Código de Defesa Consumidor. 
Lei 8.934/1994 – Lei do Registro de Empresas 
Lei 10.406/2002 – Código Civil – adotou a Teoria da empresa. 
Entrada em vigor do ‘novo’ Código Civil revogou-se primeira parte do CCom (**) 
(*) substituída pela Lei 11.101/2005 – Nova de Lei de Falências e Recuperação de Empresas 
(**) A segunda parte do CCom, cuida do comércio marítimo, ainda está em vigor; 
1.3. Relações com outros ramos do Direito e com a economia. 
∆ Direito Tributário – contabilidade; circulação de mercadorias; tributos pertinentes 
∆ Direito Processual – falência e recuperação judicial da empresa; 
∆ Direito Penal – crimes falimentares; 
∆ Direito Econômico – Infrações contra à ordem econômica – Lei 12.529/11 SBDC e à 
concorrência desleal – LPI Lei 9.279/96 (■) 
 
 
1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Historicos/DIM/DIM737.htm. Acesso em 12/12/2018. 
Direito Empresarial – Prof. Carlos da Fonseca Nadais 
 
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1.4. Autonomia do Direito Empresarial 
Núcleo do Direito Privado no Brasil  Direito Civil + Direito Empresarial (espaços autônomos) 
Mesmo unificados em um só Código, o Direito Empresarial é um ramo autônomo do Direito 
Privado, cujas normas não se confundem com as do Direito Civil. 
A própria Constituição Federal indica essa autonomia: 
Art. 22 CF. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho; 
1.5. Características do Direito Empresarial: 
O Direito Empresarial tem características muito peculiares: 
∆ Cosmopolita: inclinado a regulamentação para todos os povos (integração); 
∆ Oneroso: objetivo é o lucro; 
∆ Informal: Dir.Empresarial  preponderância da boa-fé: suprime formalidades;
 Dir. Civil  preocupa-se com a forma do ato jurídico 
∆ Fragmentado: Por possuir diversos sub-ramos, como direito falimentar; direito 
 cambiário; direito de propriedade industrial, dentre outros 
1.6. Fontes do Direito Empresarial 
Entende-se por fonte formal do direito a forma, o modo pelo qual surgem as normas jurídicas de 
natureza empresarial. As fontes formais do Direito Empresarial dividem-se em: 
1.6.1. fontes primárias: 
∆ Constituição Federal – na regulamentação de matéria relacionada com o Direito 
Empresarial, como o art. 170 CF (***); 
∆ Código Comercial – Lei 556/1850 – somente segunda parte – comércio marítimo (**); 
∆ Código Civil – Lei 10.406/2002, na regulamentação aplicável ao Direito Empresarial; 
∆ Legislação esparsa de matérias específicas, não plenamente reguladas pelo Código Civil, 
como algumas que já indicamos, como por exemplo, Lei 11.101/2005 – LF; Lei 6.404/76 – 
LSA; Lei 9.279/96 – LPI. (■); Lei 5.474/68 – Lei de duplicatas, dentre outras tantas. 
∆ Tratados e Convenções Internacionais – a) MERCOSUL: D 350/91; ALADI: DL 66/81; e 
ALALC; b) Lei Uniforme de Genebra/LUG – cheques, letras de câmbio e notas 
promissórias. 
1.6.2. fontes secundárias: 
Se as fontes são origem da exteriorização da legislação temos que pela Lei de Introdução às 
Normas de direito Brasileiro – LINDB, e, transversalmente, o art. 140, do CPC, podemos 
utilizar os usos e costumes, bem como analogia e princípios gerais de direito: 
Direito Empresarial – Prof. Carlos da Fonseca Nadais 
 
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Art. 4º LINDB. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo 
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
Art. 140 CPC. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou 
obscuridade do ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. 
∆ usos e costumes, posto que o Direito Comercial surgiu como direito consuetudinário (▲), 
assim sendo como “uma forma típica de fonte do direito (...). Baseia-se, nesses termos, na 
crença e na tradição, sob a qual está o argumento de que algo deve ser feito, e deve sê-lo 
porque sempre foi” 2 
Art. 8º L 8.934/94 – LREM. Às Juntas Comerciais incumbe: 
VI - o assentamento dos usos e práticas mercantis. 
∆ analogia como “um recurso técnico que consiste em se aplicar, a uma hipótese não prevista 
pelo legislador, a solução por ele apresentada para um outro caso fundamentalmente à não 
prevista” 3 
∆ princípios gerais de direito tidos como “a estrutura do sistema jurídico que responde pela 
organização das diversas cadeias normativas, garantindo ideia de unidade e completude” 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. São Paulo: 
Atlas, 1994. 
3 NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito: de acordo com a Constituição de 1988. Rio de Janeiro: Forense, 
1997, p. 227 
4 DINIZ, Maria Helena. As lacunas no direito. São Paulo: Saraiva, 1997, p. 189

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