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A administração de medicamentos Deuslane

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1 INTRODUÇÃO 
A administração de medicamentos é uma das atividades de maior responsabilidade nas atribuições do enfermeiro, podendo, seu erro, por negligência ou omissão, acarretar em prejuízo físico ou até moral para o paciente.
O presente trabalho objetiva encontrar os erros de medicação mais ocorridos em instituições hospitalares e de saúde, bem como os métodos de prevenção a esses erros.
Também esclarece as etapas da administração, a responsabilidade da equipe de enfermagem e vias de infusão do medicamento, para que esclarecendo tudo isso, possibilite um estudo rico que ajudará futuramente outros profissionais em seu trabalho. 
2 A ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Medicamento é toda substância que, introduzida no organismo humano, vai preencher uma das finalidades enunciadas a seguir:
- Preventiva ou profilática - quando evita o aparecimento de doenças ou diminui a gravidade das mesmas; 
- Diagnóstica - quando não só auxilia o médico em decidir o que está causando a sintomatologia apresentada pelo paciente, como também localiza a área exata afetada pela doença;
- Terapêutica - quando é usada no tratamento das doenças cujas ações terapêuticas mais comuns são: Curativa ou específica; Paliativa ou sintomática; analgésico; 
E Substitutiva quando repõe outra substância normalmente encontrada no organismo, mas que por um desequilíbrio orgânico está em quantidade insuficiente ou mesmo ausente. 
Administrar medicamentos é um processo multidisciplinar que envolve três áreas: a medicina, a farmácia e a enfermagem. Inicia-se no momento da prescrição médica, continua com a provisão do medicamento pelo farmacêutico e termina com o seu preparo e administração aos clientes, pela equipe de Enfermagem.
No que se refere à atuação da Enfermagem, faz-se necessário lembrar que os cenários são múltiplos, ou seja, onde o ser humano sadio ou doente se encontra: no domicílio, na comunidade, nas clínicas, nos ambulatórios, nas creches, nas escolas, nos hospitais, nas fábricas e outros. Atua, em todos estes campos, na promoção da saúde, perpassando pela prevenção, recuperação e educação da saúde, indo, portanto, muito além da administração de medicamentos.
Nos Serviços de Saúde, independente de sua área de atuação, os Técnicos e Auxiliares de Enfermagem só poderão administrar medicamentos quando prescritos por profissionais habilitados conforme a legislação vigente.
3 CUIDADOS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
A organização das rotinas de administração de medicamentos é importante e deve ser compreendida por todos os que participam do serviço. Assim, vários métodos são adotados para assegurar precisão na preparação, distribuição e anotação dos medicamentos. 
Nas instituições hospitalares, a responsabilidade dos profissionais de enfermagem baseia-se em assegurar aos pacientes uma assistência livre de imprudência, imperícia ou negligência.
A imprudência caracteriza-se por omissão, ato irrefletido, sem a cautela necessária para aquela situação profissional, enquanto a negligência, por sua vez, manifesta-se por omissão de deveres que uma situação exige ou ainda, preguiça. 
Já a imperícia, refere-se a um agir sem conhecimentos técnico-científicos adequados ou com utilização equivocada dos seus conhecimentos técnicos, falta de habilidade ou incompetência profissional.
Além disso, o profissional deve ter o conhecimento dos cinco processos do sistema de medicação e não apenas se prender na administração, para que dessa forma, possa estar atento a qualquer erro em alguma etapa do processo.
As cinco etapas são: seleção e obtenção do medicamento, prescrição, preparo e dispensação, administração de medicamentos e monitoramento do paciente em relação aos efeitos do medicamento.
Todas essas etapas envolvem um grupo interdisciplinar de participantes para que o sistema como um todo funcione. Nas primeiras etapas, de seleção e obtenção, é necessário que o farmacêutico responsável atue para que os medicamentos estejam em estoque e disponíveis para o paciente. Nas ultimas, como a prescrição, é necessário que o médico faça o receituário ao paciente, com todos os medicamentos necessários para o tratamento individualizado. Já o preparo e dispensação, a administração de medicamentos e o monitoramento do paciente, ficam à cargo dos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem.
Além da apresentação correta, se faz necessário que a forma de aplicação do medicamento, ou a via por onde será aplicada a medicação, esteja em acordo com o que o paciente necessita para agilizar sua recuperação, e também com a prescrição médica orientada.
4 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
Via oral: Não requer técnica estéril; Apresentação por forma de comprimidos, cápsulas, líquidos; Absorção no estômago e intestino; Administrados com água; Não indicada para quem tem dificuldades de engolir.
Via sonda enteral: As medicações por essa via devem ser diluídas em líquidos ou preparar as gotas; Aspirar e administrar em seringa de 20 ml; Após administração do medicamento é necessário lavar a sonda com 10 – 20 ml de água filtrada para não obstruir.
Via sublingual: A medicação colocada embaixo da língua e deve ficar sob a língua até a completa absorção. 
As demais vias são: 
Gástrica: é feita através da introdução do medicamento na sonda nasogástrica. É utilizada para pacientes inconscientes e impossibilitados de deglutir.
Retal: é a introdução do medicamento no reto, em forma de supositórios ou clister medicamentoso;
Vaginal: é a introdução e absorção de medicamentos no canal vaginal;
Cutânea: é a aplicação de medicamento por fricção na pele. Sua ação pode ser local ou geral; 
Nasal: Consiste em levar à mucosa nasal um medicamento líquido;
Ocular: É a aplicação de colírio ou pomada na conjuntiva ocular;
Auricular: Consiste em introduzir o medicamento no conduto auditivo externo;
Vias intradérmica, subcutânea, intramuscular, ou endovenosa: Absorção mais rápida e completa; maior precisão em determinar a dose desejada; obtenção de resultados mais seguros e possibilidade de administrar determinadas drogas que são destruídas pelos sucos digestivos.
5 ERROS DE ADMINISTRAÇÃO 
A enfermagem atua na última etapa do processo, na ponta final do sistema de medicação e isso faz com que muitos erros cometidos não detectados no início ou no meio do sistema lhe sejam atribuídos. Esse fato também aumenta a responsabilidade da equipe de enfermagem, pois ela é a última oportunidade de interceptar e evitar um erro ocorrido nos processos iniciais, transformando-se em uma das últimas barreiras de prevenção e garantia da segurança do paciente.
Em muitos casos, quando a alteração ocorre por erro da equipe de enfermagem, uma das principais dificuldades na identificação da ocorrência ocorre pela falta de comunicação dos responsáveis pelo erro, tornando muitas vezes a identificação da causa do problema demorada, e causando a necessidade de maior prazo de internação, e aumento do custo do tratamento ao paciente, à administradora de planos de saúde ou ao Sistema Único de Saúde.
Erros são muito sérios, uma vez que a falha pode ter consequências irreparáveis, pois a vida que foi perdida, naturalmente é irrecuperável. Por isso, as atividades da enfermagem estão intimamente relacionadas com respeito à dignidade do ser humano, impregnadas de consideração pelo semelhante.
Sabendo disso, o Conselho Regional de Enfermagem, em 2011, definiu treze tipos de erros de enfermagem para que os profissionais se atentassem a eles: erro de medicação, erro de prescrição, erro de dispensação, erro de omissão, erro de horário, erro de administração não autorizada de medicamento, erro de dose, erro de apresentação, erro de preparo, erro de administração, erro com medicamentos deteriorados, erro de monitoração e erro em razão da não aderência do paciente e da família.
Contudo, essas falhas também podem ser prevenidas com antecedência. Mas para isso, a equipe deve ser treinada e orientada quanto à importância de aplicar o método de verificação, conhecido como “Os trezes certos da administraçãode medicamentos”.
6 OS TREZE CERTOS DA MEDICAÇÃO 
No ambiente de saúde, muitas são as distrações que os profissionais estão expostos, como por exemplo:
· Campainhas
· Solicitações de familiares e pacientes
· Telefones
· Alarmes
· Monitores
Essas distrações podem fragilizar o cuidado ao paciente. Deve-se ser utilizadas algumas estratégias para reduzir níveis de distrações durante a administração de medicamentos, assim é possível contribuir de forma global os erros de medicação.
Com a necessidade dessa melhoria da qualidade no atendimento e nos serviços prestados, visando, além de se manter na regularidade da lei, muitas instituições estão buscando métodos para aumento da qualidade, e em contrapartida buscando manter ou reduzir os custos.
Um desses métodos é conhecido como Os 13 certos na administração de medicamentos, que são:
1. Prescrição correta (Nome completo do paciente; Data de nascimento; Número do atendimento; Número da prescrição; Data atualizada);
2. Paciente certo (Conferir a pulseira de identificação do paciente, com nome completo e data de nascimento);
3. Medicamento certo (Verificar atentamente qual o medicamento está prescrito e se o paciente não possui algum tipo de alergia ao composto);
4. Validade certa (Observar a data de validade antes de administrar o medicamento);
5. Forma / apresentação certa ( Verificar se o medicamento está na sua forma de apresentação correta, como por exemplo, cloreto de sódio 0,9% ou cloreto de sódio 20%);
6. Dose certa (Observar com atenção a dose prescrita, como por exemplo, paracetamol 750 mg 1 comprimido via oral de 8/8 horas);
7. Compatibilidade certa (Verificar se a medicação administrada é compatível com outra que o paciente já recebe, pois existem algumas drogas que não podem ser administradas juntas);
8. Orientação ao paciente (Comunicar o paciente quando você for medicá-lo, avisando qual é o medicamento e a via, pois é um direito do mesmo saber o que está recebendo);
9. Via de administração certa (Observar atentamente qual a via de administração do medicamento conforme prescrição médica, pois alguns medicamentos possuem diversas vias de administração);
10. Horário certo (Deve-se administrar o medicamento no horário correto, para que o tratamento seja mais eficaz); 
11. Tempo de administração certo (É de extrema importância que o medicamento seja infundido no tempo certo, pois existem alguns medicamentos que precisam de um tempo X para fazer o efeito esperado, como por exemplo, os antibióticos);
12. Ação certa (Devemos observar se o paciente não irá apresentar uma reação adversa ao medicamento durante sua administração, para que seja atendido o mais rápido possível);
13. Registro certo (É importante que seja registrado no prontuário do paciente o medicamento administrado, com a hora, a dose e a via e se o paciente apresentou alguma reação durante o tratamento).
7 FUNÇÃO DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM 
A ministração de medicamentos prescritos é um papel fundamental às equipes de enfermagem. Não é somente uma tarefa mecânica a ser executada em complacência rígida com a prescrição médica. Requer pensamento e o exercício de juízo profissional.
A assistência da enfermagem inicia no instante da abordagem ao paciente que vai ser medicado e para uma infusão segura do mesmo, a utilização dos certos da enfermagem deve ser utilizada.
Quando uma droga é administrada, o profissional de enfermagem deve garantir que a droga prescrita esteja sendo administrada por uma razão apropriada e explicar ao paciente qual a droga administrada, para que serve e a ação esperada, evitando assim a administração da droga de maneira incorreta.
Portanto, O técnico de enfermagem tem papel fundamental nesse sentido, já que está em contato direto com o cliente e sob supervisão do enfermeiro, administra a medicação conforme prescrição médica.
8 CONCLUSÃO
Conclui-se que é responsabilidade do profissional de enfermagem garantir a segurança no processo de medicação através de medidas preventivas, como conhecer o modo de ação dos medicamentos, suas vias de administração, contraindicações e reações adversas.
Sugere-se a adoção de práticas profissionais baseadas em protocolos e evidências clínicas, o incentivo à notificação de eventuais erros na administração e medicamentos, não apenas para punir ou culpabilizar profissionais, mas para se instigar a abertura ao aprender a partir das falhas, além de incentivar a discussão dos casos, tornando a assistência hospitalar mais coerente para o paciente e para os trabalhadores. 
9 REFERENCIAS 
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM. Erros de medicação: Definições e estratégias de prevenção. São Paulo: COREN, 2011. 36 p. Disponível em: http://inter.coren-sp.gov.br/sites/default/files/erros_de_medicacao-definicoes_e_estrategias_de_prevencao.pdf.Acesso em: 28 de janeiro de 2019.
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM . Administração de Medicamento Isento de Prescrição – MIP. Bahia: COREN, 2018. Disponível em: http://ba.corens.portalcofen.gov.br/parecer-coren-ba-n%E2%81%B0-0132015_17396.html. Acesso em 28 de janeiro de 2019.
ENFERMAGEM Florence. 13 certos: administração de medicamentos. Disponível em: http://enfermagemflorence.com.br/certos-da-administracao-de-medicamentos/. Acesso em 25 de janeiro de 2019.
PORTAL Enfermagem. Administração de medicamentos introdução e conceitos. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/administracao-de-medicamentos-introducao-e-conceitos/32588. Acesso em 28 de janeiro de 2019. 
SILVA, Marcus Vinicius da Rocha Santos da, et al . Cuidados Na Administração De Medicamentos: As Responsabilidades Dos Profissionais De Enfermagem. Revista de Enfermagem UFPE on line., Recife, 11(Supl. 2):950-8, fev., 2017. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/viewFile/13464/16159. Acesso em: 31 de janeiro de 2019.

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